quinta-feira, 18 de março de 2021

Um ano de Covid - Nem sinal do túnel!!!!

 



 

 

Olá pessoal.
Esse texto não tem direito a fotos!
Colocar o que? Não tem o que mostrar.
Em março de 2020 o pessoal de shows e eventos parou de trabalhar.
Um ano sem poder trabalhar. Não é fácil, viu?
Ahhh. Pensei em colocar duas imagens nesse texto. Uma eu coloco agora no início, e a outra coloco no final.

Eu sei que o número de mortes é (faz um bom tempo) absurdo, mas tem algumas coisas que eu não concordo nas determinações.
Aqui em Pernambuco foi decretado nessa semana uma quarentena (lockdown, fechamento, paralisação, bloqueio...) do dia 18 ao 28 de março. Imaginei que isso iria acontecer, pois batemos o triste recorde de mortes nessa pandemia  Mais de duas mil mortes num dia, é o equivalente a quase 10 aviões de grande porte caindo num mesmo dia.
Imaginou? Com uma queda a gente já fica desanimado... Ou pelo menos ficava.
Nem sei se vão se assustar mais com avião caindo depois dessa pandemia...
Nem sei também se vai fazer alguma diferença esse novo lockdown em Pernambuco para nós que trabalhamos com shows e eventos, pois como falei acima, o bloqueio para nossa classe está funcionando desde março do ano passado, ininterruptamente(!).
Estamos, literalmente, anestesiados.
O que mudou para minha "turma"? E eu estou incluído.
Acho que quase tudo!
Não tinha como não ser assim.
Alguns (poucos) colegas e amigos que tinham estúdios de gravação e mixagem de áudio, ainda estão conseguindo fazer trabalhos sem se afastar da profissão.
Mas quem nunca teve essa estrutura, teve realmente que se virar com outros trabalhos.
Para quem tinha carro, o serviço de motorista de aplicativo foi a primeira opção.
Lembro de um colega da profissão me falando que estava pensando em fazer um curso para ser vigilante. E se não me engano, foi antes da pandemia.
É... Antes da pandemia já não estava muito fácil pra gente.
Cachês defasados, demora pra receber, sem férias, sem décimo terceiro, sem segurança no emprego...
Fazendo uma comparação, a gente é bem parecido com um funcionário público.
Só que inversamente!!!!!!!!!
Dependendo do artista, perdemos o emprego com um simples comentário de um amigo desse artista que estava vendo o show e não gostou do som, e falou para ele no camarim que não entendeu muito o que ele estava cantando.
Pronto. Motivo grande para ser demitido, que no nosso caso usam o termo "não preciso mais do seu serviço".
Inclusive, sou totalmente contra colocar artistas na justiça. Nunca nem pensei em fazer isso, e estou na profissão desde 1992, quando comecei a trabalhar em shows.
No áudio, comecei em 1988 como DJ.
Sabemos que é assim que funciona, desde a Arca de Noé. Mas pode mudar? Lógico que pode.
E não tem só pontos negativos, tem os positivos também.
Minha irmã, por exemplo, fica horrorizada quando falo que ganhei num show, o que ela ganha num mês. Mas isso é só com alguns trabalhos, viu?
Mas o texto aqui não é para falar sobre isso. Um dia faço um texto só com este assunto, ok?
Vamos voltar pra pandemia.
Na realidade, a gente gostaria mesmo era de sair dessa porra de pandemia e não voltar, né? (Riso amarelo)
Mas a gente nem começou a sair direito...
Já falei tanto, que esqueci do caminho que estava seguindo. Vou lá em cima ler para me situar. (Risos)
Ahhhh! O que mudou pra minha turma... Quase tudo.
Quem acompanha meus textos aqui, sabe que passei mais de três meses numa lanchonete, ajudando um amigo.
Lógico que eu recebi por esses meses lá, mas era mais uma ajuda de custo do que um salário.
Fui mais para ajudá-lo e para sair de casa! Respirar! Fazer algo!
E foi muito bom!
Mesmo tímido, achei que me saí bem.
Tratar com pessoas, não é uma tarefa fácil, principalmente para mim, que não sou muito de fazer "arrudeio" pra falar alguma coisa.
Mas acho que me saí bem como gerente de lanchonete.
Já falei sobre esse assunto aqui, é só procurar.
Vixe... Saí de novo do caminho do texto...
(Vocês não tem ideia de quantas vezes eu volto lá pra cima, pra ver o que escrevi...)
Resumindo...
Com essa pandemia, mudou pra mim, e para muitos amigos e colegas do ramo.
Reinventar? Não acho um termo correto.
Muitos mudaram de profissão.
Reinventar pra mim, é inventar algo em cima de alguma invenção (profissão).
No nosso caso, tivemos que mudar de profissão!!!!!
Nos meus grupos de áudio, notei várias "reinvenções"(?).
Motorista de aplicativo, entregador de espetinhos, vendedor de sacolé, vendedor de crustáceos, filmagens com drones, montador de móveis, professor de surf, balconista de farmácia, motoboy para entrega de comida... E por aí vai.
Ou seja... Para mim, eles não se reinventaram. Eles foram forçados a mudar de profissão!!!
E é assim que minha turma está se virando.
As lives só conseguem absorver um número muito pequeno dos profissionais.
Nem no começo esse número foi grande, quando todo artista resolveu fazer essas transmissões, e agora é que não chegam nem perto mais desse número inicial, pois o formato cansou, e para mim não foi surpresa. Já falei também várias vezes o que eu acho de lives.
E é assim que estamos nos virando.
Eu ainda consegui o trabalho de digitalização de acervo sonoro, como também já falei aqui em texto anterior. E foi isso que me salvou!
Mas no caminho até agora, estourei minha conta no banco que abri em 1990, e estourei um cartão de crédito. Mais na frente tento sanar essas dívidas.
Fora isso, tive ajuda da minha Irmã, que pagou algumas contas de água e luz, e de uma Tia que enviou dinheiro para eu pagar os condomínios atrasados.
Não consegui os auxílios do Governo e da Lei Aldir Blanc como PF (Pessoa Física), o que achei um absurdo.
Consegui um auxílio dos EUA(!!!) como operador de áudio, e a aprovação desse projeto aqui do Blog pela Lei Aldir Blanc como PJ (Pessoa Jurídica).
Ahhh. Dois artistas me ajudaram, adiantando cachês para eu pagar depois com serviço em shows ou trabalhos com edição de podcast.
Foi assim que cheguei até aqui, sem cortarem minha luz ou água, e sem problemas para me alimentar. Mas já estava fazendo as contas no começo do ano, e só iria conseguir chegar em abril com essa grana.
Tenho uma grande vantagem. Sou eu e Tom no apartamento.
Tom é o gato que meu Filho pegou para criar, mas quem tá fazendo isso sou eu e a mãe dele (mãe de Raian, não do gato).
Guarda compartilhada de um gato! Acreditam? (Risos).
Meu Filho, que já tem 25 anos, está em São Paulo nesse momento, e já se vira (quase) sozinho.
Está sendo menos difícil para mim do que para a grande maioria dos meus colegas e amigos da profissão.
Não é nada fácil passar um ano sem poder trabalhar, forçando a procura por uma nova fonte de renda, que em muitos casos só foi conseguido com a mudança de profissão.
E "vamos" ter que passar mais um ano sem poder trabalhar na nossa profissão, pelo que vejo nos noticiários!
Quando falo VAMOS acima, é com relação a minha área, viu? Profissionais de shows e eventos.
A maioria das outras áreas, vão continuar como foi no ano anterior, no abre e fecha.
Ou vocês acham que fecham tudo durante um ano completo, como foi no caso do entretenimento?
Não conseguem, né? Mesmo com os números absurdos de mortes.
Não estou querendo dizer também que os grandes shows e eventos devem voltar.
Mas também um lockdown sem prazo de validade apenas para uma determinada classe não é muito justo.
Proibir um trio de músicos tocar num restaurante ou num bar, onde os estabelecimentos estão seguindo as normas exigidas?
Um dia desses teve um decreto aqui em Recife, onde não poderiam fazer lives com mais de dez pessoas. Oxe.
Se esse número fosse exigido para todos os estabelecimentos, eu até aceitaria. Mas só para as lives?
Concordo não.
Ou seja... Em muitas outras áreas acontece um certo "relaxamento" nas normas, ou uma certa tolerância.
Na minha área é tolerância zero!!!!
E desde março de 2020!!!!
Mais uma vez afirmo: Não sou à favor do relaxamento total pra todos.
Só não concordo com o lockdown total e irrestrito somente para pouquíssimas áreas.
A única coisa boa nessa história (se é que posso chamar de boa), é que ninguém pode dizer que o número assustador de mortes nessa pandemia é por causa dos shows que estão acontecendo. Né?
Por que é mais difícil o povo ficar em isolamento aqui no Brasil?
Na minha opinião, dois pontos principais: 1- Brasileiro nunca foi fã de seguir normas. 2- Diferente de muitos países, o auxílio financeiro aqui está sendo pouco, foi complicado solicitar e não chegou para todos.
E para fechar com chave de ouro esse assunto, na quarentena que vai começar amanhã aqui em Pernambuco, foi anunciado que "concessionárias de veículos" vão poder abrir.
Não acreditam?
Vejam a explicação no vídeo abaixo, onde o sorriso amarelo de pedro eurico (letra minúscula mesmo) só não apareceu por causa da máscara! Ele é secretário de alguma coisa. Para vocês terem ideia do nível aqui.

Como meu pessoal que está sem poder trabalhar desde março de 2020 vai reagir ao ver uma explicação dessas?????????
Me digam?


Como achar que a frase "estamos no mesmo barco" faz sentido?
Por essas e outras, quando me perguntam se eu estou vendo uma luz no final do túnel para a profissão, eu respondo: --- Que luz????? Não consigo nem ver o túnel!!!! Quanto mais ver uma luz no final dele, né?
Esse túnel, acho que minha turma só consegue ver em 2022.
E a luz?
Deixa eu ver o túnel primeiro, ok?
Um abraço a todos.

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