domingo, 8 de junho de 2014

Alceu Valença no Parque Dona Lindu – Tenho que andar mais de bicicleta.



Olá pessoal.
Que danado tem bicicleta a ver com som?
Vão entender mais na frente.
Fiz mais um monitor de um show de Alceu Valença, este agora no Recife, no dia 29 de maio.
Rogério já tinha me avisado qual seria a empresa de som, e como eu sabia que esta empresa usa uma SD9 da DiGiCo no monitor, pedi para ele solicitar uma outra mesa, pois já fiz uma vez o monitor com esta mesa e não achei nada prático.
A solução encontrada foi trocar as mesas.
A DiGiCo foi para o PA e mandaram a PM5D para o monitor.
Converti a cena da M7 do show no SESC Pompéia para PM5D e fiz alguns ajustes em casa no Studio Manager porque mudaram umas “besteirinhas” nos canais dos teclados.
Nesta conversão, os equalizadores gráficos insertados nas vias não vão para a outra cena, por isso insertei os equalizadores nas vias antes de salvar a nova cena.
Não tenho o cartão PCMCIA, que é a mídia usada para salvar as coisas na PM5D.
Sempre conecto meu laptop via USB com a PM5D e passo minha cena.
Foi assim que eu fiz.
A conexão aconteceu sem nenhum problema e passei minha cena para a mesa de monitor.
Com o microfone sem fio de Alceu, passei os monitores (pelo menos achei isso) e fui checar o side.
Mais uma vez tive problemas com o side, tinha alto-falante parado novamente, como aconteceu no show do SESC Interlagos.
O pessoal está relaxando na manutenção dos sides “antigos” formados por caixas “tipo” KF.
Desta vez não desliguei uma caixa para tentar compensar, diminui um pouco o volume do amplificador do médio-grave do lado que estava falando mais.
Ficou razoável, mas...


Na agonia ao notar que o médio-grave não estava igual e tentar solucionar o problema, esqueci completamente de chegar os sub-graves.
Só quando pedi para o roadie passar a bateria e fui ouvir no side, assustei-me com o som “magrinho”.
Corre pra cá, corre pra lá, confere as ligações, muda cabo, e no final o veredicto nada animador.
Das quatro caixas (duas por lado), duas estavam paradas e duas estavam “rachando”!
A solução foi pegar duas caixas dos sub-graves do PA para colocar no palco.
Resolveu.
Nunca pensei que um dia eu não ia ter a menor vontade de torcer pela seleção de futebol do Brasil numa copa do mundo. 
Na copa passada eu já não estava animado com o torneio, acho que já faz um tempo que fiquei com aversão pela FIFA, CBF, Teixeira, Avelange, ou coisas do tipo. 
A cada ano que passa, esta aversão aumenta. Adoro esportes em geral, mas acho que tem coisas muito mais importantes do que um jogo de futebol. 
Juntou-se a isso a situação que nos encontramos no Brasil. 
Saúde, educação, segurança e outras coisas básicas só estão funcionando direito nos discursos dos políticos, mas a realidade é outra e absurdamente diferente.  
E já faz um bom tempo que estes discursos são os mesmos!




A banda chegou para passar o som, Alceu não.
Passamos algumas músicas, inclusive eu indo até o meio do palco para ouvir como estava o palco e o monitor de Alceu.
Não notei nada de anormal e o sound check foi tranquilo.
A banda não pediu muita coisa, realmente estava normal (acho), mesmo com os problemas no side.
Ficamos aguardando pela hora do show.
A tranquilidade do sound check desapareceu na hora do show.
Alceu achou baixa sua voz no monitor, e pediu para aumentar.
Com o aumento que eu dei, pequenas realimentações apareceram.
Tudo bem que os monitores de Alceu Valença saíram do lugar depois do sound check porque teriam que fechar a frente do palco, e eu recoloquei-os no lugar depois, mas nada que pudesse mudar tanto o resultado do sound check.
Eu não esperava por aquele começo de show intranquilo.
O show foi acontecendo, Alceu não pediu mais nada, mas também era visível para mim que seus monitores não estavam 100% estabilizados.
O tecladista (meu Irmão Tovinho) me chamou durante o show ao seu lado para dizer que tinha um grave “rodando” no palco.
Onde eu estava não escutava este grave rodando. Tentei achar no fone e não encontrei.
O nosso roadie chegou a falar depois do show que já fez vários trabalhos naquele palco e aconteceu tal fato.


Mas não me deixou melhor ouvir isso dele.
Estranho, pois no sound check não apareceu nada disso.
Onda estacionária?
Porque isso não apareceu no sound check?
Será que foi porque o volume do som aumentou no PA e nos monitores na hora do show?
Porque a banda tocou mais forte na hora do show, como normalmente acontece?
Será que foi isso?
Onda estacionária pode aparecer num palco, ou só aparecem em salas fechadas como um estúdio?
Não sei responder.
E o que a bicicleta tem a ver com isso tudo?
Não tive uma base teórica forte no começo da minha caminhada pelo áudio.
A maioria das coisas que aprendi foi na prática, como muitos que eu conheço aqui na minha região.
Hoje em dia temos vários cursos pelo Brasil, mas nos anos 80 era bem raro isso.
Além dos cursos, dá para aprender muita coisa pela internet atualmente, tem muita gente boa ensinando sem cobrar nada, como por exemplo:
Mário Jorge, Kalunga, Luizinho Referência, Tiago Borges, Valtinho, Lázzaro, Paulo Farat, Enrico De Paoli, Fábio Henriques, Renato Muñoz, Tovinho, Paulo Rafael, Paulo Germano, Rogério, Normando, Ítalo, etc, etc, etc.
Rodrigo, técnico de PA de Frejat...
Pensei em abandonar a profissão depois que ouvi um show de Frejat!
Espero que alguns destes leiam este texto e deixem suas observações.
 


Mas tem muita gente também ensinando errado, viu? Tem que ter cuidado.
Hoje em dia é bem melhor para aprender, isso eu tenho certeza.
Nunca pensei em trabalhar com áudio, mas isso não importa, porque vivo desta profissão atualmente e gosto do que faço.
Logo no começo, minha renda principal não vinha dos shows. Fazia shows quando eu podia.
E teve uma época que mudou e os shows passaram a ser minha renda principal, e o número de trabalhos nos palcos aumentou.
Mais uma mudança aconteceu, e os cachês dos shows viraram complemento, muito importante, mas complemento.
Com isso, mais uma vez o número de shows diminuiu, muito mais por causa de um relaxamento meu do que por falta de tempo.
Este relaxamento nos shows aconteceu também nos estudos.
Vejo aqui minhas revistas mensais de áudio na estante, amontoadas, virgens, esperando para serem lidas. Estou atrasado em mais de um ano na leitura.
Vivo mais no Facebook do que nos sites de áudio que normalmente frequentava.
Isso é sério.


Facebook vicia. Vicia mais do que álcool.
Nem todo dia eu bebo meu vinho, mas todo dia passo um bom tempo no tal do Face (para os íntimos).
Preciso estudar mais, isso é um fato.
E O QUE A BICICLETA TEM A VER COM SOM??????
Este é o outro fato.
Para mim, operar o som de um show é como andar de bicicleta.
Depois que você aprende, nunca esquece como é, mas se não andar todo dia, nunca vai ter a habilidade de uma outra pessoa que anda todos os dias.
Por isso, tenho que andar mais de bicicleta.
Ou seja, fazer mais shows!
Um abraço a todos.

Um comentário:

Titio disse...

Olá pessoal.,
Estou aqui tentando por em prática o que falei no texto.
Comecei a ler as revistas que estão na estante.
Sabe de quando é a primeira que está na fila?
Setembro de 2011 !
Vamos em frente!!!
Um abraço a todos.