quinta-feira, 19 de maio de 2011

Mudança de Palco 028 - Seu Jota. Para mim, Boy.

Final do Campeonato Pernambucano de Futebol 2011
No intervalo do jogo, nem consegui sentar de tanta gente.
Eu sou este doido com a camisa verde da seleção de Camarões!
Nunca fui (e não me tornarei) um torcedor "doente", daquele que discute e até briga por causa do time. Eu torço para que ele ganhe, mas se não der, paciência.
Me emociono toda vez que estou no estádio porque me lembro do meu Pai, sempre! Fui muito à campo na companhia dele.
Ia com minha almofada nas três cores e ele levava a dele azul com as iniciais do nome dele bordado. JB. José Bernardo. Ou Jota, como era chamado pelos amigos e parentes. Eu chamava-o de Pai, ou carinhosamente de Boy. Quando eu estava com 10 anos, ele já tinha 63!
Não tenho mais a almofada tricolor, e nem tenho meu Pai mais ao meu lado.
A gente chegava cedo ao estádio e sempre sentávamos exatamente em frente a linha do meio de campo na área reservada aos sócios do clube.
Ele não dava uma palavra durante todo o jogo, e nem se levantava para ver uma jogada mais perigosa ou para gritar gooooooooolllllllllllllll.
Ficava lá, tranquilo, sereno, só observando os caras correrem atrás da bola.
Uma partida de futebol para mim é um anestésico, me sinto mais leve dentro de um estádio de futebol, sem pensar nos problemas. Durante todo o tempo do jogo, quase nada mais vem à mente.
Mas os momentos que passei com meu Pai no Estádio do Arruda sempre estão presentes na memória, e toda vez que sento no cimento áspero das sociais ou nas recentes cadeirinhas de plástico que estão sendo instaladas, a imagem dele com seu boné (para proteger os olhos da luz dos refletores) e sua almofadinha azul explode nos meus pensamentos!

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