quinta-feira, 17 de março de 2022

Lei Aldir Blanc (LAB) para os técnicos - Funcionou?

 

Olá pessoal.
Mais uma vez o projeto desse Blog foi aprovado num edital.
O anterior foi pela LAB-Pernambuco.
Agora foi por Recife, Edital Recife Virado, que não é pela LAB, e sim por um Fundo Cultural da prefeitura.
Legal a iniciativa.
Tou me sentindo até importante!
Ou seria "útil para minha área" o termo correto?
Sempre achei que poderia ajudar alguém com esses meus textos, e se não pensasse assim, já tinha parado de escrever, e não teria chegado a 821 postagens. Essa aqui é a número 822.
Pelo contador atual, já passa de 263 mil visualizações de páginas, e se não fosse por um erro meu, onde apaguei sem querer o contador anterior, com certeza este número estaria nos 300 mil, ou bem pertinho, tanto para menos quanto para mais.
Em comparação aos "Reis Das Redes Sociais e YouTubers", esse meu número é bem pequeno, mas para mim, é bastante expressivo.
Mas não vim aqui hoje falar do Blog, e sim dos editais da LAB (PE e Recife) que contemplaram minha classe nessa pandemia.
A classe a que eu me refiro é a técnica, e não a artística.
Artista é uma coisa, técnico é outra.
Pois bem...

Vinícius Aquino falando sobre RF (Rádio Frequência).

Não é segredo para ninguém, que o pessoal de eventos (isso abrange váááááááááááááááááááárias profissões), foi o mais prejudicado nessa pandemia.
Até o dia de hoje ainda temos várias restrições para trabalhar, enquanto todos os outros profissionais estão em pleno exercício de suas funções.
Não tenho ideia de onde eu teria ido parar se não tivesse feito o trabalho de digitalização do acervo da FUNDAJ pelo Estúdio Onomatopeia.
Como falei em texto anterior aqui, o trabalho pelo estúdio foi quem me salvou em 2021.
Esse trabalho deve acabar nesse mês, quando eu volto a ser 100% Freelancer.
E nessa agonia de pandemia, os auxílios emergenciais tiveram uma importância absurda, principalmente para o pessoal que trabalha com shows e eventos.
No meu caso, não consegui o auxílio do governo e nem o auxílio da primeira LAB-PE, pelo mesmo motivo: Valor declarado do IR (Imposto de Renda) acima do valor estipulado.
Nos dois casos, achei um ABSURDO essa condição.
Mas... Não teve jeito, não recebi.
Segui me virando com outros auxílios, inclusive um dos EUA, da Crew Nation, onde recebi 1000 dólares, que deu uns 5000 reais. E só precisei mostrar que eu trabalhava na área de shows ao vivo! Só!
Ahhh... Recebi um auxílio também da Amazon Prime, por ter participado de uma produção audiovisual para TV. Gravei o áudio do Sitcom Tá Puxado, produzido aqui em Recife, que passou no SBT. Só UM trabalho que fiz! Mostrei que tinha feito, e recebi rapidinho.
Nesses dois auxílios que falei agora, tive menos trabalho para receber, do que nos auxílios que me inscrevi aqui da prefeitura e governo.
Tudo bem, tudo bem... Eu sei, eu sei... Nesses dois auxílios que recebi mais rápido e fácil, não tinha dinheiro público no meio, eu sei. Mas acho que mesmo assim não justifica. Os editais são muito burocráticos ainda! Será que não dá para fazer uma coisa segura e prática ao mesmo tempo?
Enquanto isso... Minha Tia e também minha Irmã me ajudavam em 2020 a pagar água, luz e condomínio...
Fui ajudar um amigo na lanchonete dele, onde eu conseguia uma ajuda também. Passei mais de cinco meses lá, se não me engano. Só saí para fazer o trabalho na FUNDAJ.
Uber eu nem podia fazer, pois estou sem carro, e nem sei se compro outro mais na frente.
Acredito que já comentei sobre todos esses casos aqui no Blog.
Mesmo desanimado com a exclusão no auxílio do governo, e no auxílio da LAB 1-PE, continuei me inscrevendo em alguns editais, com ajuda de Janaísa Cardoso.
Sou muito ruim para esse serviço.
Sem contar que até hoje esses editais não são nada intuitivos...
Já comparei até com a prova do Detran-PE, onde as perguntas são formuladas de um jeito, que  induz ao erro.
Pelo menos quando fui fazer essa prova no Detran era assim. Não sei como está hoje.
Pois bem (2)...
Adriano Leão falando sobre áudio básico.

Janaísa conseguiu me convencer a inscrever um projeto do Blog num edital da LAB 1 pelo Governo de Pernambuco.
Nunca passou pela minha cabeça fazer isso.
No começo achei que não iriam dar atenção a um blog. Mas...
E o que eu tinha à perder? Nada. 
Janaísa montou o projeto, e inscreveu ele no edital de "Fruição".
Nunca tinha ouvido falar dessa palavra, que quer dizer: Ação de aproveitar ou usufruir de alguma oportunidade.
Resumindo...
O projeto foi contemplado!!!
Com isso consegui dar uma respirada.
Mas uma respirada de leve, pois continuo lembrando que minha salvação nessa pandemia foi o trabalho pelo Onomatopeia na FUNDAJ!!!!!
Nesse projeto do Blog aprovado no edital de fruição, eu tive que escrever 4 textos por mês, durante 3 meses.
Não foi muito calmo esse processo, porque não escrevo por encomenda. Escrevo basicamente sobre os trabalhos que eu faço, e na pandemia esses trabalhos foram raros!
Mas segui em frente. 
A ajuda da LAB 1 PE foi bem-vinda, com certeza.
Aí surgiu um novo edital da LAB 1 PE, que seria uma premiação direcionada aos técnicos que comprovassem seu tempo de serviço na área cultural.
Como era uma premiação, a questão do imposto de renda e contemplação em editais anteriores da LAB não seriam levadas em consideração para impedir essa premiação.
Me inscrevi novamente.
Esse edital de premiação foi conseguido principalmente por causa da ação de alguns colegas e amigos que trabalham atualmente no Governo, e conhecem as necessidades da classe técnica.
Esse conhecimento é porque eles são técnicos também, ou convivem diretamente com esses profissionais.
Roze foi uma dessas pessoas, que levou essas necessidades para o governo, gerando essa premiação, e ainda ajudou muita gente num grupo ao qual participo chamado "Técnica PE", tirando as dúvidas de como fazer a inscrição para o edital.
Fui contemplado com essa premiação!
Muitos outros técnicos também!!!
Já começou a melhorar, porque a classe técnica começou a ser enxergada, pois antes essa visão estava em cima apenas dos artistas!
No áudio desde 1987, achei muito justo eu conseguir esse prêmio, diga-se de passagem.
Aí veio a LAB 2.
Carlinhos Borges falando sobre protocolos de conexões digitais.

Tou tentando lembrar agora aqui onde me inscrevi na LAB 2...
Ahhh! Me inscrevi no edital LAB 2 PE de aquisição de bens, tentando melhorar meu setup profissional, onde solicitei monitores profissionais, gravador portátil, entre outras coisas.
Mas como eu havia sido contemplado em editais anteriores da LAB (Blog e Técnico), minha inscrição no edital de bens nem foi analisada.
Mesmo sendo um edital para um outro auxílio, totalmente diferente dos que fui contemplado anteriormente, achei muito mais justo do que injusto essa condição que me excluiu.
Continuei seguindo em frente (como sempre diz meu Amigo Silvério Pessoa), mais tranquilo por causa do trabalho contínuo na FUNDAJ.
Mesmo assim... Em 2020 estourei minha conta no banco que abri em 1990, e estourei um cartão de crédito.
Perdi o plano de saúde, que só estava segurando porque estava pagando com o cartão, e assim foi surgindo a bola de neve...
Mais na frente quito esses débitos.
Aí Janaísa falou que iria inscrever o Blog noutro edital.
De novo??? Perguntei.
Aí ela explicou que agora seria pela Prefeitura do Recife e não tinha nada a ver com a LAB.
Tá... Não vou perder nada com isso, né? O máximo que pode acontecer é o projeto não ser contemplado.
Mas foi!
E estou aqui escrevendo esse primeiro texto.
Agora serão apenas 2 textos por mês, durante 3 meses.
Foi a única coisa que pedi para Janaísa. Diminuição da quantidade de textos.
Ainda é muito difícil eu escrever 1 texto por semana durante 3 meses.
Prefiro não fazer.
Quantidade de textos diminuídos, ok. Vamos nessa!
Vamos para o assunto principal que eu tinha escolhido para esse texto.
Me perdoem pela introdução, que eu achava que seria breve, mas sempre me empolgo.
Surgiu outra inscrição por Recife, agora pela LAB 2.
Mas eu não estava me inscrevendo. Outras pessoas fizeram essa inscrição no Edital Sérgio Valença Pezão de Formação Técnica - LAB.
Já falei de Pezão aqui no Blog várias vezes. Um grande amigo que conheci na área de eventos. Já foi iluminador de Alceu Valença, e viveu de shows e eventos até o dia de sua morte. Querido por todos que fazem parte da classe artística/técnica/eventos.
E que sempre lutou por uma formação técnica aqui em Recife, para melhorar o nível profissional.
O sonho dele era transformar o prédio famoso da Torre Malakoff aqui no Recife, construído entre 1853 e 1855, numa escola técnica para profissionais de eventos!
Adquirir, passar, trocar conhecimentos! Esse era o lema dele. Melhorar sempre o nível técnico dos eventos.
No centro, a Torre Malakoff. Foto by @andre_fbf.

Grande Pezão... Acho que essa homenagem deveria ter sido feita com ele vivo, mas...
Antes tarde do que nunca, né?
Quando me explicaram como seria esse edital com o nome de Pezão, vi que era a cara dele!
E vi também que era muito diferente dos editais anteriores.
Vou tentar resumir como foi o edital.
Gera Vieira falando sobre alinhamento de sistemas de sonorização.

Quem fosse contemplado, teria que montar um curso, onde participariam 20 profissionais, que receberiam uma bolsa de R$ 5000,00 para participar desses cursos.
Foram 15 pessoas/empresas contempladas nesse edital, onde cada um recebeu uma quantia (acho que foi 150 mil - pra mim não é relevante), onde 100 mil reais era para pagar os bolsistas, e o restante era para a pessoa montar os cursos, pagar os professores etc.
Achei espetacular o edital.
Um auxílio financeiro (EXCLUSIVO!) para os técnicos, onde a única coisa que eles deveriam fazer, era participar das aulas. Ou seja... Adquirir conhecimentos. Reciclar.
Vou fazer questão de colocar os 15 cursos contemplados aqui no texto para vocês terem uma ideia da dimensão da coisa:

01 - Curso formação de audiodescritores para museus.
02 - Práticas e saberes em iluminação e fotografia.
03 - Curso de roadie e direção de palco.
04 - Qualificação profissional em processos fonográficos para técnicos de som que sejam integrantes de grupos tradicionais de cultura popular do Recife.
05 - Curso das artes técnicas integradas (som, luz e produção).
06 - Feminismo e audiovisual para reinventar o audiovisual - Desenvolvimento de roteiro, direção, direção de fotografia, som direto, montagem.
07 - Oficina de produção de curtas.
08 - Reciclagem de conhecimento técnico em áudio com foco nas tecnologias digitais.
09 - Oficina de som direto.
10 - Oficina de luz e NR35 para técnicos das artes circenses.
11 - Palco escola técnicas de sonorização para shows.
12 - Produção fonográfica, produção musical / Brega.
13 - Projete sua estratégia - Ferramentas do design, artesanato, design e moda.
14 - Treinamento em painel de LED.
15 - O Recife qualifica cultural - Módulo Samba (Produção, captação para projetos, design, adereços e fantasias, afinação de instrumentos de percussão, percussão, cabrocha e mestre sala, alegorias).

Gostaram?
Eu achei massa!!!!!
Fazendo uma conta rápida, 20x15=300.
Como me falaram que teve curso que contemplou mais de 20 bolsistas, podemos afirmar que mais de 300 profissionais foram beneficiados.
Nem tou contando com os palestrantes/professores...
A cara de Pezão, e um edital muito bem elaborado, abrangendo várias áreas de shows e eventos!
Mais uma vez, a participação de colegas e amigos técnicos, agora na prefeitura (Sávio, Ricardo Cruz etc), possibilitou tal visão para os gestores.
Começaram a nos enxergar?
Acho que sim.

Equipamento usado para rastrear sinais de RF.

E essa participação de pessoas ligadas a nossa área nas gestões da prefeitura e/ou governo é importantíssima! Não só para os profissionais de shows e eventos, viu? Para os gestores também!!!
Eu participei do curso 08 (Reciclagem de conhecimento técnico em áudio), montado pelo Estúdio Carranca.
Foram 4 aulas virtuais pelo Zoom, com os temas:
1- Áudio básico (Adriano Leão), 2- Rádio frequência (Vinícius Aquino), 3- Protocolos de conexões digitais (Carlinhos Borges) e 4- Alinhamento de sistemas de sonorização (Gera Vieira).
Essas aulas virtuais eram pra ter somente 1h de duração, mas em todas a gente passou de duas horas (ou até mais) de trocas de informações.
Depois disso, tivemos as aulas práticas. Dois dias no galpão da empresa Luminário.
Das 8h às 17h, sendo um período do dia para cada tema.

A "galera" do áudio.

No final do último dia, conversando com Gera, um dos palestrantes, falei que a gente precisava mais disso, mesmo sem receber para participar.
Acredito que todos os 20 profissionais que participaram do "evento", incluindo também os que montaram o projeto, saíram bastante satisfeitos com o resultado.
Sempre bato muito em prefeitura e governo quando o assunto é shows e eventos. Na maioria das vezes tenho motivos fortes para isso.
Demora no pagamento dos cachês, horários dos shows dos artistas locais nos eventos, artistas locais que não tem direito de hotel em festivais em outras cidades, tendo que voltar pra Recife depois dos shows etc, etc, etc...
Discordei recentemente desses mesmos colegas que estão na prefeitura, quando mostraram um edital onde seriam contemplados APENAS os técnicos que foram contratados pela prefeitura para os polos oficiais do Carnaval do Recife em 2019/2020.
Acho que deveria ser igual como foi feito o edital da LAB PE, onde todos os técnicos puderam participar. Poderiam abranger mais profissionais. Mas... Apenas uma opinião pessoal.
Pra finalizar, vou usar a frase famosa: "Dai a César o que é de César".
Achei um "primor" esse edital dos cursos pela LAB da Prefeitura do Recife.

Parabéns a todos os envolvidos.
Não ouvi falar de coisa igual nos meus grupos de áudio que incluem técnicos de todo o país.
Ahhhh! Para dar sentido ao título dessa postagem, vou dar minha opinião.
Pelo meu ponto de vista do geral, eu conseguindo ou não ser contemplado nos editais, eu concordando ou não com os colegas e amigos da prefeitura e governo, acho que a LAB (Lei Aldir Blanc) aqui em Recife funcionou.
Mesmo eu só recebendo os outros 50% desse projeto aqui do Blog só depois de 3 meses, que complica quando estamos falando de auxílio emergencial, no geral continuo achando que funcionou bem.
Usarei mais uma frase, que eu vi numa postagem do meu amigo Thadeu, técnico de Caruaru, filho do grande músico Camarão. Não vou usar as palavras iguais porque não lembro, mas dizia mais ou menos isso:
"O melhor auxílio que podemos ter, é poder trabalhar".
Penso do mesmo jeito.
Não está nos meus planos viver de auxílios.
Mas a LAB deu para mostrar para prefeitura e governo nessa pandemia, que dá para fazer projetos interessantíssimos, como esse edital dos cursos.
Lembram do prédio da Torre Malakoff que Pezão falou?
Pois é...
Que venham outros editais e projetos iguais, e sem ser para auxiliar algum profissional que não pode trabalhar, e sim para melhorar o nível dos nossos profissionais e eventos, como queria nosso Amigo Big Foot.
Por que não usar FUNCULTURA ou Lei Rouanet para financiar editais como esses que falei aqui? Para os técnicos também, não só para os artistas.
Será que eu estou delirando?
Um abraço a todos.

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