segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Gravando o áudio do DVD da Banda Calypso – Superação.

Olá pessoal.

E com vocês... Banda Calypsoooooooooooooooooo!

Exatamente (mas foi exatamente mesmo!) depois desta frase, caiu um temporal que molhou muita coisa no palco e o show teve que parar. Parecia um filme e que estava tudo programado eletronicamente para aquela água cair!

Entrou água até na sala onde eu estava com o estúdio móvel. Impressionante! Parou tudo.

O áudio foi gravado em HD (hard disk) usando o software multitrack Logic 8.2, rodando num Mac G5 Dual 2.2 Ghz. Foram 56 canais gravados e usamos duas mesas analógicas na gravação para entrar com os sinais e enviar para as 3 placas de áudio MOTU. As mesas usadas foram: Midas XL 200 de 48 canais e Mackie de 32 canais.

Não resisti ficar só olhando para as garrafas de vinho que comprei para as festas de final de ano. Coloquei uma para esfriar (PKNT – Chileno), mesmo não tendo nenhum queijo parmesão. Vou me virar com o queijo de coalho mesmo!

Passei o dia tentando tirar meu filho lá do apartamento onde ele mora com a mãe. Não teve acordo. Foram várias opções que dei e nenhuma delas o fez querer sair de lá. Não fico tão triste porque sei que ele se sente bem lá, e é isso que me interessa. Tem sempre o que fazer lá. Vou tentar ir nesta segunda-feira comer um camarão ao alho e óleo com ele num bar aqui perto de casa. Estou afim de conversar com ele sobre a mulherada que está no Orkut dele. Não estou nem um pouco interessado em ser avô por estes anos! Vi que a meninada está acelerada demais!

Passei todo o dia aqui no meu apartamento “compartilhado” e resolvi falar sobre o trabalho na gravação do áudio do DVD, já que não consegui nada com meu filho Raian. Peguei a garrafa de vinho que esfriou na geladeira e já estava procurando o saca-rolha para dar início aos trabalhos etílicos, quando meu amigo chegou com a namorada e em menos de 10 minutos de conversa com ela no quarto, começaram (mais uma vez) a discutir a relação! Hoje eu não estava muito disposto a ouvir discussão sobre relacionamento. Peguei minha garrafa de vinho e meu laptop e corri para casa do meu ex-sogro, que segundo meu amigo Silvério Pessoa, é meu amante e não ex-sogro, porque tenho um contato muito grande com ele ainda. (risos)

Já estou aqui devidamente acomodado na casa do “meu amante”, tomando meu vinho e comendo queijo provolone!

Voltando ao trabalho...

Não tive grandes problemas na gravação do áudio. Para falar a verdade, foi tudo muito tranqüilo lá na minha sala. Os problemas maiores aconteceram no palco mesmo, e não foram poucos.

Já tinha gravado todo show no dia anterior, sem a presença de público (pelo menos não era pra ter público, mas tinha mesmo assim). Fazemos isso para garantir mais uma opção de áudio (e vídeo!). E pode? Pode. Principalmente se o show for controlado por metrônomo (click). Podemos usar o áudio do dia anterior (sem público) se houver algum problema com o áudio do dia do show.

O show da Banda Calypso é dividido em blocos. Cada bloco é formado por umas seis músicas e estas músicas são interligadas, ou seja, não pára entre uma música e outra. Acho muito legal este formato, principalmente para o público que está vendo o show. Em todos os blocos existe um metrônomo para controlar o andamento da banda. E a banda tem que seguir fielmente este metrônomo e o formato da música previamente ensaiado, pois em determinadas horas entram vocais, metais e loops pré-gravados. Muitos artistas e/ou bandas usam esta facilidade da tecnologia atual, inclusive Silvério Pessoa.

Voltando ao show, e aos problemas...

Depois de esperar vários minutos enquanto o palco era enxugado, o show recomeçou.

Não lembro direito, mas não demorou muito e o gerador da luz não aguentou e parou. Mesmo com o palco às escuras, a banda não parou e seguiu como se nada tivesse acontecido. Não sou fã da banda, não ouço suas músicas, mas admiro algumas atitudes deles (Joelma e Chimbinha). E esta foi uma atitude “classuda”. Com a gravação do áudio ia tudo bem. Só um probleminha no canal do bongô, mas sabia que não seria um problema sério e que poderiam consertar no estúdio. No final, eu explico.

A coisa já estava tensa. Abertura interrompida pela chuva, gerador da luz parando... Mas o show seguia.

Algumas vezes eu me desconcentrava porque entravam as bailarinas para ver a imagem do palco no nosso monitor de TV... Aí não dava mais para olhar para o nível de entrada de áudio, para ver se estava alguma coisa estourando no nível. Perdi um pouco o foco nestes momentos.

O show seguia.

E mais uma vez o gerador da luz parou! Podem acreditar! Mais uma vez o palco ficou sem iluminação, e mais uma vez Joelma continuou cantando. Desta vez notei que a guitarra de Chimbinha havia parado e fiquei sabendo que ele havia saído do palco para ver o que estava acontecendo. Eu, como me conheço, já teria tido um enfarto numa situação dessas!

E Joelma cantando...

Minha admiração pela cantora aumentou. Ela “segurou a barra” como poucas vezes eu vi por aí.

Soube depois que houve um atrito de Chimbinha com o cantor da banda nesta hora. Sei até o motivo, mas como fiquei sabendo por outras pessoas, eu não comento. E este Blog não foi feito pra isso. Só estou tocando no assunto porque ele foi divulgado pela imprensa.

Para quem não sabe, a Banda Calypso tem um cantor! Exatamente. Tem um cantor que nunca aparece em DVD, pois ele é usado somente para cantar para o público enquanto Joelma e o balé trocam de roupa. Só quem sabe deste detalhe é quem vai ao show, ou quem está lendo meu Blog agora.

Já tinha uma admiração por Chimbinha pela vontade que eu via nele de fazer a coisa bem feita, de aproveitar a tecnologia, de sempre querer melhorar o show. A “praia” dele sempre foi esta. E ainda por cima, gosta de vinho também! Já participei de uma farra de vinho lá na Somax que nem sei como voltei pra casa direito!

Não tenho nenhum preconceito com relação a ritmos ou estilos musicais. Não tenho mesmo! Cada um na sua praia. Não gosto de oportunistas, que fazem um trabalho de acordo com a oportunidade ou época. E a Banda Calypso não é oportunista. É a música deles mesmo. Essa é minha opinião.

Eu gosto da música? Não. Não é meu estilo. Mas admiro o trabalho, o esforço para a coisa ficar legal, bonita. Os músicos da banda são competentes. Admiro a luta pelo espaço. Sou ateu, mas a música que eles usaram na abertura do show, e que agradecem a deus é belíssima. Emociona. Acredito que tenha sido Tovinho (meu irmão) que fez o arranjo, pois é muito bom.

Para não dizer que não tenho nada contra a banda, acho muito pouco o que eles pagam aos músicos e técnicos. Poderia ser bem melhor.

Meu cachê com Silvério Pessoa é quase duas vezes o que ganham lá. No detalhe as 3 placas de áudio MOTU.

Gosto de Flávio Venturini, Pedro Mariano, 14 Bis, Nando Reis, Lisa Stansfield, A Cor do Som, Supertramp, Donna Summer, Barão Vermelho, Earth Wind & Fire, Djavan, Jamiroquai, Lenine, Kool and The Gang, Morcheeba, George Benson, M People, Beto Guedes... Tudo isso eu tenho no meu laptop.

Muita gente (do ramo do áudio) fala que a cantora da Calypso desafina! Quem sou eu pra criticar. Alguns que citei das minhas preferências musicais desafinam ao vivo, e muito! Vou deixar de gostar por causa disso? Não. Identifico-me com as músicas dos artistas que citei, e muitas pessoas se identificam com as músicas da Banda Calypso. Gosto não se discute. Lamenta-se. Uso muito esta frase feita, mas nem me lamentar eu me lamento. Simplesmente não discuto! Respeito. E repito: Me incomoda muito mais um artista afinado oportunista do que um desafinado fiel ao seu estilo.

Eita que o vinho tá me ajudando hoje! Viram com escrevo melhor quando tomo vinho? Software multitrack Logic 8.2.

Onde eu estava mesmo? Ah! Na segunda parada do gerador da luz.

Pois bem...

Depois desta segunda parada, não tivemos mais contratempos. O show seguiu até o final (sem o cantor para segurar a onda na troca de roupa de Joelma e balé, pois ele foi embora!).

Como falei que explicava no final sobre o canal do bongô que poderia ser consertado no estúdio...

Muita coisa de um áudio gravado de um show para um DVD poder ser “retocado” ou até gravado novamente em estúdio! Principalmente um show todo feito usando-se o metrônomo como guia do andamento. Tudo pode ser refeito no estúdio. Inclusive a voz! Quando não se tem imagem, como por exemplo, um CD ao vivo, é mais fácil ainda. Não temos imagem e o músico pode refazer toda a gravação sem se preocupar com o sincronismo com a imagem. Com um DVD é mais complicado porque temos uma imagem para seguir. Se aparece uma imagem de um percussionista batendo num prato e o som deste prato não aparece, fica estranho, não é? Até aí, tudo bem, pois não temos muitos closes (imagens de perto) dos músicos sempre. Ninguém vai notar o som de um tamborim que deu problema na gravação se não aparece um percussionista tocando o instrumento. O grande problema são os cantores, pois sempre estão com a imagem em close aparecendo com mais frequência. Como fazer então? Com o competente Guigo, responsável pelas ligações dos cabos entre o palco e o estúdio móvel.

Em muitos casos, toda a voz é regravada. O cantor vai ao estúdio e grava novamente a voz de todo o show. Vai se guiando na imagem do DVD para saber como ele cantou. Aí é que entra o “pulo do gato”! Como cantar exatamente igual ao dia do show? Vou dar uma de Mister M. Não precisa ser exatamente igual! Existe um plugin (uma ferramenta, um programa digital) chamado VOCALIGN (http://www.synchroarts.com/index.php?PAGEID=products&ID=vocalign) que pra mim foi uma das grandes invenções do meio digital nestes últimos oito ou dez anos. Este programa simplesmente, como o nome em inglês diz, alinha o vocal. Serve também para canais de instrumentos!

Eu tenho o canal da voz gravada no dia do show, não é? Este canal tem o desenho da forma de onda. Mais detalhes aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Timbre

Pois bem... Este programa vê o desenho da forma de onda do canal da voz gravado no estúdio e compara com a forma de onda do canal da voz gravado no dia do show e faz a adaptação do novo canal para se encaixar na forma de onda do canal gravado no show. Ela estica e encolhe o novo canal para que o encaixe aconteça. Quando este encaixe acontece, vai se encaixar com a imagem também. O cantor pode cantar um pouco diferente do que cantou no dia do show, que o programa ajusta! Se no dia do show ele cantou “eu te aaaaamo” e no estúdio ele cantou “eu teee amo”, o programa diminui o “te” e aumenta o “amo” da voz do estúdio para se encaixar na voz do show!

Este software é muito usado também para duplas de rap e sertanejo, em que é preciso cantar sempre junto com o outro cantor da dupla. É impressionante o resultado. Só vendo para entender. Ele só não faz milagres! Se estiverem muito diferentes as duas vozes, não dá!

Outra coisa... Na hora em que o cantor está conversando com o público, usa-se a voz original do show, a não ser que ficou com algum defeito, aí se refaz no estúdio. Outra coisa que vocês devem levar em consideração é que temos o controle do áudio e do vídeo na montagem. Se não der para consertar alguma coisa do áudio que está com a imagem aparecendo, simplesmente pedimos ao editor do vídeo para retirar a imagem e substituir por outra que não precise do áudio para complementar.

Dei uma olhada na mixagem do áudio do DVD no Estúdio Somax, já com algumas imagens “guias”. Podem ter certeza de que quem não foi ao show, não vai imaginar que tiveram vários problemas. Está ficando muito bom! Só vocês agora lendo o Blog sabem também dos problemas.

Esta é a mágica do DVD. Aqui a imagem é o maior desafio, pois o áudio dá para consertar, para regravar no estúdio. A imagem não. Não tem como consertar a imagem do palco sem luz, gravar em estúdio isso. A salvação foi o primeiro dia de gravação sem público que não teve nenhum problema no gerador da luz e que tem basicamente as mesmas imagens. Exatamente! Joelma e o balé usaram as mesmas roupas como se fosse o show valendo! É só editar. Coloca as imagens da gravação sem o público na parte em que o gerador parou no dia do show, e mistura com as imagens do público gravado no dia do show. É uma arte!

Um abraço a todos.

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