quarta-feira, 3 de março de 2021

Automator - Problemas com dores causadas pela repetição da digitação ou do copy/paste? Seus problemas acabaram!!!!


 

Olá pessoal.
Nem consegui escrever o texto da semana que passou.
Como normalmente escrevo sobre meus trabalhos nos shows e eventos que participo, e esses shows e eventos estão proibidos desde março do ano passado, fico quase sem assunto para falar aqui, né?
Como podem ter notado, ultimamente estou escrevendo sobre assuntos um pouco fora do tema "Shows", mas sempre tendo a música ou o áudio como pano de fundo.
Tenho aqui no Blog a seção "Mudança de Palco" quando quero falar de coisas totalmente fora do contexto, como indicar filmes, lugares, bares, ou qualquer coisa que achei legal.
Já cheguei até a indicar aqui uma casa de prostituição, mesmo não sendo adepto dessa prática.
Mas que as meninas eram espetaculares, ahhhhh, isso eu não posso negar.
Nunca bebi uma dose de vodka tão cara na minha vida!!!!!!
Pelo que me recordo, foi 20 reais cada dose!!! Na quinta dose, parei. (Risos)
Quem quiser ler sobre o caso, procure no Blog pela palavra "Cuscuz".
Vamos voltar ao assunto de hoje...
Com poucos (ou nenhum!) trabalho em shows e eventos, os assuntos rarearam aqui.
Como sabem, se leram os textos anteriores, estou num trabalho de digitalização de um acervo sonoro, onde tudo é muito igual, como numa linha de montagem de automóveis.
As pessoas e os robôs fazendo sempre a mesma coisa, dia após dia...
Tudo muito repetitivo, automatizado...
Automatizado!


 


 

Por causa dessa palavra, apareceu um assunto legal para deixar registrado aqui no Blog!
E vai ter relação com o áudio, que é o assunto prioritário desse espaço.
O trabalho desse ano lá na FUNDAJ pelo Estúdio Onomatopeia, não difere muito do anterior, que eu fiz lá em 2017.
Até a sala é mesma!!!!! Acho que já falei isso em texto anterior.
A única diferença entre os dois trabalhos é que nesse atual não vamos só digitalizar discos de vinil. O resto é igualzinho!
Pois bem...
Estou na mesma função nesse segundo trabalho.
Fico na parte da edição e nomeação de todas as faixas (tracks) dos CDs, dos discos de vinil, das fitas K7 e das fitas de rolo.
É muita faixa, viu??
Como foi em 2017.
E por causa dessa quantidade enorme de faixas que eu tenho que editar, e principalmente pelo trabalho de nomear cada faixa com uma nomenclatura diferente, a repetição é absurda!
Eu já estava imaginando a dor que apareceu no meu cotovelo no final do trabalho de 2017 retornando aqui nesse novo trabalho.
É muita repetição de movimento para nomear as faixas.
Pelo menos, era!!!!!!!
Quando o estúdio notou que o tempo de digitalização do áudio dos CDs era muito menor que o tempo que eu levava para editar e nomear as faixas desses CDs, resolveram colocar mais gente para editar essa faixas.
Foi aí que tudo mudou. Pra melhor!
Kiko e Diego já trabalham no estúdio, no setor de áudio e trilha para comerciais e/ou cinema.
Mexem muito com Pro Tools e Cubase.
Passei para eles como eu estava fazendo o trabalho de edição e nomeação no Pro Tools, e falei que não conhecia um método mais rápido no Cubase, principalmente que uso pouco os dois softwares.
Foi quando meu amigo Kiko Santana (sósia do cantor Jorge de Altinho) me falou que poderia acelerar esse trabalho, principalmente na hora de colocar os nomes nas faixas, mas fora do Pro Tools.
Oxe! Falei que por mim, tudo ótimo!!!
Se ele conseguisse acelerar essa nomeação das faixas, já seria um avanço absurdo!
Falei para ele o passo-a-passo na criação das faixas, e ele ficou de tentar achar um meio de acelerar isso.
Qual é esse passo-a-passo?
São 4 arquivos de áudio para cada faixa digitalizada.
1- O áudio bruto, original, em WAV (44.1/16bit), do jeito que foi colocado no CD.
2- Esse mesmo áudio em WAV, mas com o nível de volume normalizado.
3- Esse mesmo áudio normalizado, mas em MP3 (320kbps).
4- Os primeiros 30 segundos desse áudio normalizado, também em MP3.
Ou seja... 2 arquivos em WAV, e dois arquivos em MP3.
Vou usar como exemplo para mostrar a nomenclatura, a faixa 1 do CD 133.
Ficaria assim os nomes das faixas:
1- CD000133_001
2- CD000133_001 N
3- CD000133_001 MP3
4- CD000133_001 CLIP
Imaginem agora fazer isso em 30 faixas de um CD, onde tudo é igual, mas o número da faixa tem que mudar para 002, 003, 004...
Já peguei CD Duplo, com mais de 50 faixas em cada um!
Aí já tem outra nomenclatura:
1- CD000133_v001_001 (Faixa 1, do disco 1, do CD 133).
Deu para notar que o trabalho maior é na colocação dos nomes nos arquivos, né?
Eu sei que tem outras ações antes da nomeação, mas essa última parte, realmente é a mais demorada.
Foi aí que Kiko me apresentou o Automator!!!!!


Automator for MAC, infelizmente. Software para usuários da Apple. Não tem para Windows.  
Imaginem os fogos de artifício de uma virada de ano...
Foi o que eu senti ao conhecer o que ele era capaz de fazer, fiquei muito animado.
Não vou entrar muito nos detalhes do software, minha intenção hoje aqui vai ser apenas mostrar o quanto ele está me ajudando nesse segundo trabalho de digitalização de acervo sonoro, e o quanto ele pode ajudar outros técnicos em algum trabalho de nomeação de muitos arquivos de áudio, ou de qualquer outro tipo.
Vou tentar textualizar aqui, contando também com a ajuda de algumas fotos e vídeos, como eu estava fazendo antes e como estou fazendo agora, usando o Automator.
Não tenho nenhuma foto e vídeo do modo que eu estava fazendo antes, pois nem quero mais lembrar do sofrimento.
O que já posso adiantar é que antes eu levava uns 15 minutos para editar um CD com uma média de 15 faixas.
Agora levo uns 8, ou até menos para fazer o mesmo trabalho.
Lógico que esse tempo mudava de acordo com o número de faixas do CD, mas no Automator, tanto faz nomear uma ou duzentas faixas. O tempo é simplesmente o mesmo!!!!
Menos de 10s para chegar aos arquivos e selecioná-los, e menos de 2s para colocar os nomes nesses arquivos!!!
Como são 4 tipos de arquivos diferentes, é só fazer a conta. Para eu colocar o nome em 4 ou 400 arquivos, levo menos de 1 minuto!
Como eu fazia antes?
Dentro do Pro Tools (PT), importava os áudios do CD digitalizado que vinham apenas com a numeração da faixa: 01, 02, 03, 04...
Depois de copiados para a sessão do PT, colocava o nome na primeira faixa (CD000133_001), copiava este nome e colava (faixa por faixa) só mudando o número da faixa no final.
Imprimia esses nomes direto na "waveform" (forma de onda).
Por causa disso, ao final dessa nomeação, já tinha os primeiros arquivos brutos, com o nome correto.
Ia na pasta de áudio do PT, copiava os arquivos e jogava na pasta do CD FINALIZADO, criada com a identificação CD000133.
Segundo passo, normalizar todas as faixas.
Fazia isso no modo destrutivo (overwrite), para não perder os nomes que eu já havia colocado, pois na outra opção, onde ele cria uma nova forma de onda, o PT muda todos os nomes.
Depois de normalizar todos os áudios, acrescentava (faixa por faixa) a letra N no nome do arquivo usando o copy/paste, que ficava assim: CD000133_001 N.
Também imprimia esse nome diretamente na forma de onda.
Ia novamente na pasta de áudio e copiava os novos arquivos que foram normalizados e já estavam com o novo nome, e jogava esses arquivos na mesma pasta que coloquei os primeiros áudios.
No terceiro passo, eu mudava novamente o nome de cada faixa usando o copy/paste, trocando o N por MP3 no final (CD000133_001 MP3) e exportava todos os arquivos de uma vez só para a pasta dos finalizados, mas transformando em MP3 (320kbps), pois os mesmos ainda estavam em WAV.
Cansaram? Tem mais.
Vamos para o quarto passo.
Cortava todas as faixas ao mesmo tempo nos 30 segundos iniciais, dava o "fade out" em todas, e consolidava essa edição.
O nome de todas as faixas mudava com essa consolidação.
Por causa disso, eu colocava novamente o nome na primeira faixa com a nova nomenclatura (CD000133_001 CLIP), e colava em todas as faixas usando o danado do copy/paste, mudando apenas o número da faixa 002, 003, 004...).
Feito isso, exportava também essa novas faixas transformando em MP3 para a pasta do CD finalizado.
Feito. CD editado e nomeado.
Imaginaram quantos copy/paste eu dei nessa edição de 1 CD?
Nem contem, para não sofrerem.
Agora... Com o Automator... A coisa mudou de figura!!!!
Como vocês podem ver abaixo, o software tem várias funcionalidades. E entre elas está a opção "Renomear arquivos em massa".

Sabendo disso, Kiko criou 4 "macros" para o trabalho de nomeação.
O que são macros?
Falando bem resumidamente, uma macro permite ao usuário realizar várias tarefas com apenas um comando.

Macro criada para nomear as faixas MP3.

O usuário tem que criar essas macros, elas não vem prontas.
Lembram que cada faixa gera 4 arquivos, não é?
Faixa bruta, faixa normalizada, faixa normalizada em MP3 e faixa normalizada clip (30s).
Então meu querido Kiko (que eu chamo carinhosamente de Kiko de Altinho, só para arretar ele), criou uma macro para cada nomeação.


Clique na imagem para ampliar.

Com essas macros, não mexo em mais nada nos nomes dentro do PT.
E já começa pelo áudio bruto.
Não importo mais esses áudios para o PT, copio direto para a pasta do CD finalizado.
Com esses áudios já na pasta, abro a primeira macro, chamada "tracks".
Abrindo essa macro, apenas preciso colocar o número do CD. No caso aqui, coloco CD000133.
Na próxima vez que abrir, só preciso mudar o final (134, 135, 136...).
Dou um clique e vou até a pasta do CD finalizado onde estão os áudios com os nomes 01, 02, 03, 04...
Seleciono todas as faixas e dou apenas UM click. Pronto. Todas as faixas estão com os nomes CD000133_001, CD000133_002, CD000133_003, CD000133_004... E como já estão no formato WAV 44.1/16bit, já estão finalizadas e no lugar certo!
No vídeo abaixo, mostro a primeira colocação dos nomes no áudio bruto.

Como falei antes, depois das faixas selecionadas, e do comando para fazer o serviço, não chega a 2 segundos o tempo para a mudança dos nomes.
Uma pegadinha! Pra não falar que é perfeito. Tem que ter atenção num detalhe.
Quando você abre a pasta no MAC para selecionar as faixas, o normal é aparecer como na foto abaixo.

Visualização normal.
Esses com X no nome, são pastas que eu crio antecipadamente, para poder exportar as faixas separadamente do PT, e não misturar com as outras faixas brutas que já estão na pasta principal, inclusive porque as faixas exportadas N e MP3 ficam com os mesmos nomes.
Por isso faço as três exportações para pastas distintas.
Voltando para a pegadinha que falei antes... Tem um comando nas janelas do MAC (no Windows também tem) que você inverte a visualização.
Ou seja... Em vez de você ver na forma crescente, a visualização fica invertida, como mostra a foto abaixo.
Visualização invertida.

Aí é onde mora o perigo!!!!
Se a pessoa selecionar as faixas na visualização invertida, usando como exemplo um CD com 10 faixas, o Automator vai colocar o nome da faixa 10 como 001, a 09 como 002, a 08 como 003...
Ou seja... L A S C O U !!!!!!!
Ele nomeia pela posição de visualização e não pelo numeral!!!!
Fica a dica.
Dica de vida ou morte!!!!
Pois se usar a visualização invertida na seleção, você nunca mais vai ser chamado para um trabalho de digitalização e edição de áudio de acervo sonoro!!!
Todo o trabalho da equipe vai ficar absurdamente errado!!!
A dica da seleção invertida, foi de Kiko também. Acho que nem vou tirar mais onda com ele, chamando-o de Altinho... (Risos)
Valeu Kiko!!!!
Para garantir, pois seguro morreu de velho, depois de todo o trabalho de nomeação usando o Automator, e após apagar as pastas temporárias que ficam no final, e já sabendo qual é a primeira e a última música do CD, confiro ouvindo os 4 arquivos da faixa um, para ver se realmente é a faixa correta. Com isso tenho a certeza que não selecionei nada invertido na hora de colocar os nomes.
Fica a dica novamente. Agora a dica é minha, viu??
Viram que seus problemas com as dores causadas pela repetição da digitação ou do copy/paste acabaram???
Pois é...
E não foi a "Polishop" que resolveu, né?
Menos copy/paste para todos.
Para finalizar, vou colocar abaixo um vídeo da minha tela mostrando eu nomeando todas as faixas das três pastas (Normalizada, MP3 e CLIP) de um CD com 11 faixas.

Depois que eu clico no primeiro atalho "N" (Normalizado), foram 53 segundos para nomear 33 faixas, com 3 nomenclaturas diferentes.
E não usei o copy/paste uma única vez.
Não esqueçam que eu levaria os mesmos 53 segundos para nomear 900 faixas!
Muito bom, né??!!!
Um abraço a todos.


 

2 comentários:

Brigidio disse...

Bom demais! O povo do som direto usa um app parecido se não for o mesmo! Valeu muito a dica!

Titio disse...

Oi Brigídio.
Já falei aqui um tempo atrás sobre o Plural Eyes, que facilita o pessoal do vídeo na hora de sincronizar os áudios com as imagens.
Tem um vídeo mostrando o poder da ferramenta, mas até hoje eu não escuto gente falando que usa o software.
Será que ele faz menos do que mostram no vídeo?
Boa pergunta.
Obrigado por participar do Blog.
Um abraço.