sábado, 12 de setembro de 2020

O tempo voa...

Olá pessoal.
Ainda me aguentando aqui nessa pandemia, estou vendo como fazer a inscrição para receber o auxílio da Lei Aldir Blanc.
E uma das exigências, fora você não ter recebido o auxílio anterior do Governo, é comprovar que trabalha no meio da Cultura há pelo menos 2 anos.
Sabia que não seria problema isso, pois poderia de cara, colocar esse meu Blog como prova, onde escrevo sobre meus trabalhos desde 2008.
Mas comecei bem antes disso na profissão.

Aí lembrei das minhas credenciais de shows e eventos, que guardo com bastante carinho até hoje.
Fiz muitos trabalhos sem credencial, mas a quantidade que tenho aqui guardada já é uma boa prova.
Nem revirei muito os crachás, para não bater uma nostalgia.
Parei nesse da foto acima de 1994, do Verão Vivo da Band, projeto idealizado pelo grande e saudoso Luciano do Vale, que para mim, foi a pessoa que mais divulgou os esportes no Brasil!
Trabalhei no Verão Vivo, por mais de uma vez, fazendo o monitor da Banda Versão Brasileira.
E já que toquei no assunto...
Foi no Verão Vivo, que fiz a mudança de palco mais rápida da minha vida, até hoje!!!

Eram várias atrações por noite.
A mesa de monitor naquela época, logicamente, era analógica.
Anotávamos todas as posições de todos os knobs (botões) em mapas de papel, como esse da foto abaixo, que ainda tenho aqui guardado para uma emergência (ou por saudosismo mesmo!).
Mapa da mesa de monitor Spirit da Soundcraft. (Clique na foto para ampliar)
Eu até tinha um mapa "genérico" que confeccionei grosseiramente com vários círculos para simular os botões, que eu conseguia usar com qualquer mesa de monitor, pois alguns fabricantes não disponibilizavam esses mapas.
Infelizmente não encontrei mais esse mapa genérico aqui.
Na foto abaixo, simulei as anotações que eu fazia, para que na minha hora do show eu voltasse com os ajustes que eu fiz no soundcheck.
Hoje chamo isso de "Recall Analógico"! (risos)
E levava um tempinho para fazer isso.
Hoje, nas mesas digitais, isso acontece em menos de 1 segundo, depois que o técnico aperta o botão RECALL.
Voltando ao show da Versão Brasileira no Verão Vivo...
Como era mais de uma atração por noite, tentamos deixar as ligações no palco de um jeito que agilizasse a mudança das bandas.
Nada seria mudado de lugar.
Exemplo: Os canais dos teclados, violão, guitarra, metais, baixo, etc, seriam os mesmos para todas as bandas.
A bateria seria a mesma para todas as bandas, mudando apenas alguns detalhes, como a caixa.
O tempo que teríamos para fazer essa mudança?
O tempo do intervalo comercial da Bandeirantes, que não era mais que 3 minutos.
Esse foi o tempo pra gente mudar tudo no palco.
No mapa acima, tenho a marcação de apenas 1 canal da mesa.
A quantidade de canais da Versão Brasileira girava em torno de 24...
E fora essas anotações da mesa, existiam os processadores externos, como o gate e compressor, viu?
Os chamados "inserts".
Essas anotações eram feitas à parte, geralmente na parte de trás do mapa da mesa.
Foi com essas anotações, e com a agilidade do nosso roadie Josuel, junto com os roadies da empresa de som, que mudamos o palco em menos de 3 minutos.
Nunca mais me esqueci desse dia.
Na volta do intervalo comercial, Luciano do Vale anuncia: E com vocês... A Banda Versão Brasileira!
Parece que foi ontem isso.
O tempo voa...
Um abraço a todos.

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