Olá pessoal.
Não estava nos planos comentar este show em que trabalhei na terça-feira passada, dia 18, pois achei que não havia nada interessante para comentar. Mas acho que estou ficando refém do Blog, e me esforcei para encontrar algo para falar. O show seria o Portátil, de Silvério Pessoa e seria filantrópico para ajudar num programa contra violência. Mesmo sendo filantrópico, “rolou” um cachê para a equipe. Já falei para o “patrão” que poderia contar comigo em shows filantrópicos, mas nunca tinha pensado em shows para campanhas ou programas do Governo ou Prefeitura. Sou fã de instituições como AACD, IMIP, NACC, Hospital do Câncer. Sempre faço doações para estas nas contas de água e luz. Acredito nestas instituições e vejo as coisas acontecerem. Tinha achado até meio injusto eu aceitar o cachê para este show, mas quando acabou o evento eu mudei de idéia. Tenho verdadeira aversão à política, e antes que alguém me chame de alienado, eu digo que tenho razões de sobra para esta fobia! Não vejo até hoje uma preocupação verdadeira dos políticos com o bem-estar da população. Quando eu começar a enxergar isso, deixo de votar nulo.
Então, retificando meu pensamento sobre filantropia... Trabalho de graça para instituições como as que citei acima, mas para programas ou campanhas de Prefeitura e/ou Governo, não. Pelo simples fato de não acreditar nas intenções das Prefeituras ou Governos. Mas vamos voltar ao show...Sabia que não teria problemas com o som, pois esta foi uma condição para se fazer o show. O som teria que ser legal. E foi. O sistema era formado por um Line Array D.A.S. Aero 28 com cinco caixas por lado, complementado por duas caixas por lado de sub-graves da FZ. Muito bom.
O sound check estava marcado para as 16h, mas houve atraso na montagem do equipamento, e quando cheguei, acompanhado de um dos donos da empresa de som, o relógio marcava 16:30h e tudo estava ainda no chão. Fiquei um pouco preocupado, e ainda liguei para a produção para segurar o pessoal em casa, mas todos já estavam à caminho. Esse problema foi um dos fatos que achei interessante comentar, pois mesmo atrasado, tudo foi muito rápido. E pude comprovar, mais uma vez, a praticidade do sistema Line Array ativo (original!!). Ficou acertado que não usaríamos nenhum monitor de chão no palco, e nenhum amplificador, pois não teríamos guitarra e baixo. Enquanto eu ajudava na plugação dos instrumentos no palco, as caixas do P.A. eram içadas e o multicabo era ligado à mesa digital da frente. Por serem digitais as duas mesas, nenhum equipamento extra foi necessário como equalizadores, gates, compressores, processadores de efeitos, etc.
Quando eu fui para frente, a mesa já estava configurada. Só esqueceram de trazer o CD player e eu chequei tudo com minha bonita voz de “taboca rachada”. Quando o player chegou, eu já estava na outra fase.
Agi que nem agência de propaganda, ou seja, mexi numa única freqüência do equalizador insertado no máster da mesa, só pra dizer que mudei algo. Nada é perfeito de primeira para as agências de propaganda. (risos)
Isso era o que eu queria passar pra vocês. Como tudo fica bem mais simples quando o sistema é bom. Não perdi tempo nesta fase. Tive só um contratempo com a caixa da bateria, pois o funcionário da empresa ligou errado. Trocou dois canais. O microfone da caixa estava na bandeja. Consertamos este erro e fizemos normalmente o sound check. Outra coisa. A mesa digital DM 2000 da Yamaha não faz (absurdamente) link de canais par > ímpar (4 > 5 ou 16 > 17). Este link é necessário para canais estéreo, como é o caso da voz de Silvério, pois linkando os canais, tudo que é mexido num canal (equalização, compressão, etc), acontece a mesma coisa no outro. Os dois canais da voz de Silvério estavam chegando nos canais 16 e 17, e eu não podia fazer o link. Para resolver isso sem ter que mudar os cabos atrás da mesa e colocar em outros canais que permitissem o link, eu simplesmente peguei dois canais vagos (21 e 22) e digitalmente mudei o input deles, informando que agora o input destes canais seriam as entradas analógicas 16 e 17. Para ser mais claro, eu fiz outra rota para os sinais que estavam entrando nos canais 16 e 17 da mesa, sem mexer em nenhum cabo atrás da mesa. Agora sim, eu poderia fazer o link nos canais 21/22, mas o controle de ganho analógico continuava sendo os botões rotativos dos canais 16/17.Aguardamos só alguns minutos no camarim para começar. E nesses minutos de espera, comi meio quilo de uva verde. Vício.
Tudo normal com o show.
Mas que o pessoal da comunidade que estava no local estava mais pra ver um pagodão ou uma banda de forró com bailarinas gostosas, ah isso eu acho que tava.
Aquele velho detalhe do show errado, no local errado, para o público errado. Na Europa não temos muito isso, pelo menos só senti duas vezes desde a primeira ida em 2005, mas aqui no Brasil, o bicho pega!
Um abraço a todos.
4 comentários:
Beleza de Texto Titio. Realmente o som fez a diferença. Gostaria apenas de colaborar com suas reflexões sobre o show "filantrópico". Bem! O show não foi para a prefeitura nem Governo. Recebi o convite da ONG MOVPAZ que não tem fins lucrativos e atua na difusão de uma cultura de paz nas escolas e universidades, além de trabalhar intensivamente em Brasília para a campanha do desarmamento.No campo do 11 em Santo Amaro a ONG criou o CINE PAZ para exibir para a comunidade filmes sobre os pacifistas(Ghandi, Madre Tereza de Calcutá, Biko, Mather Luther King,Lennon... Todos são voluntários em todo Brasil. A prefeitura e o Estado foram procurados para colaborar com a estrutura,além de mobilizar grupos de direitos humanos, pois o som e o palco foram devidamente remunerados, e a minha "pequena" equipe também foi remunerada com um caixa da ONG que foi deslocado por meu pedido sabendo que não são todos que precisam acreditar em movimentos, ongs, etc...além de minha filosofia ser trabalho é trabalho para minha equipe. Já minha militância é projeto pessoal. E para finalizar minha colaboração, o público me emocionou; comunidade pobre, onde a violência e o trafico de drogas imperam, receberam meu som com curiosidade e ainda procuraram CDs para comprar. É sempre assim, pequenos e preciosos passos.
Parabéns e vamos em frente!
Iuhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!!
Oi Silvério.
Falei do Governo e da Prefeitura porque achei estranho aquele senhor de paletó que fez um mini-discurso antes do show usando o nome do Governo. Não quer dizer que a ONG não é séria, mas os políticos não perdem a chance de usar os eventos como propaganda política em qualquer dia do ano, mesmo quando só estão colaborando com a estrutura. Num site de buscas, digitei Programa Vida Nova e me deparei com uma reportagem que dizia que era o Governo que estava lançando o programa. O título era: "Governo de Pernambuco lança o programa Vida Nova". E o primeiro parágrafo era: "O Projeto, voltado para o resgate da cidadania de crianças e jovens, foi lançado pelo governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos (PSB)."
O endereço do site desta notícia é: http://www.psbceara.org.br/noticias/texto.asp?var=&id=209
Tu sabes que eu sou cabeça-dura com relação à política. Kkkkkk
Um abraço.
oi Titio! O que você achou da combinação DAS com o sub FZ? Eu já vi em local fechado, no teatro guararapes e achei excelente, mas a acústica ajudava. Como se sairam em local aberto? Quanto ao evento, legal a iniciativa e vi que Silvério vai tocar na carreata pela Paz. Onde há político no meio, sempre há aquele espaço para propaganda. É sempre aquele ditado... é pra político? governo? pagamento adiantado!!
Abraços!
Oi Felipe. É muito bom combinar DAS com FZ, ou EAW com EV, ou Meyer com Adamson. Não tem perigo dá errado. Como falei no texto sobre o show em Santo Amaro, não perdi tempo no início do sound check equalizando o P.A.. O show foi o Portátil, não tinha um punch forte, pois era só viola, violão, acordeom e a únicas coisas que dependiam do sub era o bumbo da bateria (que tinha a espessura de uma zabumba) e a zabumba. Por isso não posso opinar sobre o desempenho do P.A., mas não tenho dúvidas que o resultado num show normal seria muito bom.
Um abraço.
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