quinta-feira, 16 de junho de 2022

Curiosidade no acervo da FUNDAJ - Pausa analógica.

Olá pessoal.
Em abril desse ano, encerrei o trabalho de digitalização do acervo sonoro da FUNDAJ, pelo Estúdio Onomatopeia.
Foi mais de um ano digitalizando, e já tinha participado desse mesmo trabalho em 2017/2018, também pelo Onomatopeia.
E nesses trabalhos, me deparei com várias curiosidades.
Pegamos vários formatos de discos, feitos de diversos materiais, e até já devo ter falado deles em textos anteriores.
Por exemplo, eu lembro que falei do disco que tocava do final para o início no "Parece mentira, mas foi verdade!".
Discos coloridos eu já tinha tido contato quando fui DJ no final dos anos 80, o que não me causou surpresa ao encontrá-los nesses trabalhos.
Nos deparamos com discos em vários formatos, como esse da foto abaixo em forma de sino, produzido para as festas de fim de ano.

Já peguei um disco feito de papelão, produzido para a campanha política de Jânio Quadros...
Achei o texto de 2018, onde falo dessas curiosidades. Clique AQUI para ler a postagem do primeiro trabalho lá na FUNDAJ.
Vim falar hoje aqui de uma curiosidade que encontrei nesse último trabalho em 2021/2022.
Tirei as fotos no dia em que me deparei com o disco "estranho", mas acabei escrevendo sobre outros assuntos.
Mas não poderia deixar de falar desse caso, porque nunca tinha visto algo parecido.
Não apaguei as fotos do celular porque eu queria falar sobre o caso de todo jeito, e resolvi escrever hoje.
Eu estava editando os áudios digitalizados, quando um dos meus amigos que era responsável por essas digitalizações, me chamou a atenção para os espaços gigantescos entre as faixas de um disco.

Dei uma olhada no disco e não consegui entender do que se tratava.
Continuei editando os áudios.
Não demorou muito para meu amigo achar a razão dos grandes espaços entre as faixas.
Ele estava digitalizando, e depois da primeira faixa, ele achou estranho a demora para começar a outra faixa, pois ele sempre tem que marcar onde começa cada faixa, para eu me guiar nas edições.
Esperou, esperou, esperou.... E nada de começar a outra faixa para ele colocar a marca!
Oxe. Não passa para a outra faixa!!!!
Ahhhhhhhhhhh!
Tá explicado.
A agulha fica ali presa, em loop, e não segue em frente.
O usuário tem que levantar o braço com a agulha e colocar mais na frente.
Falei na hora: --- Criaram uma pausa analógica!!!!!
Na foto abaixo, o áudio contínuo que chegava para mim, onde eu editava faixa por faixa.
Logo acima da "waveform" (forma de onda), ficam as marcações em amarelo, indicando o início de cada faixa.
Mas na própria forma de onda, dava pra "ver" onde cada faixa começava, por causa dos picos produzidos pela mudança manual das faixas.

Clique na imagem para ampliar.

Aí peguei a capa do disco para dar uma olhada.
E estava lá a explicação.
Tinha um propósito, como vocês podem ver na foto abaixo do texto que estava estampado na capa.

Mesmo com meu inglês chulo, entendi o propósito.
Mas traduzi aqui para vocês, usando o Google Tradutor.
"Para facilitar o uso dessa gravação em sala de aula, as seleções individuais são separadas umas das outras por ranhuras travadas. Ao final de cada seleção, a caneta de gravação (no caso, a agulha) permanecerá na ranhura travada até ser movida manualmente".
Eram aulas de música.
Making Music Your Own (Fazendo sua própria música) - Silver Burdett (1965).
É uma coleção formada por 7 discos.


Achei muito interessante a ideia, principalmente por ter sido em 1965!
Pausa analógica.
Esse termo foi eu que inventei na hora. Foi a primeira coisa que veio na cabeça!
Fica então registrado aqui essa curiosidade que eu achei interessante.
Espero que vocês tenham achado interessante também.
Um abraço a todos.

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