segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Academia da Berlinda no Dragão do Mar - Esqueço que tenho quase 60, bebo vinho toda semana e como besteiras.



Foto by Klenilton de Araújo (Raí).

Olá pessoal.
Quem leu a postagem anterior, sabe que logo após o show de Otto, viajei no outro dia cedinho para Fortaleza com a banda Academia da Berlinda, onde eu fui fazer o monitor de mais um show da turma.
Deu ainda para dormir quatro horinhas, que poderia ter sido mais, se eu não tivesse comemorado com vinho o excelente trabalho no show de Otto.
Mas não me arrependi muito da comemoração, só alguns segundos após acordar para me arrumar para seguir pro aeroporto.
Já sabia que dessa vez a técnica não iria descer do avião direto para o palco, o que me deixou mais aliviado.
Nos shows anteriores da Academia em Belo Horizonte e logo depois Salvador, foi complicado para meu "corpinho".
Nesse de Fortaleza, daria tempo pra esticar as pernas no hotel, almoçar tranquilo, para só depois seguir para o palco, onde iríamos montar nossos equipamentos para fazer o soundcheck.
Mas não voltaríamos para o hotel, só depois do show.
Não conhecia o espaço.
Um anfiteatro no conhecido Dragão do Mar.
Anfiteatro Sérgio Motta.
Eu já tinha ido várias vezes no Dragão do Mar com o SESI Bonecos, mas nem lembrava desse anfiteatro.
O festival de bonecos usava toda a área externa do Dragão, e eu realmente não lembro daquele espaço com arquibancadas.
A área externa está até em reforma, mas o anfiteatro estava lá intocável, meio que separado por tapumes.
Ainda deu tempo de conhecer um restaurante muito legal na cidade.
Cantinho do Frango.
Um espaço enorme e aconchegante, com um cardápio regional sensacional!
Não deixem de conhecer ao passar por Fortaleza.
Cantinho do Frango. (Clique AQUI)
Pedimos três pratos e não teve um ruim.
E para finalizar, pedi um sorvete de queijo com creme de pistache, com uma pequena quantidade de farofa de castanha (ou amendoim, não lembro).
Show de bola!
Clique na imagem para ampliar.
Fui para o hotel triste, pois não iria dar tempo para um cochilo.
E nesse momento eu estava querendo uma rede para dormir!
Fazer o que, né?
Rapadura é doce mas não é mole.
Seguimos para o local do show pra armar nossas coisas.
O ponto (mais que) positivo era que nada seria desarmado ou desligado.
Era só o show da Academia da Berlinda.
E isso é um outro ponto a ser destacado.
Esse show não teve ajuda de edital, de prefeitura ou governo.
Pelo que vi, foram na raça fazer um show em outra cidade, onde a viagem foi de avião!!!
Levaram ainda um técnico de som, um de luz e um roadie!!!
Além de um produtor!
Contrataram em Fortaleza outro técnico de som para fazer o PA e mais um roadie!
Realmente não lembro de ver mais gente daqui de Recife fazendo isso.
Louvável (e corajosa) atitude.
O local é muito legal.


Parecendo com a Concha Acústica da UFPE aqui de Recife, mas a área das cadeiras é descoberta.
Ruim para o público, bom para o som.
A acústica da Concha da UFPE é sofrível, principalmente para quem está no palco, onde o som é refletido na coberta e retorna para o palco.
Vou ali comprar minha quentinha no meu novo fornecedor.
Dezenove reais já com a embalagem, e consigo dividir para dois dias de almoço.
E lá tem uma "quiabada" sem carne, só o quiabo, que é imoral!
----
Vixe, hoje já é segunda-feira, dia 06/10.
Vou tentar finalizar esse texto hoje.
Logo quando cheguei no espaço, já notei uma coisa não muito interessante para mim, que iria fazer o monitor.
A mesa de monitor estava fora do palco, numa área improvisada no mesmo piso do público.
Devia ter 1,5m de altura o piso do palco.
E logicamente, como não foi projetado para isso, não tinha uma escada de acesso para palco onde a mesa de monitor estava.
Como não fui eu quem conversou com o pessoal do som, alguns detalhes estavam fora do que eu iria usar.
Mas eles seguiram quase tudo como está no Rider da banda.

Mapa by Adriano Duprat.
Seis monitores na frente, um monitor para a percussão, um monitor para os teclados...
Mas não colocaram um monitor para a bateria mais a caixa de subgrave.
Não estou mais usando as caixas para Tiné e para Yuri, vias 3 e 4.
Os dois usam in-ears, como também o baterista Irandê.
Mas... Nesse show não teríamos sistemas de in-ears, e por isso deixei as caixas nos lugares, só retirando uma caixa da via 3 para dobrar a via 5 da percussão, que sempre estou colocando duas caixas.


Vou até falar com Adriano para ajustar isso no Rider, colocando duas caixas na percussão, mas mantendo as caixas das vias 3 e 4.
Melhor sobrar do que faltar.
Quando não disponibilizarem in-ears, as caixas estarão lá para o serviço.
Tiné comprou um sistema de in-ear para ele, e pedi para ele levar.
Foi por isso que retirei uma das caixas da sua via de chão.
Ele com in-ear, eu desligo a caixa, só usando numa emergência.
Como eu sabia que não teríamos os sistema de in-ear, levei meus sistemas da M-Vave, para ver se resolveria o problema.
Sempre levo na mochila, independente do show.
Chamo o sistema de "in-ear de pobre".
Não se comparam aos sistemas profissionais de in-ears, mas já me salvaram várias vezes.
Resolvi testar.
Mas usaria MONO, porque quando ele está em estéreo, tem um atraso de 10ms (milissegundos), que me incomodou quando eu testei em casa.
Quando ele está em mono, esse atraso cai para 4ms, e não dá para perceber.
O grande problema do M-Vave é a estabilidade da conexão sem fio, porque ele trabalha na banda de transmissão 2,4 GHz (Giga Hertz). É um sistema amador, para uso caseiro.
Já usei em shows? Usei. Várias vezes.
Mas foi para "salvar a pátria", o sistema não foi feito para isso.
O fabricante até diz que foi feito para isso, mas não foi!
Os sistemas profissionais de transmissão sem fio trabalham na banda de transmissão em MHz (Mega Hertz).
Não tem como comparar a estabilidade de transmissão e recepção.
Mas nesse caso em Fortaleza eu iria usar, e se desse muita bronca com fuga de sinal, usaria as caixas de monitor.
Fora esse problema da transmissão sem fio, ainda tem o problema de ajustar o nível do sinal que entra no M-Vave, onde num pequeno descuido, o sinal fica distorcido.
Ele não tem um medidor de entrada de sinal.
Como falei antes... Não é um sistema profissional!
Para diminuir o risco na conexão dos dois sistemas que coloquei no palco para o baixista e baterista, deixei os transmissores ao lado dos músicos, e levei o sinal por cabos até os dois transmissores.
Tenho um cabo especial XLR>P2 para esse serviço, como mostra a foto abaixo.


O sinal da via vai por um cabo XLR normal de microfone e entra nesse cabo especial, onde na outra ponta é P2 macho.
Esse P2 entra no transmissor M-Vave.
Deixei o transmissor da bateria em cima da caixa de subgrave, que foi providenciada posteriormente, e o transmissor do baixista eu fixei no pedestal do microfone de voz dele.
Ou seja... Os dois músicos iriam ficar bem pertinho dos seus transmissores.
Se eu deixasse esses transmissores na mesa de monitor, que é o local normal onde colocamos os transmissores de in-ears, com certeza não iria ter uma conexão estável.
Os músicos não conseguiriam tocar com as várias falhas na recepção do sinal.


Eu fico com receio até deixando os transmissores perto dos músicos, pois é muito fácil ter interferências externas nessa transmissão em MHz.
E quanto mais aparelhos M-Vave no local, mais aumenta o risco de interferências, e temos que ficar mudando os canais dos aparelhos.
Depois de tudo ajustado, inclusive o sistema de in-ear de Tiné, começamos o soundcheck.
Eu perdi as contas de quantas vezes desci e subi no palco, dando pulos!
Já estava bem cansado do exercício quando começamos a passar o som.
Esqueci completamente de solicitar uma escada improvisada com caixotes ao lado da mesa de som.
Achei que conseguiria fazer o trabalho tranquilamente, dando os pulinhos...
Logicamente, usei o iPad no palco para alinhar os monitores e também na hora do soundcheck.
Se fosse uma mesa que não permitisse essa conexão com o iPad, eu estaria lá até hoje tentando ajustar as coisas no palco!
E sem andar por causa das dores no joelho esquerdo, que operei mas não cuidei depois.
Esse show aconteceu no dia 27 de setembro.
Eu estava usando também um sisteminha M-Vave no palco, e como o transmissor ficou na mesa de som, meu sinal cortava o tempo todo.
Só para ratificar o que eu falei acima sobre esse assunto.
Mas consegui fazer o serviço no palco, ajustando tudo para todos os músicos.
Não teve uma reclamação de falhas de sinal nos sistemas sem fio, tanto no in-ear mais profissional quantos nos sistemas M-Vave.
Que bom...
Alguém pode perguntar: O baterista usa caixas de monitor mesmo usando fone?
Usa, mas as caixas são usadas mais quando o percussionista Tom vai para a bateria, eles revezam.
E Tom não usa fone.
Por enquanto!
Esse dia ainda vem. (Risos)
Tudo ok no palco, encerramos o soundcheck, e fomos para o camarim, aguardar pela hora do show.
Nem esperamos muito, viu?
O show começou, e eu fiquei na frente da mesa de som com o iPad, ainda dentro do meu espaço, mas colado no palco, onde eu podia ver todos os músicos.
Continuei usando meu sistema sem fio para poder ouvir os canais e as vias dos músicos.
Pego esse sinal da saída de fone da mesa de som, onde tenho um cabo P10>P2 estéreo, como mostra a foto abaixo.


E ajusto o sinal de entrada no transmissor do M-Vave com o botão de volume da saída de fone da mesa.
Lindo.
E como eu estava bem perto do transmissor, meu sinal estava estável!
O nosso roadie (Chapa) me ajudou nos pedidos dos músicos durante o show, que foram poucos.
Mas a grande maioria dos pedidos foi de quem não estava usando fones!!!!!
Acho que só Irandê pediu para aumentar um pouco a caixa da bateria no seu fone.
Mais nenhum pedido da turma que estava usando os sistemas de in-ear.
Coincidência?
Lógico que não.
Foi tudo muito tranquilo no show.
E mais uma vez fiquei impressionado com a força da música dos meninos, num show fora de Recife, e fora do estado de Pernambuco!
Nem vou falar mais, que me tornarei repetitivo.
Durante o show, enquanto eu me divertia na beira do palco com meu iPad, uma garota veio me pedir para aumentar as vozes no som, que não estava dando para escutar direito na frente do palco.
Expliquei que eu estava operando o som do palco e não o som da frente, mas ainda expliquei que não iriam mesmo escutar o som das vozes naquele local, porque não tinha caixas de som para cobrir aquele ponto, as chamadas caixas do FRONT.

Exemplo de um Front Fill num palco de grandes proporções.
Tinha até um cluster central, que nem sei se foi usado, mas as pessoas estavam coladas no palco, abaixo dessas caixas que estavam suspensas no centro, e também quase atrás da linha das caixas do PA.
Não tinha como escutar muita coisa ali, só o som que vinha do palco, e um pouco das caixas do PA.
E tinha pouca voz no palco, principalmente a de Tiné e Yuri, que estavam usando os in-ears e suas caixas estavam desligadas.
Quanto menos caixas de monitor no palco, menos som para o pessoal que está colado no palco.
Isso pode ser evitado com a colocação de barreiras para o público ficar mais afastado do palco, tanto por segurança para os músicos, como para eles ficarem numa posição onde o som do PA consiga chegar.
Quanto mais distante as caixas do PA (esquerdo e direito) ficarem entre si, menos som para quem está mais próximo ao palco.
É para esse público do "gargarejo" que existe as caixas de Front Fill.
Até dei uma dançadinha na beira do palco durante o show, de tão animado que eu estava com o resultado do trabalho e da animação do show e do público.


Vai que arrumo uma namorada, né?
Uma boyzinha de 50...
Resumindo... O show foi muito legal!
Voltamos todos felizes para o hotel.
O  plano era só comer e dormir, mas resolvi comemorar pelo show, e pedi uma garrafa de vinho Foye pelo Zé Delivery.
Gosto muito desse vinho!



Meu parceiro de quarto Chapa gostou da ideia, e rachou o valor da compra.
Pegamos o tira-gosto numa "hamburgueria" ao lado do hotel, e bebemos todo o líquido da garrafa no quarto.
Chapinha adorou o vinho!
A parte ruim dessa comemoração foi que só dormimos 1h30 antes de seguirmos para o aeroporto!
Mas o show merecia uma comemoração.
Quando acordei do breve cochilo para me arrumar pra sair do hotel, me lembrei que estou perto dos 60 anos, que bebo vinho toda semana e como muitas besteiras...
O corpinho levantou da cama com uma certa dificuldade e resistência.
Por mim, dormiria mais umas 6h, acordando só para o café da manhã.
Mas isso não estava no cronograma.
Mais uma vez dormiria no avião.
Só que nem deu tempo, pois o tempo de voo é curto.
E quando cheguei em casa, pensei: --- Deveria ter solicitado uma escada provisória com caixotes ao lado da mesa de som!!!!
Com certeza, iria fazer diferença nas condições físicas de como cheguei em casa!
Me sentindo mais amassado do que roupa de cama de motel depois de uma orgia!
Mas nem pensei muito.
Joguei toda minha roupa do corpo no chão, liguei o ar-condicionado e fui dormir!
Sem hora para acordar.
E ainda sem um homem ao meu lado!
Isso não tem preço!
Um abraço a todos.

Nenhum comentário: