segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Dica dos Amigos 038 - Usando a WING direto no OBS.

 
Olá pessoal.
Ontem apareceu para mim esse vídeo no Instagram, que achei legal colocar aqui como dica.
Eu nunca cheguei a usar o OBS.
Tenho ele instalado aqui no meu laptop faz um bom tempo e na época da pandemia fiz até alguns testes, mas nunca usei-o para uma transmissão ao vivo.
Muita gente já usou e ainda usa essa ferramenta chamada OBS.
Outras mesas digitais devem fazer essa conexão direto com o OBS, sem usar uma placa de áudio para receber o sinal, mas vou colocar esse da WING porque apareceu pra mim.
Espero que ajude algumas pessoas.
Segue o vídeo.


Agradecer ao canal @wingbehringer (Wing Academy Brasil) pelo vídeo.
Inclusive, posso adiantar que lá tem vários vídeos dando dicas sobre a WING.
Caso não consigam ver o vídeo por aqui, segue o LINK para ver na página @wingbehringer.

Clique na imagem para ampliar.
Sigam esse canal no Instagram, tem muita coisa legal sobre a WING.
Como sempre faço, coloquei esse vídeo também no meu canal do YouTube.
Mas ele foi bloqueado por causa de direitos autorais.
Um abraço a todos.

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Monitor de Lucy Alves em Toquinho - Quase um turista!

Olá pessoal.
Não fiz muitos trabalhos com a cantora paraibana.
Só tinha feito um trabalho em junho desse ano, e esse foi o segundo, que aconteceu no dia 01/11/2025. Ou seja, no início desse mês em que estou escrevendo esse texto.
Já foi legal receber o segundo convite, pois me leva à conclusão que fiz direitinho o primeiro trabalho, né?
Eu já conhecia Lucy quando ela passou rapidamente pela banda de Alceu Valença, e participei de um show no monitor aqui em Recife, no estádio do Santa Cruz.
Não lembro o que era o evento, só sei que teve um show de Alceu lá dentro do campo, e Lucy Alves fazia parte da banda, tocando sanfona, violino e fazendo ainda o backing vocal.
Antes de Alceu, ela participou de uma banda "familiar", chamada Clã Brasil.
Onde dividia o palco com os pais e duas irmãs.
Não lembro também quem me indicou para fazer o show dela em junho desse ano em Goiana (PE), aqui pertinho de Recife.
Até recebi proposta para fazer mais shows em junho no monitor dos shows de Lucy, mas eu já tinha vários trabalhos fechados, e não tinha como conciliar as datas.
Resumindo...
Fiquei bem contente com esse segundo convite que recebi no mês passado, e não pensei duas vezes para aceitar.
Só sabia que o show seria em Porto de Galinhas.
Mais na frente chegaram as informações finais... O local era em Toquinho, uma praia bem perto de Porto de Galinhas, e era um evento privado, uma festa de aniversário.
Consegui as informações dos equipamentos, onde seria uma CL5 da Yamaha para mim no monitor e uma Venue MixRack para André Víctor, técnico de PA da cantora.
Só não contava que a gente iria um dia antes para Porto de Galinhas, onde ficava nosso hotel, porque não poderíamos passar o som no dia do evento, que começaria cedo.
Por isso, acabei rejeitando uma indicação para um trabalho, que seria exatamente no dia da minha ida para a praia.
Quando eu soube qual seria a mesa de monitor, fui conferir qual era a cena que eu tinha do show anterior que fiz em junho, e era exatamente de uma CL5.
Também não pensei muito para decidir se eu usaria essa cena para começar o soundcheck do novo show na festa de aniversário.
Fui conferir o input da cena antiga com o rider técnico que eu recebi para esse novo show, e era exatamente o mesmo input!
Oxe. Vai ser ela mesmo!
Dei uma olhada para ver como estavam as coisas, e resolvi baixar alguns ganhos de canais, onde alguns até estavam com 48v ligado, o que indicava que foi usado DI ativo nesses canais.
Ajustaria esses ganhos na hora do soundcheck.
Depois de fazer os pequenos ajustes, incluindo até dois canais de comunicação para os roadies, salvei a cena com outro nome e coloquei no pendrive.
A mesa de PA ficaria ao lado da mesa de monitor, ou seja, ao lado do palco.
Isso é muito comum nessas festas de aniversário.


Como a van iria passar pela BR101 aqui perto de casa, fiquei num posto esperando.
Estava indo tudo bem, até a gente pegar um engarrafamento grande!
À medida que a gente não andava direito na BR, comecei a fazer as contas e vi que a gente chegaria bem atrasado.
Se não me falha a memória, era pra gente chegar perto das 17h, mas chegamos passando das 18.
Não sabia direito até que horas poderíamos passar o som, principalmente porque o local da festa era uma casa dentro de um condomínio, cercada por várias outras casas, num pequeno espaço entre elas.
Mas nem fui atrás dessas informações na hora que cheguei, e fui logo arrumando minhas coisas na mesa de monitor.
O sistema de som e luz ainda estava sendo testado, então relaxei um pouco, e à medida que a turma testava tudo, a gente ia montando e ligando nossas coisas.
No rider técnico de Lucy Alves, é solicitado sistemas de in-ear com fio da Shure para a banda, mas como esses sistemas são bem antigos, e nas vezes que me deparei com eles, sempre tinha uns "defeitinhos", já combinei antecipadamente com meu amigo Ítalo, que era o diretor técnico do evento, que eu usaria meus sistemas com fio.
Ele levaria os sistemas da Shure, mas ficariam de reserva.
Passei minha cena para a CL5, e ajustamos as entradas e saídas.
Dei um "alô" rápido para ouvir o side, ajustei um pouco a equalização, mas não estava nos meus planos usar.
Deixaria fechado e só usaria numa emergência, pois todos no palco iriam usar fones, incluindo Lucy Alves, que usaria um sistema de in-ear sem fio.
Testei com Ítalo todas as vias de fone, e meus sistemas arrasaram!!!
Tudo perfeito.
Alguns ruídos apareceram, mas era problema nos cabos que faziam as ligações.
Eliminamos esses problemas e começamos o soundcheck.
Todos os canais já estavam distribuídos para os músicos, mas...
Alguns músicos não eram os mesmos do show anterior que eu fiz, e por causa disso algumas coisas foram totalmente diferentes do show anterior.
Por exemplo... O baterista pediu para deixar só o bumbo no fone dele, retirando todas as outras peças do instrumento.
E na percussão foi diferente.
O percussionista anterior não usou nada da percussão no fone, e esse atual precisava de todas as peças no seu monitor.
Mas foi bem rápido para fazer esses ajustes, pois eu estava (mais uma vez) ao lado dos músicos com meu inseparável iPad.
Logicamente, eu escutava peça por peça no meu fone, antes de enviar o sinal para os músicos.
Ajustava a equalização, que já estava soando bem legal, pois os canais já vieram equalizados do show anterior.
Isso agilizou muito o serviço.
Depois de organizar os fones dos músicos no palco, fui para a mesa de som, onde eu iria fazer os ajustes do fone de Lucy Alves.
Eu não dispenso mais os microfones dos roadies no palco para comunicação.
Mesmo que não tenha no rider técnico do artista onde vou participar, eu já informo ao pessoal da empresa de som que vou ligar dois microfones, um em cada lado do palco.
Já levo meus microfones com chave liga/desliga, para evitar vazamentos constantes no meu fone.
Independente do que eu esteja fazendo na mesa de som, o roadie ligou o microfone e falou, essa voz vem na hora no meu ouvido.
Também consigo falar com os roadies, e já levo meu sistema próprio para o serviço, incluindo mais um microfone com chave, para não depender de sistemas das empresas de som.
Os roadies só precisam levar os fones, pois levo meu M-Vave, que chamo carinhosamente de in-ear sem fio de pobre.
Ainda levo dois fones de reserva, para ajudar nas emergências.
Exagero?
Não acho.
Tento diminuir o aparecimento de problemas.
E quanto menos problemas no palco, mais rápido é o soundcheck.
Enquanto eu ajustava o fone da cantora, os roadies foram passando os pedidos dos músicos para eu fazer os ajustes finais, e fui fazendo isso junto com os ajustes para Lucy.
Quando ela chegou para passar o som, a banda já estava com seus monitores estabilizados!

Soundcheck.

Passei a focar agora nos ajustes do in-ear de Lucy, onde ela iria tocar seus instrumentos (sanfona, violino e guitarra baiana) um por um, junto com banda.
Ela ainda toca baixo, mas nesse show não iria ter.
Essa parte foi bem rápida também, e finalizamos o soundcheck bem antes do que a gente tinha imaginado.
Foi tão rápido que a responsável pelo nosso jantar se assustou, e avisou que teríamos que aguardar um pouco para a finalização das coisas na cozinha.
Voltamos para o hotel logo após o jantar.
O show só seria à noite no outro dia.
Pedi o cronograma aqui para Dani Boy (Roadie e Anjo da Guarda da cantora no palco) porque não lembrava a hora da nossa saída para o local do show.

Depois das 18h!!!!!
Ou seja...
O dia todo livre para curtir Porto de Galinhas!!!!
Logicamente, todos sabiam que não dava para exagerar, pois tinha trabalho ainda.
Mas daria pra dar uma relaxada...
Mandei mensagem para um amigo que tem um flat em Porto (a gente tira o "de Galinhas" para encurtar), que ele sempre aluga no Airbnb, para avisar que eu teria o dia livre, e que poderíamos fazer uma farrinha "light".
Achei que ele estaria por lá nesse fim de semana.
Acabei foi arrumando serviço extra!!!! (Risos)
Ele estava em Recife, mas teria que ir em Porto no sábado só para retirar um recipiente com molho vinagrete que esqueceram dentro da geladeira, porque no domingo o flat estava alugado para um turista.
Me pediu para ir lá no flat, retirar o recipiente da geladeira, jogar fora o conteúdo sem ser dentro do apartamento, lavar o recipiente, enxugar ele e guardar no armário.
Oxe. Tás ficando doido? Perguntei.
E como vou entrar?
Todas as fechaduras eram eletrônicas, com senhas que a pessoa digita no painel!
Uma para entrar no condomínio e outra para entrar no apartamento.
Ahhhhhhh, ok.
Dava para fazer tranquilo, porque tinha o dia todo livre.
Acordei cedo, tomei meu café da manhã, e segui para o flat.
Pensei em ir andando, mas desisti porque não tinha levado o boné para proteger a careca.
Não estava nos meus planos tomar sol e passear como um turista.
Chamei um Uber e cheguei rapidinho no local.
Abri tranquilamente as duas fechaduras, fiz meu trabalho de serviços gerais, e joguei o saquinho plástico com a "prova do crime" numa lixeira fora do prédio.
Voltei andando, para ver como estava Porto de Galinhas, que fazia tempo que não ia por lá.
Cresceu muito...
Quando eu ia, quase todas as ruas eram sem calçamento.
O flat era bem perto da rua principal, que na "hora do rush", é absurdamente movimentada!
Mas como ainda era cedo, a rua estava praticamente vazia, e muitas lojas ainda nem estavam abertas.
Como o sol estava esquentando, resolvi comprar um boné para proteger a área central da minha cabeça, onde não existe mais pelos.
Tinha uma lojinha pequena abrindo onde vendia exatamente o que eu queria.
Achei que a senhora iria me cobrar uns 50 reais no mínimo pelo boné, mas fiquei feliz quando ela falou 25.
Já estava me sentindo um turista.
Ri sozinho no meio da rua, coloquei o boné e fiz uma coisa que é muito difícil eu fazer.
Quem me conhece sabe que é quase impossível.
Tirar uma SELFIE!!!

Fiz isso para assustar os amigos e mostrar minha cara de turista.
Foi um sucesso!
Voltei para o hotel andando, e acho que não deu 15 minutos de caminhada.
Quando cheguei lá, me encontrei com a turma, que estava querendo descer para praia, e fui junto com eles.
Nos sentamos embaixo de um guarda-sol, pedimos água de coco, e o produtor pediu um balde com algumas cervejas.
Não levei roupa para tomar banho de mar.


Fiquei na minha água de coco, contemplando a praia e contando histórias para a turma, de quando eu ia para Porto beber cerveja acompanhado do famoso ensopado de aratu.
Estávamos distante uns 400 metros do "point", que é exatamente o local onde "deságua" a rua principal da famosa praia.
Falei que lá no meio daqueles amontoados de guarda-sóis coloridos que a gente via à distância, vários carrinhos de ensopado de aratu estavam batendo uns nos outros.
Quando eu ia na juventude, não lembro se já usavam carrinhos, acho que eram sacolas de nylon, aquelas que as senhoras levavam para fazer a feira.
É uma marca registrada de Porto.
Onde a gente estava, só chegou um carrinho!
Todos tem o nome da pessoa, para diferenciar os vendedores.
As vendedoras.
Ensopado da Marlene, ensopado da Luzia, da Zefinha, da Jurema, da Maria...
Não lembro de ter visto ensopado de algum homem!
É sempre nome de mulher!!!!
E sempre é uma SENHORA empurrando o carrinho, que deve ser a cozinheira da iguaria.
Essa que chegou até nós, já tinha uma filha (ou neta) ajudando, servindo os turistas, com os pratinhos de plástico.
Não tem só ensopado de aratu, tem sururu também.
Mas o famoso é o aratu.
Meus colegas da equipe me perguntaram se o ensopado do carrinho que estava perto da gente era bom.
Falei que no meu tempo, QUALQUER UM era bom!
Depois desse comentário, pediram um pratinho.
Eu não queria, pois me vem logo a imagem da cerveja na cabeça, quando eu tinha 20 anos.
Fiquei quieto e aguardei a reação dos dois músicos que iriam experimentar...
Já na primeira "colherada", falaram assustados: Muiiiiiiiito bommmm!!!!!!!!!!!
Sorri de alegria por ter proporcionado o momento, e segurei bravamente a vontade de entrar na degustação.
Nem cerveja eu bebo mais, e pedir uma vodka ali era imprudente, por causa dessa onda do metanol, e porque ainda tinha trabalho mais tarde.
Mas não resisti por muito tempo...

As lembranças fervilharam na memória, e antes das duas se afastarem da gente com o carrinho, pedi mais um pratinho.
Aquele momento merecia um pratinho de ensopado de aratu, com uma latinha de Heineken.
Se eu voltasse a beber cerveja, voltaria com Stella Artois!
Mas não está nos meus planos.
Deixa eu no vinho tinto seco, ou na vodka quando é uma emergência.
Pode parecer "romantismo" da minha parte, mas no primeiro gole da cerveja (não muito gelada), acompanhado de uma colherada cheia do ensopado, me veio à mente as lembranças...

Com a turma em Porto de Galinhas.
Eu magrinho de sunguinha, lá no meio da "muvuca" com minha turma, sem usar guarda-sol (logicamente), tostando na areia, rindo com as conversas, bebendo minha cerveja gelada...


Mas nesse dia aqui do show não poderia fazer mais isso.
O tempo era outro, e o motivo de estar ali também era outro.
Lucy apareceu para tomar uma água de coco e comer um peixe frito!
Aí foi a gota d'água!
Peixe frito seria uma tortura maior para mim.
Decidi comer um filé de peixe ao molho de camarão no restaurante do hotel.
Almoçar normalmente. (Risos)
Saí logo daquele ambiente propício para uma farra grande e boa!
Enquanto aguardava meu prato no restaurante, conversando com alguns músicos que já estavam acabando de almoçar, a cantora apareceu no restaurante e notei que ela não tava muito feliz...
Perguntei: Oxe! E o peixe inteiro frito??
No que ela respondeu: Titio, tu não imagina... Esperamos tanto e chegou iscas de peixe!!!
Sacanagem... Deu até pena.
Pra compensar um pouco, ela resolveu pedir um filé de peixe grelhado, e ficamos lá jogando conversa fora.
Até de Michael Jackson a gente falou.
Farrinha boa, mesmo sem o peixe frito.
Conversa boa também.
Deu tempo ainda de dar um cochilo bom antes de seguir para o local do show.
Chegamos com tempo de sobra, e a banda que estava tocando nem usou as mesas de PA e monitor.
Levaram um sistema próprio, onde enviavam só o L/R da mesinha deles para o som do PA.
Ainda fiz uns ajustes na minha cena, onde enviei a voz de comunicação interna do diretor musical, mais a voz do maestro gravada que saía do VS para o nosso iluminador Jathyles, pois ele nunca tinha trabalhado nesse show, e as dicas do diretor e do maestro iriam ajudar muito no trabalho dele.
Ajudou mesmo, segundo ele me falou depois do show.
Gostou tanto que vai comprar um sistema (M-Vave + fone) para andar com ele.
Nesse show, coloquei um dos meus sistemas com fio para ele, emprestando até o fone, porque o dele era ruim demais!!!! (Risos)
Teríamos muito tempo para organizar as coisas no palco quando a banda de abertura parasse.
E foi tudo tranquilo mesmo.
Ítalo voltou para o lugar as poucas ligações que foram utilizadas pela banda anterior, e eu conferi tudo novamente antes de começar o show.
Ficamos aguardando tranquilamente pelo começo, como mostra o vídeo abaixo.


Acho que o show foi um reflexo de tudo que aconteceu com a gente, desde o dia anterior quando chegamos em Porto de Galinhas!
Foi uma festa!
Lucy só me pediu para aumentar a voz do maestro no seu fone, e mais nada!
Parecia que a gente ainda estava na praia, com os pés na areia, na farra do peixe frito (que não apareceu!).

Showtime.
Dava para notar todos no palco se divertindo, inclusive a cantora.
Pelo menos, foi isso que consegui enxergar.
Se não estavam curtindo, são excelentes atores.
Ela eu já sei que também é atriz. (Risos)
Será que estava atuando? (...)
Não tivemos surpresas durante todo o show.
Tudo funcionou como deveria funcionar.
Cada dia gosto mais dos sistemas com fio da Waldman que sempre levo para meus trabalhos.
Não dispenso mais também o uso dos microfones de comunicação dos roadies.
Agilizam absurdamente o trabalho no monitor.
Resumindo...
Achei muito massa o trabalho!!!

Vídeo by Valério Lima.

Foi só curtir o momento, como se fosse um turista!!
Realmente me senti um turista na maior parte do tempo em que estive em Porto.
Voltei para Recife com Jathyles logo após o show.
Só deu tempo de passar no hotel para pegar as roupas que ficaram no quarto.
Nem consegui falar com a cantora...
Já em casa no domingo, depois de dormir menos do que era preciso, recebo uma mensagem da cantora no Instagram, onde ela envia um gráfico relacionado a um dos assuntos que a gente conversou no almoço.
Respondi: Tá vendo como a gente estava certo nas opiniões? (Rimos)
Aproveitei o contato e agradeci por mais uma vez ela ter me aceitado como técnico de monitor.
Onde ela respondeu: Eu que te agradeço. Fico confortável demais no palco!
Ou seja... Ela não estava atuando!!!!!!!!!!!!!!!!
Passei o resto do domingo relaxando, feliz pelo fim de semana, como um turista que volta de uma farra boa na praia!!!
Tão legal, que lembrei até da minha juventude!
Só faltou o peixe frito.
E eu não poderia deixar de colocar a foto abaixo...


Para vocês terem uma "breve" ideia de como foram as farras que fiz com essa turma lá em Porto, e em outros lugares!
Um abraço a todos.

PS1: Tenho contato com essa turma da juventude até hoje! 
Infelizmente os dois mais "safados" faleceram.
Carlos (Cabeça de Bagre) e André Guerreiro.
Parece até que eles sabiam que iriam morrer cedo, pois só viviam rindo e fazendo a gente rir.
Em todos os nossos encontros, os dois são lembrados, e rimos muito lembrando o que eles "aprontavam".
Magão, o terceiro cabra-safado, ainda está com a gente.
Carlos (camisa vermelha) e Magão (no fundo de bigode) estão na primeira foto na mesa do bar. 
Sábado devo estar mais uma vez com alguns dessa turma, já com seus filhos(as) bem crescidos.
O meu já tem 30 anos.

PS2: Muito provável também eu passar meu Réveillon com Lucy Alves e sua banda, num show em algum lugar de Pernambuco...

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Monitor da Academia e Cordel no RECn'Play - Normal? O que é normal?

 
Olá pessoal.
Não ia escrever sobre esse dia, pois estava sem coragem para escrever, mas pensei direitinho e tem dois assuntos que eu acho legal comentar.
Vou tentar ser muito breve, mas nem sempre consigo.
Poderia até falar muito mais sobre esse dia "corrido" que aconteceu em 18 de outubro, no centro do Recife, dentro do REC'nPlay.
Mesmo evento onde participei com Otto, mas nesse caso aqui foi em outro palco, coordenado pelo governo do estado.
O palco onde Otto se apresentou foi de responsabilidade da prefeitura do Recife.
Eu acho até engraçado isso, palcos dentro de um único evento com duas coordenações distintas, mas...
Lembro agora do caso do único cachê do carnaval que ainda não recebi...
Show em Olinda no palco Pernambuco Meu País, que normalmente é de responsabilidade do governo de Pernambuco, mas fiquei sabendo depois que o pagamento dos cachês de quem se apresentou nesse palco seria de responsabilidade da prefeitura de Olinda!!!!
Não sei se a prefeitura pagaria todos os cachês, ou alguns.
O que eu sei é que a banda com quem trabalhei no dia 4 de março ainda não recebeu da prefeitura de Olinda, e por causa disso eu também não recebi.
Isso tá virando o normal.
Nem vou entrar nesse assunto, porque é longo.
Voltando aos trabalhos... Dois palcos grandes foram montados no REC'nPlay.
Palco Recife Cidade da Música (prefeitura) e palco Pernambuco Meu País (governo).
Mais palcos foram montados no evento, mas esses dois foram os maiores.
Já tinha recebido a lista de equipamentos do palco, onde eu iria fazer o monitor das bandas Academia da Berlinda (ADB) e Cordel do Fogo Encantado (CFE).
E quando recebi o documento, fui confirmar com o diretor técnico do palco, entre outras coisas, os 6 sistemas de in-ears que eu precisaria para fazer o monitor do CFE.
Guardem essa palavra: SISTEMAS.
Nesse contato ele me confirmou 4 sistemas Sennheiser e que estava providenciando mais dois.
Quando ele me falou que os outros dois seriam o PSM700 da Shure, falei que esse sistema é do tempo em que eu era DJ, e que eu não confiava no funcionamento, mas não consegui reverter isso.
Tá cada dia mais complicado exigir o mínimo nos eventos.
Nem lembrei na hora que esses equipamentos estão fora do range de frequência permitido no país.
Nem poderiam estar no evento!
Se eu tivesse lembrado disso no primeiro contato, com certeza mudaria esse equipamento.
Esse é um dos assuntos que eu queria falar, e mais na frente falo o que aconteceu.
Eu acho que só fiz um trabalho com o CFE, e foi no monitor, e sem passar som!
Nesse teria um tempo para passar o som.
Pouco, mas teria.
Isso não iria acontecer com a ADB, que só teria tempo de ligar as coisas, fazer o linecheck e começaria o show logo em seguida.
Esses eventos montados no centro do Recife tem esse problema com o soundcheck, por ter muitos escritórios e lojas comerciais.
Não preciso falar o que penso sobre isso, né?
Não curto.
Pois bem...
Já sabendo do pouco tempo para passar o som, o produtor do CFE falou comigo que iria pegar uma cena de monitor feita por meu amigo Adriano, que é quem normalmente faz esse trabalho, para agilizar o meu serviço.
Falei que por mim tudo bem, mas antes fui falar com Adriano, para combinar com ele isso, e para pegar mais detalhes da cena.
A mesa de monitor seria uma DM7 da Yamaha.
Mas a cena que Adriano tinha era da CL5, também da Yamaha.
Ok, vou converter usando o Yamaha Console File Converter.

Yamaha Console File Converter.
Como eu não iria nem passar o som com a ADB, não pensei duas vezes e fui procurar uma cena recente onde fiz o monitor da banda, e encontrei uma de CL5.
Converti também a cena para DM7.
Esse é o primeiro assunto que eu queria comentar.
Não comecei do zero nesses trabalhos.
Na grande maioria dos meus trabalhos, não começo do zero, vou sempre com uma cena inicial.
Nos dois shows, usei cenas convertidas de CL5 para DM7.
Mas... Os ganhos não vem na cena convertida.
Deveria vir, mas não vem.
Então eu anotei (foto) todos os ganhos da cena original de CL e coloquei um por um manualmente na nova cena de DM7.
Fiz alguns ajustes, principalmente na cena do CFE, porque foi feita por outro técnico, e cada um tem um jeito de trabalhar.
Na cena da ACB eu quase não mexi, pois estava do meu jeito, mas sempre tem que passar um "pente fino" para acertar todos os detalhes.
Depois de deixar as coisas como eu queria, passei as duas cenas para meu pendrive.
Não tive problema para passar as cenas para a mesa, e já passei as duas no primeiro contato com a mesa no palco.
Chamei a cena do CFE, e fui conferir o patch de entrada e saída.
Estava tudo nos devidos lugares.
Aproveitando o assunto patch... Vou encaixar um comentário aqui.
Tudo fluiu na maior tranquilidade no palco com relação às ligações dos instrumentos (e vozes) e das vias de monitores nos dois shows!!!!
A equipe do evento fez um trabalho perfeito, o que ajudou muito no resultado final, onde não tínhamos muito tempo para errar.
Pois bem...
Fui escutar os monitores e o side, enquanto a banda não estava no palco.
Fiz equalizações corretivas nos monitores e side.
A ideia principal era a banda chegar e tocar uma música, para eu ir ajustando as coisas.
Mas mudei de ideia no primeiro acorde do violão!
Absurdamente alto.
Por causa disso, fui passando peça por peça, ajustando principalmente os ganhos.
Mesmo a cena convertida não encaixando perfeitamente nesse novo show do CFE, ajudou bastante.
Tudo estava equalizado e enviado para as vias dos músicos.
Eu nem esperava que o encaixe fosse perfeito, mas tomei um susto com o volume do violão no palco.
Segui ajustando para a banda os canais de instrumentos e vozes, que não são poucos, como mostra a foto abaixo.

Input do CFE (45 canais). Cena da DM7.

Não vou entrar em mais detalhes sobre isso, só falar que o iPad mais uma vez fez a diferença no trabalho.
Considero uma ferramenta indispensável no trabalho de um técnico de monitor!
Principalmente no caso do CFE, onde temos caixas de som e in-ears na monitoração dos músicos.
Não sei como teria sido o resultado se eu não tivesse ficado no palco o tempo todo durante o soundcheck, controlando a mesa pelo iPad. 
Duvido muito que eu conseguiria um resultado melhor fazendo tudo direto na mesa de som, longe dos músicos.
Eu sempre levo meu sistema (iPad + roteador) na mochila, mesmo quando vai ser uma PM5D, que não aceita a conexão.
Vai que dá uma bronca na mesa e trocam por uma que aceita o iPad, né?
Mesmo na correria, com o produtor da banda ao meu lado sempre olhando para o relógio no meio do palco, conseguimos deixar todos confortáveis na monitoração.
Fui na mesa de som, salvei as equalizações dos monitores e side na biblioteca interna, salvei mais uma vez a cena na mesa, e salvei a cena no meu pendrive.
Quer dizer, nos meus... Tenho dois.


O segundo assunto que eu queria comentar, aconteceu ainda no trabalho com o CFE.
Lembram dos 6 SISTEMAS de in-ears?
Quando fui ligar os sistemas, só vi 2 da Sennheiser e os 2 PSM700.
Cadê o resto? Perguntei ao meu colega da empresa.
E ele respondeu: Que resto? Estão aqui as 6 VIAS que você pediu.
Quatro nos sistemas da Sennheiser, mais os dois PSM700.
Vou explicar para os leigos...
Nos sistemas da Sennheiser que estavam no palco, tem uma função onde podemos dividir um sinal estéreo em dois sinais mono independentes.
No PSM700 não tem essa função.
Então 1 sistema Sennheiser pode fazer a monitoração independente de 2 músicos, só que em MONO.
Mas todas as minhas vias de in-ear no CFE são estéreo!
Seis músicos usam in-ear estéreo.
Por isso sempre falo que preciso de 6 sistemas!
Sistema é uma coisa, via é outra!
Preciso de 6 equipamentos.
O diretor técnico estava ciente desse detalhe, e levou um susto também quando eu falei que só tinha 4 sistemas de in-ear no palco.
E... Os dois PSM700 não estavam funcionando direito!!!
Aí eu não me assustei. Normal. Já tinha levantado a bola.
Resumindo... Dois músicos ficaram sem in-ear e os outros quatro iriam escutar a mixagem MONO.
Fiquei impressionado em passar por isso em pleno final de 2025!
Até comentei para o diretor técnico do evento na hora, que dependendo do artista ou banda, não iriam nem começar o soundcheck!
Ele sabia que tinha sentido o que eu estava falando, pois é técnico de áudio também.
Como eu não tinha mais o que fazer, segui em frente com o que eu tinha em mãos.
Para ficar mais emocionante, tudo seria desligado e retirado palco, para montar a Academia da Berlinda!
Isso mesmo...
Fazer o que, né?
Não é o normal, mas...
Enquanto a turma trocava as coisas no palco, chamei a cena da ADB, fui na biblioteca e puxei as equalizações dos monitores e side.
Não iria checar tudo de novo, né?
Conferi o patch de entrada e saída. Tudo certo.
Aqui a cena convertida encaixou como uma luva de seda!!!!
Fiquei muito impressionado à medida em que eu ia conferindo as coisas no palco com meu fiel escudeiro, o iPad.
Tudo estava soando bem e no volume certo nos monitores, e apenas 3 músicos usariam in-ears.
Literalmente, a banda fez o linecheck e começou!
E fiz pouquíssimos ajustes durante o show, enquanto escutava as vias dos músicos no meu fone.
Foi impressionante.
Só fiz rir na mesa de som. (Risos)
Ainda apareceu um probleminha de fuga de sinal num dos in-ears perto do final do show, onde a gente fez um novo SCAN, mas o músico nem quis mais usar, por estar perto do encerramento.
Foi lindo!!!
O show aconteceu sem atropelos ou sustos.
Vamos desmontar tudo para armar o Cordel do Fogo Encantado de novo!


Como já falei bem lá no começo, todas as ligações no palco foram perfeitas.
Tanto dos canais de instrumentos e vozes como as vias de monitores de chão e in-ears.
Tudo voltou muito rápido, e no seu devido lugar.
Aí foi correr para o abraço também nesse segundo trabalho.
Ri mais uma vez na mesa de som. (Risos)
Só ajustes normais durante o show, que começou e acabou normalmente.
Acho que o público não considerou dois shows normais.
Pela reação da plateia que eu vi nos dois shows, não tinha nada de normal ali naqueles shows.
A empolgação da plateia era contagiante.
Muito legal ter conseguido pular as barreiras encontradas durante o serviço, e deixar tudo meio que normalizado, estabilizado.
Normais... Normalizado... Normal...
O que seria normal hoje em dia?
O normal vai mudando, não acham?
O que era normal antes, não é mais hoje.
Era normal andar sem cinto de segurança no carro e fumar durante um voo.
Aula de datilografia era normal.
Muita gente hoje em dia nem sabe o que é datilografia!!!!
A S D F G espaço A S D F G espaço... (Risos)
Eu e minha irmã viajamos muito para Natal com nosso pai, onde a gente ia dormindo nos colchões, que ele colocava na parte de trás da Variant, que ficava plana quando deitava os bancos, como mostra a foto abaixo.


Estamos vivos ainda por que nosso pai nunca foi de correr, ia passeando, nunca teve acidente, e a gente só acordava quando chegava na nossa terra natal.
Nascemos lá.
Era normal beber e dirigir.
Fiz muito isso!!!!
E muitos colegas e amigos ainda fazem isso até hoje!
Eu não tenho mais carro, uso Uber, 99 ou InDrive para quase tudo.
Quando preciso viajar, alugo um carro.
Ainda bem que sempre fui um "bebinho" consciente quando eu bebia e dirigia.
A velocidade do carro era inversamente proporcional ao teor alcoólico.
Mais álcool, menos velocidade no veículo.
Pelos meus exemplos acima, muitos NORMAIS melhoraram, né?
Mas...
Pelo que estou observando e passando no mundo dos shows e eventos, muitas coisas que estão se transformando no novo normal, estão piorando em vez de melhorarem.
Não ter o mínimo necessário para fazer o trabalho, não poder passar o som, equipamentos diferentes do que foi combinado ou completamente danificados...
Esses são alguns casos em que eu prefiro o normal de antes!
Ou será que eu é que sou anormal?
Estou perdendo a referência do que seria o normal.
É normal isso?
Um abraço a todos. (Normalmente)

PS: Fui dormir depois dos shows ainda pensando no caso (ANORMAL) dos in-ears!!!!!