Dia 2 de abril trabalhei num show fechado (só para convidados – não existe bilheteria). Era um congresso do SINTEPE – Sindicato dos Trabalhadores em Educação
Voltando ao evento do SINTEPE...
Na van, a caminho do hotel para a montagem dos equipamentos, comentei com os outros técnicos, Normando (operador de monitor) e Roberto Riegert (iluminador), que estava achando tudo muito tranqüilo, com tempo de sobra para fazer as coisas. Todos riram. Mas realmente não teve agonia mesmo não. Tivemos o tempo necessário para ligar os equipamentos e esperar o artista com a banda para passar o som. O equipamento era muito bom, um line array (4 caixas por lado) D.A.S., mais 4 subs (2 por lado), duas mesas digitais M7CL e um monte de luz, que por não ser minha praia, não vou entrar
Não recordo com certeza a hora que acabamos o “sound check”, mas acredito que foi por volta de 18:30 ou 19h. Tinha tudo para ser um show tranqüilo, mas para mim não foi, diferentemente da monitoração feita por Normando que foi muito tranqüila e elogiada por todos da banda e pelo cantor. Fomos para o camarim e ficamos esperando a nossa hora, pois o show estava previsto para começar as 20h. Grande engano! Houve um atraso significativo, e começamos lá para as 22h ou mais. Pouco antes de começar, fiz um “line check” (conferi se alguns canais estavam chegando certinho), pois exatamente os canais relacionados ao cantor tiveram que ser desligados para que alguma coisa ou pessoa ocupasse o mesmo lugar no palco, pois haveria uma apresentação teatral depois das palestras e antes do show. Tive problemas com os dois canais de voz, que estavam chegando com uma diferença de volume. Este problema também interferiu na monitoração. Após alguns minutos, consertamos este problema, e começamos o show, mas mesmo assim os canais chegaram muito mais baixos do que tínhamos deixado e eu tive que aumentar rapidamente os ganhos dos mesmos na primeira música. Já ouviram falar da Lei de Murphy? Ela diz entre outras coisas, isso: “Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.” Quem quiser mais detalhes dessa Lei de Murphy, é só ir neste link: http://www.facom.ufba.br/com024/murphya/murphy.htm .
Continuando...
Não estava me sentindo confortável com o som, achava que estava sem definição em alguns pontos. A minha mesa não estava no centro, me fazendo constantemente sair da minha posição, indo até o centro para ouvir como estava. Alexandre, que fazia nossa produção, veio me falar que tinha ouvido algumas pessoas falarem que estavam achando que os instrumentos estavam cobrindo a voz do cantor. Sou o típico do operador que não faço o som pra mim, e sim para o público, e sempre levo em consideração os comentários na hora do show, desde que eu ache que os mesmos fazem sentido. Dou sempre uma averiguada em alguns comentários. E nesses lugares fechados e pequenos em que o público fica muito perto do palco, temos o velho problema da soma do volume do som dos instrumentos que sai no P.A. com o volume do som acústico dos instrumentos e amplificadores que sai do palco. Temos que dosar isto o tempo todo durante o show. Quanto mais o guitarrista aumenta seu amplificador ou o baterista bate com mais força na caixa, menos volume colocamos dessas peças no som da frente. Quanto maior e mais aberto o espaço, temos menos interferências deste som que vem do palco, facilitando a mixagem. A sala tinha, se eu não me engano, 16m de largura por 32m de comprimento. Mesmo sendo um line array, que produz uma cobertura muito mais homogênea que um sistema convencional, ainda senti que o som geral nas proximidades do palco estava muito mais forte do que o que chegava pra mim na mesa. Lógico! Quem saiu das cadeiras e foi para perto do palco, ouvia o som do P.A. com uma soma muito forte do que vinha do palco. Mas não tinha só público na frente do palco, tinha muita gente vendo o show das cadeiras onde estavam sentadas, e eu tinha que mandar som para essas pessoas, que não ouviam com a mesma intensidade o som que vinha do palco. Resumindo... Passei um tempinho para equilibrar estes volumes, que ainda acho que não ficou 100% (tenho que acabar com esta mania de sempre me criticar - kkk), mas o que faltou (se é que faltou, não é?) para chegar nestes 100% só seria notado por quem trabalha com isso, o que não era o caso daqueles professores. O mais importante é saber que não houve mais comentários em relação ao som e todos os CDs e DVDs levados pela produção foram vendidos!
Uma torre de delay poderia até ajudar neste show, mesmo naquele espaço, mas torre de delay já é assunto para um outro tema.
Estou juntando casos de métodos (não muito comuns) usados por proprietários de empresas de som, para receberem o dinheiro do aluguel do equipamento. Aguardem. Tem muita coisa interessante.
Um abraço a todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário