quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Operando o monitor do show Almério & Martins em Natal - O que falar desse show...?

 
Final do show - Lado 1 do palco. (Foto Lilli Rocha)
Olá pessoal.
O que falar desse trabalho...?
Seria a frase mais correta de colocar no título da postagem.
Me empolguei. Mas com razão.
Vamos começar pelo começo.
Fui convidado mais uma vez para operar o monitor do show Almério & Martins.
Para quem ainda não conhece, e tá achando que é uma dupla sertaneja, vou explicar.
São dois artistas daqui de Pernambuco, e cada um tem seus trabalhos próprios.
E não é música sertaneja!!!
E eles tem esse show juntos!
Logicamente com as músicas dos dois!
E essa junção ficou muito boa. Pra não falar excelente!
Ouvi recentemente o disco(?) de Martins lá no Deezer, e fiquei muito animado em ver (ouvir) um trabalho tão bem feito.
Músicas, composições, som, mixagem...
Hoje em dia, onde tudo está sendo resumido, como abreviar palavras nos textos de WhatsApp, ou diminuir as introduções instrumentais das músicas porque o ouvinte atual está muito imediatista, e não tem paciência para escutar introduções longas, parar para ouvir um disco (digital) inteiro com 12 músicas é quase uma missão impossível para muita gente!!!!
Pois bem...
Eu parei para ouvir todo o disco.
E é muito bom!!!!
Ouvi de novo no primeiro dia do ano num churrasco, e continuei com a mesma impressão... É muito bem feito!
O disco de Almério está quase saindo do forno também...
Não duvido que venha coisa boa.
Showtime. (Vídeo by Lilli Rocha)

Mas vamos ao show, eita(!), quis dizer trabalho, que aconteceu em Natal no dia 7 desse mês, no RN Music 360 Festival.
Pela relação dos equipamentos, já sabíamos que não era um equipamento TOP, era um equipamento de médio porte.
Duas mesas X32 para o PA e monitor...
Não era bem detalhada a lista, não falava dos modelos de microfones, era bem resumida.
Foi até cogitado pela produção dos artistas usar o técnico da empresa de som para fazer o monitor do show, ou contratar um lá de Natal.
Meu amigo Adriano, que iria fazer o som do PA conseguiu convencer que seria melhor levar alguém de Recife que todos conheciam.
E me chamaram.
Final do show - Lado 2 do palco. (Foto Lilli Rocha)
Seguimos de van pela manhã, indo direto para o restaurante que ficava ao lado do palco.
Almoçamos e aguardamos nossa hora de soundcheck, que estava marcada para às 14h. 
Depois do soundcheck é que iríamos para o hotel.
Levamos dois sistemas de in-ears para os cantores, e foi a primeira coisa que liguei quando chegou nossa hora.
Tentei conectar o iPad na mesa de som, usando o modo DHCP, mas não tive êxito.
Aparecia um endereço muito louco na mesa.
Adriano apareceu ao meu lado para ajudar, e enquanto eu fui vendo outras coisas, ele colocou manualmente o endereço da mesa e conectou com meu iPad.
Navegar na tela da X32 usando os botões de "setas", ninguém merece!!!!
Com o iPad conectado, fui checar os monitores e o side.
Na realidade eram dois sides!
O palco tinha dois lados!!
Era pra ser um palco 360 graus, que virou moda atualmente, mas como não tinha espaço para o público nos outros dois lados, fecharam esses lados e deixaram apenas dois lados abertos.
Onde estava a mesa de som do PA, chamei de lado um.
Distribui os monitores no palco, colocando duas vias distintas para os cantores, formadas por duas caixas cada, sendo cada via num lado do palco.
Os cantores iriam ficar circulando de um lado para o outro.
Adriano deu a ideia de colocar os dois microfones sem fio para Martins, deixando um de cada lado do palco.
Achei ótima a ideia.
E Almério iria usar o microfone Neumman dele com fio.
Esse microfone faz uma diferença absurda!
Colocamos cabos longos tanto no microfone de Almério como no violão de Martins.
Passei rapidamente o som dos monitores da via um, e copiei a equalização para todos os outros monitores, pois eram do mesmo modelo.
Não tinha tempo de checar um por um.
E dei uma ajustada no side, que era o mesmo sinal para os dois lados do palco.
Achei que seria mais relax o soundcheck...
Mas ficou bem corrido.
Showtime. (Vídeo by Lilli Rocha)

Quando tenho cantores com in-ear, combino com meu amigo que vai fazer o PA, que vou colocar primeiro a voz do cantor no in-ear dele, e depois a gente começa a passar a banda normalmente, começando pela bateria.
No caso de Martins, coloquei a voz e o violão no in-ear dele e nos monitores da frente.
Depois de colocar a voz de Almério no in-ear dele e nos monitores, seguimos com o soundcheck.
Estou a muito tempo tentando usar o método pós-fader para fazer monitor, principalmente quando todos usam in-ears, mas sempre acabo usando o velho pré-fader nos trabalhos.
Sei que é mais rápido o modo pós-fader, e fiz até algumas vezes com Mestre Ambrósio, mas morro de medo dos faders doidos que encontro nas mesas de som, e no modo pós-fader isso é mortal!!!
E não consegui achar ainda o ponto certo no pós...
Mas está nos meus planos.
Precisa de legenda? (Foto by Lilli Rocha)
O soundcheck foi caminhando sem problemas.
Enquanto Adriano ia passando os canais lá na frente, eu ia organizando os monitores e os fones dos cantores.
Estava tão tranquilo no palco, que o baterista não pediu nada(!) no seu monitor, alegando que estava ouvindo tudo.
Logicamente eu tinha enviado as duas vozes para ele.
Era a única coisa que estava no monitor dele.
O guitarrista só pediu o baixo no monitor, e o baixista só pediu a guitarra no monitor.
No monitor do trombone, só o trombone!
Coloquei tudo no side, e acho que foi isso que facilitou a monitoração.
Como o palco não era grande, o que saía nas quatro torres do side ajudou para todos escutarem bem.
Ainda tinha a volta do som do PA para ajudar, mas essa volta era mínima.
Só tive problema de RF no in-ear de Martins, que falhou durante todo o soundcheck, mesmo eu fazendo o "scan", mudando a frequência duas vezes.
Fora isso, todos estavam satisfeitos e encerramos o soundcheck.
O pessoal foi para o hotel, e eu fiquei para resolver o problema de RF.
Natalie ficou também para ajustar umas coisinhas na luz.
Eu tinha 4 sistemas de in-ears da Shure (PSM900).
Foi quem me salvou.
Usando meu analisador de espectro TinySA (foto abaixo), dei uma conferida nas frequências que estavam no AR...
Analisador de espectro TinySA.

Tinha uma torre de telefonia visível ao lado da praça.
Mas não mostrava um congestionamento na tela do analisador.
Eu tinha 4 sistemas PSM900, com 2 num "range" de frequência e dois noutro range.
Range é o espaço de frequências em que o sistema trabalha.
Ex: Sistema 1 trabalha da frequência 470 MHz até 692 MHz.
Eu via as frequências dos dois sistemas que estava usando no analisador.
Como não tive problemas com o in-ear de Almério, resolvi usar em Martins o outro sistema que estava no mesmo range do sistema de Almério.
Usando o scan, ajustei a frequência, dei uma andada pelo palco para conferir, e me dei por satisfeito.
Dei uma arrumada também na mesa de som, porque na correria eu copiei as equalizações nas vias de monitor, mas esqueci de marcar as opções dessas cópias, e todas as vias ficaram com o mesmo nome e cor!!!!!
Acho desnecessário essa opção de copy/paste onde até o nome é copiado.
Por mim, não existiria essa opção!
Quando notei que todas as vias estavam com o mesmo nome e cor (Frente1/Verde), coloquei uma fita crepe com os nomes das vias corretas para seguir com o soundcheck.
Para mudar um nome na X32 é uma novela!!!!!!
Fiz esses ajustes na mesa de som depois de resolver o RF.
Tudo certo agora.
Natalie tinha acabado a parte dela também, pegamos um Uber e seguimos para o hotel.
Nem jantei, decidi comer algumas coisinhas no camarim antes do show, e sabia que teria uma(s) pizza(s) no final.
A mudança de palco foi bem rápida!
Ahhh. Esqueci de comentar uma coisa.
A vontade da equipe técnica do evento de deixar tudo certinho, durante o soundcheck, durante a mudança das bandas na nossa hora, e durante todo o show foi muito importante para o resultado final!
Os técnicos da empresa de som, a roadie, o diretor de palco que assumiu também a função de roadie...
Todos foram extremamente profissionais!!!
Quando chequei todas as vias e todos os canais, falei para nossa produtora que podia começar.
Lili chamou a banda e...
Falar o que do show...?
Lembrei de uma frase do baterista numa postagem no Instagram desse show dias depois, que não lembro se foi Martins ou Almério que publicou, onde o baterista escreveu nos comentários:
--- Esse show foi inesquecível!
Realmente essa frase de Rapha B define rapidamente como foi esse show.
Realmente eu acredito que todos que estavam ali fazendo parte daquele show não vão esquecer.
Pela primeira vez eu curti o palco com dois lados.
Estava meio traumatizado com o palco da Praça do Arsenal em Recife.
Com relação à monitoração, NINGUÉM ME PEDIU NADA durante todo o show!
Nem Martins falou nada de falhas no in-ear!
Vou até perguntar isso pra ele.
No meio do show ainda olhei para o baterista e fiz sinal perguntando se estava tudo certinho pra ele, só com as vozes dos cantores no seu monitor.
Ele disse que estava tudo certo.
Não me dei por satisfeito, e coloquei sem ele saber, um pouco de bumbo e baixo no monitor dele! (Risos)
Não tenho mais como expressar com palavras o que foi o show.
Vou deixar isso para os vídeos e fotos que estou colocando nessa postagem para ilustrar, como esse abaixo, onde filmei o final do show do início da música.
As fotos e vídeos, com certeza, falam e expressam muito mais do que minhas palavras.
Não acham?
Não tenho mais o que escrever sobre esse show (ou trabalho).
Só agradecer pela oportunidade de ter participado de um grande espetáculo!
Até uma próxima oportunidade.
Depois do show?
Só comemorações!
Bebi na rua duas "caipifrutas de seriguela" (não tinha de kiwi) e fui comer uns retalhos de pizza no camarim.
Todos felizes no camarim!
E para completar a alegria, teve a notícia da música de Almério/Isabela Moraes na voz de Maria Betânia...
Aí foi que lascou mesmo!

Vai ter AFTER? Perguntei. (Olha como eu estava?)
Aí teve o coro respondendo: ---Vaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
Eu vou!!!!
E fui.
Fomos!
Olha a prova abaixo.
Com Rapha, Ítalo e Rogê, e minha caipifruta!
Farra boa!
E merecida!
Mais duas caipifrutas.
Só que de kiwi!
Um abraço a todos.

2 comentários:

Mario Jorge Andrade disse...

Muito bom, Titio!

Titio disse...

Obrigado Mário.
Acho que passei direitinho como foi o trabalho (show?), né?
Um abraço.