segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Jades no FIG – Nem sei se foi muito correto.



Olá pessoal.
Para finalizar meus (poucos) trabalhos no FIG, vou falar do meu “derradeiro”, que foi operar o som do PA para Jades, um artista daqui de Recife.
Este show aconteceu no dia 26 de julho, no Palco Pop.
Não tenho muita coisa para falar sobre este trabalho, estava pensando até em não comentar nada porque não vi nenhum caso interessante para passar para os leitores.
Olhando as fotos e puxando pela (vaga) memória, achei um motivo para comentar algo.
À princípio, nem teríamos tempo para passar o som, seria um line check um pouco antes da hora do show e nada mais.
Mas conseguiram 30 minutos para a gente passar o som.
Como Jades seria a primeira atração do palco, passaríamos o som e começaríamos o show um tempinho depois, sem mexer em nada no palco.
Isso é muito legal, porque quase não tem chance de algo dar errado no pequeno intervalo.
A única coisa ruim nisso é porque geralmente tem pouco público no comecinho da noite, principalmente quando as primeiras atrações são “locais”.
Cheguei na hora marcada e fui no palco falar com o pessoal da empresa de som para saber se estava tudo certinho e se eles tinham recebido meu rider técnico.
Tudo certo.


Meu Amigo “de longas datas” Ricardo Cruz iria fazer o monitor.
Trabalhei vários anos com Ricardo na Versão Brasileira. Ele fazia o som do PA e eu tentava fazer monitor. Me deu várias dicas, e faz isso até hoje.
Fui lá na frente falar com o técnico de PA da empresa para saber se estava tudo certinho também.
Estava.
A mesa da frente era uma Venue SC48 da Avid e a de monitor uma CL (não lembro se CL3 ou CL5) da Yamaha.
O line array era o Staner.
Enquanto o pessoal ia ligando os instrumentos no palco, eu fui me adiantando na mesa da frente.
O técnico da empresa me falou que já tinha colocado os nomes nos canais de acordo com meu input list.
Legal, mesmo isso não sendo muito problema nas mesas da Venue, pois é muito rápido nomear os canais nesta mesa.
Me falou também que a mesa não estava “zerada”, ele nomeou meus canais em cima de uma cena de uma banda que passou antes o som.
Muitos canais já tinham “coisas” insertadas, inclusive o L/R da mesa, onde um equalizador gráfico fazia o alinhamento do line array, ao gosto do técnico da banda anterior, logicamente.
Coloquei Lisa Stansfield para tocar e modifiquei alguns detalhes nesta equalização do PA ao meu gosto.


Não mudei muita coisa assim não, viu?
Dei uma conferida com um microfone nos efeitos que já estavam ativados na mesa, e aguardei a hora para começar o sound check, que tinha que ser rápido.
Resolvi ouvir primeiro o som dos instrumentos para decidir se tirava ou ajustava os plugins insertados nos canais.
Não zerei os canais da mesa.
Logicamente nem todos os inserts combinavam com meus canais e nem todos os canais da banda anterior combinavam com os meus.
Mas como normalmente os primeiros canais são os da bateria para a maioria das bandas, muita coisa nestes canais eu só ajustei, mesmo sendo outra bateria.
Se estava soando bem, pra que zerar o canal?
Alguns canais de voz também combinaram, e eu só ajustei os plugins.
Outros canais não tinham nada a ver e eu retirei os plugins destes canais.
Neste show de Jades são poucos instrumentos.
Bateria, baixo, teclados, um vocal e a voz principal.
Isso tornou ainda mais rápido o sound check.


Foi rápida também a espera para começar o show.
Não me lembro de ter passado uma música com a banda tocando mais o cantor, juntos.
Encaixei a voz de Jades na base durante a primeira música.
Não tive nenhuma surpresa com o som durante o show e eu já esperava por isso.
A notícia ruim (pelo menos para mim) foi que neste ano teve blitz da Lei Seca na cidade.
Pezão (Amigo que faleceu recentemente) ia me dar um “esporro” lendo isso aqui.
Ele era um defensor ferrenho da Lei Seca.
Não sou tão ferrenho como ele neste caso, sou a favor da Lei, discordando de alguns pontos.
Mas lei é lei, e é para todos, não é verdade?
Pelo menos deveria ser, mas esta frase acima não funciona perfeitamente aqui no nosso país.
Voltei duas vezes de táxi para a casa onde eu estava hospedado para não arriscar passar por uma blitz, pois não tinha como eu não beber meu(s) vinho(s) no clima frio da cidade.
Passei por duas fiscalizações no FIG, uma quando estava indo na van para fazer o show de Alceu à noite, e outra num outro dia quando estava indo com meu carro à tarde para o centro da cidade. Neste dia que fui de carro, foi um dos dias que voltei de táxi, deixando meu carro na casa de uma amiga que mora no centro de Garanhuns.
Depois do show de Jades, que começou cedo e acabou cedo, saí do local do evento pensando se o que eu tinha feito naquele trabalho foi correto ou não.
Deveria zerar todos os canais da mesa, inclusive o equalizador do alinhamento do line array e só depois disso começar meu sound check?
Foi correto aproveitar algumas coisas de um outro técnico?
Fica aqui minhas dúvidas.


Na questão da Lei Seca, nem foi difícil decidir.
Lembrei de Pezão e resolvi segui-la à risca!
Mas nem sempre é assim.
É uma das pouquíssimas leis que não sigo 100%.
Um abraço a todos.

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