quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Martins, Almério, Mariana Aydar e Marcelo Jeneci no Polo Azulão - Cena em cima de cena.

 
Olá pessoal.
Meio ressacado ainda dos trabalhos no FIG (Festival de Inverno de Garanhuns), fui dar uma olhada nas postagens para ver onde parei.
Danou-se!!!
O último que falei foi o trabalho com Mestre Ambrósio (MA) na Macuca!
Para agilizar, resolvi então fazer um resumo dos shows que fiz no São João no Polo Azulão em Caruaru.
Fiz cinco trabalhos lá, todos no monitor.
Já tinha comentado "de leve" em postagem anterior, como foi o primeiro show que fiz nesse palco em Caruaru com MA no dia 11/06, onde aproveitei uma cena anterior de um show da banda que aconteceu em Teresina.
Depois desse show do MA no Azulão, voltei lá para fazer o monitor de Martins, Almério, Mariana Aydar e Marcelo Jeneci.
Foi bem corrido para fazer esses quatro shows.
Os dois primeiros (Martins e Almério) aconteceram no dia 25/06, e eu estava um dia antes em Correntes (perto de Garanhuns) fazendo o monitor de MA no São João da Macuca.
Quase não dormi, e acordei bem cedinho para pegar o ônibus que saía de Garanhuns para Caruaru.
Mesmo com um grande atraso na saída do ônibus, cheguei com folga na cidade, dando tempo até de almoçar com o pessoal.
Uma semana antes dos shows de Almério e Martins, montei antecipadamente em casa uma cena para esses shows.
E usei a cena do show de MA no Palco Azulão do dia 11 de junho como ponto de partida, pois já estava lá os ajustes de equalização dos monitores e side.
Já adiantava o serviço.
Ainda para melhorar, a banda de Martins e Almério é a mesma!
Foi uma única cena para os dois shows.
O que mudava era que no show de Almério tinha um trompete, e no show de Martins tinha um violão.
Então nessa única cena, tinha os dois instrumentos e também as duas vozes.
Acho que passei primeiro Martins, e na hora de Almério, foi só adicionar o canal do trompete e da voz de Almério, e fechar o violão e a voz de Martins.
O resto já estava passado!!!
Os dois cantores usaram in-ear, mais as caixas de monitor, pois nos dos shows teve convidados, e era importante ter essas caixas lá na frente.
Foi tudo muito tranquilo nos dois shows, e nem preciso falar que a mudança de palco entre os shows poderia ter sido imediata, mas deram uma pequena pausa.
Acho que apenas para a banda tomar um AR no camarim! (Risos)
Show de Martins.

O único estresse nesses dois shows, aconteceu no soundcheck, onde um trio elétrico começou a tocar quase em frente ao palco! Aí foi bronca.
Coisas de "organização"... No caso aqui, foi a FALTA dela.
Ninguém escutava mais nada em cima do palco, na hora que Almério estava passando o som.
Não recordo se isso aconteceu com Martins... 
Bem... O soundcheck encerrou com essa briga sonora, e resolvemos ajustar alguma coisa durante o show, mas nem foi preciso!!!
A única coisa que me incomodava no palco, desde o show de MA, era a mesa de monitor com problemas em dois blocos de canais, ou seja... 16 canais!!!
Para selecionar ou escutar (cue) esse canais era uma novela!!!!!
Ela já estava assim no show de MA, mas acho que piorou!!!
Para complicar mais, não consegui conectar meu iPad com a mesa.
Duas razões para isso acontecer: Problema na placa de rede da console, ou firmware da console desatualizado.
A terceira razão seria problemas com meu sistema (iPad - Roteador - Cabo de rede), mas ele está bem configurado, e nunca mexo nessas configurações, e tenho sempre um cabo reserva.
Como sempre atualizo meus aplicativos e sistemas operacionais, pode haver conflito com os equipamentos não atualizados.
Dancei. O iPad poderia ajudar muito nesses shows!
Show de Almério. (Vídeo by @lillirocha)

Nesses dois primeiros shows esses problemas não interferiram muito, mas nos outros dois foi bronca, pois eram bem mais complexos na parte monitoração.
Em Mariana Aydar, todos usavam fones, inclusive ela.
Em Marcelo Jeneci todos usavam caixas de monitor.
Sofri com a mesa de monitor nesse dia.
Eu até poderia ter transferido esses 16 canais para outros 2 blocos, mas não fiz, e esse foi meu erro.
Agora não adianta chorar o "vinho derramado".
Né?
Como não tive tantos problemas nos outros shows na operação, achei que seria a mesma coisa nesses dois shows.
E me lasquei!
Perdi muito da agilidade por causa desses problemas na mesa de som.
Quando eu tentava selecionar um canal, a mesa selecionava vários.
Quando eu tentava escutar um canal, a mesa dava o solo (cue) em vários.
Quando eu tentava ligar um canal, a mesa desligava vários!
E foi assim até o final dos shows!
Esse foi o ponto negativo do Polo Azulão, no que diz respeito ao monitor, que foi onde eu fiz 5 trabalhos.
É triste ver uma mesa de monitor com defeito ficar num evento de vários dias até o final.
Né?
Mesmo com esse grande problema na mesa de monitor, os shows de Martins, e depois o de Almério, fluíram sem nenhum contratempo.
Massa!!!
Vale uma observação aqui.
Logicamente faço novos ajustes no palco para esse novo show.
A cena que eu aproveitei de um show de outra banda, que aconteceu semanas antes, serve apenas para aproveitar alguns ajustes, e para eu não começar do zero.
Sempre vou checar as vias e o side novamente.
Se soar bem, vou em frente, se soar razoável, tento ajustar em cima do que já está no EQ.
E se soar muito ruim, zero o equalizador e faço novamente.
É o jeito certo de fazer? Nem certo, nem errado. Foi o que eu resolvi fazer nesses shows no Azulão.
Quanto aos monitores, é complicado eu pedir para o pessoal do palco marcar os monitores de um show que aconteceu no dia 11 e que só vou voltar no dia 25!
Né?
Mas no dia, sempre solicito que marquem todos os monitores no final do soundcheck, para voltarem exatamente na mesma via.
Mesmo sempre ouvindo a velha frase: --- Não precisa, todos "falam" exatamente igual.
Já me lasquei algumas vezes por causa dessa falta de marcação.
E isso serve para DIs, microfones de vocal ou até do cantor, quando usam o velho SM58 com fio.
Tem muito SM58 falando diferente nos palcos, e até microfones falsificados!
É sempre bom também conferir qual o DI está sendo usado, e desativar o PAD (atenuador) de todos.
Também já me compliquei com uma troca de DI.
Passei com PAD ativado (sem saber), e na hora do show estava desativado ou era outro DI.
As marcações diminuem os riscos.
Com esses riscos diminuídos, tudo voltou no devido lugar e os shows foram muito legais!
Voltei para casa logo após os shows com a banda, e só retornei à esse palco no dia 29 de junho, para fazer Mariana Aydar e Marcelo Jeneci.
Como Jeneci seria o último show, ele passou o som primeiro.
Não me recordo mais como foi que eu fiz nesses dois shows.
Se montei a cena de Jeneci em casa depois dos shows de Martins/Almério, usando essa cena deles, ou se passei a cena de Martins/Almério para a mesa no dia e renomeei os canais para Marcelo Jeneci...
Mas com certeza aproveitei a cena dos shows do dia 25 de junho.
Esse show de Jeneci foge um pouco do "normal".
Não tem bateria, não tem guitarra, não tem baixo.
Como falei antes, todos usam monitores de chão, inclusive o Marcelo.
Como tudo ia para os monitores de chão, o nível sonoro no palco ficou bem elevado.
O que dificulta muito o trabalho no monitor, e também para quem vai fazer o som do PA!
Por que prejudica também o trabalho do técnico do PA?
Porque o som que sai dos monitores é captado novamente pelos microfones que mandam esse som para os monitores.
O risco de uma realimentação (microfonia) é altíssimo!!!!
Tudo fica "sujo".
Vou dar um exemplo.
(Lembrando que o público alvo do Blog nunca foi a turma que trabalha no ramo, e sim o leigo que não imagina como funciona um show ou evento.)
Imaginem um cantor que usa sanfona, como é o caso de Marcelo Jeneci.
Além de sua voz no monitor de chão, ele pede vários outros instrumentos, inclusive sua sanfona.
Todos esses instrumentos que ele pediu nos seus monitores de chão, vão ser captados pelo seu microfone de voz, e pelos microfones internos da sanfona!
Imaginaram a bola de neve?
Quando ele solicita que eu aumente o som da sanfona nos monitores, todo o som emitido por esses monitores que está sendo captado pelos microfones da sanfona vai junto!
E esse som dos monitores é novamente captado pelos microfone de voz e da sanfona!
Isso gera um LOOP!
E quanto mais o volume desse loop aumenta, mais fica iminente uma realimentação, a chamada microfonia, que pode ser em qualquer frequência (grave, médio, agudo).
Ahhhh. E quando o técnico de PA abre só o canal da sanfona, vem todo tipo de som captado pelos microfones internos do instrumento!
Passei o som de Jeneci, sempre tentando controlar o problema da realimentação.
Realmente o som ficou muito alto no palco.
Quando todos estão de fones, sem nenhuma caixa de monitor, este problema de sujeira e realimentação no palco é eliminado!
Combinei com Adriano Duprat, que estava fazendo o som do PA, que eu iria baixar um pouco o máster das vias e do side no começo do show, e depois iria ajustando com os pedidos dos músicos.
Assim que acabou o soundcheck de Marcelo Jeneci, dupliquei a cena, e coloquei o input/output de Mariana Aydar na nova cena, e baixei todos os envios dos instrumentos para as vias, porque seriam outros instrumento e outras vias.
Foi bem mais tranquilo o soundcheck dela do que o de Jeneci, mas os problemas na mesa de som ainda estavam freando a fluidez do trabalho, e tudo foi mais complicado.
O monitor de Mariana foi híbrido.
Tinha in-ear sem fio, monitores de chão e fones com fio.
Não tinha tempo sobrando, e por isso aproveitei a equalização das vias de Jeneci nas vias de Mariana.
Algumas deram certo, outras não, e fui fazendo os ajustes durante o soundcheck.
E os problemas na mesa me tirando do sério...
Mesmo perdendo mais tempo que o normal para ajustar as coisas, finalizamos o soundcheck.
Aguardar a hora dos shows.
Ainda deu tempo de jantar numa padaria com Adriano e Natalie (iluminadora).
Mariana Aydar era meu primeiro show.
Show de Mariana Aydar.

Fui para o palco quando estava perto de acabar o show que nos antecedia.
Aconteceu um fato importante antes do início do show de Mariana Aydar, que resolvi fazer um texto específico para o problema, na sessão "Dica dos Amigos".
Nesse caso, o amigo vai ser eu!
É importante uma postagem só para o caso.
Aguardem.
Tudo transcorreu bem durante o show, pelo menos eu achei isso.
Alguns pedidos de "sobe e desce", que são normais durante um show.
O técnico de Baby do Brasil que o diga!!!! (Risos)
O show foi muito bem recebido pelo público, mesmo eu achando que uma boa parte do público não sabia quem era Mariana Aydar.
Foi uma grata surpresa para muita gente que estava na plateia!
Nem deu tempo de ir ao camarim depois do show para perguntar como tinha sido o monitor para eles, porque eu já fiquei no palco para ajustar as coisas para o show de Marcelo Jeneci.
Sempre gosto de escutar as opiniões para saber onde acertei e onde errei.
Se não for mais convidado para fazer algum show dela por aqui, vou saber que errei mais do que acertei nesse dia em Caruaru.
Né? (Risos amarelos)
Nenhum problema na mudança de palco (ou virada de palco).
Tudo chegou certinho na mesa, e todas as vias de monitor estavam devidamente ligadas e testadas.
Era visível o empenho dos técnicos e roadies contratados pelo evento, para deixar tudo certinho.
E isso ajudou muito no resultado final.
Como combinei com Adriano, baixei um pouco o máster da via principal e do side.
Não muito, mas baixei.
Mas o volume do som no palco estava bem além do que eu queria que estivesse.
Fiquei o show todo controlando esses volumes, fechando também canais de instrumentos que eu sabia que não iriam tocar naquele momento, e que poderiam causar realimentações, como a sanfona de 8 baixos e a sanfona de Jeneci.
Foi uma "ginástica", mas deu tudo certo.
Show de Marcelo Jeneci.

Deu tempo até de brincar...
Na parte inicial do show, onde eu estava no corre-corre de controlar os volumes, escutando alguns canais para saber o que eles estavam captando, enquanto abria e fechava alguns deles, e com os problemas na mesa dificultando esse serviço, peguei o microfone de comunicação com a mesa de PA e gritei para Adriano: --- Amanhã eu vou andando para Jericoacoara!!!!!!
Como resposta, eu ouvi imediatamente na minha caixa amplificada a risada que ele deu, porque sabia da minha história recente com um trabalho que eu não aceitei em um hotel de lá.
Dificilmente eu pegaria um trabalho tão complicado com os DJs no hotel em Jeri!
E o show seguiu bem até seu final.
Ainda consegui falar com Jeneci depois do show no camarim, e pelo que ele me falou, com certeza vou ser convidado para outros trabalhos. (Risos)
Voltamos no carro alugado pela produção de Jeneci logo após o show, porque Adriano iria viajar logo cedo para São Paulo.
Adriano, eu e Natalie viemos de Recife nesse carro.
Nem preciso dizer que a fofoca musical foi grande, né?
Tanto na ida como na volta!!!
Um abraço a todos.

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