quinta-feira, 25 de junho de 2015

Gravação DVD do Frei Damião Silva – Usando o analógico.



Olá pessoal.
As coisas deram uma clareada neste mês de junho...
Ainda bem.
Lembram que falei num texto anterior que não tinha muita coisa fechada para este mês?
Muitos amigos até acham que eu não devo comentar tais situações, mas do mesmo jeito que falo que não tá legal, eu falo também quando melhora.
E a vida não é assim?
Falar somente das coisas boas é muito cômodo e fácil.
Acabei fechando 6 shows com Alceu neste mês, fora os dois que eu já tinha com Naná Vasconcelos em São Paulo. Vou tentar falar sobre todos. E ainda apareceu esta gravação que vou falar neste texto.
Estou de folga hoje aqui em casa.
Esta gravação do áudio para o DVD de Frei Damião Silva aconteceu no dia 6 de junho no Teatro Guararapes em Recife.
Meu irmão Tovinho me chamou para ajudá-lo nesta gravação.
Ele, sempre que pode, usa a mesa Midas para receber os sinais do palco, enviando-os posteriormente para as placas Motu.

Se não me engano, aqui em Recife só tem duas destas mesas.
O software que ele usa (há muito tempo!) é o Logic, rodando num Mac.
Muito estável este sistema.
Fiz vários trabalhos com Tovinho usando este sistema e nunca tive problemas com travamentos ou cosa parecida.
Muito legal.
Fomos um dia antes para posicionar e ligar o equipamento de gravação.
O sistema foi armado ao lado do palco.
O que me chamou a atenção neste dia, para variar, foi o aspecto maltratado do teatro.
Pelo menos a área dos bastidores.
Vejo muito isso nos teatros de Recife.
Não posso falar das áreas destinadas ao público.
O sistema de içamento das varas de luz e cenário ainda é manual.
Nas fotos do nosso sistema, vocês vão poder notar o local "chamuscado" de uma tomada onde teve um curto circuito.
Nem foi intenção minha mostrar isso, mas não tinha como não aparecer nas fotos. 
Para mim, a visão do buraco na parede "queimada" me faz crer que a manutenção do teatro é "fraquinha". 
Mais impressionante do que isso só o banheiro dos funcionários!
Muito sujo e com TODAS as pias quebradas. Eu disse todas!
Simplesmente não existiam as "cubas" das pias. Eram buracos abaixo das torneiras.
Nem tentei lavar as mãos para ver se tinha água nas torneiras.
Triste, muito triste.

Mas vamos voltar para a gravação.
Usamos todos os canais da mesa.
Quarenta e quatro canais para os instrumentos e vozes e quatro canais para a captação da plateia.
Os sinais saíam da mesa via "Direct Out".
A equalização feita na mesa ia para a gravação.
Mas mexemos muito pouco na equalização.
As coisas já soavam bem quando levantávamos o fader.
E esta é a principal razão para Tovinho preferir usar esta Midas.
O timbre!
Não usamos nenhum tipo de compressão ou gate.
Por causa disso, tivemos que tomar um cuidado especial com o nível dos canais na gravação para evitar uma saturação na entrada da placa de áudio Motu.
Foi muito legal "mexer" novamente numa Midas.
Há um bom tempo não fazia isso.
As últimas vezes que usei uma mesa Midas analógica foi quando estava na Europa em turnê com Silvério Pessoa.
E isso foi entre 2005 e 2009.
As mesas digitais tomaram conta do mercado.
E nem vou entrar neste assunto aqui, porque é muito "pano para manga".
Poderia só comentar que o tamanho e o peso destas mesas contribuíram para o "sumiço" delas nos eventos.
Tem outros fatores, mas vamos deixar isso para uma outra conversa. 
A conversa agora é que vou estender as roupas no varal e trocar o botijão da água mineral.
Dar uma arrumada rápida na casa.
Nem almoço eu tinha hoje aqui. Tive que apelar para a minha "velha" lasanha industrializada (e congelada).
É quem me salva nestes dias onde não consegui fazer o almoço da semana e nem tinha nada pronto na casa da minha irmã que mora ao lado.
Ainda tenho que colocar a segunda parte das roupas para lavar.
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Roupas devidamente estendidas... Desisti de lavar a segunda parte porque o tempo tá feio aqui e tou sem espaço nos varais.



Foi quase tudo tranquilo na gravação.
Só tivemos que repetir a primeira música depois, por causa de um probleminha no microfone de voz do Frei.
A velha Lei de Murphy!
Conhece?
Não? Procure na internet para saber mais sobre esta antiga lei que aparece muito na área do áudio.
Fora isso, mudamos alguns caminhos dos sinais da mesa para a Motu.
Como estas excelentes mesas não são mais usadas em shows, passam muito tempo paradas, e isso acarreta alguns probleminhas nas suas chaves e contatos.
Sempre vão existir os prós e contras.
Pese-os, e decida qual caminho seguir.

E isso serve para todas as áreas, viu?
Pelo menos eu penso assim.
O sistema de gravação (Motu + Logic + Mac) mais uma vez fez seu trabalho tranquilamente. 
Aguardamos ainda um tempinho fazendo o backup dos áudios para o outro HD.
Voltei para casa lambuzado de repelente, coisa muito normal quando se trabalha no Teatro Guararapes ou no Centro de Convenções de Pernambuco.
O teatro fica dentro do Centro de Convenções.
Sem repelente, levamos uma surra das muriçocas!
Fica aqui a dica para quem nunca fez trabalhos no Centro de Convenções de Pernambuco.
Um abraço a todos.

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