sexta-feira, 24 de março de 2023

Mestre Ambrósio no Teresina Shopping - A única agonia foi voltar para casa!


Meu local de trabalho nesse show.
Olá pessoal.
No dia 13 desse mês, fui fazer o monitor da banda Mestre Ambrósio lá em Teresina, no Piauí!
O show aconteceu no Teresina Shopping, e fazia parte do Festival Artes de Março.
Fui, mais uma vez, como "sub" de meu amigo Adriano Duprat.
Já falei sobre o termo SUB aqui em postagens antigas, mas é bom relembrar.
Quando um técnico, por algum motivo, não pode fazer um trabalho que ele sempre faz, como foi esse caso do Mestre Ambrósio, ele indica alguém para SUBstituí-lo.
Esse termo SUB que usamos, vem de substituição.
Explicado?

Faço vários subs para Adriano.
Esse foi mais um.
Adriano fez toda a "produção técnica" desse show, entrando em contato com a produção do evento para resolver nossas necessidades.
Esse assunto Produção Técnica está em pauta nas conversas aqui em Recife.
Já venho pensando nisso faz um bom tempo.
É comum aqui na região, o técnico do artista assumir essa função, embutida no cachê de operador de áudio.
Além de operar o som, ele cuida de todos os trâmites em relação às necessidades técnicas para viabilizar o show.
Mas só recebe o cachê da operação do som.
Faço isso a décadas.
Converso muito sobre esses assuntos com Adriano, pois ele pensa bem parecido com o que eu penso.
E isso não é nenhuma revolução, viu?
Muitas bandas e artistas já tem esse Produtor Técnico, que pode ou não ser o técnico que opera o som.
Mas são funções diferentes, com cachês diferentes e separados.
Mas esse não é o assunto de hoje.
Talvez, um dia, escreva um texto sobre esse assunto, que é bem importante.
No detalhe, o microfone para eu me comunicar com os músicos.
Voltando ao show...
Cheguei em Teresina no começo da madrugada do dia do show.
Uma parte da equipe e da banda saiu de Recife, e outra parte saiu de São Paulo.
Deu tempo para dormir tranquilamente, porque o soundcheck estava marcado para depois do almoço.
Ainda acordei para tomar o café da manhã!!
Estávamos bem folgados de tempo.
O combinado era ir num restaurante com comidinhas típicas e depois seguir para o shopping, mas...
O restaurante estava fechado.
Não queríamos ficar procurando restaurantes, para não perder tempo, e decidimos almoçar no Teresina Shopping, local do evento.
Era eu, Otávio (técnico de PA), Luciana Raposo (luz), Delão (roadie) e Éder Rocha (músico).
Éder foi para dar uma força na montagem dos seus instrumentos de percussão.
Um detalhe...
Adriano não conseguiu alugar seis sistemas de in-ears sem fio em Teresina!
Tivemos que alugar esse equipamento em Recife, e levamos para Teresina.
Falando com os técnicos da empresa de som local, eles me falaram que realmente era muito pouco provável conseguir esses seis sistemas para alugar por lá.
Falaram que alguns artistas locais usavam sistemas sem fio, mas dificilmente alugariam.

Assim que acabamos de almoçar, seguimos para o local do show.
Até chegou uma notícia para nós que o show seria numa área externa.
Boa notícia.
Mas achei bem estranho essa informação, e descobrimos rapidamente que o local do evento era mesmo dentro do shopping.
Ou seja... Com aquela "acústica de shopping".
Se é que vocês me entendem...
Fui ligando meus equipamentos, enquanto o pessoal ia armando e ligando nossos instrumentos no palco.
Não teria outro show.
Muito boa notícia!
Mas acho que já saímos de Recife sabendo disso.
Minha mesa era uma M7CL da Yamaha.
Posicionei os seis sistemas de in-ears em cima de um case (caixa, baú) ao lado da mesa, fiz a ligação com a mesa de som, e liguei meu roteador e iPad.
Tudo OK.
Um tipo de CASE. Existem vários tipos e modelos!

A banda é formada por: Siba (vocal, rabeca e guitarra), Éder Rocha (percussão), Sérgio Cassiano (vocal e percussão), Maurício Badé (percussão e coro), Hélder Vasconcelos (fole 8 baixos, percussão e vocal) e Mazinho Lima (baixo e coro).
Fora os sistemas de in-ears, a banda usa três monitores de chão para complementar o som no palco.
Mas dois desses músicos (Mazinho e Cassiano) decidiram na hora da montagem que não usariam os in-ears.
A outra caixa de monitor fica com Siba.
O iPad ajudou na verificação dessas caixas de monitor.

Os seis integrantes da banda em ação!
Eu nunca tinha operado o som da banda, por isso conversei antes com Adriano para saber de detalhes, o que foi muito útil para o serviço.
Decidi trabalhar no modo "pós-fader", para agilizar no envio dos sinais dos instrumentos para todos os músicos ao mesmo tempo.
Nesse modo, quando eu levanto o fader de um canal da mesa, esse sinal vai para todas as vias de monitor ao mesmo tempo.
Ex: Vou enviar o sinal da rabeca para a banda. Quando eu levanto o fader desse canal, o sinal da rabeca vai para todos os fones dos músicos.
Logicamente, eu já montei a cena antecipadamente em casa, com essas preferências.
Para as caixas de monitor e para a via de in-ear de Siba, eu deixei tudo "pré fader".
Nesse modo, o movimento do fader não interfere no envio do sinal, e eu tenho que selecionar o canal da rabeca e enviar esse sinal usando os botões de envio para as caixas e para o fone de Siba.
Por que usar diferentes modos?
Porque quando se usa caixa de monitor, nem tudo vai para essa caixa, pois o músico já escuta o som dos instrumentos acusticamente, ou pelo amplificador, como é o caso do baixo e da guitarra.
Quando se usa in-ears, o músico praticamente não escuta nada além do que está no fone, e é necessário enviar quase todos os instrumentos e vozes para esse fone.
Como já fiz trabalhos para Siba, na carreira solo dele, eu já tinha ideia de como era seu monitor.
E tudo fluiu tranquilamente.
Na realidade, foi bem tranquilo com toda a banda.
Tive um probleminha num dos sistemas de in-ears no soundcheck, onde apareceu um ruído em um lado do sinal que estava chegando no transmissor.
Todos os in-ears estavam em estéreo.
Troquei o cabo que ia da mesa para o sistema, mas o ruído continuou.
Não era o cabo. Ou era a saída da mesa ou a entrada do in-ear.
Sem querer perder muito tempo para tentar achar o problema, pois o soundcheck estava para começar, mudei para MONO o sistema desse in-ear, principalmente porque era um dos sistemas que o músico decidiu usar a caixa.
Se fosse preciso, usaria ele em mono mesmo. 
Mas nem precisou.
Ahhhh...
Se eu tivesse tirado o cabo da saída 3 da mesa e colocado na saída 4, iria descobrir na hora que o problema estava na saída 4 da mesa e não na entrada R (right-direita) do sistema de in-ear, pois o ruído iria aparecer agora na entrada L (left-esquerda) do in-ear.
Mas na agonia de começar o soundcheck, pulei essa etapa de teste.
Falei no outro dia com Givanildo, técnico de som que me atendeu no show, para fazer o teste na mesa e ele me confirmou que realmente a saída 4 estava com problemas.
Eu tinha falado também com Charles, meu colega de Recife que alugou os sistemas de in-ear, para fazer o mesmo teste, mas já avisei que achava que era mais provável que o problema teria sido na mesa.
Quando Givanildo me confirmou que era lá, avisei para Charles que não precisava mais testar seu sistema.
A equipe técnica ficou direto no shopping, porque o show começaria bem cedo. Antes das 20h.
Problemas durante o show?
Nenhum!
Vídeo by Vivi (Produtora).

Poucos pedidos esporádicos, para aumentar ou baixar determinado instrumento em alguma via.
Coisa bem normal durante um show, pois a dinâmica dos músicos muda na hora, e tem ainda o ruído do público que não tinha no soundcheck.
Até arrisquei uns passinhos durante o show, de tão relax que estava o trabalho.
Ainda bem que ninguém filmou... (risos)
Só me resta agradecer pelo atendimento da empresa de som, principalmente a Givanildo, e pelo atendimento da produção do evento.
Tratamento de luxo!
Sempre querendo deixar tudo perfeito.
Não ouvi uma negação sequer, como um NÃO, NÃO PODE ou NÃO FAÇO.
Todo mundo se doando para que tudo saísse perfeito!
Acho até que exageraram no camarim... (risos)
Era comida e bebida para uma multidão!
Quase me acabo num bolo e num beirute!
Gostosos não... Se "amostravam"!
Era tanta guloseima, que nem dá para escrever tudo aqui.
Bebi depois do show, metade de uma latinha de Heineken para comemorar.
Não consigo mais beber cerveja. Felizmente.
Se fosse vinho, estaria lá até agora comemorando!!
Não sabia eu naquele momento, que o sofrimento ainda iria aparecer...
O relógio marca 22h dessa quinta-feira, dia 23.
Vou dar uma pausa aqui para comer uma pipoquinha vendo lutas de boxe na TV, depois como uma pinha pra refrescar.
Sou viciado em laranja, uva e pinha!
Pinha.
Parece que a pinha tem outros nomes pelo Brasil...
Vou deixar para falar de sofrimento amanhã.
Agora só prazer.

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Acordei!!!!
Vamos ao sofrimento e agonia...
O pessoal que voltou para São Paulo nem dormiu depois do show, porque a saída do hotel para o aeroporto era bem cedo.
Estava marcado para saírem na primeira hora do dia, e a turma que ia para Recife, a saída estava marcada para um pouco depois, 2h30 da madrugada.
Tentei ainda dormir, mas só consegui depois que Otávio pegou as coisas dele no quarto e seguiu para o aeroporto.
Resumindo... Cochilei por um pouco mais de uma hora.
Sem tomar café da manhã, seguimos para o aeroporto, chegando lá perto das 3h da madrugada.
Nosso voo estava marcado para 4h50.
Voo remarcado para 5h15. Mas já era 7h24 quando tirei essa foto.

Tínhamos várias bagagens para despachar, incluindo as caixas com os sistemas de in-ear.
Tomei o meu café da manhã de rico, rachando uma porção com 10 unidades de pão de queijo com a produtora Vivi, e pedi um chocolate quente, que era feito com leite em pó mal dissolvido e um pouco de chocolate. Só aqui paguei 40 reais, mas Vivi me deu os 50% do pão de queijo.
Despachamos tudo, e...
No painel eletrônico, a gente viu que nosso voo já estava atrasado, passando de 4h50 para depois das 6h a partida, mas sem confirmação ainda.
Aguardar, né? Fazer o que?
E o tempo foi passando...
E nada (como sempre) da empresa aérea dar uma previsão.
Nesse caso, a empresa foi a AZUL.
E as horas passando.
Elas ficam enrolando, como um político tentando explicar as besteiras que fez.
Ainda tentei dormir no saguão, usando minha mochila como travesseiro, mas o chão estava gelado, e o travesseiro não era nada confortável!
Esperamos tanto, que tive que comer novamente alguma coisa, pois já tinha se passado mais de cinco horas de espera.
Mais 28 reais por um café com leite e um pão de queijo recheado e amassado, que eles chamam de Panini, que na foto ilustrativa é bem maior, e quando chega a pessoa se assusta.
O famoso Panini. Parece grande, né?
Resumindo...
Já estava passando das 9h da manhã quando a empresa Azul resolveu nos mandar para um hotel.
Voo cancelado, e o próximo estava marcado para às 14h50.
Pegamos nossas bagagens (incluindo as caixas dos sistema de in-ear!!!!) e seguimos para o hotel de táxi.
Retiramos novamente toda nossa bagagem dos carros e guardamos numa sala do hotel.
Tempo para tomar banho, fazer as necessidades e dormir?
Uma hora e meia, no máximo!!!!
Acho que cochilei só uma horinha...
Carregamos novamente nossas bagagens para os carros e seguimos de volta ao aeroporto.
Despachamos tudo novamente, e solicitamos nossos "vouches" para pagar o almoço ali mesmo no aeroporto.
Pelo que pude notar, se a gente não pede o crédito para o almoço, teríamos que pagar tudo do bolso novamente, como foi no café da manhã extra pela manhã.
Seguimos para o restaurante no piso superior, e...
Voo atrasado novamente!!!

VOO ATRASADO!!!!!!!!!
De novo!!!
O que era 14h50 passou para 16h27!!!
Era o que estava no painel eletrônico.
Vixe!!! Será que não vamos sair de Teresina hoje? Perguntei para mim mesmo.
Mas nesse a gente conseguiu embarcar!!!
Todo mundo aguardando para embarcar.

Completamente "amassado", cheguei (chegamos) a Recife.
Era para chegar às 6h00, mas o avião, depois de vários atrasos e cancelamentos, pousou às 17h30!
Viram que a única agonia desse trabalho foi só voltar para casa?
Nunca coloquei pessoas ou empresas na justiça.
Mas acho que a Azul vai ser a primeira, pelo descaso.
E se desse resultado, colocaria também as empresas que vendem alimentos nos aeroportos.
Os preços cobrados são absurdos!
Nesse aeroporto em Teresina, tinha garrafa de 500ml de água mineral sendo vendida por até 9 reais!!!!
Me lembrou Fernando de Noronha!!!!! (sem risos)
Um abraço a todos.

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