segunda-feira, 23 de abril de 2012

Show de Silvério Pessoa em Sertânia – Nem parecia que era um caminhão-palco.



Olá pessoal.
Depois de falar muita coisa em textos anteriores sem ter nada a ver com áudio, resolvi falar um pouquinho sobre meu trabalho.
Recife parou para ver o ex-Beatles.
A cidade parou neste fim de semana de um jeito que nem tocaram no nome de Chico Buarque que também fazia show na cidade.
Foram dois dias de shows no Estádio do Arruda. Lotado no primeiro dia e cheio no segundo.
Como nunca tive uma ligação com as músicas da banda Inglesa, resolvi não ir ao show.
Vamos voltar um pouquinho no tempo, e desembarcar em Sertânia, local do trabalho que fiz com Silvério Pessoa no dia 14 deste mês.
A viagem foi um pouco desgastante porque foi feita de van. Muito chão para ir de van. Quase 320 quilômetros.
Um micro-ônibus seria o mais indicado.
Falei isso para a produção. 


 
Como saímos muito cedo de Recife, e por isso dormi pouco em casa, consegui dar uns cochilos durante a viagem.
Chegamos a Sertânia, deixamos nossas bagagens no hotel e seguimos para almoçar.
Logicamente tinha gente querendo comer carne de bode por causa do local, e seguimos procurando um lugar que tivesse tal iguaria.
Não foi difícil encontrar, e o restaurante ficava ao lado do palco.
Eu fiquei na carne de sol, não gosto de bode.
Depois do almoço, aguardamos no próprio local a chegada da equipe técnica do evento para fazer o sound check.
O hotel ficava também ao lado do palco!
O palco era na verdade, um caminhão-palco. Eu já sabia que seria.



Uma observação: Esta "coisa" vermelha na frente do palco é uma "casinha" que seria usada na apresentação de uma peça de mamulengo (boneco, marionete) que aconteceria antes dos shows. Logicamente ela foi desmontada antes do início dos shows.

Não sou muito fã destes palcos(?).
Me passa a impressão de “gambiarra”, de improvisação.
E não deixa de ser uma improvisação.
Mas até ficou razoável a improvisação em Sertânia porque montaram uma estrutura sobre o baú-palco do caminhão.
Ficou até engraçadinho, e o teto ficou mais alto, melhorando a situação para o nosso iluminador Roberto Riegert.
Eu também já sabia que seria a mesa digital M7CL na frente e uma LS9 (também digital) no palco. Todas as duas mesas da Yamaha.

 
Procurei em casa no meu laptop (usando o Studio Manager) uma cena que desse para aproveitar para a formação deste show, e encontrei uma que se encaixou como uma luva.
Só acrescentei uns canais para o sax, clarinete e sax midi que seriam as novidades neste show. Era apenas um músico que iria tocar os três instrumentos (um de cada vez, logicamente).
No Studio Manager, podemos salvar de duas maneiras as cenas (ou sessões).
Salvando como EDITOR FILE (.YSE), só podemos transferir esta cena para a mesa conectando o laptop à mesa (via cabo de rede ou USB, dependendo da mesa).
Como eu não estava muito animado para fazer esta conexão, salvei a cena como CONSOLE FILE (.M7C).
Desta maneira eu posso colocar este arquivo dentro do pendrive e passar a cena para a mesa simplesmente conectando este pendrive na mesa M7CL.
Foi isso que fiz.
Eu só teria problemas se a versão do software da mesa não fosse a 3, pois minha cena estava nesta versão, e a mesma não é lida por versões inferiores (2 ou 1).
Um dos pontos negativos das mesas da Yamaha.

 


Dei sorte, a mesa era versão 3.
Passei minha cena para a mesa sem problemas e começamos o sound check.
Meu Amigo Normando não conseguiu achar uma cena nos arquivos dele para o monitor deste show. Por causa disso, ele teve que fazer tudo do zero.
O sistema de som era um line array AERO38A da DAS. Muito legal.
As caixas de sub-graves eram (creio eu) made in home, ou seja, feitas em casa.
Mas deram conta do recado. Inclusive eu achei que tinha muito sub-grave e diminuí o volume das caixas. Coloquei Lisa Stansfield para cantar pra mim e alinhei o sistema ao meu gosto.
Mesmo eu achando que o sound check foi mais demorado do que havia imaginado, fiquei satisfeito com o resultado e encerramos a passagem de som.
Andamos uns cinco minutos para chegar ao hotel, e esperamos pela hora do jantar.
Roberto ainda ficou no local fazendo uns ajustes na luz.
Segundo ele me falou um dia desses, se ele tivesse levado uma pequena mesa que ele comprou, são teria sido necessário ele ficar ajustando coisas na luz quando terminamos o sound check.
Falou que nunca mais deixaria de levar a mesinha.
Eu levei todas as minhas ferramentas.
Placa de áudio, laptop, roteador sem fio.
Não sabia se a mesa de som iria ficar no local certo (no centro).
Para minha felicidade ela estava no lugar certo e não precisei usar o roteador.
Seguimos para o jantar.                       
Encontramos um restaurante muito legalzinho... Tinha sopa... E tinha arroz de leite com carne de sol!
Tomei uma canja de galinha e pedi o arroz de leite com carne de sol.
Perfeito! Não precisa ser sofisticado para ser bom.

Os dois buchudinhos trabalhando.

Depois do jantar (regional) voltamos ao hotel, mas não demorou nada para seguirmos para o local do show.
Liguei minha placa de áudio Fast Track Ultra (M-Audio) e baixei consideravelmente o volume da mandada da mesa para a placa, para evitar o uso do atenuador (pad) da M-Audio, pois como falei em um texto (nada satisfeito) anterior aqui no Blog, os botões da placa começaram a desprender da base quando eu puxava.
Liguei meu laptop e armei o canal estéreo no Nuendo.
Checamos todos os canais, vamos começar o show.



Apertei o REC do Nuendo e começamos.
O show foi muito bom, mesmo notando que aquele público estava ali para ouvir outro tipo de música.
A galera estava mais a fim de ouvir um “forrozim”, pra dançar “agarradim” num chamego “safadim”...
No show de Silvério tem até acordeom, mas está longe de ser o som que aquele pessoal queria ouvir.


Mas mesmo assim, não houve nenhuma reação negativa do público, e o show transcorreu sem nenhum problema.


Depois do belo trabalho, fui lá atrás do palco tomar um vinho Chileno, mas a produção do evento não atendeu o nosso singelo pedido, e eu tive que procurar nas poucas barracas por algum líquido com um teor alcoólico acima de 0%. Encontrei minha velha vodka Smirnoff, e ainda tomei duas doses misturando com Fanta laranja (não tinha Sprite).

No camarim, após o show. Ao meu lado, o músico Genilson (sax, clarinete, etc).

Duas coisas me chamaram a atenção neste trabalho.
Durante o sound check não apareceu nenhum membro da igreja (que ficava ao lado do palco) pedindo para desligar o som porque estava atrapalhando a palavra do padre.
E antes e durante o show não apareceu ninguém perguntando se o meu artista cantava “suingueira”!
É muito comum isso acontecer nos shows em cidades do interior.
Lembrando que o áudio deste show está disponível para download.
É só clicar no link que está na quarta postagem abaixo desta aqui.
Um abraço a todos.

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