terça-feira, 20 de setembro de 2016

Trabalhando em casa - Tem que se adaptar.


Olá pessoal.
A briga tá grande no país com relação ao Uber!
Logicamente, são os taxistas que estão brigando, né?
Pela grande maioria da população, creio eu, e estou dentro desta maioria que eu creio, o Uber já era pra estar legalizado faz um bom tempo!!!
O que danado tem o Uber a ver com som???
Era só uma comparação que eu queria fazer para começar a falar deste trabalho que comecei numa salinha dentro de uma produtora de vídeo, depois fui transferido para uma outra salinha dentro de um estúdio de áudio, e finalmente o diretor que monta os programas comigo notou que poderíamos fazer isso sem sair de casa!
Isso eu já tinha notado depois de fazer alguns programas...
Estou montando os programas de rádio de um candidato a prefeito de uma cidade do interior de Pernambuco.
Se não houver segundo turno, este trabalho termina no dia 28 deste mês.
Não tenho muito pra falar sobre este trabalho.
Estou usando meu Cubase (Versão 7) para editar os áudios e uso duas caixinhas da Yamaha modelo HS 50M, que pertencem ao estúdio de áudio (HB Studio) responsável por estes programas.
Algumas vezes já reeditei programas em casa usando fones, quando ainda estava nas salinhas anteriores.
Primeiro local de trabalho.
Tenho dois laptops. Um ficava na salinha externa e o outro aqui casa.
Sempre fazia o backup do dia num HD externo e trazia ele pra casa.
Qualquer urgência, era só ligar o HD no meu outro laptop e abrir o projeto normalmente no Cubase7 que também está instalado neste laptop.
Um laptop está usando o sistema operacional Windows 10 e o outro está com o Windows 7.
Sem problemas.
Uma coisa que eu não podia esquecer de jeito nenhum, era a chave de autorização para usar o Cubase, que é um pendrive. Podemos ter vários laptops com o Cubase instalado, mas só podemos abrir o que estiver com a chave de autorização, chamado também de "iLok".
No centro o iLok do Cubase. Na esquerda o HD externo e na direita a saída para as caixas de som.
E o que isso tudo tem a ver com o Uber!!!?????
Tudo a ver...
Um tempo atrás, fim dos anos 80, começo dos 90, isso que eu faço hoje aqui em casa tranquilamente era inimaginável.
Os estúdios eram enormes, as mesas também. Os gravadores multipista eram enormes também.
E tudo custava uma fortuna!!!!!
Lembro até hoje do dia, no começo dos anos 90, quando eu trabalhava com jingles e já usava computador, em que trocamos a mesa analógica por uma digital.
Meu irmão jurou que eu poderia salvar a mixagem do jingle e se eu tivesse que regravar posteriormente alguma coisa deste jingle, eu apertava um botão e toda a mixagem que fiz dias atrás (ou meses ou anos atrás) iria voltar igualzinho como salvei!
Duvidei na hora, sem pestanejar!
Segundo local de trabalho.
Era muito comum refazer o jingle várias vezes.
E toda vez eu tinha que começar do zero na mixagem.
Logicamente, nunca ficava igual a primeira versão.
Aqui em Recife atualmente, já teve colega que me falou que as agências estão pedindo mais de um DEMO (até 3!!!!) de jingle para ver se escolhe algum!!!
Jogo duríssimo!!!!
Voltando a minha mesa digital décadas atrás...
Como eu queria que alguém tivesse tirado uma foto da minha cara no primeiro dia que chamei uma cena de uma mixagem de um jingle na mesa O3D da Yamaha...
Inacreditável!!!!!!!
Mesa O3D da Yamaha.
Como é bom a inovação. Como é bom a renovação. Como é bom o avanço da tecnologia.
Já tem gente hoje em dia mixando trabalhos em casa (home studio) de bandas que estão a milhares de quilômetros de distância do local.
Qualquer dia desses vai ter gente gravando online ao vivo, o cara no estúdio em Recife e o guitarrista no Japão, tudo ao mesmo tempo, via internet, ou uma coisa melhor ainda que internet.
Coisa parecida com isso o pessoal já vem fazendo há um bom tempo.
O cara mixa a base (ou manda uma cópia do projeto completo) e manda o(s) arquivo(s) para o cara no Japão, onde ele coloca esta base (ou abre o projeto) no software dele, grava a guitarra ouvindo a base e manda somente o arquivo de áudio da guitarra de volta para o cara em Recife, que coloca este áudio no software dele e mixa normalmente a música.
Você podia até fazer isso antigamente, mas teria que enviar a fita MASTER via Correios ou coisa do tipo, e torcer para que a fita não sofresse nenhum dano, ou se perdesse no caminho.
Risco absurdamente grande!
A internet veio para ficar. Como a gravação e manipulação do áudio digital.
Como acho também que o Uber é sem volta.
Em casa!!!
Sei também que a inovação acaba prejudicando alguns, como antigamente prejudicou os fabricantes de fitas para gravadores de rolo.
As escolas de datilografia fecharam.
O cobrador de ônibus, do jeito que anda a coisa, vai sumir da relação de profissão.
Antigamente, nas rádios, tinha o operador de áudio e o locutor.
Hoje o locutor faz as duas coisas.
Os estúdios deixaram de ganhar dinheiro com as cópias dos jingles que eram enviadas para as rádios.
Muita gente começou a gravar em pequenos estúdios ou até em casa, para só no final fazer a mixagem num estúdio de grande porte, ou seja, estes estúdios de grande porte deixaram de ganhar muito dinheiro, pois menos horas eram vendidas.

Os "drones" abalaram o aluguel de aeronaves para filmagens aéreas.
Qualquer dias desses, não duvido, o operador de áudio vai mixar um show ao vivo em casa, sentado na sua sala, usando fones ou pequenas caixas de som, via internet, ou como disse antes, alguma coisa até melhor que internet. E o palco a quilômetros de distância... Não duvide não, viu?
E os caso são muitos... Nem vou descrever mais.
O taxista "normal" vai ter que se adaptar a inovação, acho que não tem jeito. Ou vai acabar, como é o caso do cobrador de ônibus ou o rapaz que recebia o ticket do estacionamento.
Eu me adaptei e não reclamo por causa disso, até gosto muito.
Muitos técnicos e/ou operadores de áudio ficaram pelo caminho por não acreditarem no digital.
Acharam um absurdo o computador fazer parte do mundo do áudio.
Usar um mouse para mexer no som? Isso não deve prestar. Pensavam...
Pois é...
Nem sei onde estava o diretor hoje, a gente se fala por WhatsApp, e ele vai me explicando como quer. E nem fiz as contas para ver quanto vou economizar de gasolina, pois o carro não sai do estacionamento do prédio.
Já finalizei aqui o PGM 22 (Programa 22), e já enviei pela internet.
Já aprovaram e já vão liberar para as rádios de Caruaru, que vão veicular amanhã.
Enquanto isso, fui no mercadinho comprar extrato de tomate, fiz o almoço, lavei pratos, troquei o garrafão de água e almocei.

Deu tempo ainda de chupar duas laranjas!
Acho ainda que vou dar uma caminhada mais tarde para ver se as dores diminuem.
É... Meu corpo é que teima em não se adaptar a minha idade mental!!!!
Um abraço a todos.

2 comentários:

Júlio Graef disse...

Boa tarde Titio,

Sempre que posso visito teu blog, pois gosto muito das tuas postagens.
A forma como colocas as coisas é sensacional!

Enfim, sinto-me preocupado com tuas colocações sobre mercado de trabalho, etc e tal.
Por quê não fazes concurso público?
Eu fiz.
Este é o meu cargo:

Técnico em Audiovisual
40 horas semanais
Exigência para assumir o cargo: Ensino Médio Profissionalizante ou Ensino Médio Completo com experiência de 12 meses.
Salário BASE inicial: R$2.175,17 (graduação paga 25% a mais sobre o base. Pós-graduação paga 30% sobre o base e mestrado paga 52% sobre o base).

Pode não ser uma renda muito boa, mas paga algumas contas básicas e não morro de fome.
Os bicos entram como extra.


Aqui seguem mais informações sobre o que tem pra ti pertíssimo da tua casa (até 10 de outubro):
http://www.covest.com.br/concurso2016/inicio.php

https://www.ufpe.br/agencia/clipping/index.php?option=com_content&view=article&id=27643:concurso-ufpe-2016--tecnicos-administrativos&catid=436&Itemid=243

Se quiser, tenho várias apostilas de vários concursos para te repassar e analisar o conteúdo das provas.

AbrasSom!

Titio disse...

Oi Júlio.
Sei que você sempre está dando uma passada aqui no Blog.
Obrigado por participar.
Rapaz... Nunca pensei em fazer concurso público. Acredita?
Não gosto muito da ideia de ficar "preso" num lugar, sem poder fazer uma turnê, ou sem poder pegar um trabalho no carnaval, na política ou coisa do tipo, onde a remuneração é bem legal.
Sem contar com as emoções, né?
Conheci lugares no Brasil e no exterior por causa do trabalho como freelancer.
Passei uns 6 ou 7 anos como DJ fixo em uma boite aqui em Recife entre as décadas de 80/90, e lembro que deixei de fazer muita coisa por causa disso.
Como operador de áudio, tive que sair de um trabalho freelancer "fixo" com um artista aqui de Recife porque perdia também muitas oportunidades que eram mais vantajosas financeiramente e até profissionalmente mesmo.
Não podia fechar nada com outras pessoas no carnaval, São João, Reveillon, etc, pois eu dava uma preferência a este artista. Tive que sair, não teve jeito.
Faz tempo que aqui em Recife não dá para ficar fixo com um artista, são raros os casos.
Ainda estou achando interessante arriscar como freelancer, mesmo passando por alguns sufocos.
Eu anoto tudo que ganho com meus trabalhos, para ter ideia de quanto seria a média por mês.
Este ano, até a data de hoje, a média está em R$ 2.788,00.
Ano passado a média foi R$ 2.959,00 e a melhor média que consegui foi em 2013, onde juntando todos os meses e dividindo por 12 deu R$ 3.933,00.
Isso apenas com shows e eventos.
Eu sei... Tem mês que não entra nada, mas é o risco, ou o preço que eu pago pela liberdade!
Eu tinha um trabalho fixo com GM (General Motors), onde eu montava os áudios para rádio e TV da Chevrolet para 3 Estados (PE, PB e RN). Acredito que você já tenha lido algo sobre isso aqui no Blog, pois sempre comentei este assunto.
Perdi este trabalho porque não aceitei baixar tanto os preços como eles queriam.
E foi por causa disso que deu uma instabilidade aqui, pois perdi este fixo, que não me atrapalhava tanto nos outros trabalhos, só não podia mais viajar para o exterior.
Sabe uma boa opção que vejo atualmente?
O Uber!
Ter outro trabalho onde quem faz os horários sou eu.
Já tem técnicos amigos meus fazendo isso aqui no Recife.
Mas ainda está uma confusão danada, com os taxistas protestando, até violentamente.
Dei uma olhada nos links que você me enviou, mas continuo achando que a remuneração não compensa.
Mas conheço também colegas que estão fixo em teatros aqui, não aguentaram a instabilidade do freelancer.
Eu vou tentar resistir mais.
Um grande abraço e obrigado pela preocupação!