segunda-feira, 7 de agosto de 2023

FIG - O que leva uma curadoria de um palco de música instrumental colocar um cantor romântico na programação?

 

Olá pessoal.
Nem sou muito de escrever sobre assuntos em que eu não participei dos trabalhos.
Mas nesse caso aqui não consigo ficar sem opinar.
Eu até participei, mas como espectador, eu estava lá no dia.
Como alguns sabem, fiz recentemente alguns trabalhos no FIG desse ano.
Festival de Inverno de Garanhuns.
Operei o som do PA e do monitor para seis artistas e/ou bandas.
No dia 30/07 eu fui fazer o monitor da Banda Eddie.
Passei o som da banda logo cedo pela manhã, e o eu só precisava retornar ao palco às 23h40.
Foi quando eu recebi o convite de uma amiga que mora em Garanhuns, para ir no Parque Ruber Van Der Liden, chamado também pelos moradores de Pau Pombo.
É nesse parque onde é montado o Palco Instrumental do FIG.
Já fui várias vezes nesse palco, tanto como espectador como para trabalhar em algum show, como fiz no ano passado com Augusto Silva & Frevo Novo, onde operei o monitor da banda.
Logicamente, uma banda instrumental.
Como tinha tempo de sobra, aceitei o convite de Déa, e fui no final da tarde encontrá-la.
Quando estávamos chegando perto do parque, notei um movimento muito grande de pessoas na rua, e na entrada do parque.
Estranhei, pois sempre que fui nesse palco, não tinha essa movimentação grande de pessoas.
O público que "consome" música instrumental é bem pequeno aqui na região, e até no país!
Sem entender direito aquela grande movimentação, perguntei para Déa quem era a banda instrumental que iria se apresentar nesse dia.
Foi quando ela respondeu: --- Titio, vai ter show de Adilson Ramos!
Que Adilson Ramos? O cantor romântico de Recife? Perguntei.
Esse mesmo!!!! Respondeu ela.
Aí eu comecei a rir. Achei até engraçado o caso.
Não ia acertar nunca o motivo para tanta gente no parque!
Nunca tinha visto um caso assim naquele palco.
O máximo que eu vi no FIG, foi um palco ter dois horários com estilos diferentes.
Até uma certa hora se apresentavam bandas alternativas, e depois de uma determinada hora se apresentavam bandas de forró.
Era Palco Pop e Palco Forró no mesmo dia.
Até aí, tudo bem, né?
Mas Adilson Ramos num palco de música instrumental?
Exageraram!
Ainda fui conferir se continuavam a chamar de Palco Instrumental.
Mas estava lá a placa, como mostra a foto abaixo.
Num festival particular, já seria estranho.
Já pensou colocar um show de Adriana Calcanhoto num palco onde as outras atrações seriam Ratos de Porão, Devotos e Sepultura?
Ou um show de Frejat com Priscila Senna, João Gomes e Conde do Brega?
Lembram do absurdo com Carlinhos Brown no Rock In Rio em 2001?
Pois é... O risco é grande para não dar certo.
Mas o caso aqui no FIG é bem diferente, pois é um evento gratuito, financiado por dinheiro público.
E o mais importante... Pelo que sei, a banda tem que ser aprovada num edital para participar do FIG.
Só não sei se isso é para todas as contratações de todos os palcos.
Achei até um vídeo de um colega músico/professor no Instagram, onde ele comenta sobre esse caso de Adilson no palco instrumental.
Acho que não tem problema eu colocar aqui esse vídeo de Júlio César Mendes (Julinho).
Julinho é professor de acordeão do Conservatório Pernambucano de Música.
Segue abaixo o vídeo.
Como eu, ele também se assustou com o caso!
Que foi sucesso de público, eu vi.
Nem consegui entrar direito no parque, de tanta gente!
Sucesso total!
Como mostra abaixo o vídeo (curto) feito por minha amiga Déa.
Mas...
Acho que ficou feio.
Principalmente do ponto de vista das bandas instrumentais que não conseguiram ser aprovadas no edital.
Qual a razão para uma curadoria fazer isso?
Não sei.
Fiquei curioso...
Se alguém souber o motivo, deixe nos comentários da postagem, por favor.
Um abraço a todos.

3 comentários:

Riegert disse...

A minha aposta vai: pressão sobre a curadoria para "encaixar" o artista em algum polo de "última hora". Um absurdo um cantor num polo instrumental, mas...

Sávio Uchôa disse...

Adilson Ramos in concert.
Voce que não entendeu...

Titio disse...

Olá pessoal.
Sávio Uchôa... Vou ficar com a opção de Riegert como possível causa do fato.
Mesmo ainda achando que não justifica a ação.
Se foi uma pressão, foi potente, viu?
Vamos em frente, como sempre diz um amigo cantor.
Um abraço.