domingo, 18 de março de 2012

Carnaval 2012 – Tranquilo como eu queria.


Olá pessoal.
Meu Filho dorme na minha cama, enquanto eu escrevo aqui na sala do meu novo apartamento (alugado).
Depois de anos, estou escrevendo numa sala sem ter que usar um ventilador. O quarto andar propicia uma ventilação confortável que fazia tempo que eu não desfrutava.
Estou muito contente com esta mudança, principalmente com a vinda do meu Filho ao meu convívio diário.
Estamos morando a menos de um quilômetro do colégio dele, e de carro dá menos de cinco minutos.
Andando deve dar uns quinze. Ele está adorando este novo roteiro.
Não teve nenhuma inauguração ainda do novo apartamento com amigos. Mudei-me na segunda-feira e acho que só na terça abri uma garrafinha de Travessia para uma comemoração “alone”.
Hoje (sexta-feira) faço isso novamente. A garrafa de Gato Negro está na geladeira desde quarta-feira.
Amanhã meu Filho ainda tem aula, e tenho que acordar às 7 horas para deixá-lo.
Já caminhei dois dias no calçadão da Avenida Boa Viagem, e sempre no final da caminhada bebia água de coco. No segundo dia consumi dois cocos gelados!
Vou caminhando até o calçadão. Marquei no relógio e dá 14 minutos de caminhada até a beira-mar. Vou tentar fazer este “esforço” todos os dias.
Mas vamos para os trabalhos no Carnaval 2012, que aqui não é o Blog Saúde Perfeita!
Não me esforcei para conseguir trabalho neste carnaval, e por isso nem cheguei perto de alguns colegas que chegaram a fazer 14 trabalhos ou até mais que isso no mês.
Nunca fui bom nestes arranjos de marcar vários shows e depois ver como vou fazer tudo. Prefiro a calmaria de passar o som de todos os shows que marco, e a calmaria de não ter que mandar algum SUB para fazer no meu lugar num show que chocou o horário com outro show.
E foi assim que foi meu carnaval.
O primeiro trabalho foi com Silvério Pessoa, que aconteceu no bairro da Várzea no Recife.
Tivemos alguns problemas para conseguir técnicos de áudio para fazer o monitor de Silvério Pessoa, e foram três técnicos diferentes que fizeram os três shows.
O equipamento na Várzea era muito legal. Mesa Venue na frente e no monitor. O line array era um FZ (acho que um FZJ15A), um grande da FZ. Nunca tinha feito um trabalho com este line.
Os monitores estavam falando bem. Tinha tudo pra ser fácil fazer o trabalho, mas quando fui lá na frente alinhar o PA, notei uma diferença entre os lados do line array. Uma diferença grande.
O lado esquerdo falava bem mais que o direito. Não era só volume, era timbre mesmo.
Pensei com meus botões... De novo? Este foi o terceiro caso comigo de line array da FZ falando diferente. Oxe!
Meu colega da empresa de som tentou (sem êxito) consertar o problema, e me garantiu que a noite estaria tudo normal.
Fiz então o sound check com a diferença no som do PA e fui pra casa aguardar pela hora do show.
Quando cheguei ao local na hora do show, notei que o problema estava invertido! Agora o lado direito estava falando mais que o esquerdo.
Foi-se o tempo em que eu esquentava a cabeça com isso.
Como tinha certeza que a grande maioria do público ali no local não estava notando aquela diferença, me fingi de morto e fiz meu trabalho!
Só não separei alguns instrumentos no estéreo como normalmente faço. Deixei tudo no meio mesmo, e foi tudo certo. Ninguém do público veio falar alguma coisa sobre diferença no som do PA!
Não tirei nenhuma foto neste dia.
Tudo saiu como eu queria, menos a diferença nos lados do line array.
Acabei de abrir a garrafa de Gato Negro (Chileno) Carmenère.
Existe Gato Negro Argentino viu? Mas sempre pego o Chileno, não tem jeito.
Meu Filho já está na sala com seu inseparável celular que se conecta na internet, digitando mensagens para se comunicar.
Impressionante como a galera jovem usa as mensagens para conversar.
O vento deu até uma parada aqui, mas nada que lembre o “forno” do antigo apartamento.
Estou aguardando o vinho esquentar um pouco porque não gosto dele gelado, apenas frio.


O segundo trabalho com Silvério Pessoa foi no outro dia, agora no centro do Recife, num local chamado Pátio de São Pedro.
Como a mesa de som do PA era um Venue, passei logo a minha cena do show do dia anterior e não comecei do zero.
Não tenho nem o que comentar sobre este trabalho, foi tudo certinho, mesmo sendo outro técnico de áudio fazendo o monitor.
A única coisa que poderia comentar era o “disfarce” da house mix. (risos)


Colocaram a mesa de som dentro de uma cabeça de urso!
Ficou até bonitinho por ser carnaval, mas lá dentro o som soava diferente do que se ouvia lá fora.
Por isso passei um bom tempo indo até à frente da mesa, perto da boca do urso para escutar o som sem a interferência da placa de madeira que formava a “cara” do urso.
No mais, foi tudo nos conformes.

Já dei início a degustação do vinho, enquanto na TV por assinatura passa um documentário sobre terrorismo nos aviões.
O locutor fala: “os aviões sempre serão vulneráveis a bombas à bordo”.
Vê que frase chata de se ouvir.
Agora tou vendo aqui porque atualmente proíbem líquidos na bagagem de mão!
Espera um pouco que vou ver aqui esta reportagem!
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É... Meio desanimadora a reportagem, mesmo eu não tendo nenhuma viagem internacional à vista durante algum tempo. Já expliquei o porquê desta minha decisão atual de não viajar para o exterior em textos anteriores.
Coloquei num jogo de tênis aqui na TV para esquecer a reportagem sobre os terroristas e suas "micro-bombas".
Tv por assinatura é a primeira coisa que corto do orçamento quando a coisa não está bem, e é a primeira coisa que contrato quando a coisa melhora!

Em cima do palco em Vitória de Santo Antão.

O terceiro dia do carnaval foi o mais complicado. Primeiro, porque eu faria dois trabalhos. Um com Silvério Pessoa em Vitória de Santo Antão (Pernambuco) e outro na mesma noite com Lula Queiroga no Pátio de São Pedro, mesmo local onde fiz o show de Silvério no dia anterior.
Aceitei estes dois trabalhos porque os dois artistas (Silvério e Lula) são casados com duas irmãs (Karina e Dani).
Por isso, as duas produções iriam calcular os tempos para eu estar nos dois shows (e sound check) sem problemas.
Mas teve problemas. Não deu para Lula Queiroga fazer sound check.
A produção do Pátio de São Pedro até tentou alegar que foi por causa de problemas técnicos, mas quando cheguei para fazer o show de Lula à noite vi que o motivo não tinha sido este.
Exigências da produção da cantora Roberta Sá fizeram com que não sobrasse tempo para Lula Queiroga fazer seu sound check.
Fico meio chateado com este tratamento (até hoje) diferenciado.
Há uns anos atrás, e sendo com Silvério Pessoa, era capaz do chato aqui “fincá o pé” e exigir meu sound check.
Mas como sou um novo homem... Me fingi de morto mais uma vez!
Se a produção do artista aceitou, quem sou eu para dizer “não faço”, não é?
E como eu tinha feito o show com Silvério no dia anterior, ia começar da cena deste show para fazer o show de Lula.
Tou rindo aqui sozinho porque sei que ainda hoje (mesmo sendo um novo homem) digo “não faço” para alguns trabalhos.
Mudei... Mas não 100%.
Vários shows neste carnaval foram cancelados no interior do Estado por falta de condições técnicas. Achei muito legal isso, o reconhecimento da falta de estrutura.
Por isso eu fiquei com a “pulga atrás da orelha” com o show de Silvério em Vitória de Santo Antão.
Será que o equipamento disponível para o show teria uma condição mínima para o trabalho?
Liguei para um técnico colega meu que eu soube que fez um trabalho lá neste palco e o que ele me falou foi desanimador.
Era uma mesa digital 01V da Yamaha para fazer o PA... Nem lembro o que ele falou sobre a mesa de monitor... Na hora que ele falou qual era a mesa do PA, eu já imaginei o resto.
É quase uma questão de matemática.
Na mesma hora liguei para a produção de Silvério Pessoa e falei que não faria o trabalho (viram como não mudei muito?).
Os dois palcos lado a lado.
 
Expliquei as razões para não aceitar o trabalho e as negociações começaram.
Falei que nem de longe esta mesa faz parte da minha relação de equipamentos exigidos para o show de Silvério Pessoa, e que eu só faria o trabalho se a produção e/ou artista me pedissem “como amigo” para fazer o trabalho.
Deixei claro que "como profissional", eu não faria. Como Amigo, sim.
O pedido foi feito “como amigo” e eu fui para Vitória de Santo Antão.
Eram dois palcos colados, cada um com seu sistema CLONE (feito em casa) de line array.
Já esperava por isso também.
Subimos em um dos palcos e vi que a mesa de monitor era uma LS9 da Yamaha. Perguntei qual era a mesa que estava na frente para fazer o PA, e me falaram que era também uma LS9.
E no outro palco? Perguntei.
Era uma 01V na frente.
Nem perguntei o que tinha no monitor, e falei que faria neste palco com as duas mesas LS9.
Só lembrando que nem a LS9 está na minha relação de equipamentos para este show de Silvério Pessoa.
Para outros shows de Silvério mais simples eu até coloco na lista estas duas mesas (01V e LS9), mas para os maiores e mais complicados, eu descarto. É de M7CL para cima.
Antes de me chamarem de chato, conheço técnicos de áudio (logicamente de artistas de renome nacional) que não aceitam nem a M7CL de jeito nenhum!
Palco escolhido, fui lá pra frente para tentar adiantar alguma coisa, pois não podia abrir nada no som do meu palco porque no palco ao lado estava tendo show.
Falei com o meu colega que estava fazendo o monitor para ir adiantando as coisas no palco enquanto eu fazia uns ajustes sem abrir o som na frente.

Arrumando o palco.

Quando fui colocar meu fone na mesa para pré-equalizar os canais sem abrir o som na frente, o proprietário me falou que a saída de fone da mesa estava queimada!
Depois me chamam de chato!
Respirei fundo, e falei ok. Eu adianto as coisas aqui no olho!
Falei para meu colega no palco minha situação, e ele foi adiantando as coisas lá, enquanto eu pré-equalizava “no olho” os canais.
Esqueci o nome deste meu colega, pois nunca fiz nenhum trabalho com ele, mas ele fez um belo trabalho neste dia, e vai fazer parte da minha relação para indicação.
Falei que assim que terminasse o show no outro palco, era para o nosso baterista começar a tocar como se fosse o show e eu iria passando tudo na frente. E na sequencia os outros músicos iriam tocando também e eu ia arrumando as coisas.
Geralmente passo peça por peça, mas nesta noite decidi fazer como vi uma vez o técnico de Margareth Menezes fazendo num show na Europa em que Silvério Pessoa também participava do evento.
Os roadies iam tocando e ele ia abrindo os canais e mixando tudo na frente, sem pedir nada no palco. Fiquei impressionado.
Enquanto o técnico da cantora Soteropolitana ia fazendo com maestria o sound check com os roadies, pensei em desistir da profissão!
Quando o show no palco ao lado acabou, o baterista de Silvério começou a tocar como combinado.
Não tinha ideia de como o som do PA iria soar. Teria uma noção já com o primeiro canal aberto, que seria o bumbo da bateria.
Eu tenho uma filosofia... Se o bumbo da bateria soar legal, o resto eu consigo encaixar.
E tudo foi muito rápido e funcionou!
Surpreendi-me com o resultado final.
Mas eu não aguento mais escrever.
Uma e meia da manhã. Depois continuo este texto.
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Hoje já é domingo, deixei meu Filho no colégio para fazer provas. Tou até com pena dele, porque é muita coisa pra estudar, mas faz parte.
Ainda não inaugurei a praia, vou esperar Ele não ter prova num domingo para a gente ir dar um passeio andando na orla de Boa Viagem.

O show em Vitória de Santo Antão foi muito bom, o som também.
Como falei antes de parar de escrever, surpreendi-me com o resultado sonoro final.
Eu tinha um receio do público não gostar muito do show porque não é um show “carnavalesco”.
Tem muita guitarra distorcida, pouco frevo, poucos hits musicais conhecidos. Mas deu tudo certo, e o público entendeu o recado.



Assim que acabou o show, fui no camarim tomar uma água e nem deu tempo de conversar. Segui de Kombi com meu amigo iluminador Léo para fazer o show de Lula Queiroga em Recife.
Quando cheguei no Pátio de São Pedro todo animado para passar minha cena do show de Silvério para a mesa, tive a surpresa.
Mudaram a mesa de PA!
A mesa que etava no PA (Venue) foi para o monitor, e a de monitor (M7CL) foi para o PA.
Esta foi UMA DAS exigências da produção da cantora Roberta Sá.
Teria que começar do zero!
Depois de meditar um pouco enquanto os shows aconteciam, decidi não começar do zero.
Perguntei ao técnico do artista que antecedia o show de Lula se eu poderia usar a cena dele para fazer meu show. Ele disse que não tinha problema, e foi isso que eu fiz.
Pedi para o pessoal do palco deixar os instrumentos de Lula Queiroga nos mesmos canais do show anterior. Não era para seguir o meu input list.
Isso agilizaria a virada de palco, pois eles não iriam ter que desplugar as coisas e plugar novamente em canais diferentes.
Enquanto o pessoal no palco ia arrumando os instrumentos de Lula Queiroga, eu fui arrumando a cena do meu colega do show anterior para meu show.
Depois de tudo checado, falei que poderiam começar com o show.
Nunca tinha feito o som de PA do show de Lula Queiroga. Há muito tempo atrás fiz o monitor do artista Pernambucano.
Mas achei bom o resultado do trabalho. Levei umas duas músicas para “me achar”, e tudo seguiu tranquilo até o final.
Ainda ouvi os pedidos da esposa do cantor e da esposa de um dos guitarristas nas primeiras músicas e depois os pedidos cessaram.
Não tirei fotos deste dia porque a agonia foi grande.
Como a produção de Lula Queiroga não conseguiu nenhum técnico para fazer o monitor, os músicos sofreram um bocado lá no palco, segundo eles me falaram após o show no camarim.
É... Em datas festivas (carnaval, são João, réveillon, etc), tá faltando técnico de áudio em Recife.
Só faltava agora um show no outro dia com a cantora Mônica Feijó. Fui para casa dormir.
No outro dia segui com os músicos e a cantora para Porto de Galinhas em Ipojuca.

Porto de Galinhas - Ipojuca.


Tou vendo aqui na TV aquele esporte que uma pessoa joga uma pedra redonda para acertar um alvo numa pista de gelo e vão duas pessoas ao lado desta pedra com uma vassorinha esfregando a pista de gelo à frente da pedra.
Fiquei sabendo um dia desses que o nome deste esporte é Curling.
Para quem não lembra ou nunca viu o que é isso, clique aqui para ver as imagens.
O jogo é meio chatinho, mas ainda é melhor que a programação da TV aberta.
Ahhh, mas hoje tem Esporte Espetacular na Globo. Este eu gosto, vou ver.



O show de Mônica Feijó seria o primeiro da noite, então a gente ia ligar tudo, passava o som e começava.
E foi assim que aconteceu.
O sistema de som era legal, principalmente para um show em Ipojuca!
O line array era um pequeno da DAS. Ou era o AERO 8A ou 12A.
Os sub-graves também eram da DAS.
A mesa da frente era uma M7CL e a do palco era uma LS9.
A produção da cantora também não levou técnico de monitor, e tive que pedir para o meu colega da empresa de som fazer o trabalho no palco.
Mesmo com dois técnicos (?) da empresa de som quase indo às tapas no palco, conseguimos fazer o sound check.
A desavença dos dois não atrapalhou muito o nosso trabalho.


Passei o som sem a caixa da bateria que iria chegar ainda ao local.
Encerramos o sound check e esperamos no camarim pelo horário do show. Ainda deu tempo de passar o som da caixa que chegou minutos antes do horário de início do show.
O único problema foi que ninguém em Porto de Galinhas sabia quem iria tocar naquela noite!
Não houve divulgação, e como os shows não tinham nada a ver com carnaval, pouquíssima gente apareceu para ver o primeiro show.
Não sei se nos outros shows foi assim também porque fui embora antes, mas mesmo tendo dado mais gente, deve ter sido muito aquém do que era pra ser, se houvesse uma divulgação principalmente na parte de hotelaria.
Com certeza os “nativos” de Porto de Galinhas não iam curtir os três shows que seriam Mônica Feijó, Eddie e Mundo Livre S/A.
A galera sempre espera uma "coisa" mais popular.
Tirando o público reduzido, tudo correu bem no show.
Tudo tranquilo, como eu queria.
 
Mais tranquilo do que isso, só dormir na rede da varanda, como fiz na noite de ontem.
Um abraço a todos.

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