quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Turnê com o SESI Bonecos pela Bizasom (Cuiabá) – Sentir prazer com os erros?

Olá pessoal.

Já devidamente acomodado num flat aqui em Belo Horizonte e vestindo roupas limpas porque o ônibus com minha mala chegou, resolvi falar sobre o evento em Cuiabá.

Achei (muitos acharam também) a cidade mais quente do que Palmas, mesmo não tendo visto nenhum relógio na rua marcando 40 graus como o que vi em Palmas.

Estava difícil até andar nas ruas por causa do sol escaldante e o ar quente. O pessoal da montagem da estrutura não estava conseguindo trabalhar direito pela manhã por causa do calor. Por isso houve um pequeno atraso para entregar tudo pronto. Recebi a informação que não daria para fazer nada com o som na quinta-feira pela manhã, então combinamos ir na parte da tarde. Adiantamos o que podíamos adiantar e até deixei um pouco de lado meu método de trabalho, pois deixei de adiantar uma coisa que poderia ter sido adiantada. Rodrigo posicionando e ligando uma das torres de delay. Posicionei e liguei as caixas do sistema de som ambiente do Pavilhão de Exposição. Posicionei o meu equipamento na house mix, mas decidi não ligar nada, deixando para fazer isso na sexta-feira. O palco ainda não estava com o teto erguido e por isso não dava para içar as caixas de som do PA. Só teríamos energia na sexta-feira à tarde. Voltamos para o hotel. O quarto era para três pessoas e estava bem abastecido. Neste quarto estava eu, Waltinho e Barraca. Dividimos o quarto também em Campo Grande. Tinha vinho Concha y Toro, vodka Absolut, Amarulla, sacos de iogurte de um litro, pão, chocolate, sucos diversos, refrigerantes de laranja e limão para acompanhar a vodka, e água... Muita água! Economizamos muito com estas “feirinhas” de abastecimento. Acabei de chegar agorinha aqui com uma feirinha dessas. Comprei meu vinho Concha y Toro, duas lasanhas congeladas Sadia, queijo provolone (porque não achei um bom e barato parmesão), refrigerantes, três litros e meio de água mineral, chocolate, suco de laranja, pipoca de microondas e biscoito Club Social recheado (muito bom por sinal). Vodka Absolut comprada por Waltinho, iluminador do evento. No mínimo isso dá para uma farrinha aqui no apartamento, duas refeições, dois lanches e um café da manhã (nem precisava porque é de graça no hotel). Ainda bebo água durante uns três dias ou mais sem pagar três reais pela garrafinha de 500 ml. Se eu consumisse apenas sete garrafinhas de água daqui do hotel, pagaria 21 reais, quase metade do que gastei para comprar tudo da feirinha! No detalhe acima, a primeira feirinha que fiz aqui em BH. No começo, eu ficava até meio constrangido de entrar no hotel com as sacolas do supermercado. Hoje em dia, não tenho mais nenhum constrangimento. Acredito que já tomo este vinho com uma das lasanhas hoje aqui. (risos) A saudade da família (ou o que restou dela) e amigos começa a apertar mais forte. Sinto falta do arroz de leite com carne de sol com minha irmã no domingo. Por incrível que pareça, sinto falta do (ex) sogro e (ex) sogra e (ex) cunhadas! (risos)

Sempre me tiveram como um filho e me sinto um pouco perto disso. Seria hipócrita aqui se não dissesse que sinto falta da (ex) esposa também. Minha fã número um. Estava acostumado com a força que ela me dava. Nunca me esqueci do dia que ela me disse que chorou num show que fiz de Silvério Pessoa no Teatro Santa Isabel. O show foi perfeito. O som foi perfeito. Minha reputação depois daquele show cresceu! Minha carreira cresceu. Acredito que tivemos muito mais momentos bons do que ruins. Agora eu entendo a frase na música de Roberto Carlos que diz: “...detalhes tão pequenos de nós dois, são coisas muito grandes prá esquecer...”.

De quem eu mais sinto falta, menos eu consigo falar. Meu adolescente de 14 anos. Quando encontro ele no MSN, está sempre sem muito tempo para conversar (pelo menos comigo). Coisas de adolescente mesmo!

Sinto falta da minha casa, que nem retorno mais pra lá. Já vou direto para o meu novo lar, um quarto num apartamento que vou rachar com dois amigos. Estou meio receoso com esta mudança drástica, mas deve ser normal. O novo sempre causa medo! É bom sentir falta de algo. Só assim damos mais valor às coisas ou às pessoas. Às vezes é bom pegar o caminho errado, pois só assim saberemos qual é o caminho certo. Tou filosofando muito...

Depois de uma conversa dessas, eu vou é abrir meu Concha y Toro aqui! Já comi metade da lasanha no jantar e vou comer o resto com o vinho agora!

Voltando ao evento em Cuiabá...

Pelos meus cálculos, eu ligaria tudo em trinta minutos. Errei. Levei (sem pressa nenhuma) uma hora para ligar todo meu equipamento na house mix. Rodrigo levou quase duas horas para posicionar e ligar as caixas do PA. Esperamos ainda um bom tempo depois de tudo ligado e funcionando para começar a fazer o sound check da primeira companhia de bonecos. Foi tudo dentro do previsto. Passamos o som e voltamos para o hotel.

A novidade deste evento em Cuiabá era que eu iria operar o som da companhia XPTO de São Paulo. O operador da banda foi convocado para substituir um dos integrantes que não poderia estar nem em Cuiabá e nem em Belo Horizonte. Aqui também vou operar o som deles. Peguei um rápido roteiro com Alonso (operador da companhia) e arrumei direitinho num documento no meu laptop. Antes de começar o evento, deu uma ventania que quase complica tudo. O pessoal teve que segurar as cortinas dos palcos, corri para cobrir as mesas de som e luz por causa da poeira. Os cenários das peças são feitos com materiais leves e dependendo do vento, tudo vai pelos ares. A “casinha” do boneco mascote do SESI voou. Mas conseguiram segurar.

Depois da ventania, veio a chuva! E até pensei que não iria parar, mas parou. O projeto da house mix é bonito, mas não é legal. O teto é alto demais, e a chuva sempre entra. Preciso sempre cobrir a mesa quando chove. Nada prático.

Cometi três erros na operação do som do XPTO. Com minha mania de perfeccionismo, perdi a noite. Mas analisando friamente... Dando um desconto por nunca ter feito o som deles, foi razoável meu serviço. Foi bom, tirando meu perfeccionismo. Acredito que não vou cometer mais os erros aqui em Belo Horizonte.

Encontrei-me depois do evento com Alonso e Fernanda do XPTO num barzinho ao lado do hotel e rimos muito com os erros cometidos. Outro músico foi substituído (fora o que Alonso substituiu), e ele errou bem mais do que eu. Só que a fogueira que o colocaram foi bem maior que a minha! Ri muito neste encontro. Isso é o que vale. Senti muito prazer, mesmo errando. E quando você sente prazer mesmo errando, deve ser um sinal (creio eu) que você está no caminho certo!

Um abraço a todos.

3 comentários:

Thiaguinho Roadie disse...

Titio mandou ver nas aulas de Economia Doméstica, Filosofia e Bioclimatologia.
Força e Fé Titio...
Abraço nessa galera do trampo.
PAZ.

Anônimo disse...

Esse é o cara que sempre existiu dentro dele mais nunca explorou seus verdadeiros sentimentos.

Cara, MUITO SHOWW!!!! Continue assim se nao falando , ESCREVA ponha para FORA o cara maravilhoso que sempre foi. Pequenos erros devem ser esquecidos e amadurecidos para uma vida que ta ai para ser vivida com muito amor.
um cheiro.

Adriana disse...

esse anonimo ai que disse... fui eu galego.