terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Carnaval 2010 – Ótimos trabalhos (quase todos) e ótimas recordações! Parte II

Acabei acordando às 9:15h. Automaticamente coloco meu leite para esquentar no microondas. Só escovo os dentes depois, pois odeio tomar leite com café com gosto de pasta de dente na boca. Como não vou beijar ninguém nesta hora (e já há algum tempo não faço isso aqui), dá para fazer. Agora já sabem outro segredo meu. A primeira coisa que coloco na boca quando acordo, não é água e sim leite com Nescafé Matinal e adoçante!

Ligo a TV para ver se ainda pego algum noticiário, mas nesta hora o que mais temos é receitas de comidas e doces. Mas acabo ainda pegando uns minutinhos de notícias em alguns canais, mas é muito fácil eu já ter visto a notícia na noite do dia anterior.

Recebi por email algumas fotos tiradas pelo cantor Silvério Pessoa. Estou pedindo aos amigos que participam comigo do evento para enviar as fotos, já que Raian não me deixa usar a máquina.

Sabia que o som em Aracaju seria muito bom. A empresa Ricardo Sá usa o line array Francês GEO S 12 da NEXO. Gosto mais do GEO T, mas este S é muito bom também.

Passei a cena do show da Praça do Arsenal para dentro da mesa e coloquei (como sempre) meu CD com a mesma música para tocar. Logicamente troquei a equalização do PA que estava na minha cena pela equalização da empresa de Aracaju. Não tinha quase nenhuma correção e quase não mexi também. Depois de confirmar o que eu já sabia, ou seja, que não teria problemas com o som do PA, aguardei para fazer o sound check enquanto Kiko ajustava as coisas no palco.

Quase choro de emoção quando começamos o sound check e Ricardinho bateu no bumbo da bateria. A diferença sonora em relação ao line Brasileiro do show anterior era absurda! Passei toda a bateria fazendo só pequenas mudanças na equalização. Depois tivemos que apressar o passo, pois estava perto da hora do evento começar. Mesmo na correria, estava tranquilo lá na frente. Era só levantar o fader e fazer pequenos ajustes que ficava bom. Não deu tempo de passar uma música com todos da banda tocando. Iria fazer os ajustes no show mesmo. Mas não estava nenhum pouco preocupado com isso porque sabia que não seria difícil ajustar tudo com aquele sistema de som.

Kiko usou uma cena de monitor do show anterior e isso ajudou no palco também. Ele iria fazer os ajustes finos na hora do show também. Finalizamos o sound check.

O show foi super tranquilo, como eu esperava. Só tive pena dos policiais que ficaram num elevado para poder ver os foliões. Erradamente, colocaram este elevado em frente e bem perto das caixas de um dos lados do PA. Se eles não estavam usando protetores auriculares, sofreram com o volume do som!

Até gravei este show, mas usei o laptop do técnico da empresa de som. Quando fui ouvir no hotel, a gravação estava falhando durante quase todo show. Apaguei. Para variar comi mais do que deveria no hotel Aquarius em Aracaju. A cozinha do hotel é muito legal e já fiquei várias vezes lá. Sabia que iria passar da conta. Comi até peixe, que normalmente não como no almoço ou janta. Gosto de peixe frito tomando uma vodka na praia!

O próximo show seria em Recife, no bairro de Casa Amarela.

Aqui foi interessante. Não conseguiram passagem para chegarmos à tempo de fazer um sound check em Casa Amarela. Não teria sound check! Ficou decidido então eu ir direto do aeroporto para o local do show para adiantar alguma coisa. O nosso operador de monitor (Kiko) e os nossos roadies foram também. Armaram todo nosso equipamento e deixaram na área de escape do palco. Eu passei minha cena da Praça do Arsenal para a mesa, pois o sistema de PA seria um Staner aqui também, só que outro modelo. Mesmo se eu quisesse passar a cena de Aracaju não conseguiria. As versões dos softwares das mesas eram diferentes. A mesa de Aracaju estava usando a versão 3 e a de Casa Amarela era versão 2 ainda. Uma cena salva de uma mesa com versão mais alta não abre na mesa com versão inferior. Ao contrário não tem problema.

Deu tempo de colocar meu CD para tocar e ajustar ao meu gosto. Achei o som bem melhor do que o da Praça do Arsenal. Não tinha mais o que fazer. Salvei minha nova cena no meu pendrive para garantir e fui para casa. Quando cheguei à noite, estava tocando uma banda. Depois deste show seria o show de Antônio Carlos Nóbrega e depois seria Silvério Pessoa. Nóbrega não passou som também. Faria tudo na hora. Quando o show anterior acabou, liguei o cronômetro do meu celular para ter idéia de quanto tempo a equipe dele levaria para começar o show. Tempo marcado: 1 hora e 15 minutos! Eu não queria demorar tanto. Acima, o pessoal de Nóbrega ligando os instrumentos na hora do show. Quando o show de Nóbrega acabou, liguei novamente o meu cronômetro para ver meu tempo. À medida que iam ligando as coisas no palco, íamos passando o som. Baixei um pouco o som do CD de espera que estava tocando músicas de carnaval, e fui ajustando as peças. A cena que passei anteriormente ajudou muito no trabalho. Quando eu falei que estava tudo certo para mim e Kiko deu o ok também, começamos o show. Parei o cronômetro. Tempo: 48 minutos. Ganhei! Silvério não deu um alô no microfone antes. Fiz (e Kiko também) os ajustes durante o show. E foi tudo certo. O som ficou muito bom. O show foi muito bom também.

Só não tinha muito público para presenciar o bom show, diferente do ano passado, que Silvério fez o show para um grande público neste mesmo local.

O próximo (e último) show seria em Glória do Goitá, interior de Pernambuco.

Quarta-feira de cinzas.

Já sabia que o equipamento lá era muito fraco. Fui preparado, mas deveria ter ido mais preparado ainda, pois era um desastre. Line array caseiro. Timbre feio. Mesa analógica. Efeitos antigos. Normando me falou que no contato que ele fez antes por telefone, avisaram que tinha coisa parando nas caixas do PA. Disseram que iriam consertar. Na hora que coloquei meu CD para tocar não senti nada. Nem deu muito tempo, pois a polícia apareceu ao meu lado exigindo que parasse imediatamente o que eu estava fazendo porque estava atrapalhando a missa! Fui para o palco ajudar Normando (que assumiu o monitor deste show) na ligação dos nossos fones. Ele teve que levar um sistema de fones e cabos.

A fome chegou. Meio-dia. Estão os três moradores reunidos aqui no apartamento. Todos na sala. Eu, o iluminador Léo e o sanfoneiro André, que tenta ajustar o seu MAC porque o HD deu pau e ele teve que comprar outro. Está instalando e atualizando todos os programas que ele usa. Não tinha nenhum backup. Está sofrendo por causa isso. Quem disse que MAC não quebra?

Quando a casa está cheia não me sinto só. Como todos viajam para fazer shows, tem vários dias em que fico só no apartamento. Várias vezes enquanto estava sozinho aqui já pensei... Caramba, se eu tiver um “troço” repentino aqui, morro e só vão dar conta disso quando o cheiro ruim infestar o edifício! Comendo o que como, bebendo o que eu bebo, e não fazendo nenhum tipo de exercício, este risco existe e não dever ser baixo!

Falando em comer e beber... Estamos contando os dias para a festa de aniversário de Renatinho Bandeira, músico amigo nosso, que acontecerá sábado que vem na casa dele! As farras lá são sempre “pesadas”.

Enquanto aguardava pelo término da missa, duas pessoas apareceram na house mix com a mesma pergunta: --- Esta banda vai tocar “suingueira”? Pela pergunta, sabia que o público ali não estava muito interessado em ouvir frevo, ou qualquer outro tipo de música que não fosse popular.

Quando a missa acabou, começamos o sound check rápido para começar o show. O som continuava muito estranho, para não dizer ruim. Fui fazendo os ajustes e comecei a gostar do resultado. Ou então eu estava me acostumando com o som ruim! Antes de chegar na metade do show, achei que o som estava pendendo para um lado. Será que é minha posição dentro da house mix? Sai e fui para o meio do povo ouvir. Lembram que o cara do som disse que iria consertar o defeito dos componentes de algumas caixas do PA que estavam parando? Se ele consertou, quebrou de novo! Grande parte das caixas do lado direito estava com o drive (responsável pelos médios e agudos) parado!! Por isso sentia o som pendendo para um lado, no caso o esquerdo. Comuniquei o fato ao técnico da empresa, mas não obtive reação nenhuma. Parecia que ele já sabia que iria dar o problema. Deu vontade de baixar o máster da mesa e ir embora. Mas sou um novo homem. Vamos em frente.

Só me restava torcer para o show acabar logo. O pessoal deu até uma dançadinha nos frevos mais conhecidos, mas a galera lá queria mesmo era ouvir suingueira mesmo! O show acabou. Apertei a mão do técnico da empresa de som. Agradeci por tudo e olhei para a camisa dele para ver o nome da empresa. Decorei o nome. Sou um novo homem, mas não faço mais nenhum trabalho com esta empresa de som. Fechei meu carnaval com Chave de Latão! Mas no geral foi excelente.

Lembrei de um artista que falou uma vez que tinha show que ele fazia somente para pagar as contas.

Lembrei das minhas contas neste dia em Glória do Goitá.

Um abraço a todos.

2 comentários:

Anônimo disse...

cara faz o seguinte, faz feito magnificos, compra um p.a nexo duas mesas digico 8 ou melhor e anda com esse equipamento, ai sim vc vai poder malhar o pau nos p.a dos outros, num tem um pau pra dar num gato e fica fudendo os outros, deixe de ser anti-etico

Titio disse...

Olá Anônimo.
Não gosto muito de responder à anônimo, pois sempre assinei meus textos e mostrei minha cara, mas vamos lá...
Não sou dono de banda como o cara da Magníficos, que de tanto ganhar dinheiro e tocar em som ruim,
resolveu comprar um equipamento top de linha para melhorar o resultado final do som da banda dele. Admiro-o por
isso. Nem sei se vale à pena financeiramente, mas... Ele tem dinheiro, faz o que quer com ele.
O line array NEXO GEO T é um dos meus favoritos.
O timbre é muito bom.
Sou um operador de áudio (ou técnico de som). E sempre tento deixar o melhor possível o resultado final do som
de Silvério Pessoa ou de vários outros artistas que já prestei ou presto serviços. Sou pago pra isso. Não tenho a mesma
força de decisão como meu amigo Kalunga de Ivete Sangalo ou Mário Jorge de Elba Ramalho, mas dependendo do equipamento, eu
dou minha opinião.
Eu cheguei num estágio profissional, que eu não meto o pau ou malho qualquer som. Eu simplesmente falo o que
aconteceu no show. Tenho base para falar. Quando a empresa não presta um serviço bom (do meu ponto de vista, que pode ser diferente para outros), eu não
falo o nome da empresa.
Só falo o nome da empresa que presta um serviço bem feito. Não quer dizer que a empresa é grande.
Já fiz trabalhos com empresas pequenas que usam caixas de som "caseiras", mas o trabalho foi bem feito e tudo funcionava. Como já fiz trabalhos com
empresas grandes e famosas do sudeste do país que ficaram à desejar.
Odeio line array caseiro! Nunca neguei isso. A coisa estava tão ruim aqui em Recife, que não são mais admitidos tais sistemas
em festas que precisam de licitação. Nada mais justo, pois a coisa estava fora de controle. Era só colocar caixas na horizontal que
chamavam line array!! O buraco é mais embaixo, bem mais embaixo.
Nunca falo o nome da empresa de som que não me prestou um serviço decente. Minha intenção não é meter o pau ou malhar quem quer
que seja. Anti-ético pra mim é uma empresa de som colocar um sistema de caixas falhando, como foi em Glória do Goitá.
Simplesmente, vários drivers de Titanium das caixas da direita pararam! Estes drivers eram responsáveis pela parte média e aguda do som.
Você deve saber disso, pelo que pude ver no seu comentário sobre o PA NEXO e a mesa da DIGICO.
Isso sim é anti-ético. Nem o mínimo de condições foi disponibilizado pela empresa.
Normando (sempre falo nomes, notou?), que faz o monitor de Silvério Pessoa me falou que este DEFEITO apareceu em dias anteriores lá, mas que
o responsável pela empresa de som disse que seria resolvido. Mas não foi! Isso sim é anti-ético. Não compare minhas opiniões com atitudes
como esta. Não falei o nome da empresa, mas anotei o nome, e pode ter certeza que não opero mais o som de nenhum dos vários artistas que confiam no meu
trabalho usando o equipamento desta empresa.
Um abraço.