quinta-feira, 27 de junho de 2024

Monitor de Paulo Miklos em Caruaru - Equipamentos próprios fazem a diferença.

 
Olá pessoal.
Estou meio apertado aqui para organizar o monitor de dois shows que vou fazer nesse próximo final de semana, mas vou tentar ser breve sobre o assunto que acho legal falar desse show de Paulo Miklos em Caruaru.
Esse show aconteceu no dia 7 de junho, no Polo Azulão.
Nem sei se vou conseguir falar sobre todos os outros trabalhos que fiz depois do show da Filipe Catto.
Não preciso falar que fiquei super feliz em operar o monitor de um dos Titãs, pois seria "chover no molhado".
Para um DJ que nunca pensou em fazer isso, podem ter certeza que foi uma satisfação absurda!
Mas vamos ao trabalho...
Vou tentar explicar e ratificar uma frase que usei na postagem anterior, do show da Catto.
E a frase em questão é: "Tá chegando num ponto aqui na região, que o técnico tem que andar com seus microfones e DIs."
Essa frase ilustra bem o que estamos pegando nas estradas.
E ainda posso comentar que deixei de colocar mais equipamentos dentro da frase.
Só falei de microfones e Direct Box (DI).
Tinha tudo para ser bem relax o soundcheck, mas por causa de alguns problemas com microfones, cabos e in-ears, o tempo ficou "estrangulado".
Eu já estou andando com meu microfone SM58 da Shure e meu Power Click XLR estéreo.


Fora isso, ainda levo lanterna de cabeça e/ou poste de iluminação, porque muitas mesas não tem as luminárias.
Algumas vezes levo dois rádios comunicadores, para poder falar com meu amigo que vai ficar na outra mesa de som, pois em alguns trabalhos que eu fiz, esse sistema de comunicação não foi fornecido pela empresa de som.
E por aí vai...
Levo também algumas coisas que não é responsabilidade da empresa de som fornecer.
Como adaptadores de tomada, cabos Y, plugues adaptadores P10 para P2.
E a última aquisição foi uma mini-impressora de etiquetas bluetooth, que foi uma dica do meu amigo Adriano Duprat.
O poste de iluminação também foi dica dele, que é o Rei da Shopee.

Poste de iluminação portátil iluminando a mini-impressora de etiquetas.

Virei "Cliente Ouro" dia desses, de tantas compras que eu fiz.
Pois bem...
Esses equipamentos próprios ajudam bastante no trabalho.
Usei quase todas as ferramentas nesse show em Caruaru.
Meu microfone para checar as coisas no palco, para ver se era defeito do microfone da empresa ou defeito no cabo.
Meu microfone eu sei que está perfeito, facilitando para encontrar o problema.
Na grande maioria das vezes eu uso minha lanterna de cabeça na mesa de som e agora tenho o pequeno poste de iluminação para esse serviço.
No palco tinha 4 sistemas de in-ear, mas um já estava com problema quando eu cheguei.
Então coloquei um in-ear para Paulo, outro para Anete (teclado) e o terceiro para Camila (bateria).
Para o baixista Meno foi caixa de monitor, e acho que coloquei um sistema de fone com fio para Michele (guitarra).
Enquanto fazíamos o soundcheck, Camila me avisava que o in-ear dela estava com problema, e eu tentei de tudo para estabilizá-lo, mas não teve jeito.
Quase não consegui fazer uma mix para o fone de Miklos, tentando ajustar esse problema no fone da baterista.
Teve uma hora que tive que fazer a mixagem para o fone do cantor, pois ele não participou do soundcheck.
Mesmo com a correria, todos estavam satisfeitos no palco, menos Camila na bateria.
Fiquei de tentar ajustar o sistema de in-ear dela até a hora do show, pois eu iria ficar direto no local.
Mas resolvi de outro jeito.
Não quis arriscar com o in-ear sem fio, que poderia dar problema durante o show, e o substituí por meu Power Click com fio.
E mesmo sem ter notado nada de errado no in-ear que coloquei para Paulo Miklos, e como eu sabia que o produtor trouxe de São Paulo um sistema igual para o cantor, solicitei esse sistema para fazer a troca também.
Arranjei uma lugarzinho para colocar o case do equipamento, e com a ajuda do meu colega da empresa de som, fiz a mudança nas ligações dos cabos.
Toda a equipe do evento foi super atenciosa, e fizeram de tudo para deixar tudo organizado.
Só me restava aguardar pela hora do show.
E a primeira coisa que eu fiz, foi avisar Camila que eu tinha trocado o sistema dela pelo meu, e que era só ajustar o volume do equipamento com o bumbo da bateria, que o resto iria chegar como estava no sistema sem fio.

Quando ela tocou no bumbo, me falou na hora: --- Agora está bom!
São José dos Faders Loucos ouviu minhas preces! (Risos)
Agora eu só tinha que conferir a mixagem do fone de Miklos no início do show.
Fui ajustando pequenos detalhes, pois eu passei o som do fone dele usando minha voz, e eu não tinha a menor ideia de como era a emissão de voz dele!
Se cantava perto ou longe do microfone, coisas do tipo...
Muitos anos atrás, quando eu operava o som do PA de Silvério Pessoa num show no Marco Zero, teve a participação de Miklos, mas mesmo assim eu não sabia bem como seria essa voz no monitor.
Mas já imaginava que não seria suave essa emissão.
Rock, né?
Fiquei o tempo todo tentando observar alguma reação do cantor, enquanto eu ajustava a mix.
E na segunda música, fiz contato visual com ele e perguntei usando meu dedo polegar, pra saber se estava tudo "legal" pra ele no fone.
Ele deu o sinal de positivo, e eu relaxei.
Então fui curtir o show!
Como eu estava fazendo a mixagem em pós fader, fique pilotando alguns canais na hora dos solos ou introduções, subindo e descendo o volume.
Tinha a captação do público que eu também subia e descia no fone de Miklos em determinados momentos durante todo o show, melhorando a interação do cantor com a plateia.
Conversando ontem com meu amigo Evangelista, que está fazendo o monitor de Geraldo Azevedo em alguns shows, substituindo nosso amigo Vini que é o técnico oficial, ele me falou que coloca o som do público para todos da banda, e não só para Geraldo.
Por que não fornecer essa interação para todos, né?
Me convenceu.
Vou fazer isso num próximo trabalho onde os músicos usam in-ears.
O show foi muito legal!

E olhando o "set list" (documento que lista a ordem das canções), já dava para ter ideia de como seria!
O rapaz ali com o microfone tinha muita história para contar (e cantar!).
E fez isso com maestria, como um verdadeiro Titã.
Muito bom ter participado desse show.


Obrigado Adriano por ter me indicado.
E obrigado à produção do artista (Beca e Surabhi) por ter confiado nessa indicação.
O show acabou, e enquanto eu desmontava os nossos equipamentos, fiquei pensando em como eles ajudaram no serviço!
Por isso, quem tiver e puder levar seus equipamentos pessoais para um show, leve que vai fazer uma grande diferença em vários locais.
Mesmo que tenha equipamento igual no local.
Tem, mas você não sabe se está em perfeitas condições!
Isso serve para todos os envolvidos.
Não só os técnicos, mas os cantores e músicos.
Esse é meu ponto de vista.
Um abraço a todos.

PS: Dias depois, fui sondado para fazer outro show de Paulo Miklos em Pernambuco, caso Adriano Duprat não pudesse fazer.
A satisfação pela sondagem foi igual a que senti por participar do show.
Se duvidar, foi até maior.

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