Show de Silvério Pessoa no réveillon do Country Club – Este ano vai mudar algo?

Olá pessoal.

Até para começar o texto aqui tá difícil. Mais uma vez a obrigação em ter que escrever está me incomodando. Estou demorando muito para atualizar o Blog. Vou falar de um evento que fiz há mais de 30 dias. Estou me chateando em ligar meu HD externo toda vez para ver as fotos do evento, no intuito de refrescar a memória e ver o que eu poderia comentar.

A injeção de ânimo que minha “amiga desconhecida” do texto anterior me deu (em off) fez oxigenar a vontade de escrever. Ela me falou que um dos meus textos a influenciou numa decisão pessoal. Vou até dá uma lida nesses meus textos antigos porque acho que eu não estou conseguindo agir de acordo com o que escrevo. Não li o livro que disse que iria ler, por exemplo. Será que o que estou escrevendo é ficção? (risos)

Como posso só falar da parte técnica dos shows se tem coisas que falo da minha vida pessoal que está ajudando alguém!

Mais um ano que começa, e mais um ano falamos que vamos mudar algo, ou deixar de comer algo, ou começar a beber algo, ou deixar de gostar de alguma coisa ou de alguém, ou começar a gostar de alguém ou de alguma coisa. Não tive tantas mudanças nestes meus 44 anos de vida. Pelo menos do jeito que eu acho que poderia ter sido. Será que vai ser mais um ano sem mudanças consideráveis? Mais um ano sem ler o livro que eu falei que iria ler? Será que cheguei ao meu limite de mudanças?

Uma pausa que vou comer um caranguejo ali. O cantor me ligou para avisar e eu não resisti, mesmo eu já tendo tomado meu leite quente com café solúvel, acompanhado por torradas e ovo mexido.

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Pronto. Voltei, coloquei o áudio do CD Drês de Nando Reis para tocar enquanto escrevo aqui. O caranguejo do bar Guaiamum Gigante é incomparável! Se vier ao recife, e gosta de coisas do mar, não deixe de ir lá. Recomendo.

Nando Reis canta “Triste é não chorar. Sim... Eu também chorei”. Bonita música.

Você deve está pensando: --- Este cara não vai falar sobre o show do réveillon não??!!

Vou. Calma. Deixa eu ler lá em cima o texto para ver se ficou incompleto. Deixa eu ver as fotos também!

Acabei conversando no bar sobre mudanças. Falei para Silvério que estava começando o texto exatamente falando sobre mudanças. Que estava precisando caminhar, me movimentar. Mudar. Mudar alguns conceitos e atitudes. Vamos ver se levo isso para frente. Se não fico só no desejo, como aconteceu em muitos anos!

Sabia qual seria o som no Count

Eita! Minha “amiga desconhecida” entrou no MSN. Lasquei-me!

Mesa digital LS9 da Yamaha.

Entramos num acordo, mas tive que me desconectar da internet! (risos)

Sabia qual seria o som no Country Club. Já tinha ido para uma reunião. Por isso estava tranquilo. A mesa de PA seria a Venue Profile da Digidesign que trabalhei na turnê do SESI Bonecos e FITO com a empresa Bizasom. Viajo novamente com o SESI Bonecos em março para Porto Alegre e abril vou para Manaus. Uma semana em cada cidade.

Pois bem... Marcamos o sound check para o dia 30 de dezembro.

Cheguei (para variar) meia hora antes do horário marcado. Gosto de chegar antes mesmo. Já levei comigo as duas garrafas de vinho Concha y Toro para deixar guardadas lá para o outro dia.

Tinha som suficiente para o local. Duas torres de delay ainda para ajudar na cobertura. O PA era um line array Aero28 da DAS. O palco era maior do que eu imaginava. Deu para colocar todo mundo sem apertos. A mesa de PA estava no local que combinei com o presidente do clube e o proprietário da empresa de som na reunião. E a mesa de monitor foi a que já tínhamos acertado na reunião também. Era a digital LS9 da Yamaha. Todos iriam usar fones.

Já estou no segundo CD de Nando Reis.

A montagem do equipamento demorou mais do que o previsto, muito mais!

Começamos tarde o sound check. Ficou cansativo. Ainda bem que marcamos este sound check para um dia antes. Passei uma cena que fiz em casa no meu laptop (usando o software cedido pela empresa fabricante da mesa) e Ítalo (proprietário da empresa de som) ajustou os tempos de delay das duas torres. Todas as cenas das outras bandas partiram desta minha cena.

Nando Reis ficou muito “meloso” e eu troquei pelo áudio deste show do réveillon que gravei. Quem quiser baixar este áudio para ilustrar ainda mais este texto, é só ir aqui:

http://www.4shared.com/file/195968570/aa985874/Reveillon_12-2009.html

O amplificador do baixo deu um problema e tivemos que trocá-lo. Ajustamos mais alguns detalhes e encerramos o sound check. Este seria o primeiro show de Silvério usando o microfone sem fio como microfone principal. O microfone que passa pelo Kaos Pad, que ele usava como voz principal, ficou como microfone só para a hora dos efeitos. Optamos por esta mudança porque estávamos com problemas na voz do Kaos Pad que estava distorcendo com frequência. Fomos para casa (eu estava cansado, não vou mentir).

Cheguei antes da meia-noite no clube. O show estava previsto para acontecer entre 00:30h e 1:00h. O tratamento dado pela diretoria do clube ao artista e a equipe foi um tratamento de rei. Um camarim farto, garçons prestativos, muito legal. Esperamos então pela hora zero.

Enquanto os fogos explodiam no céu, e a rolha da nossa garrafa de champanhe voava no ar, eu pensava em muitas coisas. Pensava no meu filho, na minha nova vida, e em mais um réveillon.

Pensei na minha passividade (aliada a algumas atitudes não muito inteligentes) que acabou com meu casamento, e hoje aqui escrevendo vejo que tenho muito ainda desta passividade. Sinto que ela está interferindo agora no relacionamento com meu filho!

As “atitudes não muito inteligentes” eu acredito que melhorei bastante! Mas a tal da passividade ainda está muito presente, e eu tenho que mudar isso também. Sou muito “se você não quer fazer, se não quer ir, tudo bem... não vou insistir”. Estou começando a enxergar que não pode ser sempre assim.

Fui ligar os nossos equipamentos no palco, enquanto outra banda “segurava a onda” num pequeno palco montado na lateral. O show começou. E bem antes da metade, apareceram estalos no som. Descobri que era no canal de um dos trombones. Eu não tinha comunicação com o palco. Tentei ligar para o celular de Normando que estava fazendo o monitor, mas não deu certo. Então pedi para um amigo que estava passando pela minha frente para ele dar o recado à Normando. O problema não foi sanado. Fiquei com o estalo durante todo show. Deixava o canal fechado durante algum tempo para ver se resolviam no palco, mas quando abria, não demorava muito para o estalo voltar. Vocês não vão notar muito estes estalos na gravação que disponibilizei para download porque eu retirei a grande parte com umas ferramentas que tenho aqui no meu computador.

Ah! Outra coisa que aconteceu. A primeira música foi só instrumental. Silvério Pessoa entra cantando na segunda música. Já tinha notado no sound check que o som dos pratos da bateria estava vindo muito pelo microfone do cantor. Numa das pausas do canto dele na música, eu fechei o seu microfone para fazer uns testes. Realmente, quando eu cortei o som do seu microfone, o som dos pratos diminuiu. Enquanto fazia mais alguns ajustes e pensava como eu iria resolver o problema do som dos pratos, esqueci da volta do cantor e ele voltou a cantar sem o som da voz dele sair na frente. (merda!)

Vocês notam isso claramente na gravação.

A solução encontrada para o som dos pratos foi baixar completamente o volume dos dois microfones que usamos acima da bateria para captar a ambiência dela (e os pratos estão neste meio). Fechei completamente estes dois canais e o som dos pratos ficou vindo pelo microfone do cantor mesmo!

Lógico que não fiquei satisfeito com o geral. Estalos durante o show, o microfone do cantor fechado, o som da caixa 2 que achei estranho durante todo show, etc. Poderia ter sido melhor. Muitas vezes (não são todas) acho que poderia ter sido melhor. Sou um realista tão exagerado, que já sou considerado um pessimista por muitos! E não tiro a razão deles. Acho que posso mudar isso também!

Às vezes sinto falta de alguém ou de alguma coisa. Mas isso eu não quero mudar não. Sentir falta é legal. Se sente falta, você quer, e se você quer, é um desejo. E acredito que a vida é feita disso, uma luta constante para realizar nossos desejos. E se você não tem mais desejos, pra que viver, não é?

Até a próxima.

Se eu estiver vivo, logicamente. Pois para morrer, basta estar vivo!

Entenderam agora o que falei logo acima?

Um abraço a todos.