quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Show de Silvério Pessoa no Clube Internacional – Amigos, amigos... Negócios à parte.


Olá pessoal.
Nem vou me estender neste texto.
O carnaval começou e está faltando técnico de áudio aqui em Recife para fazer os shows.
Só fica parado sem trabalho quem quer.
Teve gente reclamando que eu não estava atualizando o Blog, mas expliquei que o mesmo está atualizado! Não trabalhei em nenhum show ou evento em janeiro!
Vou me mudar mais uma vez. Vou morar perto da praia... Mas sobre isso falo numa outra oportunidade, porque hoje quero ser breve.
Cheguei ao local do show pela manhã na hora marcada para ligar as nossas coisas e fazer o sound check.
Estava tudo atrasado e voltei para casa com um novo horário para retornar.
O som que estava lá era da empresa nova do meu Amigo Normando (PA Áudio). Não sei ainda direito qual vai ser o nome desta nova empresa.
Infelizmente a PA Áudio se dissolveu e cada um dos meus três Amigos (Normando, Rogério e Mário Jorge) vão seguir caminhos diferentes.
Boa sorte aos três é o meu desejo.

 
Normando colocou o line array AERO28 da DAS mais caixas de subgraves da FZ. De cara eu já sabia que não teria problemas com o som. Com certeza aquele sistema cobriria sem nenhum problema toda a área do show.
Meu único problema foi saber que a mesa para fazer o som do PA seria a LS9 da Yamaha.
Falei com Normando por telefone, agora não como Amigo, mas como técnico do artista e ele como dono da empresa.
Pedi para trocar a mesa pela que estava no palco, que era uma M7CL também da Yamaha, mas que tinha a função DCA (nas mesas analógicas é chamado de VCA).
A LS9 não possui DCA.
Não tou com tempo hoje para explicar aos leigos o que seria VCA ou DCA. Procurem no Blog que eu tenho quase certeza que já expliquei o que seria isso.

 
Se eu faria o show com a mesa LS9? 
Faria pela amizade que tenho com Normando, mas não faria satisfeito. Deixaria claro que estava fazendo só porque ele é meu Amigo, mas numa situação normal com outra empresa a troca teria que ser feita de todo jeito.
Ele notou isso principalmente quando falei que no documento que foi enviado com nossas necessidades para o show não tinha o nome da mesa LS9 nas opções de mesas que eu peço.
Ele nem tentou mais me convencer, vestiu a camisa de dono da empresa e fez a troca das mesas.
Ah! Quem trabalhou com a LS9 no palco foi ele, que é o técnico de monitor de Silvério Pessoa.
Meio confuso tudo isso, não é? (risos)
Amigos, amigos... Negócios à parte!

 
Eu já tinha feito um trabalho no Clube Internacional, mas foi fazendo monitor.
Me assustei ao notar que a acústica lá na frente não era das melhores. Muita reverberação.
O sound check foi tranquilo, só esta questão da reverberação excessiva me incomodou. Fica ruim de definir o som dos instrumentos na mixagem, tudo fica um pouco “emboloado” (confuso).
Como não inventaram uma ferramenta eletrônica para diminuir a reverberação num ambiente, me dei por satisfeito com o sound check e encerramos.
Existem ferramentas para diminuir ou controlar a reverberação de um ambiente. Materiais que são incorporados à construção que servem para rebater, difundir ou absorver as frequências sonoras. O nome disso é tratamento acústico. No Clube Internacional não notei nenhum tratamento acústico, era simplesmente um salão com piso de madeira e um teto bastante alto.
Fui para casa pensando na “tese” que com o salão cheio de gente este problema iria diminuir.
E diminuiu. Apenas diminuiu. Os corpos dos foliões servem como absorventes (não íntimos).
Mesmo ainda contando com a reverberação exagerada do ambiente, o som ficou bem mais claro do que foi no sound check.
Logicamente usei muito pouco dos efeitos eletrônicos de reverberação que eu normalmente uso nos shows em ambientes “normais”.

 
Foram duas horas de show!
Mas estava tudo tão certinho lá na frente que nem senti direito este tempo passar.
O público interagiu durante todo o show.
Cheguei a me arrepiar de emoção em determinadas horas de interação entre o público e o artista (isso inclui a banda também).
Nessas horas percebo o quanto eu faço parte do show. Me sinto como um tradutor, um mensageiro, sei lá... Traduzo ou levo a mensagem que o artista quer passar para as pessoas.
Considero-me uma ferramenta para fazer esta ligação artista/público.
Considero-me importante nestas horas, e isso é muito bom e gratificante!
No final do show, peguei uma das garrafas de vinho Concha y Toro que estava no camarim e fui para casa comemorar com André (acordeom e divide o apartamento comigo).
Um abraço a todos.

3 comentários:

Felipe Rangel disse...

Oi Titio! Realmente, pensei que estivesse desatualizado mesmo! Então, caso precise de técnico pode entrar em contato, caso eu esteja disponível e seja capaz pro serviço.. abraços!

André Maia disse...

Muito interessante sua observação de se notar como parte do show....

Titio disse...

Blz Felipe. Realmente faltou técnico para o carnaval. Nos três shows de Silvério Pessoa, foi um técnico de monitor para cada show.
Olá André.
Sempre achei que os técnicos de áudio (PA e monitor) são peças fundamentais num show, mas quase nunca me dou conta disso na hora.
Já vi técnico de PA tocando guitarra e até fazendo vocal enquanto operava a mesa de som. Acho que já coloquei alguma coisa sobre isso aqui no Blog. Um dos que me lembro foi no Abril Pro Rock, e foi (se eu não me engano) Mário Jorge quem fotografou o técnico tocando.
Um abraço.