quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

LISTENTO da Audiomovers - Ferramentas vão surgindo para (Audio) Home Office.

 

Olá pessoal.
Trabalhar com áudio em casa nunca foi surpresa pra mim.
Para quem não sabe, trabalhei durante muitos anos montando os áudios da GM (Chevrolet) para TV e rádio veiculados nos estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
E em muitos desses anos, fiz tudo em casa!
Já montei esses áudios em lugares completamente estranhos: Saguão de aeroporto ou dentro da aeronave, dentro de ônibus, em bares, restaurantes, ou na piscina de hotel... Até num motel já fiz isso!
No começo eu relutei, pois não achava legal o locutor gravar em casa, sem eu poder falar como queria a locução.
O locutor tinha que ir ao Estúdio Estação do Som, que depois virou Audiomidi, para gravar.
Wemmerson é o nome desse locutor (vai soletrar esse nome até morrer!), que se tornou o locutor oficial da GM para os 3 estados que falei acima.
Geralmente, toda semana tinha que montar esses áudios, mas eu não podia exigir que Wemmerson ficasse no estúdio aguardando pelo pedido da agência, pois não tinha um horário determinado para a agência mandar o roteiro, e em algumas semanas nem tinha pedido de gravação!
Por causa dessa dificuldade, acabei cedendo aos pedidos do locutor, e combinamos que ele me enviaria as locuções.
E no começo, essas locuções ele gravava nos estúdios onde ele estava fazendo algum outro trabalho. Numa pausa, ele gravava usando o setup do estúdio mesmo.
Depois de um tempo, ele montou um setup móvel, para gravar em qualquer lugar, que consistia num microfone bom (condensador) e um gravador portátil, como o meu DR-40 da Tascam, que tem a opção 48v para alimentar o microfone.
Com essas duas ferramentas e uma internet móvel, ele me enviava rapidamente as locuções, e na maioria das vezes ele gravou dentro do carro, num estacionamento de supermercado.
Tudo ficou muito mais prático e rápido.

Eu também tinha minha inseparável internet móvel da Claro, que era um pendrive USB. Lembram?
Eu só saía de casa com meu setup: Mochila com laptop, headphone, mouse e o pendrive da Claro.
Usava a minha internet móvel até nos hotéis, quando viajava para fazer shows ou eventos, pois muitas vezes era mais rápida do que a internet do local, onde tinha muita gente "pendurada" na conexão.
O uso da internet para trabalhos com áudio começou décadas atrás.
Pensando aqui quando comecei a usar a internet nos trabalhos, só me vem na cabeça o envio das peças em MP3 para as agências de propaganda.
Antes, tínhamos que copiar uma fita de rolo com o áudio finalizado para cada rádio que iria passar a propaganda.
Depois apareceu o CD, e tivemos que comprar uma copiadora (1 para 4) para ajudar nas cópias, que a agência ia pegar lá no estúdio e os motoqueiros iam entregar os CDs nas rádios.
Com o surgimento da internet e do MP3, deixamos de ganhar dinheiro com essas cópias, pois enviávamos pela internet a peça finalizada em MP3 para a agência, e ela distribuía para as rádios, também pela internet.
Foi um avanço enorme para a logística, tudo ficou mais rápido.
Mas o prejuízo foi grande para as produtoras de áudio. E para os motoqueiros!
Não tem como evitar o avanço da tecnologia, não é?

Eu já tinha ouvido falar dessa ferramenta de compartilhamento do máster da DAW (Digital Audio Workstation), mas como nunca precisei, nem fui muito atrás.
Na época eu fazia as peças de GM seguindo um roteiro, enviava para a agência, que mostrava para o cliente aprovar.
Caso não fosse aprovado, eu refazia com os ajustes solicitados pelo cliente.
O roteiro já vinha aprovado pelo cliente, o que facilitava a minha vida.
Mas... Muitas vezes eles resolviam mudar tudo, pois os preços das prestações e dos carros podiam variar.
Já estava nos meus planos falar desse Listento aqui no Blog, mas foram aparecendo outros assuntos e acabei não falando nada.
Só que nessa pandemia soube de um caso na campanha política que me fez acelerar o processo de falar desse plugin.
Eu já tinha trabalhado numa campanha política editando os áudios em Recife do programa de rádio de um candidato de outra cidade, mas o diretor do programa de rádio estava ao meu lado, em contato com o pessoal da campanha, e me falando como queria o programa.
Nesse caso que eu soube da campanha política passada, meu amigo Kiko editou os programas de rádio em casa (não lembro se foi  no estúdio), e o diretor estava em outra cidade, ouvindo tudo em tempo real.


Tem um pequeno atraso para o cliente escutar, que você pode até configurar no plugin, mas nada que prejudique o trabalho.
Acredito que a pandemia foi o fator determinante para que este trabalho fosse aceito pelo cliente.
Não sou "expert" em trabalhos na política, pois só fiz três até hoje, mas nunca tinha ouvido falar sobre um caso assim no meio do áudio onde transito.
No caso de mostrar a mixagem de uma música ou de um disco completo para o cliente usando esse plugin, eu já sabia que era bem normal...
Fui falar com meus amigos do áudio (Kiko, Vini e Evangelista) que já usam normalmente a ferramenta, e todos relataram basicamente o mesmo método.
Por uma vídeo chamada, que pode ser pelo Zoom, WhatsApp ou qualquer outro aplicativo, e usando um outro computador para fazer esta comunicação, eles mandam o link gerado pelo plugin para o cliente, que vai dando as orientações.
Nem precisa ser uma vídeo chamada. Pode ser uma ligação normal de voz, como me falou Júnior Evangelista.
Mas o cliente vai ouvir o áudio da mixagem com uma qualidade perfeita, usando um navegador em um laptop para abrir o link, ou até pode escutar dentro da DAW dele, caso queira.
É só colocar o plugin (Receiver) num canal auxiliar ou num canal de áudio.
Qualquer um pode baixar o plugin para testar por uma semana.
Na realidade, você não pode comprar.
Tem três opções de "aluguel" disponíveis no site.
Por uma semana, por um mês ou por um ano.


Já tem vários softwares atualmente usando este método de aluguel.
Baixei o plugin e fiz alguns testes aqui no meu Cubase.
Também baixei o manual, que tem apenas 22 páginas, e tudo é bem simples.



São poucas opções de configurações, o que facilita o uso, mesmo para quem não tem prática com plugins.
Tem uma tabela no manual, para você ajustar a qualidade do áudio de acordo com a velocidade da sua internet (e a do cliente também, viu?).
Quanto melhor a qualidade do áudio transmitido, mais pesado fica para transmitir e receber.
E se a internet de quem transmite e de quem recebe for lenta, fica mais complicado.
Pelo que notei, tem que fazer esses ajustes com o cliente antes de começar o trabalho.
O cliente não precisa alugar o plugin, pois ele escuta o som por um link que ele coloca no navegador dele (Firefox, Chrome, Internet Explorer, etc).
Caso ele queira ouvir na DAW dele, também não precisa pagar nada por isso. Baixa o plugin, que vem com dois tipos: Transmitter e Receiver.
Ele abre o Receiver num canal, cola o link que foi enviado pelo técnico na janelinha, e clica no botão Conectar.
Sempre quem paga é quem vai transmitir.
E numa transmissão, que vem por "default" a possibilidade de 40 pessoas ouvirem ao mesmo tempo, você pode fazer um upgrade, logicamente pagando, para possibilitar que até 500 pessoas ouçam seu máster.
É gente, né?
Fiquei pensando em algum caso para ter 500 pessoas ouvindo... Só veio na mente um show ao vivo, passando pelo Cubase...
Ahhh. Esse deve ser o assunto da próxima postagem. Uma live num estúdio usando o Pro Tools como mesa.
Mas voltando ao Listento...

Qualidade do Áudio x Velocidade da Internet.

Achei bem interessante a ferramenta, principalmente para quem trabalha com mixagens de músicas.
Se essa ferramenta existisse na época em que eu mixava jingles, com certeza eu teria usado.
E já deixei instalado aqui no meu laptop.

Precisando, vou lá no site pagar pelo aluguel, dependendo do tempo que vou precisar.
A notícia não muito boa vai para quem usa Windows, como eu. Para usar o áudio comprimido em AAC, só podemos usar até 192kbps.
Para usar as outras duas taxas (256 e 320kbps) só usando Macintosh.
Vini, amigo meu que trabalha bastante com mixagens de músicas aqui em Recife, me mostrou rapidamente outra ferramenta que ele usa bastante com seus clientes, mas no modo offline.
Grosseiramente falando, o software (plugin) é como um email, onde o cliente recebe um áudio estéreo da mixagem, e ele pode usar marcadores para comentar sobre partes da música onde ele queria acrescentar ou retirar alguma coisa, e quando Vini abre esse programa no Pro Tools e clica nas marcações do cliente, o cursor do Pro Tools vai direto para a marca na música que está sendo mixada.
Legal, né?

Configurando a latência.

Pode ser mais um assunto aqui no Blog, principalmente por causa desse isolamento social, onde novas ferramentas são criadas para se trabalhar em casa.
E no áudio não seria diferente.


Configurando a qualidade do áudio.

Todos os três amigos com quem falei, nenhum comentou nada sobre falhas na recepção do cliente.
Tudo lindo e maravilhoso.
Nos meus testes, alguns colegas e amigos relataram falhas na recepção, com o som engasgando, por isso comentei acima para fazer um teste com o cliente, para ajustar as configurações, evitando assim problemas com falhas no áudio.
Já falei várias vezes para os amigos, que imagino num futuro não tão distante, que um show no Japão vai ser mixado por um técnico em Recife, usando a internet.
Depois do Melodyne, que afina uma voz num coro mixado, ou uma nota desafinada num acorde de guitarra, não duvido de mais nada no áudio!
Eu não sei vocês...
Mas eu sempre gostei de trabalhar em casa!
Um abraço a todos.

PS: Para mais detalhes sobre o Listento, clique AQUI para ser direcionado ao site da Audiomovers.



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