terça-feira, 20 de julho de 2010

Show de Joanna em Parintins – Será que vale o risco?

Olá pessoal.

Estou aqui no friozinho de Garanhuns tentando começar a escrever este texto sobre o show de Joanna que fiz em Parintins, no Amazonas.

Operei o monitor.

Nem sei quando vou acabar este texto. Espero que antes do novo trabalho que vou fazer aqui no dia 24, operando o PA do show de Jair Oliveira.

Trouxemos (eu e meu amigo Juzenildo) dez garrafas de vinho, todos Chilenos, e já tomamos quatro. Hoje está no roteiro tomar mais duas garrafas enquanto assistimos ao show de Elba Ramalho na praça principal.

Já fui a Manaus e para chegar lá não é muito confortável. Nas duas vezes que fui, o avião desceu em Fortaleza e Belém. Para chegar a Parintins, é mais uma hora de avião de Manaus até lá. Tem até uns aviões maiores da Trip (de hélice) que vai para Parintins, mas no meu caso foi disponibilizado um bi-motor Bandeirante, e para piorar, a aeronave era velhinha.

Nunca tinha voado num avião como este. E espero demorar muito até entrar em outro.

Já contei como foi a volta de Parintins para Manaus depois do show no texto anterior. Do susto que passei. Poderia até deixar para ter contado isso neste texto aqui falando sobre o trabalho com Joanna, mas achei melhor falar logo para deixar o Blog mais dinâmico.

A ida de Recife para Parintins foi muito cansativa. Foram umas oito horas para chegar lá. Como eu sempre falo, com menos tempo chego a Portugal.

Quando vi o aviãozinho que nos levaria de Manaus para Parintins, não gostei. E quando entrei nele, não gostei mais ainda. Era muito antigo!

Ajeitei-me numa poltrona simples que ficava ao lado da hélice. Fazia muito calor. Ligaram os motores e o barulho era muito alto. Subiu um cheiro de querosene dentro. Era tão forte que um dos músicos comentou que se alguém riscasse um fósforo, aquilo explodiria!

Aquilo parecia uma Kombi velha com asas. Perguntamos se não tinha ar-condicionado e o piloto falou que tinha, mas estava quebrado já fazia um bom tempo. A Kombi com asas saiu taxiando atrás de dois aviões grandes da TAM e o calor foi aumentando. Era de passar mal.

Decolamos com o barulho ensurdecedor dos motores e eu coloquei meu protetor de ouvidos para não chegar surdo na cidade. O vôo foi mais tranquilo do que eu imaginava. Não houve nenhuma turbulência durante toda a viagem. Para cochilar, tinha que se debruçar com a cabeça na poltrona (estava mais para um banco do que poltrona) da frente. Foi isso que fiz. Na hora do pouso, parecíamos uma folha de papel ao vento. Tudo era muito instável. Pensei... Espero que não dê uma rajada de vento forte, pois é capaz desta Kombi aterrissar de lado! A Kombi tocou o solo e o piloto seguiu estabilizando a danada na pista. Sobrevivemos.

Estava programado para esta viagem ser um dia antes do show, mas não sei por que viajamos no dia do evento. Também não adiantaria muito chegar um dia antes, pois quando chegamos à cidade o som ainda estava sendo armado.

(O ruim de Garanhuns para mim, é que dá uma preguiça sair de casa com este friozinho. Mas vou tentar ir ao sound check de Elba Ramalho para falar com meu amigo Mário Jorge, que opera o som do PA da cantora. Meu filho acordou agora, são 15:00h).

Como o som em Parintins ainda estava sendo montado, seguimos para o hotel, mas não demoramos muito lá. A equipe técnica seguiu para o palco.

Toda a banda, inclusive Joanna, iria usar fones. Não teria nenhum monitor no palco, e nem o side (pronuncia-se SAIDE, que quer dizer LADO) era para eu usar, segundo o produtor dela.

E isso foi que me salvou. Quando testei o side, o resultado encontrado não foi muito bom, para não dizer que era muito ruim! Imaginei como poderiam ser os monitores de chão.

Não haveria outra banda naquele palco. O mesmo foi armado somente para o show de Joanna. Tinha um palquinho mais afastado que seria usado para outras bandas e para o bingo da igreja. O evento era religioso. A banda de Joanna é formada por quatro músicos: bateria, baixo, teclados e sax.

A mesa da frente era a digital LS9 da Yamaha. A de monitor era uma analógica da Hallen & Heath chamada GL4. Como não teria mais ninguém naquele palco e eu não ia usar nenhum monitor de chão da empresa, dava para fazer. E se não desse? Daria para cancelar? Acho muito difícil. Isso é para se ver antes!

Ligamos todos os nossos equipamentos e ligamos todas as vias de fones.

Tive problemas com muitos cabos com defeito. Isso atrasou ainda mais nosso sound check. Estávamos, para variar, em cima da hora. Era passar o som e esperar uns minutos para começar. Tirando estes problemas com os cabos defeituosos, não tive problemas com o monitor, pois todos estavam de fones.

Joanna usa um in-ear sem fio e apenas um lado dos fones num ouvido. Enquanto passava os monitores com a banda, enviava tudo para o sistema sem fio dela que estava comigo. Nunca tinha feito o monitor dela e não sabia como ela gostava. Informaram-me para colocar toda banda no fone, mas que deixasse a voz dela bem à frente. Foi isso que fiz.

Meu colega que fazia o som do PA só teve alguns minutos para passar tudo lá na frente, pois o bingo da igreja tinha que começar. Depois de tudo (mais ou menos) passado, encerramos o sound check e um minuto depois caiu um temporal!

Cobrimos tudo no palco e a chave geral de energia foi desligada.

Se aquela chuva continuasse, não dava para ter show. Esperamos a mesma passar.

Estou agora na house mix do FIG (Festival de Inverno de Garanhuns). Aguardo por uma locução para montar um áudio de GM (General Motors) para um VT de televisão.

O frio começa a aparecer. São 20:40h. Já comi pastel de carne com bacon e tomei um chocolate quente. Vim disposto a me divertir e comer pastel, crepe suíço, maçã do amor, espetinho de frango com bacon e outras baboseiras que encontramos em festas de quermesse. Vi o sound check de Elba Ramalho e Cascabulho e estou aguardando pela locução e pelos shows.

Já trouxe duas garrafas de vinho logo cedo, pois não pode entrar com garrafas de vidro aqui, e tomar vinho chileno que está dentro de uma garrafa PET de refrigerante não é nada legal.

O show de Cascabulho começa aqui na praça Guadalajara.

Logo que a chuva em Parintins parou, começamos o show!

Não tive problema com os monitores. Só alguns ajustes normais que acontecem num show. Tivemos uma realimentação nos graves durante um bom tempo durante o show, mas como eu não estava usando nenhum monitor de chão e nem o side, sabia que o problema vinha do som da frente. Meu colega do PA tinha um abacaxi na mão para descascar. A cantora ainda veio ao lado da minha mesa falar, mas eu não tinha como resolver porque não era no palco o problema. Esta é uma das vantagens de fazer um monitor de um show com todos usando fone. Já falei isso em outro texto aqui no Blog. Se não tem nenhum monitor de chão no palco e o side está desligado, pode ter certeza que o problema vem da frente!

Em Silvério Pessoa também não usamos monitores de chão, e se apitar, sou eu me “cortando” lá na frente!

Fiquei todo show escutando a via de monitor de Joanna. Como disse, deixei a voz mais alta que o resto da banda, e como ela não falou nada, achei que era isso que ela queria. Mero engano!

No outro dia, conversando sobre o show no hotel, ela me falou que não estava escutando muita coisa.

Falei pra ela que achava que estava tudo certo porque ela não falou nada. Já sei que aquela mixagem não serve pra ela, tem que chegar mais com a banda no ouvido dela.

Se houver outra oportunidade, que não tenha nenhum Bandeirante para voar, faço minha mixagem normal.

Com outro Bandeirante pela frente, e com quase 40 anos de uso, não sei se vale o risco!

Vale?

Um abraço a todos.

2 comentários:

iNterativo! disse...

Parabéns! Vocês sobreviveram... Kkkk
Que experiência, hein tio?! Meu irmão voou um bom tempo um desses Bandeirantes. Na época da Nordeste Linhas Aéreas. Mas acho que não era tão velho como esse. Rsrs
Pow tio pensei que era minha Loc que tu tava aguardando quando tu falasse "que estava esperando a voz". Fiquei até animado pensando que iria ser citado no Titio e os Bastidores de um Show! :P
Oh, fiquei com vontade de comer todas as tranquêras daí de Garanhuns. Tu falasse só de maldade, né?! E o Travessia em garrafa pet?! Hehehehe
Abaracaum tio!

Titio disse...

Olá iNterativo!
É... Sobrevivemos!
Realmente era sua "voz" que eu aguardava para montar o áudio de GM. Você sabe disso.
Comi tudo que tinha direito lá. Até acarajé!
Não sei como não tive um desarranjo intestinal!
Um abraço.