sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Carol Levy no Caruaru Shopping - Cuidado com o SAFE!


Olá pessoal.
Domingo passado fiz mais um trabalho com Carol Levy.
Fui substituindo Gera, que me ligou fazendo o convite.
Este é um dos convites mais fáceis de aceitar!
Acho muito legal o trabalho de Carol. Muito mesmo.
Já comentei aqui sobre o trabalho dela numa postagem de agosto de 2018, onde foi meu primeiro contato com a artista. 
Lembram que falei aqui recentemente de "sustos bons"?
Pois é... Este primeiro contato com Carol foi um desses sustos que tomei.
Em 2018 o espetáculo foi o Conto de Casa, onde é apenas ela e o tecladista no palco.
Carlinhos Borges, o tecladista, é quem assina a direção musical, e ele é o marido da cantora/atriz/contadora de estórias na vida real.
Neste show de domingo passado, pelo que entendi, foi um show montado para o evento, que era a chegada de Papai Noel no Caruaru Shopping, que logicamente fica em Caruaru, Pernambuco.
Tinha músicas natalinas, música de lobo, música para incentivar a escovação dos dentes, e também ela contava estórias no meio dessas músicas. Tinha bailarinos, que dançavam e que se vestiam de lobo e de "dente". Tudo se encaixava. 

Eu já sabia qual seria a mesa de som. Uma X32 da Behringer.
Fiz uma cena antecipadamente em casa.
Neste show, tinha uma pequena banda no palco.
Fora o teclado de Carlinhos, teve Ricardinho na bateria, Fabinho no baixo e Frederica na flauta.
A banda dos INHOs.
Quase escrevo Frederiquinha...
Muito massa o som. Simples e eficiente!
Do teclado saem seis canais. Dois para o piano, dois para bases pré-programadas, um para as vozes dos personagens que entram em cena, e um canal para o metrônomo (click).
Este último canal só vai para os fones dos músicos, para controlar o andamento da execução dos instrumentos.
Vamos para o soundcheck.
Principalmente para entenderem o que é esse tal de SAFE do título de hoje.
 



Como falei, fiz uma cena em casa e passei para meu pendrive.
Não uso muito a X32 da Behringer em meus trabalhos.
Mas este contato com a mesa está aumentando.
Já tinha passado o rider do show para o técnico da empresa de sonorização, Thomyson (vai soletrar o nome a vida inteira!).
E já tinha adiantado quase tudo por telefone.
Fiz um pequeno ajuste na monitoração apenas.
Só tinha monitor de chão para Carol.
Coloquei um par (estéreo) no centro, e uma caixa de cada lado do palco, formando quatro caixas.
Uma quinta caixa usei para fazer um "front fill", para atingir as pessoas muito próximas do palco.
Os monitores eram da FZ, muito legal o som deles!
O PA tinha em cada lado duas caixas (três vias) mais duas caixas de subgraves. Se não me falha a memória, todas da JBL.
Supriu muito muito bem a necessidade.

Todos os músicos usaram fones, com vias estéreo.
Depois de passar minha cena para mesa, notei que uns faders de saídas vieram numa posição que nunca coloco. E logo depois notei que alguns racks de efeitos, onde eu estava usando equalizadores gráficos para essas saídas, não estavam como eu fiz em casa.
Estranho...
Como todos os canais estavam perfeitos, achei que poderia ter sido algum erro ao passar a cena para o pendrive... Sei lá.
Fiz os ajustes para deixar como eu tinha feito em casa e comecei o soundcheck normalmente.
Tudo estava transcorrendo bem, até Carlinhos pedir a voz de comunicação interna no fone dele.
Este microfone fica com ele, e serve para uma comunicação interna com os músicos. Este som não vai para o som da frente.
Esta voz estava chegando normal para todos os músicos, mas o sinal não chegou no fone dele.
Como não chegou?
Era pra chegar.
Como esta voz não vai para o som da frente, sempre desativo o canal do L/R, como também o fader fica embaixo.
Fazendo uns testes, ao levantar o fader do canal da comunicação, o som chegou para Carlinhos!
Está pós-fader!!!!
Ou seja... O volume do sinal na via depende da posição do fader.
Como o fader estava totalmente embaixo, o som da comunicação não ia para o fone de Carlinhos.
Para todos os outros músicos estava chegando normal.
Fazendo monitor, sempre uso as vias em pré-fader.
E foi assim que configurei todas as vias na cena que eu fiz em casa.
À princípio, achei que era só este canal que estava pós-fader para a via do tecladista, mas logo em seguida notamos que a voz de Carol estava também.
E então percebemos que a VIA dele estava configurada em pós-fader!!!!!!!
Com a via configurada assim, o sinal de todos os canais da mesa dependiam do posicionamento dos respectivos faders para seguirem pro fone de Carlinhos.
E isso não foi notado antes porque tudo o que ele já tinha pedido, eu já tinha levantado os faders para o som da frente.
No iPad, só descobri onde mudava canal por canal de pré para pós-fader, mas eu queria mudar o geral da VIA.
Carlinhos preferiu não refazer tudo para ele, começando do zero, e seguimos com a via dele em pós-fader mesmo.
Na mesa não tinha muita ideia onde poderia ver isso.
No editor offline que usei para montar a cena em casa, eu sabia o caminho.
Mudei então somente o canal da comunicação e de um dos canais dos pratos da bateria para Carlinhos, achando que estava mudando os dois ao mesmo tempo. Esqueci que não uso mais estes dois canais dos pratos "lincados".
Foi nessa hora da descoberta da via em pós-fader, que eu tive a certeza absoluta que tinha alguma coisa ativada na mesa que não deixou modificar alguns parâmetros quando eu passei a minha cena pra mesa.
Esta função se chama SAFE MODE (Modo de Segurança). Nas mesas da Yamaha o termo usado é RECALL SAFE.
Só não sabia onde estava isso na mesa. Mas quando acabou o soundcheck, eu fui procurar.
E achei!!! Está na página das CENAS.
Vou mostrar aqui o caminho para desativar tudo, antes de você passar sua cena para a mesa, ou até mesmo para você chamar a cena que você salvou horas atrás depois do soundcheck. Confira sempre isso antes de chamar sua cena. Um outro técnico pode ter ativado algo no soundcheck dele, que ocorreu depois do seu.
Não vou mais cair nessa pegadinha.
No lado direito da mesa, tem os botões que cuidam das cenas (SCENES).
Clique na foto para ampliar.
Clicando no botão VIEW (setas amarelas), vai aparecer no display da mesa esta página abaixo com seis abas.

Usando as setas de navegação ou clicando novamente em VIEW, escolhemos qual aba gostaríamos de visualizar.
Setas de navegação.
Na aba SCENES vamos ver esta página (foto abaixo), já com umas opções de SAFES no lado direito. Desative tudo. Use as setas de navegação para chegar até estas opções. 
Quando tem algo ativado, o quadrinho ao lado do nome fica na cor laranja, como mostrado na foto abaixo, que mostra a aba CHAN SAFE com vários canais e vias marcadas.

Aba Chan Safe.

Se não tem nenhum quadrinho marcado, passe para a aba PARAM SAFE.
PARAM = Parameter = Parâmetro.
Mais uma vez, desmarque tudo que estiver com o quadrinho na cor laranja, e passe para a aba CHAN SAFE (foto lá de cima).
CHAN = Channel = Canal.
Tudo desmarcado?
Pronto!
Só agora passe sua cena do pendrive para a mesa para começar seu soundcheck, ou chame sua cena que você salvou horas atrás, depois de fazer o soundcheck.
Conselho dado.
No meu caso, várias opções estavam marcadas nestas abas, como a via do tecladista, o matrix e alguns racks de efeitos.
Por isso, nada mudou na mesa nestas opções marcadas quando passei minha cena.
Na Yamaha, como falei acima, possui também esta função RECALL SAFE, mas as opções marcadas só funcionam quando você passa sua cena no modo GUEST (convidado). 
Pelo que pude notar, na X32 isso fico lá o tempo todo, como se fosse uma configuração da mesa, e se não for mudado, vai influenciar em todas as cenas chamadas!
Cuidado!!!

Vamos voltar ao show de Carol Levy.
Resumindo...
O "marido da artista" sofreu durante todo o show, pois toda movimentação de faders que eu fazia lá na frente com o iPad, influenciava no volume de cada peça no ouvido dele!
Não sei ainda direito se o sofrimento foi absurdo.
Se eu não for mais chamado para fazer Carol, com certeza foi absurdo! :(
Notei o desconforto dele uma vez lá da frente, quando o vi pedindo para baixar algo.
Pedi para o técnico da empresa me ajudar no serviço, ficando ao lado da mesa atendendo aos pedidos dos músicos para baixar ou subir alguma peça nos fones, pois fiquei o tempo todo do show lá na frente, operando o som do PA com o iPad.
Que diga-se de passagem, não perdeu uma única vez a conexão wireless!
Mesmo com o tecladista/diretor musical "agonizando", o show foi muito bom!!!!
Dizem que tudo que é bom passa rápido. Foi isso que notei no dia.
Foi muito rápido o show.
E teve até bis!!!!
O show agrada tanto as crianças quanto os pais!
Bem tocado, bem cantado.
Ela é uma excelente atriz, dando vida aos personagens, fazendo "caras e bocas".
Carol é tão afinada que assusta.
Afinação vocal deixou de ser um ponto importante hoje em dia, né?
Pra mim, não.
No meu primeiro contato com ela, já tinha falado de um detalhe técnico, que vou comentar aqui novamente.
O microfone headset que ela usa é muito bommmm!!!!!!
Deixa eu ver aqui na postagem anterior qual é o modelo...
Crown CM311.




Não vou falar mais do trabalho de Carol Levy, pois é "chover no molhado".
É como elogiar o atendimento e equipamento dos SESCs de São Paulo.
Não tem erro, é muito bom!
Bem...
Foi isso que aconteceu no domingo passado.
E ainda comi uma buchadinha muito boa na hora do almoço depois do soundchek.
Aproveitando a deixa, para quem for à Caruaru e gosta de buchadinha, vai aqui mais duas dicas.
Este restaurante que fui no domingo se chama Asa Branca.
Já fui muito com bandas em outros trabalhos, mas não conhecia a buchadinha de lá.
Ele fica no centro de Caruaru, na Avenida Agamenon Magalhães, na parte de baixo do estádio de futebol, o Lacerdão (foto abaixo).

Mas a buchadinha que eu sou completamente fã, e sempre que estou em Caruaru eu passo lá para comer, fica no Bar do Léo, no bairro Jardim Boa Vista.
Rua Santa Maria da Boa Vista, 787 (foto abaixo).


A buchadinha do Léo é simplesmente absurda de boa!
Depois das duas dicas culinárias... Lembrem-se da dica principal de hoje...
CUIDADO COM O SAFE na X32!!!!!
Mas isso vale para várias mesas digitais, que também possuem esta função.
 
Um abraço a todos.

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