Show da A Trombonada na ABRASCO – Aproveitando a cena de outro artista.

Olá pessoal.

Estou meio perdido sobre os eventos que fiz. A agenda que eu usava no meu laptop não existe mais neste novo sistema operacional chamado Windows 7. Tive que olhar na agenda que coloquei aqui em texto anterior. Vi que tem vários shows e eventos que ainda não comentei. Gravação do DVD da banda Calypso, dois eventos para a PA Áudio e um outro show da Trombonada em Porto de Galinhas. Ainda fiz um show com Jorge de Altinho em Natal no outro dia ao show da Trombonada que apareceu de última hora. Nem sei se vou comentar tudo. Vou dar uma olhada nas fotos e tentar achar algum assunto para comentar. Vou seguir aqui na ordem com o show da Trombonada no Centro de Convenções...

Voltei ao Centro de Convenções para operar o som da banda A Trombonada.

A única coisa que acho que poderia comentar sobre este dia foi o aproveitamento da cena do show de Silvério Pessoa que fiz no dia anterior para o show da A Trombonada.

A Trombonada não leva operador de monitor na maioria dos shows que faz, por isso eu poderia fazer qualquer alteração na ligação dos instrumentos no palco. Quando tem operador de monitor, poderia ser que ele já tivesse uma cena de monitor para o show, e se eu modificasse as ligações no palco, atrapalharia no trabalho dele. Como era só eu, não pensei duas vezes em modificar as ligações.

Falei para o técnico da empresa de som que aproveitaria as posições de vários canais de instrumentos do show de Silvério Pessoa. Esta idéia ficou mais clara quando eu soube que não poderia passar o som da A Trombonada.

Em casa, abri a cena do show de Silvério Pessoa no programa da mesa da Digidesign instalado no meu laptop e ajustei esta cena para o show da A Trombonada que usa bem menos canais que Silvério.

Este software da mesa da Digidesign pode ser baixado no site da empresa e é grátis. O endereço é:

http://digidesign.com/index.cfm?langid=100&navid=364&itemid=33853

No show da banda A Trombonada só tem bateria, baixo, guitarra, teclado (piano), 5 trombones e uma voz só para agradecimentos. Por isso, usei os mesmos canais da bateria, do baixo, da guitarra, da voz sem fio e os 3 canais dos metais da cena de Silvério para os mesmos instrumentos da Trombonada. Só tinha que arranjar lugar para os 2 trombones restantes e para o teclado. Os dois trombones coloquei em dois canais que eram da percussão e os dois canais do teclado coloquei no lugar da voz de Silvério que passa pelo Kaos Pad (processador de áudio muito usado por DJ) e que usa dois canais também. Estas mudanças foram comunicadas ao técnico da empresa de som, pois ele tem que ligar as coisas no palco seguindo minha escolha.

Depois de tudo escolhido, ficaram os “buracos” entre os faders na mesa porque muitos dos canais da cena de Silvério não foram usados para a cena da Trombonada. E isso não é problema para a maioria das mesas digitais porque podemos trocar as posições do faders. Exatamente! Podemos pegar um fader que está num local e posicionar ele em outro local. Por exemplo: Na cena de Silvério, a voz sem fio está no canal 29. Mas no show da Trombonada esta voz sem fio é no canal 18. Eu posso puxar este fader da posição 29 para a posição 18 na mesa. Eu só mudei a posição física na mesa do fader, pois ele continua controlando o que está chegando na entrada 29 da mesa. Ou seja, o meu colega da empresa de som não vai precisar modificar a ligação do microfone sem fio no palco que está entrando na via 29. Vai ser a mesma ligação do show de Silvério Pessoa. Eu é que reorganizei a posição deste canal na minha mesa. Deu para entender?

Só precisei fazer um pequeno sound check na hora do show para ver se estava chegando tudo. A primeira música serviu para os ajustes, mas já estava tudo tranqüilo na segunda música. Meu colega da empresa de som também usou a cena de monitor do show de Silvério Pessoa como ponto de partida e fez os ajustes para este show. Uso muito esta opção de não começar do zero em determinados shows que não tenho tempo para fazer o sound check.

Sobre o uso do laptop para “montar” a cena do show em casa ou no hotel, a melhor e mais prazerosa experiência que eu tive foi num show de André Rio que eu fiz o monitor. Quem não leu este meu relato, tá aqui o endereço:

http://titioeosbastidoresdeumshow.blogspot.com/2008/05/show-em-serra-talhada-finalmente-perdi.html

Estou meio condicionado pelo resultado da enquete que eu coloquei aqui e que está indicando que tem muito colega do ramo do áudio lendo estes meus textos. Por isso (e por não ter tomado nenhum Concha y Toro) acabo levando o assunto para a parte mais técnica e muitos operadores de áudio que estão lendo agora este texto vão achar até muito simples e sem novidades, pois já fazem também isso que eu fiz aqui neste show, mas minha intenção não é escrever para operadores de áudio, como já frisei em textos anteriores. Meu principal foco são as pessoas que não sabem como funciona a coisa, e muitas vão até achar chato o texto que está muito técnico do ponto de vista de um leigo. Por isso tento usar uma linguagem bem simples para explicar a ação. Não sei se estou conseguindo. Vou até comprar as garrafas de vinho para as festas de final de ano para ver se os próximos textos ficam mais leves, pois nem eu estou gostando do que escrevo. Quero falar mais das farrinhas que estou fazendo com os amigos (por enquanto, só um) aqui em casa no final da tarde. Um happy hour regado a vinho. Quero falar mais do meu filho que já não me dá beijo na frente dos amigos da escola por achar mico. Comentar sobre meus encontros com os amigos (segundo Francisco, somos colegas e não amigos!) do primário. Queria também falar mais dos bastidores do maior e mais complicado show do qual todos nós participamos: A vida!

Finalizando com o sotaque de Fernanda, colega de Belo Horizonte que conheci na turnê SESI Bonecos: --- A vida... Ô showzin complicado de fazer sô! Mas é bão demais!

Um abraço a todos.