Fui dar uma resposta para Felipe Rangel em um comentário que ele colocou no meu texto anterior, e notei que acabei colocando nessa minha resposta algumas curiosidades que gostaria que todos soubessem. Vou colar a resposta aqui.
Cabine da boite Over Point no começo dos anos 90.
Olá Felipe.
Em meados da década de 80, quando eu era DJ de uma saudosa boite no bairro das graças chamada Over Point, tive os primeiros contatos com o som ao vivo, pois a casa noturna tinha essa opção e eu tive que aprender na marra. Era uma mesa Staner de 8 canais no começo, depois passamos para uma Alesis de 16 canais e quando deixei a profissão de DJ era uma Mackie de 16 canais. Por ser uma boite, ela tinha um equipamento muito bom. Microfone sem fio Shure, vários SM57 e SM58, um SPX 900 e um quadraverb Alesis. Nesta época, eu fazia exatamente o que você faz hoje em dia. Ligava e desligava todo o palco, era o roadie e fazia o monitor e o P.A. da mesma mesa. Foi uma grande escola, pois passaram grandes nomes por lá, como por exemplo: Verônica Sabino, Golden Boys, Renato e Seus Blue Caps, Rosana, Léo Gandelman, Miele, Eliane, Netinho, Rosa Maria, etc, e ainda tinha o pessoal local: André Rio e a Banda Modelo do Meu Terno (eita, faz um tempinho), Weudes, Herberth (Azul), Pagunça, Renato Campelo, Jura, Mônica Feijó, Spok, e tantos outros nomes que se fosse tentar colocar aqui seria mais da metade do texto.
Gostaria de ter passado por uma firma de som aqui em Recife, pois acredito que seja muito importante essa escola, mas não tive a oportunidade de fazer isso, pois já comecei como técnico de monitor da Banda Versão Brasileira (sem nunca ter visto uma mesa de monitor). Meu irmão que era o tecladista da banda e de Alceu Valença falou com Bizoca para eu ir ao galpão dele para ter um contato com uma mesa de monitor, que na época era a famosa mesa da Studio R. Foi assim que tudo começou e eu não sei aonde vai parar.
Como falou Silvério, nosso sonho de consumo hoje em dia é viajar com uma 01V96 com a cena dos monitores gravada. Quem estava com esse setup no Abril Pro Rock foi Lobão. Faz ajustes ainda na hora do sound check? Faz, pois são outros microfones, outro ambiente, outras distâncias entre os músicos, etc, mas que já é uma “mão na roda”, isso é!
Detalhe do transmissor do in-ear de Silvério (esquerda) e do sampler (direita). O sampler foi usado na turnê 2007 para disparar as vinhetas e a base da música Coco do M.
Em alguns shows na Europa, eu fico com o in-ear de Silvério na mesa de P.A. e faço o monitor dele, deixando o resto da banda com o operador da empresa de som. Na grande maioria das vezes, tirando um show na Holanda em que sai da mesa pra escutar como estava o som em outro local e esqueci que tinha que abrir o metrônomo para Silvério e quase derrubo a banda toda por isso, o resultado sempre foi muito bom. Sou fã de in-ears e/ou fones na monitoração e quando consegui colocar fones na banda toda de Silvério, fui transferido para o P.A.. Quem faz o monitor agora é Normando.
Quase que esta resposta vira um tópico (virou!).
Um abraço.
Um comentário:
Espero que eu também tenha o mesmo sucesso que você está tendo. :D
Mas enfim, o fato de ser multi-trabalhador(técnico, operador, roadie..) faz com que você lide com vários tipos de problemas que lhe ajudará no futuro. Como já diziam por ai: Trabalho sem problemas você vira um simples trabalhador. Com problemas, você ganha experiência. O bom é batalhar!
Vou agora tentar conseguir comprador pra umas L-30! heheh
Abraços, Titio!
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