segunda-feira, 20 de abril de 2009

Operando o monitor do palco B do Abril Pro Rock 2009.

Olá pessoal.

Mais uma vez trabalhei no festival Abril Pro Rock. Mais uma vez operei o monitor do palco 2, agora chamado de palco B. Estou perto dos 10 anos de monitor no festival. Parece que foi ontem.

Foram dois dias de festival (sexta e sábado), mas não trabalhei na sexta-feira, pois não tinha palco B neste dia. Vou explicar.

Na sexta-feira, a grande atração era a banda Motörhead. O palco principal do local foi todo reservado para esta banda. Inclusive, até um potente (até demais!) sistema de som (incluindo cabos, microfones, pedestais, amplificadores de baixo e guitarra) da empresa Gabisom foi montado só para apresentação da banda. O Motörhead faz a turnê aqui no Brasil com o mesmo sistema de som. Duas mesas analógicas. Uma PM5000 da Yamaha no monitor e uma XL4 da Midas no P.A.. O line array usado era um Vertec da JBL. Quinze caixas por lado! E doze caixas da JBL de sub-grave por lado também. Um exagero de som para o local. Vocês vão poder ver nas fotos que as últimas duas caixas do line array poderiam ser tocadas com a mão de tão baixas que estavam. Conversando com o pessoal da Gabisom, eles me informaram que cada grupo de três caixas tinha controle independente. As caixas que ficavam mais próximas do público tinham o ganho atenuado, pois se fosse usado o mesmo ganho das primeiras caixas provavelmente ninguém conseguiria chegar perto!

Este mesmo sistema de som seria usado pela banda Matanza, menos a mesa do P.A. e a do monitor que seriam duas M7CL também de propriedade da Gabisom e os amplificadores do baixo e da guitarra que seriam da empresa de som local. Mesa e periféricos usados no monitor da banda Motörhead. No detalhe: a house mix com a mesa XL4 usada no show de Motörhead. O line array Vertec da JBL usado no show do Motörhead. A banda Matanza usou este mesmo sistema.

Neste ano não foram montados os outros dois palcos extras (2 e 3). Seria só este palco principal na sexta-feira para Motörhead e Matanza que montaria o equipamento deles na frente dos equipamentos do Motörhead sem desmontar nada. Um pequeno (pequeno mesmo!) palco de apoio chamado de C que pertence ao local seria usado pelas bandas (não lembro se foram duas ou três) que iniciariam o festival. No sábado este palco principal foi dividido ao meio, e foram denominados palco A e B. Dez bandas se apresentariam nestes dois palcos alternadamente. Como eram muitas bandas, não daria para passar o som de todas no sábado. E como não daria também para passar o som destas bandas na sexta-feira porque o palco estaria à disposição da banda Motörhead, foi decidido fazer o sound check na quinta-feira das bandas locais que tocariam no sábado.

Na quinta-feira o palco foi armado e divido ao meio, do jeito que seria no sábado. A empresa de som PA Áudio, que faz o festival desde a primeira edição, era a responsável pela sonorização do palco C na sexta-feira e dos palcos A e B no sábado. Passamos o som de cinco bandas, duas no meu palco B e três no palco A, e as outras cinco que eram de fora passariam o som no sábado. Eram duas mesas digitais (ainda bem!) M7CL da Yamaha para fazer o monitor dos dois palcos e duas mesas digitais também lá na frente, sendo uma M7CL para o palco A e uma DM2000 para o palco B. O sistema de som era formado por um line array D.A.S. AERO 28 com dez caixas por lado mais quatro caixas no centro. Para complementar o sistema, tinham 8 caixas (não industrializadas) de sub-grave por lado mais 4 caixas de sub-grave da FZ no meio.

O sound check da quinta-feira foi tranquilo. Salvei as cenas na mesa, salvei as sessões no meu laptop e salvei tudo da mesa no pendrive. Exagero? Pode ser, mas sempre utilizo uma filosofia que diz que é melhor sobrar do que faltar! Tinha até pedido a quentinha para o jantar, mas acabei bem antes a minha parte. Fui pra casa antes das 19h.

Fiz questão de ir na sexta-feira para ver o sound check e o show de Motörhead. Cheguei cedo e todo o equipamento do palco já estava armado e os operadores da banda estavam fazendo os ajustes no som e a banda viria mais tarde checar tudo. O pessoal da Gabisom já me adiantou que o som era muito alto, tanto no palco como na frente. Uma curiosidade no palco era que os cabeçotes que estavam em cima dos amplificadores da guitarra eram só de enfeite, pois os cabeçotes que valiam ficavam escondidos ao lado junto ao roadie e era ele que fazia as regulagens e trocava os programas dos pedais para o guitarrista. Ah! O roadie era brasileiro. As duas cabeças (cabeçotes) em cima das caixas eram enfeites. Escondidas ao lado com o roadie, os cabeçotes que realmente funcionavam. E abaixo dos cabeçotes, o rack com os efeitos das guitarras. O roadie mudava os programas de acordo com as músicas. Fui para frente conferir o sound check. Só pela rápida checagem dos instrumentos, pude notar que o som seria alto mesmo, como já haviam me dito. A outra curiosidade, que já falei no texto anterior, era que tinha um tubo de oxigênio na house mix para o técnico de som da banda. Ele sofria de asma e fumava muito. Para piorar, ele estava sofrendo também com o nosso calor. Tinha outro tubo de oxigênio no palco também. A banda chegou e o sound check começou. Era muito alto mesmo!!!!! Ensurdecedor. A guitarra doía no ouvido. Mas conversando com um conhecido meu que estava lá na hora, ele falou que não se incomodava com aquele volume, pois era fã da banda. Tenho que rever meus conceitos. Motörhead no palco fazendo o sound check.

O sound check foi muito rápido e eu não voltei para casa. Aguardei com os amigos da PA Áudio o começo do evento.

Nada de anormal aconteceu, até o show de Matanza, aonde deu um problema no bumbo da bateria nas últimas músicas.

Todos aguardavam o show de Motörhead.

O show começou e nada mudou do que eu já tinha visto no sound check. Era muito alto!!

Tentei várias vezes escutar sem os protetores nos ouvidos, mas em nenhuma das vezes consegui chegar ao segundo minuto. Houve durante o show vários apitos (microfonias) por causa do som alto no palco do microfone da voz do cantor principal. Ninguém usava in-ear. Toda monitoração foi feita com monitores de chão. Fui para casa assim que o show acabou, pois tinha que chegar às 10 da manhã para fazer o sound check do restante das bandas que não passaram o som na quinta-feira. Ao chegar, sincronizei meu laptop com a mesa e puxei uma cena de uma das bandas que passei o som na quinta-feira. Partiria dela para fazer o sound check das outras bandas. Tive uns probleminhas com o equipamento, mas foi tudo contornado. Infelizmente a última banda a passar o som no meu palco não seria a primeira a tocar. Desmontamos todo o palco e montamos tudo para a banda que seria a primeira a tocar. Era uma das que passaram o som na quinta-feira. Chamei a cena na mesa e fiz um check final. Tudo certo. Era só aguardar.

Brinquei com o pessoal no palco, falando que ninguém poderia reclamar se houvesse alguma realimentação (microfonias) no meu palco, pois até em Motörhead teve apitos! (risos)

Como geralmente acontece no palco B, a maioria das bandas não trouxe operador de monitor. Eu operei para as bandas The Keith, Heavy Trash e Vanguart.

Diferentemente do que acontece no palco A, que normalmente são bandas com uma maior projeção e que sempre trazem os dois operadores.

Ninguém usou in-ear no meu palco. Foi tudo com monitores de chão mesmo.

Nem fiquei para ver o último show do palco principal depois que acabou o meu palco, pois estava com as pernas ardendo de tanto ficar em pé. The Keith Heavy Trash Vanguart Um abraço a todos.

Nenhum comentário: