quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Turnê com o SESI Bonecos pela Bizasom (Campo Grande) – Blackout compromete o primeiro dia!

Olá pessoal.

Passei da metade do caminho da turnê com o SESI Bonecos. O evento acabaria aqui em Cuiabá (de onde escrevo agora) no próximo final de semana. Mas fecharam mais um final de semana em Belo Horizonte com o SESI Bonecos e mais um evento extra também em Belo Horizonte uma semana após o SESI.

O evento em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul teve uns contratempos. O primeiro problema foi um atraso na montagem da nossa estrutura por causa de um show que aconteceu no mesmo local. Por causa deste atraso, só liberaram para a gente (som) somente na sexta-feira. Tínhamos que montar todo som neste dia porque à tarde já tinha passagem de som com as companhias de bonecos. Seria um teste de fogo.

Chegamos cedo ao local. Nove horas da manhã. Um belíssimo parque chamado Parque das Nações Indígenas. Disseram-me que tinham até muitas capivaras soltas no local. Não tive tempo de conferir, mas vi nas fotos de um colega que eram muitas mesmo!

O único problema do local era o tamanho reduzido. Sabia que teria problema do um som de um palco invadir o outro. Neste evento temos um PA grande mais quatro torres de delay para sonorizar os dois palcos (1 e 2) principais que ficam um ao lado do outro e é aonde estou trabalhando, um PA bem reduzido para sonorizar o palco 3, um sisteminha de duas caixas amplificadas para sonorizar um stand chamado Mestres Mamulengueiros, e mais um sistema composto por oito caixinhas para fazer o som ambiente do Pavilhão de Exposição.

Como já estamos bem entrosados, cada um montava uma parte (com ajuda dos carregadores logicamente). Rodrigo monta e liga todo o PA principal e os equipamentos destes palcos. Barraca monta e liga o palco 3 e o stand dos Mamulengueiros. Marcelo é o responsável pela montagem e ligação das torres de delay. Eu monto e ligo o sistema ambiente do pavilhão e ligo os equipamentos da house mix. Já com esta divisão de tarefas combinada, fomos à luta. Montamos a grande maioria do nosso equipamento já na parte da manhã! Por causa do espaço reduzido, só montamos duas das quatro torres de delay.

Saímos para almoçar quando deu meio-dia no relógio. A outra parte do nosso equipamento foi toda montada nas primeiras horas da tarde e ficamos esperando chegar a hora do sound check com as companhias que iriam se apresentar no sábado. Conseguimos montar! Espero que o pessoal da produção não se acostume com este tempo para montarmos. No decorrer do evento pelas capitais, aconteceram mudanças de lugar das companhias nos palcos e até mudanças de posição dos palcos 1 e 2. Como eu já tinha a cena das companhias na mesa, combinei com Rodrigo (meu colega que fica no palco) para ele não mudar os inputs e nem a posição dos monitores. Tenho duas vias de monitor em cada palco. Nos primeiros dias, as via 5 e 6 eram para os monitores do palco 1 que ficava à minha esquerda, e as vias 7 e 8 eram para os monitores do palco 2 que ficava à minha direita. Teve dia, por causa de logística da montagem de cenário, que esta posição dos palcos foi invertida. Com as posições dos monitores fixas, deixei de chamar palco 1 e 2. Para mim agora era palco da esquerda (monitores 5 e 6) e palco da direita (monitores 7 e 8), sempre! Chamo a cena da companhia e verifico quais as vias que estão ativas. Se ela está se apresentando no palco invertido neste dia, apenas copio as mandadas de todos os canais para as vias do outro palco. Como geralmente são poucos canais, faço isso rapidamente. Se eu nem quisesse ter este trabalho de ver o nível da mandada e copiar o mesmo nível na outra mandada (desligando a mandada anterior), poderia também mexer digitalmente no patch das saídas destas vias. Ex: as vias 5 e 6 estão saindo pelos OUTs 5 e 6 da mesa para o palco da esquerda. E as vias 7 e 8 estão saindo pelos OUTs 7 e 8 da mesa para o palco da direita. Vamos supor que uma peça aconteceu no primeiro dia no palco da esquerda, e as vias usadas foram a 5 e 6. Na outra cidade esta companhia foi para o palco da direita. Eu abriria a cena dela e sem mexer nas mandadas, simplesmente mudaria digitalmente a saída física das vias 5 e 6. Passaria a sair agora pelos OUTs 7 e 8 da mesa que já estão indo para o palco da direita. Deu para entender? Foi o máximo que consegui explicar com algumas taças de vinho na cabeça. (risos)

Achei mais simples ver e copiar para as mandadas do outro palco, para não complicar para os operadores das companhias.

Estou usando esta tática até hoje aqui sem complicações. Até já usei o snapshot que falei em texto anterior. Foi uma coisa simples, mas usei. Era uma simples mudança de equalização em um canal em determinada hora, para depois voltar ao normal.

O mais complicado aqui neste evento (torno a falar) é a montagem dos cenários e a afinação das luzes. A luz não tem esta facilidade que eu estou tendo com o áudio. Toda vez tem que afinar a luz para a peça, pois os refletores são mudados de posição constantemente!

Tudo foi tranquilo na sexta-feira. E tudo teria sido tranquilo na sábado. Mas os geradores deram pau!

Já tinha começado a peça no palco três quando o gerador deu problema. A primeira apresentação nos palcos onde estou só começa quando escurece, pois a luz é muito importante para o espetáculo.

A empresa responsável pelos geradores não conseguiu sanar o problema, e para piorar, o gerador com defeito também era responsável pela iluminação de vários stands com bonecos gigantes que ficam ao redor. Tudo ficou sem luz! E estes stands sem luz ficam sem graça à noite. O dia do evento já estava prejudicado. Tinha muita gente no local. A noite foi caindo e começaram as apresentações nos palcos principais. Só que em determinada hora, o gerador responsável pela luz destes palcos deu problema também! A peça teve que parar. Corre pra cá, corre pra lá... A energia voltou, mas depois de um tempo caiu novamente. Grande parte do público foi embora e a noite acabou sem o brilho merecido. No sábado, os geradores foram trocados e tudo foi muito bom. O público foi enorme, pois tinha outro evento acontecendo no mesmo parque. Teria até um assunto novo aqui para falar sobre o sound check de uma das companhias, em que o diretor se baseou nas apresentações dele em teatro para coordenar o sound check numa praça aberta. Logicamente não deu certo. Mas estou sem saco de escrever mais. Meus parceiros de quarto já estão roncando aqui e não estou disposto para abrir a outra garrafa de vinho! Depois eu comento sobre este caso.

Toda estrutura foi desarmada como de costume logo apos o término do evento e a caravana seguiu na segunda-feira para Cuiabá.

Vou dormir também, pois aqui em Cuiabá o relógio marca 1:15h da manhã. O relógio na minha cidade, Recife, já marca 2:15h da madrugada!

Um abraço a todos.

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