terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Over Point - Garrafas cheias de água? Endoidaram?

Olá pessoal.
Lembram que falei em uma postagem bem anterior, que iria contar os "causos" que presenciei e/ou passei na Over Point?
Quando eu for lembrando, vou escrevendo.
Eu passava muitas horas na Over Point. Muitas horas mesmo!!!!!
Muito diferente de hoje em dia, onde nem existe direito DJ fixo numa casa noturna.
Eu era fixo, comecei e encerrei minha carreira de DJ lá, como Rogério Ceni no São Paulo.
E sempre ia para a Over fazer alguma coisa, como montar os vídeos que passavam no Bar Ponto de Encontro, que ficava embaixo da boite, e foi a partir desse bar que surgiu a Over.
Pois bem...
Num desses dias que fui pra lá numa tarde, isso foi antes da reforma, a casa era pequena ainda, então foi antes de 1991.
Quase certeza que foi antes de chegar em 1990.
Só lembrei disso porque ainda tenho na mente a imagem do balcão do bar da boite cheio de garrafas, quando eu abri a porta de acesso pelos fundos, que dava direto no bar.
À princípio achei que estavam todas vazias.
Só depois de absorver a imagem, notei que estavam todas cheias de água!
De um lado do balcão estava Rogério Amorim, proprietário da casa, e do outro lado, não lembro se era o Barman ou o "Maître".
Para quem não sabe o que era um maître (pronuncia-se métri) numa boite, ele era responsável pelo atendimento inicial dos clientes quando entravam na casa, que acomodava o pessoal nas mesas reservadas antecipadamente, era quem gerenciava o atendimento dos garções, supervisionava a limpeza da casa etc.
Ainda existe essa função nos restaurantes, mas em casas noturnas é bem difícil encontrar hoje em dia.
Quando eu vi a cena dos dois ao lado das garrafas cheias de água, perguntei:
--- Estão doidos, é?
A Over Point sempre esteve na frente das outras casas noturnas em várias questões, que devo falar sobre algumas delas aqui nesses textos sobre minha passagem por lá.
Rogério Amorim me explicou a razão das garrafas com água.
Ele era muito organizado, coisa que sempre achei muito importante para um gestor, independente do que está gerenciando.
Sempre estava tentando aperfeiçoar o controle do que entrava e saía de bebida, comida etc.
E naquela época, era raro uma garrafa de bebida ter uma fita de dosagem, hoje bem comum quando a gente pede uma garrafa de whisky ou vodka num bar.
Só algumas marcas mais populares tinham isso no final dos anos 80.
Posso afirmar que quase nenhuma fábrica fornecia essas fitas!!!
E como saber quanto estava saindo de licor de menta, de ron, de gin, de vários tipos de whiskies e vodkas?
A casa servia vários tipos de bebidas alcoólicas! Diferentes marcas e modelos de garrafas.
Então essa foi a solução que Rogério achou para resolver seu problema.
Pegou todas as garrafas de bebidas alcoólicas que poderiam ser servidas por dose, e encheu todas elas com água.
Colou uma fita de papel em todas elas, que eram de vários formatos, e com a ajuda de um dosador, ia tirando dose por dose, enquanto riscava com uma caneta o nível de cada retirada do líquido na fita de papel.
Depois de fazer isso em toooooooooodas as garrafas, até esvaziá-las, pegou as fitas de cada garrafa e enviou para uma gráfica, onde as fitas foram confeccionadas em grande quantidade.
Gostaram?
Eu achei sensacional no dia!
Problema resolvido.
Se duvidar, hoje em dia ainda deve ter garrafa de bebida alcoólica sem essa fita com as marcações das doses!
Tenho até um causo curto sobre dosador que aconteceu nesse mesmo balcão, mas vou deixar para outro texto.
Um (Over) abraço a todos.

Um comentário:

jr disse...

Lembro bem disso! Boa Tio!