sexta-feira, 10 de abril de 2009

Mais um show de Sir Rossi no UK Pub – Usando os plug-ins que tenho dentro do meu laptop no show.

Olá pessoal. Para vocês terem certeza de que penso em vocês, estou escrevendo este texto no friozinho de Garanhuns, num passeio que estou fazendo com meu filho e (ex) sogro e sogra. (risos) Parei de tomar vinho durante 1 hora para fazer isso. (risos) Mas vocês merecem. Não tenho fotos deste evento, pois meu herdeiro se apossou da máquina fotográfica, foi para casa da mãe e a máquina ficou por lá mesmo. Vai ser só texto mesmo. Mais uma vez a banda Sir Rossi foi convidada para fazer um show no bar UK Pub, aqui em Recife. O show aconteceu no sábado, dia 4 de abril. Soube que o bar tinha passado por uma reforma. Será que melhoraram o equipamento de som? A resposta foi NÃO. A reforma foi só na parte da decoração. O equipamento era exatamente o mesmo, e ainda tive uma surpresa! Quando perguntei ao técnico do bar se a caixa de som que deu problema no show de Sir Rossi em dezembro (lembram?) foi consertada, ele respondeu que não e que ela nem estava no local. Um dos cantos do bar ficou sem caixa de som. Fiquei pensando com meus botões (e devia ter perguntado ao técnico do bar) se Arnaldo Antunes tinha feito o show dele lá com aquele equipamento de som. Um tempo atrás, levaram Lobão para fazer um show (acústico) neste local e pelo que eu soube, houve um certo desconforto por parte do artista que não imaginava que a estrutura seria aquela. Não sei como resolveram o impasse, se colocaram outros equipamentos, outras caixas de som, e não sei também o que foi feito para o show de Arnaldo Antunes no local. Provavelmente locaram equipamento extra. O equipamento de som do bar é muito simples (veja os detalhes no texto do show de dezembro). A mesa tem poucos canais e só existem 3 vias para os monitores dos músicos. No meu caso, o guitarrista, o baixista e o pessoal dos metais iriam tocar sem nenhum monitor. Teriam que escutar o som do palco somado ao som que sairia nas caixas (agora 3 em vez de 4) do salão. No show anterior em dezembro não usei os dois canais usados pelo DJ e senti falta por causa dos tom-tons da bateria que não microfonei por falta de canais. Já estava decidido que iria usar estes dois canais para os tons da bateria. Peguei em casa a foto da mesa do show de dezembro, anotei os canais que tinha usado naquele dia e acrescentei os dois canais que eu queria. Já sai de casa sabendo o que fazer. Anotaria os ajustes destes canais num velho mapa de papel improvisado e na hora do show voltaria com estes ajustes, pois antes do show estes canais seriam modificados para se ajustarem ao DJ. Para quem passou anos anotando em mapas de papel os ajustes de todos os canais da mesa de som (em muitas vezes passava dos 32), anotar dois canais com pouquíssimos controles seria uma brincadeira. Dava pra fazer estas anotações até num guardanapo. (risos) O sound check foi (quase) normal. O vocalista, o baixista e um dos músicos dos metais não puderam comparecer. Falei até que neste caso do UK Pub, não era necessário o pessoal dos metais comparecerem ao sound check, pois não tinha muita coisa pra fazer porque nem monitores existiam pra eles. Como é uma coisa meio “despojada”, na hora do show eu pediria para tocarem umas frases rápidas só para ajustar o ganho dos canais e encaixaria eles na mix nas primeiras músicas. Nada de complicado, principalmente porque o local é muito pequeno e o som acústico dos instrumentos já faz parte do som do P.A.. Passei o som da bateria, teclados, guitarra, vocais e dois dos metais. Como da outra vez, passei o som da voz principal com minha bela voz, espalhando-a nos poucos monitores existentes. A falta da caixa de som em um dos cantos do bar fez falta, mas fazer o que, não é? Nada que comprometesse o trabalho. Acabei “não indo com a cara” do som do reverb (em dezembro nem liguei pra isso!). Achei-o muito metálico, como sempre acontece com máquinas baratas. Pensei em usar o reverb que uso dentro do Nuendo (software de gravação) no meu laptop, mas eu não estava com ele na hora. Acabamos o sound check e fui pra casa. Lembro-me da primeira vez que vi alguém usando o laptop com os plug-ins em shows. Foi operador da baiana Margareth Menezes em um show em 2005 na França. Acho que já comentei isso em algum texto antigo. Não lembro. Depois deste show da baiana, acabei usando meu laptop com o Nuendo como máquina de efeitos, pois precisei de um delay em um show e não tinha mais máquinas no equipamento. Como minha placa de áudio (Fast Track Pro – M-Audio) só tem duas entradas físicas (e 4 saídas), posso usar dois plug-ins de efeitos diferentes ao mesmo tempo. Quanto mais entradas a placa tiver, mais plug-ins distintos podemos usar ao mesmo tempo. Quem quiser uma aula sobre plug-in, encontrei estas duas matérias escritas por Rodrigo Meirelles para a revista Áudio Música & Tecnologia: ( http://www.musitec.com.br/colunas/materia.asp?codArea=3&materiaID=40 ) ( http://www.musitec.com.br/colunas/materia.asp?codArea=3 ) Em casa, pensando no show, resolvi levar meu laptop. Pensei em passar o máster da mesa por um plug-in que tenho dentro do Nuendo. Mas para isso tinha que chegar cedo para fazer a ligação antes do DJ começar a tocar. Tinha visto o operador de Frejat usando no show um equipamento (hardware) no máster da mesa e eu tinha este mesmo equipamento em forma de plug-in (software) dentro do meu laptop. Mas quando cheguei o bar já estava aberto e o DJ estava tocando. Lembrei do reverb que eu não tinha gostado e resolvi então usar o meu plug-in de reverb que geralmente uso nas minhas mixagens no Nuendo. O som dele era infinitamente melhor do que o da máquina que estava no bar. Liguei minha placa de áudio e fiz as ligações necessárias enquanto o DJ tocava, pois não interferia em nada no som dele, e tudo funcionou perfeitamente. Esperei o baixista chegar para poder fazer um rápido sound check com ele, e mais uma vez a Lei de Murphy aconteceu. O som do baixo não chegava na mesa! Depois de trocar alguns cabos, descobrimos que o problema era no DI (Direct Box). Depois de substituí-lo, tudo ficou normal. Estava pronto para começar. Quando o DJ parou, levei um tempo breve para ajustar os dois canais do DJ que seriam usados agora para o sampler e para a volta do efeito que agora vinha do meu laptop. O show começou. Fiz alguns ajustes usando meu fone e de vez em quando ia ao salão para ouvir o resultado. Depois de umas 3 músicas, tudo ficou normalizado, e o show transcorreu normalmente. Como não tinha ninguém para dirigir para mim, mais uma vez não bebi nada de álcool e acabei comendo uma fatia generosa da torta de um aniversário que estava sendo comemorado no local. Decidi usar mais meus plug-ins em shows ao vivo. A mesa digital Venue da Digidesign está trazendo estes plug-ins usados em estúdio para o show ao vivo. Você pode usar os plug-ins diretamente na mesa, mas para isso, o proprietário da mesa tem que comprar estes plug-ins. Uma empresa de Recife (Bizasom) adquiriu uma mesa dessas e eu fui ver o seu funcionamento no Festival de Verão do Recife. Realmente é muito interessante poder usar em shows diversos plug-ins que geralmente só víamos em estúdios de gravação. Acredito que este seja o caminho que as mesas digitais vão seguir e comentei recentemente no fórum de áudio do operador de monitor Lazzaro (Ivete Sangalo) que era bom o pessoal da área de show ao vivo começar a dar uma olhada com carinho no assunto plug-in. Um abraço a todos.

Um comentário:

Felipe Rangel disse...

Ae Titio!
Particularmente achava que plugins eram só pra computador. Mas já há algum tempo que soube que estava enganado. Já tem mesas digitais rodando sistemas operacionais. Realmente, preciso rever meus conceitos. Não sabia que a Biza tinha adquirido uma Digi! Que ótimo!
Abraços.