quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Show de Silvério Pessoa no Summerville – Usando o SAC/SAW da RML Labs.


Olá pessoal.
O SAW foi o primeiro software de gravação multitracks que eu usei em estúdio, e isso foi há muito tempo atrás.
SAW quer dizer Software Audio Workshop.
Usei durante um bom tempo, mas devido a complicações na parte de edição, resolvi mudar para outro software chamado Vegas.
Não passei nem um mês com o Vegas e mudei novamente de software, indo para o Pro Tools, que naquela época estava começando a aparecer para o mercado.
Usei por muito tempo o Pro Tools, chegando ainda a testar o Nuendo, mas quando saí do estúdio ainda gravava no Pro Tools.
O Pro Tools hoje em dia está em milhares de estúdios de gravações. 
Mas atualmente no meu laptop uso o Nuendo, pois gostei muito de umas funções na parte de edição, que é o que uso mais nos meus trabalhos de montagem de áudio para VT e Spot publicitário.
Porque estou falando tanto em software de gravação?
Porque a mesa de som deste show de Silvério Pessoa no Hotel Summerville foi um equipamento baseado no SAW.


O nome do equipamento se chamava SAS (Solar Audio System). E o proprietário (Sérgio) me falou que está tentando patentear o equipamento. Inclusive, ele falou que a próxima melhoria seria implementar a tela "touch screen" (sensível ao toque).
Fui no site da RML Labs e vi que o software é criado lá e eles vendem e a pessoa monta o equipamento como desejar.
O nome do software é SAC (Software Audio Console).

Estádio do Arruda.

Como eu queria que o povo brasileiro se unisse como uma torcida de futebol, todos torcendo, gritando, chorando, pagando 4 reais numa garrafinha de água mineral de 500 ml sem reclamar muito, lutando por uma só razão, por uma só paixão.
Enquanto via o jogo (da série D do campeonato brasileiro) do meu querido Santa Cruz no campo lotado com 60 mil pessoas fiquei imaginando isso.
Noto que os brasileiros lutam mais por suas paixões do que por um país melhor.
Eu mesmo sou um deles, que não participei de uma marcha contra a corrupção que aconteceu aqui em Recife dias antes deste jogo de futebol da série D!

Mais de 60 mil pessoas.
 
Sou acomodado como a maioria dos torcedores que estavam naquele campo e que também não saíram de casa num feriado para protestar contra a corrupção no nosso país.
Nossos valores estão bastante invertidos, creio eu.
Prometi a mim mesmo que não poderia deixar de ir à próxima marcha, que tenho certeza que vai acontecer novamente!


Ao chegar ao hotel, fui aprender como funcionava o sistema montado por Sérgio Boi (é este o nome dele no mercado).
O equipamento ficava no palco, e eu poderia controlá-lo da frente do palco usando um laptop via wireless.
Enquanto os músicos iam armando seus equipamentos, eu fui perguntando para Sérgio como funcionava “a coisa”.
Como todo equipamento (ou quase todo), este tinha os pontos positivos e os negativos.
E o que vou falar aqui é uma opinião minha, não quer dizer que todos vão sentir isso ao manusear o equipamento.
Vou tentar nem me estender muito no assunto, pois acaba ficando chato. Já vi que os leigos não vão entender muito sobre o que vou falar, mas não tem como eu deixar de falar sobre o assunto, pois foi a primeira vez que trabalhei com tal equipamento.
Por isso, não vou ficar chateado se os leigos parassem de ler aqui este texto. Realmente vocês não vão entender nada.



Achei que o equipamento, pelo pouco tempo de contato que tive com ele, tem mais pontos negativos que positivos. Pelo menos neste dia eu senti isso. Pode ser que com outro contato e com algumas coisas funcionando que neste dia não funcionaram, eu tenha outra impressão.
O que achei de positivo?
O equipamento é muito pequeno, fácil de transportar e dá para colocar num pequeno espaço no evento.
O custo deve ser bem menor do que comprar uma mesa digital (este ponto positivo é mais para o dono da empresa).


Podemos usar excelentes plugins, mesmo sabendo que é muito difícil alguém comprar todos aqueles plugins que estavam no equipamento, pois sei que é uma fortuna!
Os plugins (ou a grande maioria) deveriam ser “piratas”, como o Nuendo que eu uso aqui no meu laptop. 
Estou até vendo a possibilidade de comprar um original. Impressionantemente (não esperava) o preço do Nuendo que encontrei aqui no Brasil passava dos R$ 5.000,00.
Nos EUA custa U$ 1.800,00. Salgado, não?
Estou vendo uma solução.
Nem as grandes empresas de som daqui de Recife tem pacotes grandes de plugins nas suas mesas Venue, pois não dá para usar (ainda) os “piratas”.
Outro ponto positivo, mas quando se tem tempo sobrando, é que podemos fazer diferentes regulagens (equalização, compressão, efeitos, etc) dos canais de instrumentos para cada via de monitor. Cada via de monitor tem uma mesa independente!
Usar o laptop na frente do palco via wireless para controlar o equipamento que está no palco sempre é um ponto positivo.
Outra coisa muito legal é que é muito fácil gravar todos os canais separadamente. Pelo que entendi, o sistema grava exatamente com os ajustes que eu dei nos canais para o som da frente. Os nomes já vão direto para os tracks de áudio, não precisa escrever nada, é só dar o REC e pronto, a gravação começa. Muito prático.
Logicamente eu pedi para Sérgio gravar o show e vou abrir aqui os tracks separados no meu Nuendo (pirata) para dar uma mixada.

Usando o laptop no sound check.

Vamos aos pontos negativos.
Achei muita informação para pouca tela. Mesmo Sérgio colocando algumas páginas nas teclas F1, F2, F3, F4, F5 e F6 do teclado, ainda perdi muito tempo para chegar onde queria, principalmente porque nunca tive contato com o equipamento. A tela do equipamento não era pequena e mesmo assim achei que faltava tela para a quantidade de informação. No laptop piorou a situação!
Perdi muito tempo re-equalizando os canais para as diferentes vias de monitor. A opção de uma mesa diferente para cada via é legal, mas perde-se muito tempo para fazer o monitor. Poderia haver uma opção para se usar as mesmas regulagens dos canais que foram feitas para o som da frente no envio para as vias de monitor.
Como os ganhos dos canais são físicos e estes ficam acoplados ao sistema no palco, não podia aumentar ou baixar o ganho pelo laptop. Muito ruim isso. Tem que ir no palco para mexer nos botões de ganho.


Outra coisa muito negativa era que eu não podia mexer nos plugins usando o laptop.
Para se fazer isso, todos os plugins devem ser instalados também no laptop que vai ser usado no trabalho. Imaginaram a bronca?
Já parei aqui para trabalhar nos áudios de GM, já tomei meu leite com Nescafé acompanhado de torradas Balducco, ovo mexido e presunto e vi o jogo de vôlei feminino entre Brasil e Cuba no PAN. 
Dei uma diminuída no adoçante porque minha (ex) sogra e minha irmã me falaram que o produto não estava fazendo bem às pessoas. Elas vivem ligadas nestas notícias. Se é verdade, eu não sei. 
Aconselharam-me trocar o adoçante pelo açúcar Demerara. Um açúcar que não é processado como aquele branquinho que normalmente conhecemos, ele é meio escuro como se fosse um açúcar mascavo. Ele é bem mais caro que o branquinho, mas já troquei. Quem sou eu para discutir com as minhas enfermeiras, não é verdade? 
Vou parar novamente aqui para editar os áudios. Antes eu só tinha preparado o roteiro para o locutor gravar. Agora ele está me enviando as locuções. 
Volto daqui a pouco para finalizar esta nossa conversa.
--



Hoje já é quarta-feira, e ainda estou trabalhando nos áudios de GM. Comecei a escrever este texto na segunda-feira.
Não vou me alongar mais neste texto. Também já falei quase tudo sobre o trabalho.
O sistema de som foi mais que suficiente para o show. Ele era formado por uma caixa de sub-graves mais duas caixas “tipo” line array por lado. Não lembro a marca das caixas line array. As caixas de sub-graves, se não me falha a memória, eram da marca Attack.
Não sou muito de ficar olhando marcas. Coloco Lisa Stansfield para tocar no meu laptop e escuto o sistema, e neste dia vi que não teria problemas com o som porque o sistema falou a contento.
Depois de fazer o sound check (que não foi curto), fui com toda a nossa equipe para um camarim improvisado no hotel para aguardar a hora do show.
O combinado era que o show seria depois do jantar. Seria...
Mas não foi.
Mudaram os planos e me avisaram que o show seria na hora do jantar!


A primeira coisa que fiz quando cheguei lá na frente na hora do show foi baixar 3 dbs do máster.
Não tive nenhum problema com o laptop no controle do equipamento que estava no palco. Não perdi o sinal em nenhum momento. Ainda deu para tomar umas duas tacinhas de vinho enquanto trabalhava sentadinho numa cadeira.


Minha opinião sobre show na hora do jantar continua a mesma. Procurem em textos anteriores. Continuo achando que não combina.
Do mesmo jeito que não combina show de Racionais MC’s num teatro!
Falo deste outro trabalho que participei num próximo texto.
Um abraço a todos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu pago R$ 3,00 em uma lata de coca cola + um copo descartavel transparente mais nao pago R$ 4,00 em uma garrafa de agua mineral......ahahahahahaha

Titio disse...

Pois é Anônimo...
Eu também não pago de jeito nenhum, mas vi gente ao meu lado pagando. Resmungou um pouquinho mas pagou.
Tem muita gente que se aproveita da paixão de muita gente.
Um abraço.