Olá
pessoal.
Dando
uma "secadinha" aqui no Sport enquanto escrevo este último texto de
2017.
Para
mim, é a única graça do futebol.
Divertimento.
Brincar
com os amigos torcedores dos outros times.
Mas
vira paixão para muitos, aí complica.
Vamos
falar de uma das minhas paixões.
Meu
trabalho.
Fui
convidado para fazer o monitor do cantor Otto, num show em São Cristóvão
(Sergipe).
Viagem
longa de micro-ônibus.
Mais
de oito horas.
--
Vou
ali no boteco ver o jogo com uns amigos.
Volto
já.
Espero
que em condições de acabar este texto.
--
Oxe.
O
Corinthians colocou o time infantil em campo...
Aí
facilitou, né?
Nem
vou poder tirar onda com meus amigos rubro-negros.
Mas
faz parte da brincadeira.
Vamos
para o show de Otto, que não tive nem tempo de brincar.
Saímos
muito cedo de Recife para dar tempo de passar o som tranquilamente em São
Cristóvão.
Pegamos
o micro-ônibus às 2h da madrugada da sexta. Mais de oito horas na estrada para
chegar ao hotel em Aracaju, e mais uma hora de van para chegar em São
Cristóvão.
O
show foi na sexta mesmo. Só deu tempo para tomar um banho no hotel, almoçar e
seguir para o local.
E
só deu para almoçar porque o diretor de palco nos avisou que tudo estava
"um pouco atrasado".
Mas
quando chegamos ao local, notamos que tudo estava MUITO atrasado!!!!!
Estavam
ainda içando o line array.
No
palco, toda a luz no chão, equipamentos de som ainda sendo colocados no lugar.
Desanimou.
|
Me lembrou Ouro Preto (MG) sem ladeiras. |
Ainda
tentamos achar um tempinho para, pelo menos, checar os monitores e o PA, sem a
banda, pois passar o som com a banda já estava descartado.
Nada
feito.
A
única alternativa que tínhamos era checar TUDO na hora da apresentação!!!!
Nem
deu vontade de rir...
Voltamos
para o hotel, sem nem retirar os equipamentos da van.
Combinamos
chegar algumas horas antes, para armar nossos equipamentos atrás do palco.
Pelo
menos isso a gente conseguiu.
Fui
dar uma cochilada no hotel, esticando as pernas entrevadas por causa do
micro-ônibus.
Quando
a fome bateu, fui comer um hambúrguer de picanha no mesmo local onde almocei.
Show.
Muito gostoso.
Vamos
para a missão.
Saímos
do hotel ás 23h.
|
São Cristóvão (SE). |
Muitos
músicos já foram com a gente para adiantar alguns detalhes nos seus equipamentos.
Esperamos
ainda dois shows.
E
aproveitamos este tempo para ajustar o "ataque".
Tinha
feito uma cena no editor "offline" com meus canais e minhas
preferências, e passei para o pendrive.
Perguntei
ao técnico da empresa se o sistema wireless com o iPad estava funcionando.
Ele
falou que não tinha conseguido conectar o iPad com a CL5 da Yamaha.
Coloquei
o meu sistema e também não consegui.
Foi
aí que Adriano, meu colega que iria fazer o som do PA do show de Otto, e quem
me convidou para fazer o monitor, me deu uma breve aula sobre "rede".
Com
meu sistema, ele fez ajustes no roteador , e tudo funcionou perfeitamente.
Impressionante
como não sei nada sobre redes wifi.
Esqueçam tudo que eu aconselhei aqui em
postagens anteriores sobre conexão via wireless com as mesas da Yamaha.
Cheguei
a ficar triste.
Alguns
ajustes no ROTEADOR tem uma importância absurda para a conexão.
Nem
vou falar nada aqui, pois só tive uma breve luz no assunto. Não conseguiria aconselhar
nada.
Só
tive a certeza que, nas muitas vezes que eu não consegui me conectar com as
mesas, nem sempre o problema era com a mesa, como eu achava, e sim com os
ajustes entre mesa, ROTEADOR e iPad!!!!!
Com o iPad
conectado, esperei pela hora de atacar.
Observando
os shows anteriores, já notava um excesso de médias frequências no palco,
causando várias realimentações. O som estava meio "metálico".
Só
consegui ouvir o monitor da bateria, que tinha este mesmo excesso.
Já
sabia por onde começar.
Cortar
isso nos monitores.
Nossa
hora chegou, e com o microfone que seria usado por Otto na mão, corri para
checar os monitores.
Já
na via de Otto notei o excesso absurdo nas médias frequências.
Estou
mudando meu método de ajustes no monitores de um tempo para cá.
Rogério
(Alceu) já me aconselhou quando for fazer monitor, usar o equalizador paramétrico
(com 4 bandas ajustáveis) antes de tentar usar o equalizador gráfico (com 31
bandas fixas).
Principalmente
na correria, quando não temos tempo.
É
assim que ele faz. E já estou começando a fazer isso.
Neste
show, usei isso em todas as vias!!! Inclusive no side!!!
Muito
mais prático para ajustar rapidamente um excesso.
Depois,
se precisar, faz o ajuste fino no EQ gráfico.
Este
método, junto com o uso do iPad, foi minha salvação neste trabalho!!!!!
Nada
como ouvir conselhos e testar, né?
Adriano
me falou que usa muito este método também.
Sou
mais um adepto agora.
Numa
de nossas muitas conversas durante a viagem, aproveitei e perguntei logo alguns detalhes da
monitoração de Otto, já que ele (Adriano) é quem faz este trabalho quando os
shows de Otto são do lado de cá (Norte/Nordeste).
Se
você nunca fez o trabalho com o artista, pergunte como é a quem já fez e/ou
faz!!!
Anotei
no meu bloco de notas do celular para garantir, mas nem precisei fazer esta
consulta.
Lembrei
de tudo na hora.
Mas
já tinha adiantado alguns ajustes no quarto do hotel, quando voltamos do palco
sem poder passar nada.
Resumindo...
A
produção de Otto pede 1 hora para montagem e 2 horas para soundcheck.
Começamos
o show depois de um pouquinho mais de 1 hora de ajustes.
Tá
valendo, né?
Durante
as primeiras músicas, a gente fez os ajustes finos.
No
meio do show, eu já estava tirando fotos.
Com
todos satisfeitos, o show acabou com o dia claro!
Conheci Otto jogando futebol de salão pelo Náutico.
Eu era o goleiro e ele o pivô (atacante). Ele era fraquinho jogando bola, ao contrário do irmão dele Guilherme que era espetacular.
Eu era um goleiro mediano (mas melhor que Otto), e nunca imaginei que um dia ele estaria segurando o microfone principal de um show e eu estaria na mesa de monitor fazendo o som.
Muito bom isso, né?
Ele me chama de "galego" até hoje, pois naquela época não existia ainda o Titio.
Voltamos
para o hotel, e antes de tomar banho, segui com Adriano e Bomba (iluminador que
sofreu também neste trabalho) para o café da manhã.
Só
depois teve o banho.
E
entramos no micro-ônibus para voltar pra casa.
Resumindo,
dormi mais na estrada do que na cama.
E
no final, quando desembarcamos na praça do Derby, na despedida, Marcinho (trompete)
falou apertando minha mão e olhando para os outros da banda:
---
Valeu Titio. Foi massa. Se garantiu, viu? Se garantiu no monitor.
A
banda já foi para o palco sabendo das dificuldades, mas é sempre bom ouvir um
elogio.
Me
garanti mesmo, não vou mentir.
E
a ajuda dos colegas da profissão foi primordial para este final feliz!
Já
tenho dois trabalhos marcados em dezembro, mas só volto a escrever algo aqui em
2018!!!!
Eu
acho.
Feliz
ano novo para todos!
Um
abraço a todos.
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