quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Live no Estúdio Carranca, usando o Pro Tools como mesa de som - Ambiente controlado, deu até pra beber vinho!

 

Olá pessoal.
É... Minha vista tá cada vez pior mesmo...
Oito horas quase que direto, olhando para uma tela de computador, e conferindo nas capas dos CDs se a digitalização está correta lá na FUNDAJ, está dando uma "canseira" nos olhos.
Mas vamos em frente (como diz um cantor amigo meu).
Esse é o sexto texto do Projeto aprovado na Aldir Blanc Pernambuco, e como eu achava que iria acontecer, é muito chato escrever por obrigação.
Com certeza eu iria falar sobre esse trabalho que eu não fiz, pois achei interessante, mas com certeza também, não acredito que escreveria essa semana se não fosse pelo Projeto.
Dificilmente eu escrevo sobre trabalhos em que eu não participei, mas quando o assunto é legal, eu gosto de mostrar.

Técnica do Estúdio Carranca com suas três salas para gravação.
Bruno, técnico freelancer que faz trabalhos no Estúdio Carranca, aqui em Recife, me convidou no final do ano passado, para acompanhar um trabalho dele lá no estúdio.
Isso aconteceu no dia 21 de dezembro.
Frank & Ella era o título da Live.
 

Como também eu já era amigo de "longas datas" da cantora que iria participar da live, resolvi sair de casa.
Fui lá dar uma olhada para ver como faziam.
Pra forçar ainda mais minha saída de casa, Bruno falou que iria "rolar" um vinhozinho nesse dia.
Ajudou bastante esse detalhe técnico(?).
Levei uma garrafa para ajudar.
Cheguei bem cedo lá, antes até dos músicos.
A banda era bem enxuta, para acompanhar as duas vozes. Bateria, baixo (acústico) e piano (também acústico).
O estúdio Carranca tem 3 salas interligadas para quem quiser gravar com vários instrumentos ao mesmo tempo.
No caso dessa live, todos os músicos, inclusive os cantores, ficaram numa única sala.
Na outra sala ficou o equipamento de controle do vídeo, e não foi usada a terceira sala.
Só dois monitores de chão foram usados. Um para o pianista, onde ele só queria ouvir o baixo, e outra caixa para os cantores.
O baixista usou uma via estéreo de fones de ouvido e o baterista não usou monitores.
Afinal eles não iram tocar rock pesado, o repertório seria mais pro lado do blues, jazz...
Frank (Sinatra) & Ella (Fitzgerald).

Sala 1 com o pessoal do vídeo.
Coloquei minha garrafa de vinho na geladeira e fui dar uma olhada no soundcheck.
Não tinha mesa de som.
O próprio software de gravação do estúdio, no caso o Pro Tools, faria essa função.
Qualquer software de gravação (multitrack) pode substituir a mesa de som numa live, desde que você tenha uma interface de áudio com entradas suficientes para ligar todos os instrumentos e vozes, e saídas suficientes para monitoração da banda, monitoração do técnico de som e para o envio do sinal da mixagem para o pessoal do vídeo, que vai fazer a transmissão.
No Carranca pode-se gravar 32 canais simultaneamente, e são 16 saídas (podendo expandir para 32).
Ou seja... Deu para ligar tudo tranquilamente.
Com tudo ligado, passaram o som.
Enquanto o técnico ia ajustando as coisas para os músicos, e para o pessoal do vídeo, tudo estava sendo gravado no Pro Tools.
(E meu vinho esfriando na geladeira...)


A mesa de som, o Pro Tools.

Ahhh... Antes de começarem a passar o som, o pessoal do vídeo bate uma claquete perto de um microfone e com isso ajustam a imagem com o som, colocando um atraso no vídeo.
Por causa da conversão AD/DA (Analógico Digital/Digital Analógico), mais o processamento dos plugins dentro do Pro Tools, o áudio chega com um certo atraso em relação a imagem.
Fora isso, depois de gravar o soundcheck, Bruno dá play na gravação e vai escutar o som direto no YouTube, numa transmissão fechada, onde ele pede para o pessoal do vídeo baixar ou aumentar o sinal do áudio na entrada do equipamento que vai juntar o áudio e vídeo para a transmissão.
Outro detalhe que Bruno me falou, foi que ele processa o sinal L/R da mixagem com vários plugins em outro computador, para só depois enviar esse sinal para a turma do vídeo.
Ele explicou que se colocar todos os plugins (compressor, equalizador, simulador de fita, etc) que ele normalmente usa no máster dentro do Pro Tools, ele tem problemas consideráveis de atraso na monitoração dos músicos, impossibilitando o trabalho deles na execução das músicas.
Feito todos esses ajustes, foi só aguardar pelo início da live.
Abri o vinho.

O outro computador, processando o sinal L/R antes de ser enviado para a transmissão.

Como a internet do estúdio é dedicada para essas transmissões, tudo é muito estável.
Não foi à toa que não tiveram problemas com a transmissão, como áudio ou imagem falhando ou travando.
Apareceu até um pratinho com salgadinhos para petiscar com o vinho!
Quase vira um barzinho... (risos)

Gravando no Pro Tools.

A intenção poderia ser até essa, de uma coisa bem intimista ou despojada (fora as roupas dos cantores!), como se todos estivessem num pequeno palco em um bar ou numa sala de estar...
Mas na realidade era quase uma sessão normal de gravação num estúdio.
Eu fiquei na técnica, só saindo para encher a taça de vinho (espero que o dono do estúdio não leia isso, pois nem sei se podia beber vinho ali dentro).
Achei muito legal o resultado sonoro, e do geral também, mesmo eu continuando a não gostar de lives, como já falei várias vezes por aqui.

Sala 2 com os músicos e cantores.

Mas para quem estava vendo em casa, deve ter sido muito legal ouvir aquelas músicas, sendo bem tocadas e muito bem cantadas.
A dupla formada por Cláudia Beija e Arthur Philipe arrebentou nos vocais e nas interpretações!
Como diz Tony Thomé, produtor dos shows de Alceu Valença em São Paulo: --- Um luxxxo!
Quem quiser conferir essa live gravada que está no YouTube, clique AQUI.


Bruno Lins no controle do áudio.

Realmente... Com o ambiente totalmente controlado, otimizado, com uma internet potente e dedicada, com equipamentos de primeira linha, com bons músicos, e logicamente com os bons profissionais que estavam controlando os equipamentos, foi só curtir o resultado.
O vinho foi apenas a cereja do bolo!
Um abraço a todos.



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