sexta-feira, 30 de maio de 2025

Êxodo de músicos e técnicos? - Façam suas apostas.

 
Olá pessoal.
Êxodo?

Clique na imagem para ampliar.

Esse problema do tempo muito longo para receber os cachês dos artistas contratados pelas prefeituras e/ou governos não é recente, né?
Todo ano acontece, independente da "cor da bandeira" do gestor.
Deve ter aqui no meu Blog várias postagens falando sobre esse assunto.
Não falo sempre porque vai ficar repetitivo.
Dei uma "cutucada" no Instagram sobre o assunto na semana passada, só para não acharem que não existe mais o problema.


Ele ainda persiste e com força máxima!
Ainda aguardo 2 trabalhos de fevereiro e 2 trabalhos de março.
Ainda tenho 1 do começo de maio... Mas ainda está dentro do prazo do cachê sapataria, né?
Não vou explicar novamente o que quer dizer cachê sapataria.
E também não vou falar hoje dos prazos absurdos para receber esses cachês.
O assunto hoje é o que isso está causando!!!
Já comecei a notar isso anos atrás.
Inclusive, se vocês não lembram, quase vou parar num hotel luxuoso em Jericoacoara, para operar o som de DJs...
Não fui por um detalhe besta.
Resolvi escrever sobre esse assunto agora porque tive uma conversa com um amigo músico nessa semana.
Na conversa ele me informou que desistiu e "se rendeu" a CLT.
Achei até engraçado na hora a frase que ele falou, mas o assunto era sério.


Resumindo, ele escolheu trabalhar com carteira assinada, com horário para chegar e sair, com férias, décimo terceiro, e tudo mais que tenha relação ao trabalho regulamentado!
Fazer shows não seria mais a fonte principal de renda dele.
Essa procura por mais estabilidade financeira sempre existiu no meio dos shows e eventos.
Mas sempre notei que essa mudança era feita por profissionais que não tinham uma agenda boa, ou até por causa de qualificação profissional mesmo.
O profissional não tinha uma boa qualificação técnica e por causa disso não conseguia uma agenda boa.
O que estou notando atualmente é que excelentes profissionais (técnicos e músicos), com agendas legais, estão desistindo, como é o caso desse meu amigo músico.
Ele não está pensando. Já está resolvido.
Olhando nas nossas agendas, ainda nos encontramos no palco uma vez em junho, e depois só quando ele conseguir uma brecha na sua nova "casa", no seu novo emprego.
Quando ele me falou os dias e horas de trabalho que ele vai ter que cumprir, fiz uma conta rápida e não vi muito tempo sobrando para fazer shows, infelizmente.
Não vai ter como ele conciliar com os ensaios e viagens para fazer os shows.
Pelo menos ele vai continuar no meio da música...
Conversamos um bom tempo sobre isso, e ele estava realmente bem cansado do "modus operandi" dos recebimentos dos cachês, das várias viagens para os shows, longe da família, e sem saber quando iria receber por esses trabalhos...
Mas acho que esse cansaço não é só dele, é geral!
Cansa mesmo.

Nem perguntei o valor que ele iria receber no novo emprego com carteira assinada.
A escolha já estava feita. 
Só posso desejar boa sorte na nova empreitada.
Fiquei um pouco triste por saber que vai ser difícil a gente fazer outros trabalhos juntos nos palcos pelo Brasil.
Mas nossas farras particulares com as famílias vão continuar, incluindo o ladrão de tira-gosto que ele tem na casa dele! (Risos)
Até agora só comentei sobre esse amigo músico, mas tenho vários outros exemplos, incluindo técnicos.
Vários amigos e colegas decidiram aceitar trabalhos em teatros, onde existe a estabilidade financeira.
Vários outros foram para Portugal!!!!
Uns foram para as prefeituras e/ou governos.
Nesse caso, acredito eu, que nem com pandemia o "numerário" da turma atrasa, né?!
Alguns voltaram para os estúdios de gravação.
Pode ganhar bem menos do que fazendo trabalhos em shows, mas suponho que a incerteza do dia do recebimento no trabalho de freelancer foi fator preponderante na decisão.
Dificilmente trabalhos fixos em teatros e/ou estúdios chegam perto dos cachês que recebemos em shows ou eventos.
Logicamente, estou usando como referência a minha turma mais próxima, porque sei que tem cachê de técnico/músico de todo tipo de valor no nosso meio artístico.
Outro amigo, esse agora técnico, que faz muito mais trabalhos do que eu, está pensando já faz um bom tempo em deixar também o trabalho em shows e eventos para segundo plano.
Nunca fiz contas, mas ele deve fazer 3 vezes mais trabalhos do que eu!!! No mínimo.
Mas é como ele falou: --- Titio, tenho muitos trabalhos para receber, e não conseguirei pagar as contas do final do mês.
Se eu tenho 5 para receber, ele deve ter uns 10!
Alguns aqui podem até perguntar: --- E por que você não pensa em mudar também?
Pensei sim! Quase ia para a famosa praia no Ceará! Não esqueçam disso.
Aqui, já fui sondado para trabalhar em teatro, mas quando falei por quanto eu deixaria meus trabalhos nos shows para ficar preso num teatro, o amigo que entrou em contato sabia que não tinha como chegar nesse meu valor.
Esse valor que eu passei para ele, era o mesmo que eu iria ganhar no hotel em Jericoacoara.
Tirei uma média dos meus recebimentos para chegar num valor.
É muito “louca” a situação. (Falo por mim)
Posso faturar 16 mil num mês, e no outro só entrar 800, ou não entrar nada!
Já aconteceu várias vezes isso comigo, inclusive esse exemplo do texto acima foi no ano passado.
É muito raro não ter trabalhos num determinado mês, mas corremos o risco.
Lembrando que, faturar é fazer os trabalhos, não quer dizer que recebi.
Receber pelos trabalhos é outra história!
Falando com um amigo cantor ontem, ele me falou que não recebeu ainda o trabalho que fez no Réveillon!!!!!!!!
Outro amigo técnico falou que recebeu ontem um trabalho realizado em novembro de 2024!!!
Dá para notar que é um problema sério, contumaz e generalizado?
Pois é...
Ahhh, quando falo técnicos, isso engloba tudo.
Técnico de som, luz, projeção, roadie, produtor, etc etc etc...
Tá todo mundo procurando um plano, que seria o plano A, para deixar o trabalho com shows e eventos como plano B.
Particularmente, acho muito difícil conciliar os dois planos, principalmente se o plano A tem dia e hora pré determinados.
Muito fácil não conseguir fazer trabalhos do plano B, por causa dos motivos que falei lá em cima no texto... Conciliar ou conseguir encaixar os ensaios, viagens e os shows nas folgas da agenda do plano A.
E quanto menos o profissional consegue fazer esses shows, mais ele vai sendo substituído, porque o que os artistas mais querem é uma disponibilidade constante dos músicos e/ou técnicos.
Também já falei sobre esse assunto muito tempo atrás aqui.
Muitos artistas preferem um técnico ou músico mediano sempre disponível, do que um excelente técnico ou músico com pouca disponibilidade.
Cada um com suas necessidades, né?
Esse é o meio em que vivo e que me sustenta desde 1987.
Nem estava nos meus planos viver do áudio!
Mas tudo que consegui até agora foi através do áudio, do som, dos eventos...
Penso que para mim atualmente é mais fácil “segurar a onda”, porque não tenho um gato pra dar de comer aqui no apartamento.
Já tive.
Até contribuo na alimentação e no plano de saúde de um felino, mas não mora mais comigo, está com meu Filho.
Mas já dormi com esse safado da foto abaixo por um bom tempo!

Tom. 
Consigo almoçar dois dias com uma quentinha, que compro ali na esquina por 20 reais.
Não faço mais almoço em casa, só asso carnes para complementar a quentinha ou cozinho meus petiscos para o vinho.
Por isso meu botijão de gás dura mais de um ano!
Por morar só, minhas despesas com água, luz e telefone não são altas.
Meu condomínio é até alto (R$ 570) para um prédio tipo caixão.
Não pago mais colégio para meu único Filho, ele já é formado.
Mas já paguei, e muito!
No último ano no Colégio Motivo, quando ele tinha 18 anos (faz 30 no dia 20/06) eu pagava 1000 reais!!!
Nunca esqueci desse valor, pois nem eu sei direito como eu conseguia pagar!
Sabe deus quanto custa hoje em dia esse terceiro ano do ensino médio no mesmo colégio...
Nem fui pesquisar!
Ou seja... Já passei pelo que meus colegas e amigos estão passando atualmente, e os entendo.
Os gestores responsáveis pelas contratações e pagamentos dos artistas para seus eventos é que NÃO ENTENDEM a situação caótica que eles “alimentam” ano após ano, década após década.
E eles vão se importar com um êxodo de equipes técnicas de shows e eventos?
Lógico que não, né?
O São João já está começando!!!
E vários nem receberam o carnaval!
Torço para que a situação melhore, e que a gente não pense em mudar de profissão por livre e espontânea... Pressão!
Pelo que vejo ao meu redor, a vontade e o prazer pela profissão de muitos está se esgotando.
E os empresários dos artistas? Qual a parcela de responsabilidade nessa situação?
E os artistas? Mesma parcela de responsabilidade?
Façam suas apostas...
Afinal de contas, vivemos atualmente no mundo das BETs, né?
Um abraço a todos.

PS1: Vou fritar uns bifes para complementar a metade da quentinha de ontem!
PS2: Nem comentei sobre os extraordinários profissionais que tocam e cantam nos restaurantes, por cachês baixíssimos, muitas vezes com o público "nem aí" para a música, mas eles sabem quando vão receber!

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Operando o som da peça Gostava Mais Dos Pais - Nem saí na foto!


Olá pessoal.
(Abre Aspas)
- Oi Titio, tudo certinho?
- Oi Paula, tudo certo sim! Liso mas feliz!
Risos.
- Olha... Você faz teatro?
- Teatro? Paula... Sempre tentei fazer trabalhos para espetáculos de teatro, mas nunca consegui e também nunca recebi convites.
Na realidade, eu opero o som de uma peça de teatro, mas é ao ar livre, e acontece somente no final do ano.
Natal Para Sempre (NPS). Eu opero o áudio mixando as vozes dos 10 atores e faço também a sonoplastia, disparando efeitos e trilhas.
- Ahhh, que legal. Mas você aceita ou não fazer outros trabalhos de teatro?
- Lógico que aceito, só preciso receber o convite.
- Maravilha. Vou te indicar então para uma peça que vai acontecer aqui em Recife, ok?
- Ok!
(Fecha Aspas)
Foi com essa troca de mensagens no WhatsApp com minha amiga produtora Paula Caal que começou minha participação na peça "Gostava Mais Dos Pais", protagonizada pelos atores Bruno Mazzeo e Lúcio Mauro Filho.
Filhos de Chico Ambrósio (Não! É Anysio!) e Lúcio Mauro. (Risos)
Só quem viu a peça vai entender a piada com o Ambrósio!
E eu não ia perder a deixa para colocar no texto FILHOS DE... (Né Bruno e Lúcio?)
Eu não tinha a menor ideia que era essa a peça em questão quando falei com Paula, ela não me falou nada..

Só fiquei sabendo quando a produtora da peça entrou em contato para me fazer o convite.
E não vou mentir... Fiquei bem feliz em saber que era uma peça muito "bem falada", e com projeção nacional!
Giovanna Parra me explicou tudo sobre o trabalho, e acertamos todos os detalhes.
Um dia para montagem do cenário e ajustes no som, luz e projeção, e três dias de espetáculos.
Não demorou muito para eu ficar sabendo que iria ter uma sessão extra no segundo dia, que aconteceu em 24 de maio.


No dia 22 fui organizar as coisas referentes ao áudio.
Já sabia que seriam dois microfones (tipo lapela) para os atores, e um violão que só entrava apenas num determinado momento da peça.
Eu sugeri os equipamentos para serem locados, no que fui prontamente atendido.
Fora isso, tinha o áudio da projeção, que participa durante todo o espetáculo, com trilhas, efeitos e vídeos, onde os atores interagem durante a peça.
Essas projeções são fundamentais para o espetáculo.
Isso eu notei no dia da montagem.
Fundamental também é meu queijo do reino...
Já faz parte do meu cardápio aqui em casa, tanto para o vinho como para o leite com Nescafé.
Vou ali na Ceasa com meu amigo comprar duas peças. Sem ser peça de teatro, logicamente.
Mas ainda hoje devo fazer a postagem aqui no Blog.
----
Oxe. Hoje já é quarta-feira... Nem toquei no texto depois que voltei da Ceasa.
Mas acho que termino hoje isso.
Dois microfones? Vai ser moleza!
Pensei com meus botões...
Para quem faz o NPS abrindo e fechando 10 microfones, e ainda fazendo a sonoplastia, trabalhar com apenas 2 microfones vai ser fácil. 
Mas no dia dos ajustes já mudei de pensamento.
Os lapelas são OMNI direcionais, ou seja... Eles captam o som que vem de todas as direções, não apenas da fonte que está mais próxima, que nesse caso aqui é a voz do ator.
Uso microfones tipo headset no NPS, e eles não são omni direcionais, facilitando o uso sem realimentações (microfonias).
Outra coisa... No NPS não envio o som das vozes para o palco, e nesse trabalho no Teatro do Parque eu teria que enviar o som das duas vozes para o palco, aumentando o risco de microfonias.

Os bastidores...

O Teatro do Parque tem uma peculiaridade no som... As caixas de PA ficam praticamente em cima do "proscênio" (parte da frente do palco), ou seja, quanto mais próximo dessa frente, mais os microfones vão captar o som dessas caixas do PA.
E usando microfones omni direcionais é que a coisa complica mais um pouquinho.
Dando uma olhada em alguns vídeos dessa peça no YouTube, pude ver que os atores falam no meio da plateia, o que complicaria mais ainda o trabalho.
Só depois fiquei sabendo que essa conversa no meio do público era só no início da peça, e todo o restante eles estariam no palco. (Alívio...)
Por isso, depois de testar todos os equipamentos, fui alinhar o som do PA, monitor e microfones para diminuir o risco de realimentações.
Com a ajuda do técnico do teatro, Bruno Lins, que estava nesse dia substituindo o nosso microfonista Márcio Torres (Marcinho), que não poderia estar nesse primeiro dia, fizemos uma varredura pelo palco e pela plateia com o microfone já posicionado em Bruno praticamente no mesmo lugar que ele seria colocado nos atores.
(Já é a segunda vez que trabalho com Marcinho. A primeira foi na gravação do Tá Puxado, da TV Jornal, aqui em Recife, e eu sabia que estava bem assessorado no palco.)
Já enviei esse sinal de voz também para os dois monitores que coloquei no palco, que estavam posicionados em tripés, fazendo um SIDE.
Ainda coloquei dois monitores mais na frente, na parte de baixo das torres de iluminação, mas eu só iria usar se os atores sentissem falta de algo.
Mas enquanto eu passava o som do microfone no palco, já notei que ali no proscênio eles iriam escutar bem pelas caixas do PA!
(Só usei os monitores da frente para colocar o som do violão e da projeção.)
Aí foi só ajustar o som desse microfone no PA, usando o equalizador do canal do microfone e do sistema de PA.
Deu um trabalhinho, mas depois de ouvir os microfones com os atores no outro dia, nos ajustes finais, vi que seria tranquilo essa parte do som das vozes para o público.
Passei o som do microfone no dia anterior num volume bem acima do que precisei usar durante os espetáculos.
Aí... Foi só correr para o abraço!

Durante o espetáculo, com Marina Meyer na luz. (Foto by Paula Caal)

Com relação ao abre e fecha dos microfones dos atores durante a peça, também não teve agonia, pois eram bem esporádicos esses fechamentos e aberturas.
Muito diferente do trabalho que eu faço no NPS, onde o abre e fecha é constante, e eu tenho até cenas de MUTE para facilitar o trabalho.
Dei uma olhada no roteiro e vi que tinha as marcações para fechar os microfones, que era quando eles iriam sair do palco, e tinha até informando o tempo que os atores ficariam atrás do cenário, o que facilitou bastante meu serviço.
E para abrir o canal do microfone novamente, não tinha segredo... Entrava em cena, eu abria.
Eles não falavam nada do texto fora do palco, mas falavam várias outras coisas, que não poderiam sair no som do teatro! (Risos)
Foi só prestar atenção nisso no primeiro dia, e nos restantes eu já sabia.
Como eu dupliquei os canais das vozes e do violão, para poder ter controle total no monitor sem interferir no som do PA, tive que fazer 3 grupos de mute, colocando o canal do PA e o canal do monitor em cada grupo.
Mute 1 (Bruno), Mute 2 (Lúcio) e Mute 3 Violão.
Quando eu apertava o mute 1, fechava os dois canais da voz de Bruno, a que estava indo para o PA e a que estava indo para os monitores.
Ficou bem simples o trabalho.
A mesa TF5 da Yamaha não aceita o mesmo input para mais de um canal.
Por causa disso, usei cabos Y para enviar o mesmo sinal para dois canais.
Estou na casa do meu Filho, marquei um almoço com ele, e trouxe até uma garrafa de vinho.
O "mininu" vai fazer 30 anos no próximo dia 20 de junho.
O tempo passa muito rápido!
Vou dar uma pausa aqui para petiscar um queijo do reino, e sorver umas taças de vinho com ele, antes de almoçarmos.
Deu tempo de almoçar em casa nos três dias de apresentações...
Até no dia da sessão extra, consegui almoçar em casa.
Todas as quatro sessões foram lotadas.


Me diverti muito em todas as sessões, rindo até dos trechos que eu já sabia que iriam acontecer.
Problemas? Tivemos alguns, mas sempre bem contornados.
No primeiro dia, um dos canais de áudio da projeção ficou caindo, e eu tive que fechar o PAN dos canais, transformando em MONO.
No outro dia fui conferir o que tinha causado o problema e descobri que foi o cabo.
Levei até minha placa de áudio, porque se o problema fosse na saída da placa de áudio da projeção, eu colocaria a minha.
Mas como vi que era no cabo, problema solucionado, e tudo foi normal até a última sessão.
No segundo dia, já na segunda sessão, apareceu um probleminha no violão, onde o som ficou variando, baixando e subindo, com alguns estalos.
Isso não aconteceu na primeira sessão.
Lucinho notou que o som estava variando, deu umas "sacudidas" irônicas no instrumento e quando o som voltou, foi normal até o final da cena.
No outro dia fui achar onde estava o problema, mas Marcinho (microfonista e que operou o monitor usando o iPad dele) resolveu antes mesmo de eu chegar no teatro, porque fiquei preso num engarrafamento absurdo por causa do jogo do Sport, que o GPS nem ligou para esse detalhe, e eu me lasquei.
O problema foi no compartimento da bateria de 9V que estava folgada, causando mal contato, que fez o som variar.
Mais um probleminha resolvido, que não voltou mais a aparecer.


E o terceiro problema foi na última sessão do espetáculo.
Na realidade foram dois problemas, e mais sérios.
Faltou energia no meio da peça, mas os atores "tiraram de letra" essa situação.
Brincaram com o público enquanto aguardávamos a volta da energia.
Parecia até que estava tudo escrito no roteiro!
Mas não estava.
Como também não estava no roteiro o microfone de Lúcio Mauro Filho "farrapar" já bem perto do final do espetáculo.
O problema foi causado pelo suor que entrou na cápsula do lapela.
Os microfones eram presos em armações de arame (próprias), que eram presas na orelha do ator, com a haste colada na bochecha, e a ponta dessa haste ficava perto da boca com a cápsula do microfone.
Essa é a melhor posição para a captação da voz do ator.
Testei isso no SESI Bonecos muitos anos atrás, onde posicionei na testa e na gola da camisa para comparar.
Essa cápsula deve ter ficado muito colada na pele do ator, e o suor entrou, causando um abafamento repentino no som!
Mais uma vez, os atores saíram do texto e entraram na improvisação, chamando Marcinho para fazer a troca do microfone.
Realmente, não tinham outra saída.
E mais uma vez, a coisa foi tão espontânea, que parecia fazer parte do roteiro!
No final das contas, acho que me diverti tanto quanto o público que pagou para ver!
Fui um privilegiado, recebendo dinheiro para me divertir.
Falar mais o que...?


Cheguei até aqui no texto e não coloquei ainda o subtítulo da postagem.
Fiz até uma recapitulação de tudo para ver se tinha algum detalhe para virar o subtítulo, e não apareceu nada na mente.
Então resolvi finalizar, e aí encontrei o subtítulo.
Nem saí na foto!
Vou explicar...
Achei o resultado do meu trabalho bem legal, e tive a comprovação ao falar com a produtora da peça.
Como mostra a foto abaixo.


Sempre pergunto depois aos contratantes o que acharam, para ver onde errei e onde acertei.
Sempre pergunto, não tem jeito.
Errar, todos nós erramos (menos os políticos, segundo eles, né?).
Permanecer no erro é que é a bronca.
Pelo que notei nas respostas que eu obtive, parece que a turma de lá também ficou satisfeita.
No final do último espetáculo, os artistas chamaram toda a equipe técnica da peça para uma foto final!
Até meus parceiros da luz e projeção (Marina e Demétrio) que estavam ao meu lado, seguiram para o palco.
Vou ou não vou?
Os microfones continuariam ligados...
Vou deixar a mesa sozinha com microfones de lapela ligados?
Vou nada!
Vai que... Se lá...
Vou não.
Foto by @jpsofranz
E por causa desse meu preciosismo (radical?) profissional, nem saí na foto!
Um abraço a todos.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Show de 21 anos da Academia da Berlinda - Realmente, não sai mais!

 
Olá pessoal.
Vou tentar ser breve nessa postagem.
Acho que já falei muito na postagem anterior sobre o trabalho de monitor no show de Otto em Salvador.
Ainda deu tempo para dar um cochilo em casa quando cheguei de Salvador, porque eu só teria que chegar no Armazém 14 às 14h.
Até almoçar, eu almocei!!!!
Mas ainda fui com a sensação de "amassado" para o local do show.
Mais uma vez, já perdi as contas, eu iria operar o monitor do show da Academia da Berlinda, banda originária de Olinda/Recife.
Teríamos tempo de sobra para fazer o serviço, e isso é raro!!!!
Não iríamos desmontar nada depois do soundcheck, o que também é raríssimo.
Já sabia que o sistema seria bem simples, onde eu não iria ter side no palco, e também não teria o sub da bateria.
A mesa de monitor seria a LS9 da Yamaha, e eu já tinha aprontado a cena antes de viajar para Salvador.
A chuva continua caindo aqui em Recife.
Penso logo nas pessoas que moram nos morros ou perto de barreiras!
E cada dia fico mais puto com os governantes.
Não mudei de pensamento. São todos incompetentes! E muitos (muitos mesmo!), são desonestos!
Fazem muito menos do que deveriam fazer.
Chegamos num ponto onde um gari levou facadas aqui numa estação de trem, porque não tinha o que dar para o ladrão.
Um gari!!!!
Um país onde a população normaliza a violência e a corrupção, que crescem numa progressão geométrica, e onde escutamos muito a frase "o teu rouba mais que o meu, então o meu é melhor", esse país não vai ter jeito mesmo não...
É disso para pior.
Eu já estou desanimado faz décadas.
Acho que a primeira coisa que a turma pensa no primeiro dia de trabalho depois de se eleger, é o que vai ter que fazer para se reeleger! (Risos Amarelos)
O resto fica em segundo plano.
Eu assino embaixo no que o Mestre Boechat falou nesse vídeo abaixo, um bom tempo atrás!
Penso exatamente como ele pensava!
Com uma ressalva: O povo tem uma grande parcela de culpa, porque cada vez mais ameniza e/ou normaliza situações ou atos absurdos!
Os políticos adoram isso!


Vamos voltar para o show da Academia no Armazém 14, que é muito mais interessante do que lembrar dos políticos desse sofrido país...


A falta do side fez falta, e a falta do sub da bateria também fez falta.
O espaço ainda era grande, e essas caixas ajudam na monitoração.
Tive que colocar outra caixa para o guitarrista, porque uma só não estava dando conta das necessidades do músico.
Seria o segundo show que o vocalista Tiné iria usar o in-ear.
Era a inauguração do fone novo dele, que comprou logo após a primeira experiência com o sistema de monitor, onde já falei aqui no Blog.
No outro show, emprestei um dos meus fones para o cantor.
Usei 4 sistema de in-ear nesse show.
Fora o de Tiné, os outros foram para bateria, baixo e convidada.
Quem sempre acompanha aqui o Blog, já sabe que é normal o uso do in-ear pelo baterista e baixista da Academia da Berlinda.
Estamos tentando colocar in-ears em outros músicos da banda!! (Risos)
Chequei todas as vias e canais com Adriano Duprat no PA, e já fui colocar a voz de Tiné no in-ear dele.
Sempre faço isso antes de começar o soundcheck.
Quando dá tempo, também dou checada no in-ear do baterista, já escutando como está chegando no fone as peças da bateria, mas nem sempre consigo esse tempinho.
A banda chegou e começamos o soundcheck.
Que foi relativamente normal.
Já passei algumas músicas com a cantora convidada, com ela usando o in-ear.
Não tenho muito o que falar sobre isso...
Poderia dizer que ajustei as coisas no palco durante o soundcheck usando o iPad controlando a LS9 via wi-fi, usando meu sisteminha M-Vave para poder escutar os canais e vias.
Nada de anormal ou diferente.
Não voltei para casa depois do soundcheck, fui dar um "rolé" pelo Recife Antigo.
Durante o show, foi tudo normal também.
Ajustes finos para alguns músicos.
No resto, foi só curtir o show com o público!
Ahhh! Falando em curtir...

Eu curti muito o convite que recebi na semana passada para operar o som de uma peça de teatro, que vai acontecer no outro final de semana, no Teatro do Parque, aqui em Recife.
Gostava Mais Dos Pais.
Eu já trabalho numa peça de teatro já faz mais de 10 anos, mas essa peça é anual, e ao ar livre.
Já falei muito aqui no Blog desses trabalhos no espetáculo Natal Para Sempre.
Só procurar que vão achar muitas postagens sobre o assunto.
Ah, teve outra peça de teatro que participei, mas foi uma "gambiarra", e eu também falei sobre isso aqui.
Esse novo trabalho está em outro patamar (como diz um amigo meu), e já vou na próxima quinta-feira montar, ligar e testar os equipamentos.
Diferente do Natal Para Sempre, onde são 10 microfones revezando no palco, mais operação de sonoplastia onde disparo trilhas e efeitos, nesse trabalho da próxima semana com Bruno Mazzeo e Lúcio Mauro Filho, serão apenas dois microfones, um violão e o áudio das projeções.
Depois conto como foi.
O show da Academia foi ótimo!!!!
Pelo menos foi o que eu achei.


Tiné não me pediu absolutamente nada no seu fone, e sempre acho isso estranho, não tem jeito.
Yuri e Irandê me pediram poucos ajustes.
E a cantora convidada, Juliana Linhares, também não me solicitou ajustes.
Tudo bem, eu fico o tempo todo ouvindo as vias de todos os músicos, para entender como estão escutando as coisas, e até faço pequenos ajustes, mesmo eles não me pedindo.
Coisa pouca, mas faço pequenas mudanças...
Mas sempre acho estranho quando não me pedem nada! (Risos)
Não fiquei procurando muito "cabelo em ovo" durante o show, e tudo transcorreu dentro da normalidade.
No PA, tá um pouco diferente agora, depois que Tiné começou a usar in-ear.
Como o cantor sempre está se escutando bem, independente do palco e da posição dele nesse palco, a emissão da voz está mais "suave" em comparação como era antes.
Aí o técnico do PA tem que "puxar" mais um pouquinho essa voz... (Risos)
Até subir nas caixas de subgraves do PA o cantor fez nesse show, como mostra a foto abaixo, que peguei do único registro em vídeo que eu fiz.


A voz dele continuava a mesma coisa nos seus ouvidos, né?
Será que Adriano está arrependido de insistir para Tiné usar in-ear? (Risosssssss)
Se está, eu não sei.
Só sei que o in-ear não sai mais!!!
Quando o show acabou, nem fui no camarim comemorar.
Ainda estava me sentindo amassado da viagem de Salvador, e eu queria tomar um banho morno e dormir, sem hora para acordar!
E foi o que eu fiz mesmo.
Estou entrando em contato agora com os músicos para saber o que acharam da monitoração.
Para saber onde acertei e onde eu errei.
Me concentrar agora na peça de teatro da próxima semana.
Um abraço a todos.

PS: Tiné já me falou aqui por mensagem que estava ÓTIMO o fone. Ou seja... Sai mais não!

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Show de Otto em Salvador - Foi tão bom... E quase fico na cidade.

 
Olá pessoal.
Antes de começar a falar sobre o trabalho no show de Otto em Salvador, onde operei o som do monitor, gostaria de fazer um breve comentário.
Estava nos meus planos (mas mudei de ideia) falar sobre o privilégio de trabalhar com artistas e/ou bandas legais, no sentido humano.
Muitos não sabem (mas agora vão saber), mas já rejeitei (e ainda vou rejeitar) alguns convites de trabalho por não curtir a “vibe” da banda ou artista. Prefiro ficar em casa.
Para mim, um trabalho não é só ganhar o cachê.
É importante, mas não é o motivo principal para eu aceitar ou não um convite.
Esse assunto me veio à cabeça depois de vários trabalhos legais, onde todos os envolvidos eram legais, e pensei seriamente em escrever sobre isso.
Mas não vou.
Vou só deixar aqui registrado que sou um privilegiado.
Me divirto muito com a “turma” com quem trabalho.
E isso não tem cachê que pague...
Mas vamos ao show de Otto, que é o assunto principal de hoje.
O show aconteceu dentro do Festival de Economia Popular e Solidária.
Passei uma semana ajustando os detalhes com o pessoal de Salvador para esse show de Otto.
Depois de uma certa desconfiança minha no começo do contato, a coisa fluiu de um jeito em determinada hora, que até me assustei.
Meu primeiro contato foi com Heraldo, onde passei já alguns detalhes do que eu iria precisar, e depois ele me passou para Caetano, técnico contratado para o evento.
No começo dessa semana, mandei mensagem para os dois, agradecendo pelo empenho e profissionalismo, que foram muito importantes para o resultado do trabalho.
Cheguei em Salvador com tudo resolvido, tecnicamente falando.
Mandei até minha cena da mesa por e-mail antecipadamente para Caetano, onde ele ajustou as entradas e saídas para meu show.
A mesa foi a CL3 da Yamaha.
Quando cheguei no palco, tudo estava praticamente no lugar, e quase tudo já estava plugado, só esperando os instrumentos.
Todas as minhas vias de monitor estavam ligadas no lugar certo.
Caetano só ligou as duas vias de in-ear que solicitei, mas só usei uma.
Só fiz checar, e tudo estava onde deveria estar.
Nas entradas, a mesma coisa. Todos os canais estavam ligados corretamente.
Não tínhamos muito tempo para passar o som, porque o evento começava cedo.
Por causa disso, chegamos no local às 8h da manhã.
Nosso horário era até às 9h30, mas nos deram mais 30 minutos para o serviço.
Acho ainda que passamos um pouco das 10h quando finalizamos o soundcheck, mas com certeza isso poderia ter sido bem mais complicado se não fosse a adiantada que o pessoal da técnica deu no palco!
Salvei minha cena na mesa e nos pendrives, e voltamos para o hotel.
O show seria cedo, às 20h.
Deu tempo de almoçar e esticar um pouco as pernas no hotel.

Setlist, chegando no final do show.
Ahhh. Esqueci de falar... Só conseguimos passar o som às 8h da manhã porque chegamos um dia antes na cidade.
Enquanto escrevo, as roupas estão na máquina de lavar e quando der 11h, vou entrar em contato com meu fornecedor de PF (Prato Feito) para saber qual o cardápio do dia.
Desisti de fazer almoço em casa. Muito trabalho, e pouca economia.
Com a quentinha, todo dia é alimento fresquinho... Né?
Antes, no terceiro dia comendo meu feijão, arroz e macarrão requentados, tinha que engolir sem sentir o cheiro, porque o gosto já estava bem fraquinho.
O almoço no restaurante ao lado do hotel também foi bem fraquinho, mas não tive coragem para encontrar coisa melhor.
Preferi comer logo e descansar.
Para quem já passou um ano comendo coxinha com guaraná no almoço, e ainda deixando no fiado, não sou exigente nessa questão de alimentação.
O mínimo para mim já resolve.
Seguimos para o local do show um pouco depois das 18h...
Tinha uma banda antes do show de Otto.
Ficamos aguardando no camarim, onde vi que tinha duas garrafas de vinho no frigobar, um tinto e outro branco.
No final do show vejo se o tinto ainda está lá, pensei com meus botões...
Não tive problemas com a mudança no palco.
Tudo voltou certinho, mas eu marquei monitores e microfones de voz, como normalmente faço.
Foi só checar se todos os canais estavam novamente no lugar certo, e o show começou.


O ambiente não era bom para shows.
Pavilhão de Centro de Convenções nunca vai ser bom para um show ao vivo!!!
É praticamente um banheiro grande!
Mas... O público não tem nada a ver com isso.
A mesa de monitor estava com alguns probleminhas, inclusive na porta de rede, onde não consegui conectar meu iPad.
Mas esse e os outros problemas eu já tinha visto no soundcheck.
Alguns visores estavam apagados, não dava pra ver o nome do instrumento/voz, tinha que ir na tela principal para ver isso.
Alguns leds de input estavam queimados. Mesma solução, olhar na tela principal.
E ainda tinha alguns canais onde a tecla de liga/desliga não funcionava!
Também usei a tela principal para ligar ou desligar esses canais.
Ahhh... Notei durante o show que o fader 1 estava “enganchando”, então tomei bastante cuidado na hora de mudar de página de faders, mas mesmo assim coloquei esse fader de volta para o lugar algumas vezes durante o show
Mesmo com todos esses probleminhas, o show foi bem tranquilo, “monitoramente” falando.
Inventei agora essa palavra para descrever que foi bem tranquilo o trabalho de operação do monitor do show. (Risos)
E o show?
Perguntem para quem estava lá, porque sou suspeito para falar.
No camarim, depois do show, todos estavam muito felizes!!!
E é isso que me interessa.
E o vinho tinto estava intacto no frigobar!!!!
O branco também estava lá, fechadinho, mas nem dou muita “bola” para os brancos.
Nem precisei procurar saca-rolha, porque a produção (inteligentemente) escolheu vinhos com tampa de rosca.
E o vinho tinto era Francês!!!!
Pensem num final de trabalho bommmmmmmmmm.
Só faltou uma taça de vidro...
Foi no copo de plástico mesmo!
Já dizia o filósofo lá do Rio Grande do Norte: Melhor um copo de plástico com vinho, do que uma taça de vidro com guaraná.
Concordo muito com o filósofo Ildemar de Natal, um verdadeiro visionário! (Risos)
Esse filósofo também é chamado de NosTioDamus pelos lados da Várzea, aqui em Recife.
Comemorações encerradas, seguimos para o hotel.
A parte não tão boa da história, pelo menos para mim, era que eu não teria muito tempo para descansar, porque meu voo de volta para Recife estava marcado para às 5h da manhã.
Isso foi combinado com a produção de Otto porque eu tinha um show marcado com a Academia da Berlinda em Recife, onde eu iria operar o monitor.
Como eu não sabia direito o horário do soundcheck, pedi para conseguir uma passagem bem cedinho, e fui atendido.
Ainda consegui tomar um banho e dar um cochilo de umas duas horinhas, mesmo com aquele medo de perder a hora!
Despertador funcionou bem, tomei outro banho para despertar, arrumei minhas coisas e segui para o aeroporto.

Mesa CL3 da Yamaha.
Tudo tranquilo, cheguei com um bom tempo de antecedência, pois não tinha trânsito na madrugada.
A atendente da companhia aérea já me avisou que o voo estava atrasado porque a pista estava interditada, mas que não seria um atraso longo.
Despachei rapidamente meu case com meus equipamentos e um pouco de roupas sujas e limpas (separadas em sacos plásticos, logicamente) e procurei um lugar para aguardar e para comer alguma coisa.
Foi aí que encontrei Anjo Caldas, percussionista de Elba Ramalho, que estava conversando com a turma da Banda Araketu.
Sentei com eles.
E Anjo me explicou que essa interdição da pista era feita com frequência.
Oxe. E é?
Vamos aguardar então, não nos restava outra opção.
Conversamos muito, e várias outras bandas estavam saindo de Salvador, parecia uma confraternização.
Até Toni Garrido apareceu para dar um alô aonde a gente estava, e ele falou comigo achando que eu era da Araketu.
Depois de muita conversa, onde fiz o velho lanche caro de aeroporto, onde paguei quase quarenta reais por um pão (até grande) de queijo do reino mais um pequeno café com leite, seguimos para a sala de embarque.
Tudo atrasado, como já sabíamos.
Ainda conversei um tempinho com Anjo na frente do meu portão de embarque, e ele seguiu para o portão dele.
A confusão já estava formada no Gate 06.
A todo momento o atendente da companhia chamava pelo sistema de som os passageiros que iriam fazer conexão em Recife.
Tinha muita gente aguardando.
Logicamente, como tudo estava atrasado em Salvador, seria complicado a conexão.
Eu estava tranquilo... A única conexão que eu iria fazer em Recife era pra eu ir para casa de Uber (ou Pop ou InDrive).
Vejo o preço pelo menos nos dois primeiros, pois o InDrive começou diferente mas tá igualzinho aos dois mais famosos. Ou seja... Ruim também!
Fiquei tão tranquilo que fiz besteira.
Ouvi um comentário de uma turma que estava também nesse voo, onde um rapaz falou que o embarque seria 1h depois do horário do voo.
E não fui conferir a informação.
Fiz uma conta rápida (errada) e achei 6h30 no resultado final.
Oxe, vou dar uma caminhada pelo aeroporto então...
Não fui muito longe, mas achei umas cadeiras-rede, e resolvi dar uma descansada ou até uma cochilada, porque pelas minhas contas (erradas), tinha tempo para isso.
Tenho o maior medo de dormir enquanto aguardo o voo, e nesse dia não foi diferente.
Coloquei o despertador para 6h10 (olha a merda!), e tentei dormir, mas não consegui.
Não ouvi nenhum chamado pelo sistema de som.
E antes do relógio chegar às 6h, me deu um desconforto, e resolvi voltar para a entrada do meu portão de embarque.
Nem precisei chegar muito perto dele para notar que não tinha uma "alma viva" mais no local!!!!
Oxe. Será que cancelaram o voo? Fiquei pensando positivamente.
Mas antes desse pensamento ser concluído, o funcionário que estava usando um rádio comunicador, olhou pra mim e falou: --- Ildemar Oliveira?
Respondi que sim, com uma cara de "fiz merda!" e o rapaz falou no rádio: --- Pode cancelar a busca da bagagem do passageiro, que ele chegou aqui.
Pediu meu documento, nem olhou a passagem, e eu entrei na passarela de embarque, enquanto escutava o rapaz falando ainda no rádio: --- Tudo ok, repito, passageiro embarcando... Repito, passageiro embarcando.
Nem ri.
Entrei com "cara de bunda" no avião, mas não notei fisionomias de quem queriam me matar.
Esperei até aplausos, mas não rolou!
Alívio total!
Sentei na minha poltrona no corredor, e enquanto o avião taxiava para chegar na cabeceira da pista, vi que tinha poltrona vazia atrás de mim.
Na realidade, várias poltronas estavam vazias.
Oxe. Será que muitos ficaram ou foram transferidos para outros voos?
Falei com a aeromoça para ver se eu poderia trocar de lugar mesmo com o avião se deslocando para o início da pista, e ela me autorizou.
Fui para uma fileira vazia, onde fiquei com tanto espaço para esticar as pernas ou achar uma posição para dormir, que acabei nem dormindo!
O tempo era curto também, e como não sou rápido para dormir, quando eu pegasse no sono, era capaz do avião tocar o solo Pernambucano.


Fiquei procurando o que fazer, mexendo na tela interativa à minha frente, e pensando também como foi muito bom o show, e como é gratificante imaginar que meu trabalho ajudou para o show ter sido daquele jeito.
Já sorrindo, fiquei pensando também que "por um triz", eu não fiquei em Salvador!
Já bastante relaxado, voltei meus pensamentos para o próximo trabalho com a Academia da Berlinda em Recife.
Mas aí já é uma outra história...
Um abraço a todos.

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Show de Martins no Plaza Shopping - Curti não.

 
Olá pessoal.
Fui mais uma vez operar o som de um show de Martins.
Dessa vez foi um "Voz & Violão".
O show fazia parte do Festival Viva Mães.
Ano passado (eu acho) Martins participou desse festival, só que acompanhado por mais um violão, uma guitarra e um baixo.
Dessa vez era só ele com o violão dele (na teoria).
Devem ter gostado, né? Chamaram novamente.
Mas realmente é muito difícil dar errado esse show, e eu falo isso por experiência própria!
No ano anterior, no mesmo local, foi uma multidão ver o show.
Um dia antes do evento atual, a produção do artista me falou que teria duas participações no show.
Cláudio Rabeca na rabeca (logicamente) e a cantora Larissa Lisboa.
Cláudio também iria cantar, por isso ajustei em casa a cena da mesa M32 da Midas que eu já tinha montado no editor offline.
Tudo muito simples, pois seriam apenas seis canais, e eu já tinha combinado com a produção do evento que ligaria meus canais à partir do canal 23, deixando os 22 canais já ligados da banda de abertura.
São 32 canais na M32.
O nome já diz, né?
Cheguei na hora marcada, passei minha cena para a mesa, liguei e testei meu roteador sem fio com meu iPad, e fui checar todas as vias, com a ajuda de Will, proprietário do sistema de som.
Fiquei muito feliz ao ver o upgrade que Will deu no sistema, pois no show anterior que fiz lá, a mesa de som foi uma Ui24 da Soundcraft, onde o técnico é obrigado a usar o iPad ou um laptop para controlar a mesa.
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Hoje é quinta-feira, dia 08 de maio.
Estava até indo bem no texto, mas tive que dar uma pausa para organizar as coisas para os dois trabalhos desse fim de semana.
Vou fazer o monitor de Otto amanhã (dia 09/05) em Salvador (já estou aqui na cidade), e no sábado retorno logo cedo para Recife, onde vou fazer o monitor da banda Academia de Berlinda.
Acho que nem consigo finalizar esse texto hoje, porque estou bem "enfadado" e vou acordar muito cedo amanhã.
Acredito que só finalizo isso na segunda-feira.
Mas vou adiantando o texto enquanto posso.
Já ajustei as cenas dos dois shows, aí posso continuar escrevendo sobre o show de Martins no Plaza Shopping.
Vou dar um olhada acima para ver o que já falei.
Pois bem...
Já gostei que eu iria usar uma M32 e não uma Ui24.
Chequei todas as vias, de entrada e saída, fiz pequenas correções na equalização, e aguardei o artista chegar.
Pedi para Martins levar o microfone Neumann dele, que se encaixa bem num show assim, sem monitores...
O cantor iria usar in-ear, e eu tinha separado um sistema meu da M-Vave para usar como monitor dos convidados, porque achava que eu só teria duas caixas de monitor no palco, e essas duas eu iria usar para o front, onde precisava preencher com som o espaço mais perto do palco, porque as caixas de PA estavam bem afastadas entre si.
Mas ao chegar no local, vi que tinha quatro caixas de monitor, então resolvi usar uma terceira como monitor dos convidados.
A quarta caixa seria retirada do palco na hora do show.
Cláudio Rabeca chegou antes de Martins, e eu já passei a voz dele junto com a rabeca no PA e no monitor.
Logo depois Martins chegou, coloquei o Neumann no lugar e fui passar a voz e o violão.
Depois passamos os dois juntos, e não demoramos para encerrar o soundcheck.
O "mini-soundcheck", né?
Como podem ver no vídeo abaixo feito pela produtora Lilli Rocha.

O microfone sem fio que usei para a voz de Cláudio, eu usaria também na voz de Larissa.
Ela não foi no soundcheck, e realmente não era necessário. 
Iria fazer os ajustes quando ela começasse a cantar no show.
E deu tudo certo mesmo.
Estou puxando pela memória aqui o que eu poderia falar mais sobre esse trabalho, mas tudo foi bem simples...
Como no show do ano passado, uma multidão veio novamente para ver o show "intimista" de Martins e seus dois convidados.
No show anterior, tinha mais músicos, mas não teve convidados, se não me falha a memória.
Ahhh, lembrei de uma coisa que eu poderia até falar, antes de finalizar o texto explicando por que não curti.
Antes da hora do show, enquanto a banda de abertura estava tocando, fui emprestar meu iPad para o técnico da banda conferir as coisas lá da frente, porque a mesa estava ao lado do palco, atrás de uma das torres do PA.
Mas meu iPad não conectou de jeito nenhum!
Conferi tudo na mesa, o endereço de IP, desliguei e liguei novamente o roteador, desconectei e conectei novamente o cabo de rede no roteador e nada!!!
Quando eu já estava quase desistindo, ao olhar no fundo do roteador, não vi a "luzinha" que indica a comunicação piscando.
Opa! Não está chegando sinal da mesa no roteador.

Showtime com participação de Cláudio Rabeca.

Não deu outra... Quando fui conferir o cabo de rede atrás da mesa, o mesmo estava desconectado!!!
Isso deve ter acontecido quando foram fazer umas mudanças nas ligações para o pessoal das Libras, que estavam com problemas com o sinal das vozes que não estava chegando bem no fone deles.
Ou seja... Nunca descarte a opção do cabo ser desligado por engano ou por qualquer outro motivo.
Com o cabo novamente no lugar, a conexão aconteceu normalmente, mas...
Eu levei o sistema com o iPad para operar o som do show lá da frente, como fiz no show anterior, e como normalmente faço em todos shows onde a mesa está (erradamente) ao lado do palco
Só que o palco foi mudado de posição, e tinha menos espaço na frente para o público ver o show.
Ou seja... Estava muito mais complicado sair e voltar para a mesa de som.
Ainda pensei em ir lá na frente dar uma checada no geral, mas desisti ao ver aquele amontoado de gente no espaço mais reduzido.
E outra coisa... Nesse show iria ter os convidados, e achei melhor ficar ao lado do palco, onde eu coordenaria melhor essa entrada e saída de convidados.
Resolvi ficar mixando pelo meu fone, e acho que nunca fiz um show completo mixando pelo fone ao lado do palco.
Posso até começar, mas sempre vou lá pra frente com o iPad, e fico.
Dessa vez não fui uma única vez, e só ouvi o som da frente no soundcheck, e sem público!!!!
Acho que foi a primeira vez, e mesmo sendo um show simples, não curti fazer isso.
Gosto de fazer o trabalho ouvindo o som que o público está ouvindo. Curti não ficar ali atrás.
Mas foi a única coisa que não curti no show.
O mais importante foi o que o público achou.
E pelo que vi no local, e depois vi nos vídeos publicados nas redes sociais, o público curtiu, e muito!!
Coloquei alguns desses vídeos aqui na postagem, como esse abaixo feito também por Lilli Rocha, onde mostra o final do show.


Um abraço (bem curtido) a todos.

PS: Consegui finalizar o texto!!!! Mas não tem farra, amanhã acordo cedo para fazer o soundcheck de Otto aqui em Salvador.