Olá pessoal.
Já
estou na sala de casa aguardando minha Irmã para ir ao Bar Escritório do
Guaiamum para comer um peixe frito espetacular. Peixe inteiro, com pirão, arroz
e verduras cozidas. Show!
Meus
trabalhos no carnaval acabaram ontem na Lagoa do Araçá, que fiz com Naná
também, só que com outro show chamado Batucafro.
Depois
comento aqui sobre este outro projeto de Naná Vasconcelos.
Pela
segunda vez eu opero o som de Naná nesta abertura do carnaval do Recife.
Já
falei sobre a primeira vez aqui no Blog, é só procurar.
Por
isso não vou falar muito dos detalhes, pois já falei tudo no texto da primeira
vez.
Este
ano foi basicamente a mesma coisa.
A
novidade maior seria trabalhar com a mesa SD10 da DiGiCo, coisa que nunca tinha
feito até então.
Achei
estranho colocarem esta SD10 junto com a SD9, que pelo nome já podem deduzir
que é outra mesa da DiGiCo.
Eu
já tinha feito um trabalho no monitor com a SD9, e não gostei.
Tive
meus motivos.
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Ensaio geral. |
Mandei
um email para a produção do Marco Zero (local do evento), dando minha opinião
que seria mais "normal" colocar uma outra mesa mais
"conhecida" junto com a SD10.
Não
vou mentir... Se tivesse uma PM5D, ou uma Venue, ou uma CL5 na house mix além
da SD10, eu iria escolher uma das três primeiras opções.
Tenho
muito mais afinidade com estas três mesas do que com a SD10.
Tanto
é que nunca tinha trabalhado anteriormente com esta da DiGiCo.
Mas
não teve jeito.
Eu
imaginava que a grande maioria dos técnicos não iria querer fazer o trabalho
com a SD9, pois ela tem poucos faders, e isso complica mais na hora da
operação.
Acho
que a produção achou isso também, pois a SD9 teve como função principal
distribuir os sinais para o PA, subgraves, torres de delay e rádio/TV.
Tínhamos
este controle também na SD10.
Se
eu quisesse baixar o sinal enviado às caixas de subgraves, eu tinha este máster
na minha mesa de PA.
Sabendo
que eu iria usar a SD10, fui na internet baixar o editor "offline" da
mesa e ver uns vídeos explicativos de Renato Carneiro.
Quem
me deu esta dica foi meu Amigo Ítalo da Bizasom.
Seguindo
os vídeos, consegui montar minha cena tranquilamente.
Mas
só porque eu segui os vídeos.
|
Ensaio geral. |
Na
minha opinião, acho que sem ver estes vídeos, fica muito difícil a gente montar
uma cena.
Comentei
até sobre estes vídeos no mês passado aqui no Blog. Vejam, que vai ajudar
bastante, pois o editor offline da mesa é um "retrato" da mesa.
Aprendeu
os caminhos no editor, está aprendendo a usar a mesa.
Com
minha cena feita em casa, fui um dia antes do meu primeiro ensaio geral no
Marco Zero.
Queria
dar uma olhada no sistema, na mesa, e ver se eu poderia já passar minha cena
para a mesa e se estava tudo certinho.
Lá,
conheci Renato Carneiro.
Exato.
O cara que fez os vídeos que me ensinaram a montar a cena (chamada de
"sessão" na DiGiCo).
Ele
é o técnico responsável pelas mesas da DiGiCo, e foi contratado pela empresa de
som (Digital) para dar uma assistência no evento.
Neste
dia anterior que eu fui, estava marcado o soundcheck de Alceu Valença.
Então,
eu estava me sentindo em casa.
Vi
toda a pas (Eita! Minha Irmã bateu aqui em casa para a gente ir comer o peixe!
Mais tarde continuo aqui a conversa).
--
Olá
pessoal
Demorei
tanto para recomeçar a escrever este texto, que resolvi começar de novo com
minha frase de saudação.
Vou
ler o que escrevi antes para poder continuar.
Ahh,
ok.
Vamos
lá... Vou continuar na frase onde parei.
Vi
toda a PASsada de som de Alceu.
Desde
o alinhamento do PA por Rogério, até o salvamento final da sessão na mesa e nos
pendrives.
Só
Fumato salva nuns 10!!! (risos)
Fumato
é o técnico contratado pela Prefeitura para dar assistência aos técnicos das
bandas, e se a banda não tiver técnico, ele opera o som do PA desta banda.
No
palco, Eduardo "Cocão" é o técnico contratado pela Prefeitura para
fazer esta função no monitor.
Pois
bem...
Nem
lembro mais se teve outro soundcheck depois de Alceu, só sei que antes de
desligarem tudo, Renato passou minha sessão para a mesa e configurou as saídas.
Tudo
certo.
No
outro dia cheguei para fazer meu trabalho.
No
ano anterior foi uma confusão passar o som da abertura.
Tudo
foi na correria, e não passamos o som como deveríamos.
Neste
ano combinamos que passaríamos peça por peça com calma antes de começar o
ensaio geral.
Até
conseguimos passar peça por peça, mas sem ser na calma!!!!
Mais
uma vez não consegui fazer o que normalmente faço, que é colocar meu CD para
tocar, ouvir o PA, fazer meus ajustes, depois falar no microfone para conferir
tudo, escutar meus efeitos, etc.
Quando
vi que não ia ter tempo para isso, lembrei-me de Rogério com Alceu.
Como
vi (ouvi) tudo o que ele fez, e logicamente por ser um grande Amigo, pedi para
copiar o alinhamento que ele fez e colar na minha sessão.
E
foi assim que comecei meu soundcheck.
No
outro dia liguei para Rogério falando o que eu tinha feito.
Ou
seja, roubei o alinhamento dele.
Ele
me falou que eu poderia roubar sempre que precisar.
Mesmo
acontecendo isso de eu não conseguir ouvir o PA, a agonia foi infinitamente
menor do que no ano anterior.
Nem
a Rede Globo apareceu na house mix para atrapalhar nosso trabalho, pedindo
sinal de áudio para fazer reportagem e/ou pedindo para fazer silêncio enquanto
gravam a matéria.
É
meus caros... As TVs podem até ajudar os artistas na divulgação das imagens
deles, mas para a parte técnica estas TVs só atrapalham!!!! E muito!
No segundo dia do ensaio geral, como a gente tinha adiantado muita coisa no dia anterior, enquanto o pessoal ia ligando as coisas no palco, eu pedi para ligar um microfone na SD10 e dei uns ajustes finos no PA.
Também conferi e ajustei meus efeitos.
O
sistema de PA era todo da D.A.S..
Menos
as caixas de subgraves, que eram LS Áudio. Doze por lado.
O
line principal era formado por caixas AERO50. Dezesseis por lado.
Ainda
tinham as torres de delay (que não sei o que usaram), um OutFill numa das
laterais para cobrir uma rua, e um outro OutFill virado para trás(?) do palco,
que depois eu fiquei sabendo que era porque tinha um telão virado para as
pessoas do backstage e muita gente ficava na rua vendo o show por este telão.
As caixas dos dois OutFill que falei acima eram da D.A.S. também, modelo AERO12. Não lembro quantas unidades, acho que eram 8 cada line.
Algumas
novidades no PA...
Primeiro,
que subiram mais o line array.
Gostei.
Segundo,
e que me ajudou muito na abertura, foi que colocaram um line menor (formado por
8 caixas de cada lado também AERO12) por dentro do line principal, e direcionaram este line
menor para o centro da área.
Chamei
este line de InFill. Nem sei se existe este termo, mas gostei do nome.
Existe
o OutFill (out>saída>fora), que são as caixas direcionadas para as
laterais da área onde o som do line principal não consegue chegar.
In>entrada>dentro.
Esta
foi minha linha de raciocino! (risos)
Por
causa deste InFill, não colocaram o FrontFill, que são caixas colocadas na
frente do palco para cobrir a turma do "gargarejo" que fica colada ao
palco.
Pois
bem... Este InFill me ajudou muito, pois na abertura eu tenho uns 500
batuqueiros (e suas alfaias fumegantes!) de Maracatu logo na frente do palco!
O
público só começa depois destes batuqueiros.
Por
causa desta formação de show, o desenho do sistema de PA deste ano me
favoreceu.
Ano
passado, durante o ensaio geral, notei que o FrontFill não conseguia passar
pela barreira dos batuqueiros.
Mesmo
eu escutando bem as vozes dos cantores na house mix, quando eu chegava perto
dos últimos batuqueiros, as vozes sumiam!
Por
causa disso, tive que subir muito as vozes no PA.
Com
este InFill suspenso, o som passava por cima dos batuqueiros!!!
Massa!
Se
nos shows normais faltou som para a turma do gargarejo porque não tinha
FrontFill, eu não posso falar nada porque não fui fazer e nem ver algum show
fora a abertura.
E
falo basicamente aqui sobre os trabalhos que eu faço.
Sobre
a SD10, vou falar mais uma vez o que sempre falo.
Toda
mesa digital tem seus prós e contras!
E
não tem como não comparar com outras.
Achei
a mesma coisa neste trabalho.
Logicamente,
quanto mais você usa a mesa, estes contras vão diminuindo, pois vamos achando
atalhos para amenizar os problemas encontrados.
Não
achei prático enviar os sinais para os auxiliares.
Com
pouca luz na house mix complica para enxergar alguns controles na mesa pois a
superfície é escura.
A
pouca luz também prejudica a visualização de nomes no visor dos canais. No meu
caso me lasquei para ver os nomes quando o fundo era vermelho. Tive que colocar
meus óculos pela primeira vez em shows.
No
segundo dia de ensaio geral, resolvi isso usando minha lanterna de cabeça, e
não precisei usar óculos. Tudo era uma questão de luminosidade.
Como
a mesa é muito configurável, leva-se mais tempo para deixar do jeito que a
gente normalmente trabalha. Não existem canais específicos para as voltas dos
efeitos, por exemplo.
Temos
que configurar estas voltas. Na série Vi da Soundcraft também é assim, se eu
não me engano.
Existe
o fader físico do máster (L/R) na mesa, mas não podemos selecioná-lo para abrir
o EQ gráfico.
O
único botão acima deste fader é o MUTE.
Temos
que ir numa página que controla as saídas para selecionar este máster para
mexer no gráfico.
Não
existe o famoso COPY>PASTE no equalizador gráfico.
Podemos
"linkar" vários equalizadores para que os ajustes no primeiro vá para
os outros.
A
outro opção que temos para fazer isso é salvando um preset do gráfico e
chamando este preset nos outros que a gente quer igual.
Mas
nada tão prático como o COPY>PASTE, não é verdade?
Falei
alguns pontos acima que não achei legal.
E
o que achei legal?
Boa
quantidade de faders (24 para os inputs e 12 para os outputs).
Com
isso a gente não fica virando muita página, como acontece com a SD9, por
exemplo.
Grande
quantidade de leds no medidor de entrada do canal, lembra as mesas analógicas.
Grande
quantidade de DCAs (doze).
Botões
dedicados de HPF e LPF na superfície. Ajustes rápidos.
Existem
vários botões na parte de cima à direita onde podemos criar MACROS para dizer o
que cada botão vai fazer, como salvar, tap tempo, etc, etc, etc.
Comparando
com outras mesas, são os botões "user defined" ou "function"
na DiGiCo.
Ao
clicar na tela onde está o ganho do canal, vai aparecer uma janela de setup
onde você define várias coisas deste canal, como o patch de entrada, se ele é
mono ou é estéreo, delay no canal, etc.
Nesta
mesma janela você vai notar um desenho de uma válvula com o nome
"digitube" com um botão de volume escrito "drive".
Pelo
nome você já deve saber para que serve, né?
Para
dar uma esquentada no som, simulando a distorção causada por uma válvula.
Esta
opção está em todos os canais de entrada, inclusive nas saídas também, como
auxiliar, grupo e matrix.
Salvar
a sessão é muito parecido como salvar seu documento no Word.
Depois
de salvar a primeira vez (Save As), onde você dá um nome para sua sessão, é só
ir dando Save sempre que quiser.
A
mesa não pergunta mais nada, não abre janela nenhuma, pois sabe que é para salvar
em cima da sessão que está aberta.
Fiz
a famosa pergunta para Renato.
E se faltar energia antes da gente salvar? A mesa
volta de onde parou?
Resposta:
Volta sim. O áudio volta tudo como estava antes de faltar energia, mas... Os
nomes nos canais, não.
Se
você não salvou a sessão depois de nomear os canais (entrada e saída), vai ter
que renomear tudo de novo.
Não tenho como me estender mais falando sobre a SD10, pois não usei quase nada dos seus recursos. Foi apenas o primeiro contato e tentei fazer o básico.
Mas já foi bem melhor que meu primeiro contato com a SD9.
Na
hora do show não tive problemas.
Cheguei
cedo para conferir meus canais e me surpreendi em saber que antes da Abertura
do Carnaval com Naná Vasconcelos, iriam se apresentar duas atrações.
Oxe.
Então a abertura aconteceria antes, né? (risos)
Mas
deu tudo certo.
Pelo meu ponto de vista, logicamente.
Obrigado
a todos que se empenharam para facilitar meu trabalho.
Aos
diretores de palco Pedrinho e Sávio, que sempre mantiveram um diálogo antes
mesmo dos dias do evento.
Eduardo
(monitor) e Guigo (patch).
Kleiton
(Digital), Fumato (PA) e Renato Carneiro (Assistência luxuosa da DiGiCo).
Ítalo
(Bizasom) pela dica dos vídeos de Renato no Youtube.
Ahhhh!
Meu muitíssimo obrigado
às TVs por não aparecerem com seus pedidos em cima da hora no soundcheck!!!!!
Ou para pedir silêncio exatamente na nossa hora de passar o som, que cada vez diminui mais o tempo.
E
obrigado Rogério por aceitar meu roubo de alinhamento do PA.
Eu
sabia que você não iria se importar, por isso fiz sem te perguntar.
Só
avisei no outro dia.
Foi
massa pessoal!
Eu gostei.
Mas
fora esta situação de uma amizade antiga como a que tenho com Rogério, não aconselho ninguém a praticar este roubo em algum show.
Um
abraço a todos.
2 comentários:
Que bom que existem profissionais amigos que possam nos ajudar em momentos assim. Infelizmente existem outros que dá um Inicial Data pra você achando isso o máximo. Eu não entendo a cabeça de um profissional que ao ver um companheiro de profissão chegar toma uma atitude dessas? Eu mesmo já cheguei em lugares onde o cara além de entregar a mesa em inicial data pra você fazer P.A. E monitor ainda foi no meu roteador Wi-Fi e trocou a conexão para o meu iPad não se comunicar com a mesa. Então amigo Titio independente de qual empresa for ou que atração é evento for com amigos fica muito mais fácil ou pelo menos mais justo. Abraço.
Olá Thadeu.
Obrigado por participar do Blog.
Estou na estrada desde 1992...
Antes disso eu era DJ e já operava o som ao vivo da Boite, mas show grande mesmo só fui fazer por volta de 1992.
De lá para cá, se teve algum colega do ramo que quis me prejudicar, eu nunca notei!
Ehehehehehe.
Um abraço.
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