terça-feira, 26 de setembro de 2023

Show de Martins no Wehoo Festival - Foi massa!! But...

 
Olá pessoal.
Gostaram do meu inglês fluente que usei no título da postagem?
Nem sei como consegui fazer 7 turnês na Europa com esse meu inglês de aluno do ensino fundamental!
Foi na marra!
E com a ajuda dos amigos que me incentivaram, porque na primeira ida falei para o artista (Silvério Pessoa) que não iria.
Comentei sobre isso aqui no Blog em alguma postagem...
Não vou precisar usar meu "segundo idioma fluente" para me expressar aqui, quis só deixar uma brecha no título, usando o MAS em inglês, para falar de algumas coisinhas que me chamaram a atenção no Wehoo, fora o grande show de Martins.
Vixe... Já se passaram muitos dias desde o começo do texto acima, que acho que vou mudar o rumo da conversa.
Vou até deixar o mesmo título lá em cima, mas vou mudar o rumo da conversa à partir dessa frase.
O título novo vai ser: Show de Martins no Wehoo Festival - Como é legal ainda participar de shows da nova geração.
Não se esqueçam que cheguei nos 57 anos.
Gostando ainda de ouvir Beto Guedes e Belchior... Entre outros velhinhos.
E é muito prazeroso e gratificante como profissional, fazer parte ainda desses shows da turma mais nova, como Martins, Academia da Berlinda, Almério, Estesia, PC Silva, Flaira Ferro...
O novo sempre vem, né?
E isso não é diferente na minha profissão.
Pode espernear, gritar, chorar, dizer que não gosta, mas... O novo sempre vem!

Cada dia é mais complicado porque a nova geração de técnicos vem chegando com o gás total, incluindo o conhecimento tecnológico.
Isso aconteceu lá atrás também, quando eu estava perto dos 30 anos.
O surgimento da gravação digital no ADAT, da gravação digital em HD no computador, das mesas de som digitais, do surgimento do sistema Line Array na sonorização dos shows, etc.
E não foi diferente naquele tempo.
Alguns profissionais ficaram para trás por causa disso, por não se ajustarem a essas mudanças.
Decidi mudar o rumo dessa postagem enquanto pensava na vida tentando dormir, e já tinha começado esse texto.
Antes de cair no sono, resolvi mudar tudo!
O prazer em ter participado do show de Martins no Wehoo era bem mais importante para falar no Blog do que os detalhes que eu vi lá, olhando com a visão de um operador de áudio e não como plateia.
Vou falar rapidamente desses detalhes, mas deixou de ser o ponto central desse texto.
É só um ponto de vista.
Quais foram esses detalhes?
Eram três palcos.
E os shows aconteciam simultaneamente!
Muito legal o local, espaçoso, sem economia de banheiros químicos (o que é raro!!!!), facilidade para comprar e pegar a bebida e comida.
Muitos amigos me falaram dessas coisas legais do Wehoo Festival.
Inclusive estavam indo esse ano por que tinham ido no anterior e adoraram.
O que vou comentar agora não tem a menor relevância para a plateia, pois são observações técnicas.
E a turma estava lá para curtir! 
Pouco se importando (acho) com isso que vou comentar.
O palco 1 estava virado para o fundo do palco 2.
Mesmo com uma distância considerável, era pouca distância ainda para o som desse 1 não interferir no 2.
O palco 3 ficava depois da house mix do palco 2, numa posição lateral.
Fiz um pequeno desenho para entenderem (foto abaixo).
Clique na imagem para ampliar.
O som do palco 1 chegava ainda num volume considerável no palco 2.
Lembro quando Martins deu uma parada entre as músicas, dava pra escutar perfeitamente Marina Sena cantando, a melodia, a voz, tudo.
Acredito que até foi difícil para ele nas músicas mais calmas, só com violão, achar o tom da música ouvindo outra música completamente diferente.
Querem colocar shows simultâneos? Massa!
Mas caprichem na distância entre esses palcos.
O público pode até gostar dessa mistura de sons, mas para o operador de áudio, e para os músicos que estão no palco, não é muito interessante.
Esse som do palco 1 ainda chegava um pouco na house mix do palco 2.
Fui lá ver um show depois do meu trabalho com Martins.
Na hora, quando a banda parou de tocar entre as músicas, achei até que era uma vinheta que fazia parte do show, onde o volume era aquele mesmo, bem baixinho, ou o técnico esqueceu de aumentar.
Ainda para completar, o técnico do palco 2 ainda escutava o som do palco 3, com um volume um pouco maior em relação ao som do palco 1. Ou seja...
Ficou num fogo cruzado de sons!
Video by Tadeu Gondim.

Lembrei quando eu fazia o SESI Bonecos.
Era uma guerra sonora, pois os palcos secundários eram bem próximos do palco principal.
Não tenho a menor ideia como foi a interferência sonora no palco 3, pois nem cheguei perto dele.
A segunda observação, que tem ainda relação ao "BUT" (mas...) do primeiro título dessa postagem, é que eu acho que ainda existe atualmente um tratamento diferenciado na parte técnica com relação aos mesmos problemas com artistas diferentes.
Tudo bem...
Na maioria das vezes, conheço todos os técnicos e diretores de palco dos shows que faço em Recife.
Aí vem o lance da amizade, do jeito de falar...
Realmente é difícil separar, eu sei. Mas dá para separar.
Notei um problema no side, que tentei ajustar, mas já fui questionado, porque o técnico anterior não tinha falado nada, e por isso deveria ser um problema na minha cena.
Mesmo assim, mostrei a diferença no side, e foi feito um ajuste.
Melhorou, mas...
Não tinha muito tempo para ficar nesse problema. Já dava pra fazer do jeito que ficou.
Fiz meu soundcheck, e fiquei um tempinho no palco.
Próxima banda a passar o som era Charles Brown Jr. (CBJ), e o técnico de monitor da banda também achou que o side não estava legal. Ele não sabia nada do que aconteceu antes.
Mais ajustes foram feitos, sem questionamentos(!).
Legal que eu iria aproveitar esses novos ajustes na minha vez, e que mesmo sem querer, comprovei o que eu tinha falado antes.
Lembrando também, que mesmo com os questionamentos, todas as minhas solicitações técnicas foram atendidas.
Quando chegou a hora de Martins, fui conferir meus canais de entrada e saída, enquanto um DJ se apresentava num praticável no meio do palco!!!!
Som rolando alto no side.
Complicado... Tanto para a movimentação das coisas no palco, como na comunicação verbal entre os técnicos e roadies.
Na hora da CBJ fazer o linecheck deles, já não tinha praticável de DJ no meio.
Ficou na lateral, mas mesmo assim, ainda pediram para desligar o som.
Vai eu solicitar uma coisa dessas, né?
E o pedido era muito coerente!!!!
Quer colocar DJ na troca das bandas no palco?
Cria um espaço para ele, que não atrapalhe com as mudanças necessárias entre as bandas.
Colocar um praticável no MEIO do palco, com o som "bombando" no side, é lasca.
Esses são os detalhes que eu queria comentar.
Não quer dizer que é o certo, mas é o meu ponto de vista.
E depois do show de Martins, todo esse meu olhar técnico ficou para segundo plano.
Sem tanta importância.
Por isso resolvi mudar o título no comecinho da postagem.
O objetivo principal foi alcançado.
E isso é o que importa.
Nada é mais importante do que o show!
Mesmo com Marina Sena se apresentando na mesma hora no palco 1, e participando "sonoramente" no show de Martins, não imaginei que tinha tanta gente na frente do palco 2!
Vi pelos vídeos postados nas redes sociais.
O show foi muito bom!!!!
Vídeo by Tadeu Gondim.

Espero que meu trabalho na monitoração tenha ajudado para esse resultado.
O nosso "artista local" já mostra para que veio!
Para ser mais exato, a nossa nova geração está mostrando pra que veio!
É aí que entra o ponto principal desse texto, que gerou o novo título.
Como é legal participar dos shows dessa nova geração!!!!!
O resto?
É só ponto de vista!!!!
(Ok... Me estendi no ponto de vista mais do que eu queria...)
Lula Queiroga, Alceu Valença, Nação Zumbi, Silvério Pessoa, Mestre Ambrósio, Banda Eddie, Elba Ramalho, Otto, Banda de Pau e Corda, Siba, Geraldo Maia... Tenho o mesmo prazer e satisfação quando trabalho com vocês, viu?
O texto aqui foi só para falar sobre a oportunidade de surfar também na onda da turminha mais nova.
Um abraço a todos!

PS: O abraço vai para todas as gerações!

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