terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Martins na prévia do Eu Acho É Pouco - Duvido que acharam que foi pouco.

 
Foto by @klenilton_de_araujo
Olá pessoal.
Carnaval chegando, né?
Mas antes eu trabalho no Porto Musical nos dias 2 e 3 de fevereiro, operando o monitor do evento, onde já fui informado que nenhuma das dez bandas vai levar técnico de monitor.
Nem técnico de PA.
Mas o texto hoje não é para falar de trabalhos que ainda vão acontecer, e sim dos que já aconteceram!
Esse de Martins aconteceu no dia 20 desse mês.
Foi uma prévia de carnaval de um bloco famoso aqui de Olinda chamado "Eu Acho É Pouco".
Só fiquei sabendo pela produção do artista que o show iria ser na quadra de esportes do Colégio de São Bento, que fica em Olinda.
Vixe... Quadra de esportes?
E tome reverberação... Já imaginei.
Fui convidado dessa vez para operar o som do PA.
Por causa disso, fui atrás de um colega ou amigo para fazer o monitor, enquanto aguardava as informações técnicas da produção do evento.
Recebi o contato da empresa de som, que já foi uma boa notícia, pois sei que a L&R de meu amigo Ricardo é muito organizada, que sempre prezou pelas manutenções dos equipamentos.
Conheci Ricardo quando ele alugava só microfones sem fio, e acho que era só do tipo headset.
Não lembro mais se ele tinha microfones de bastão...
Não importa.
Desde a época dos microfones, ele cuida dos seus equipamentos como pouca gente aqui na região.
Essa foi a notícia boa... 
Falando com ele, vieram várias outras informações (ruins).
A primeira foi o palco. (Foto abaixo)
O palco.
Tomei um susto com o palco.
Falei para Ricardo que não era um palco, era um tablado! (Risos)
Falo muito sem pensar, quando respiro para falar, já falei.
Conversamos muito sobre o evento.
Fiquei sabendo que seria apenas uma mesa de som, a LS9 da Yamaha, que ficaria ao lado do tablado. (Eita! Quis dizer palco)
Vamos lá... Mesmo sendo apenas uma mesa, fui falar com a produção de Martins que era muito importante colocar outro técnico para fazer o monitor, enquanto eu ficava lá na frente com o iPad operando o som do PA.
A produção concordou e fui continuar minha conversa com Ricardo, onde enviei o Rider Técnico desse show de Martins, para combinar com ele como iríamos colocar a banda no meio daquele círculo.
Foi aí que veio a pior notícia.
Ricardo me falou que o produtor do evento não queria a bateria dentro do círculo, ele tinha "decidido" que a bateria iria ficar ao lado do DJ, na passarela lá atrás, como mostra a foto abaixo.
Clique na imagem para ampliar.
Falei na hora que não concordava, que não era legal para a banda ficar com o baterista separado lá atrás, principalmente por causa do ambiente muito reverberante.
Fora isso, meu amigo Rapha B teria que gritar a contagem para a banda poder escutar ou usar um megafone para as contagens iniciais, que geralmente é o baterista quem faz isso.
O posicionamento do DJ estava perfeito!!!!
Acabei convencendo Ricardo sobre colocar o baterista no círculo, e fiquei despreocupado.
Não lembro se foi no mesmo dia ou no outro, que Ricardo entrou em contato falando que não teve acordo!
O produtor do evento falou que a bateria ficaria lá atrás, ao lado do DJ.
Solicitei o contato do produtor para poder conversar sobre o assunto e tentar mostrar pra ele que não era legal para a banda (e artista) o posicionamento do baterista lá atrás.
Não teve acordo.
Ele falou que era impossível a bateria ficar no círculo.
Foi aí que novamente falei antes de respirar fundo...
Falei: --- Primeiro, isso não é um palco, é um tablado.
(Ele já ficou meio "arretado")
Segundo, sabe qual é o maior problema que vejo aqui nos eventos?
As produções montam as estruturas do jeito que querem, e nem olham como é a formação dos artistas contratados!
E se eu soubesse que seria desse jeito, eu nem iria fazer esse trabalho e não estaria falando com ele por telefone!
(Aí ele se arretou de vez!)
Falou que era melhor cancelar então etc etc etc.
Falei que não sou eu que cancelo show de artista, só não aceito fazer o trabalho.
Mas não tinha como eu fazer isso agora, pois o evento aconteceria dois dias depois.
Falei que iria passar o problema para o produtor do artista, pra decidirem se iriam fazer com a bateria lá atrás.
O que eles decidissem, eu iria fazer.
Quando fui falar sobre o problema com o produtor do artista, ele já tinha recebido mensagem do produtor do evento falando que fui grosseiro com ele, etc etc etc.
Falei que fui direto nos meus comentários, sem "arrudeios", como descrevi no texto acima, aí pode parecer grosseria mesmo.
Tem uma frase que acho perfeita: "A sinceridade anda de mãos dadas com a grosseria".
Passei meu ponto de vista para minha produção, e esperei pela decisão do artista/banda/produção.
Nesse intervalo de tempo, liguei para meu amigo Brigídio, que iria operar o som da banda Mombojó nesse mesmo evento, estranhando porque só eu estava brigando por esse posicionamento da bateria.
Ele não estava sabendo de nada!
Só sabia que o palco era redondo.
Depois de mostrar para ele a foto do palanque (quis dizer palco!), e informar onde ficaria a bateria, ele concordou na hora com meu posicionamento e disse que iria falar com a produção da Mombojó para entrar em contato com o produtor do evento.
Pelo menos eu teria mais alguém apoiando a causa.
Nessa nossa conversa, combinamos até como ficaria a arrumação dos músicos no palco, que serviria para as duas atrações, como mostra a foto abaixo.
Clique na imagem para ampliar.
Só é um trombone no show de Martins.
Coloquei dos dois lados que era só pra escolher onde seria melhor para todos.
Mombojó iria começar, e em seguida seria Martins.
Foto by @klenilton_de_araujo

Depois de Martins, o produtor do evento poderia colocar a bateria até no banheiro, sem microfones!!!!
Cada um que brigue por seu artista.
Mas um pouco depois que desliguei o telefone, recebo a mensagem da produção do artista falando que tudo estava resolvido, que a bateria iria ficar na base do "pole dance". (Quis dizer novamente palco!)

Não sei qual foi a alma caridosa que resolveu o problema, nem avisei Brigídio que estava resolvido.
Deixa a produção dele falar também, pensei com meus botões...
O estresse maior foi esse, mesmo eu achando que a reverberação iria ser outro problema grave, mas queimei minha língua.
No soundcheck já notei que não era uma coisa absurda.
Só para explicar, dupliquei os canais na LS9, onde de 1 a 32 eu usaria para o PA, e do 32 ao 64 meu amigo Rafael usaria para fazer o monitor.
Fiquei direto no local do evento, porque eu já tinha decidido isso antes.
E o atraso para ligar o gerador só retificou o que eu já tinha resolvido.
Soundcheck.
Depois do soundcheck fui almoçar na esquina e aguardei pela hora do show de Martins.
O evento começou cedo, e se não me falha a memória, o show dele começou antes das 20h.
Foi tanta gritaria no início do show, que tive que levantar o fader do máster, pois não ouvi mais nada do lugar onde eu estava.
Passei todo o show lá na frente com o iPad, num lugar estratégico na arquibancada, onde era menor o contato com o público, e não levei empurrões ou cotoveladas.
Por incrível que pareça, não perdi o sinal do meu roteador em momento algum do show, mas já tinha avisado Rafael, que se houvesse algum problema de realimentação e ele achasse que poderia ser no PA, que ele assumisse o controle, porque poderia ser que eu não tivesse o controle da mesa nesse momento.
Pela quantidade de gente no recinto, e pela distância que fiquei do roteador, achei que o risco de perder o sinal seria grande.

Mas não saí do lugar durante todo o show, que foi muito bom!!!!
Já perto do final do show, percebi dois faders de canais levantados lá no final, que eu não tinha ideia do que se tratava.
Desliguei rapidamente e baixei os faders, mas depois que vi os faders subindo novamente, e li o nome que estavam nesses canais (LIBERA), percebi que era um aviso de Rafael lá da mesa de som, e esses dois canais eram mais dois microfones sem fio que ligaram no palco para os convidados cantarem juntos no final!!!
Até onde eu sabia, só seriam dois microfones sem fio, um deles para os convidados.
Não levei meu celular lá para a frente, por isso não tirei fotos ou fiz vídeos durante o show.
As fotos onde apareço operando o som usando o iPad, foram tiradas sem eu perceber pelo meu amigo Raí, iluminador que trabalhou no show da Mombojó.
O vídeo de uma parte do show, que estava quase no final, baixei da página do Eu Acho É Pouco no Instagram.
Vídeo by @euachoepouco

Mesmo pelos poucos segundos do vídeo já dá para se ter uma noção de como foi o show, né?
A turma "mandou ver" no "Ringue de Sumô". (Palco!! Palco!!)

Lembrou o show em Natal!
Até esbarrei com o produtor do evento na hora do soundcheck, mas fiz questão de não me apresentar.
A bateria estava no lugar mais coerente, e era o que me importava.
Ainda passou pela minha cabeça, depois do final do apoteótico show de Martins, tentar encontrar o produtor/arquiteto, para falar:
Tás vendo que não é impossível a bateria ficar no meio do teu tablado???
Mas não tenho mais idade para isso.
O mais importante foi o resultado do show, e a alegria do público!
Que não foi pouca!
De pouco, só no nome do bloco!
E tenho certeza que todos que estavam no evento, acharam que o show poderia ser muito mais longo!
Ahhh... Com certeza, acharam pouco.
Pouco tempo!
Um abraço a todos.

PS: E o palco? Ahh, achei pouco também.

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