sexta-feira, 6 de maio de 2016

Fazendo o monitor do Abril Pro Rock - Retomando o caminho.

Baile Perfumado.

Olá pessoal.
Não, eu não desisti de escrever para o Blog.
Como muitas vezes só escrevo para falar sobre os trabalhos que fiz, não tinha o que escrever, pois desde o carnaval eu não fazia nada!
Isso mesmo!
Meu último trabalho foi em fevereiro!!!!
A marolinha não chegou tão marolinha assim para mim...
Tudo está meio estranho com esta crise que o país passa.
Noto um certo desespero no mercado... E o áudio é um desses mercados.
Muita gente baixando muito os preços para poder trabalhar. Nem vou entrar na parte onde as pessoas nem emprego tem mais.
Um destes reflexos da crise foi eu ter deixado de montar os áudios para a GM (Chevrolet).
Já falei disso anteriormente aqui no Blog, e não vou explicar novamente.
Com este trabalho perdido, virei um "mortal" do show business, ou seja, dependo agora exclusivamente de trabalhos em shows ou eventos.
E estou vendo que não é nada fácil sobreviver só com isso aqui em Recife.
GM me dava uma certa estabilidade, mas agora são águas passadas, e tenho que me readaptar.
Já passei por apertos piores, mas não tinha filho.
Era só eu mesmo, comendo bolacha com goiabada no jantar.
Hoje, tenho outras responsabilidades.
Mas vamos em frente... (Só lembro de tu, Silvério Pessoa, quando escrevo esta frase).
Fiz durante muitos anos o monitor do Abril Pro Rock (APR).
Lembro que foi o primeiro grande evento onde fui chamado para trabalhar.
Fui requisitado por Rogério e Normando (PA Áudio).
A empresa infelizmente fechou.
Tive meus motivos para deixar de fazer o evento, e um deles foi o medo das datas atrapalharem meus trabalhos com GM.
Eu tinha que estar sempre disponível para fazer GM, e tudo tinha que ser imediato.
Eu não podia receber o pedido de gravação e edição do áudio de GM e simplesmente falar que resolveria depois de seis horas ou no outro dia.
Eu tinha um prazo (muito pequeno) para entregar o áudio, pois a mídia já estava reservada e tinha prazo para este áudio chegar nos meios de comunicação (TV e rádio).
Já deixei de fazer muitos shows por causa de GM.
Agora tenho que recuperar este caminho.
Por isso avisei a todos os colegas e amigos do ramo que eu estava mais disponível para shows e turnês.
E por causa destes avisos, fui chamado novamente para fazer o APR.
E por coincidência, quem me chamou foi Rogério e Normando.
Cada um estava este ano como diretor técnico do festival.
Baile Perfumado.

Normando respondia pela parte técnica na casa de shows Baile Perfumado e Rogério coordenava isso no Classic Hall.
Sexta-feira seria no Baile Perfumado, e no sábado seria no Classic Hall.
Cheguei na sexta-feira no horário combinado. 8h da manhã.
Iria fazer o monitor do palco 2, mas lá fui avisado que iria fazer o monitor do palco 1.
Subi no palco para arrumar minhas coisas e falar com meus colegas de trabalho, que seriam da empresa Luminário, de Recife.
Dido e Mago seriam meus colegas de trabalho no palco.
A mesa era uma M7CL.
Tudo certinho, mas...
Baile Perfumado.



O responsável pelo gerador só chegou depois das 11h, o que causou um atraso considerável no trabalho.
Nem pude ajustar os monitores direito, pois já tinha banda armando os equipamentos para o soundcheck.
Mas foi em cima desta cena de monitor que fiz as outras bandas também. Não tinha mais tempo para começar do zero.
Coincidência ou não, só tive problemas com realimentação no show desta banda que passou primeiro.
E achava que a causa das realimentações estava no palco mesmo. Depois de dar uma procurada, sem sucesso, fui cortando as vias (fechando e abrindo), uma por uma e nada da realimentação parar.
É muito mais rápido você checar nas vias do que ir checando canal por canal. Depois de achar a via, acha-se o canal que está realimentando.
Foi aí que vi que muito provavelmente a causa vinha do som do PA.
Falei pelo intercom para meu colega da equipe avisar ao técnico da banda sobre as vias fechadas no palco, e depois de um tempinho as realimentações pararam.
Mas não sei... Lembrei agora que teve um monitor na percussão que foi ligado depois, e não sei se colocaram no mesmo lugar... Isso poderia ter mudado algo na monitoração... Na dúvida, comento somente que não foi um show estável, tranquilo.
Das cinco bandas que iriam tocar neste palco, apenas uma trouxe técnico de monitor, e nesta banda todos usaram in-ears.
Baile Perfumado.

Monitores no palco ligados neste show, só o side, onde o técnico colocou apenas a voz da cantora.
Enquanto virávamos o palco para a banda seguinte, eu dava sempre uma conferida no som dos microfones nos monitores. Principalmente os de voz. Neste intervalo, o palco 2 funcionava.
Dei ainda pequenos ajustes em alguns monitores (ou microfones) durante o decorrer do evento.
Já estava desacostumado em nomear os canais na mesa com fita crepe!
Mas nada desesperador. 
Usei muito meu iPad com a mesa. Fora o alinhamento dos monitores, ficava no palco ajustando os monitores ao lado dos músicos durante o soundcheck.
Mesmo a conexão caindo uma vez, a diferença de estabilidade do Airport da Apple em relação ao meu roteador antigo foi muito grande.
Baile Perfumado.

Durante todo o evento, a conexão caiu apenas uma vez.
Ainda levei meu roteador antigo de reserva, mas não levo mais não.
Minha confiança pelo Airport se consolidou.
O atraso no gerador causou um efeito dominó, e o último show começou e acabou muito tarde.
Cheguei em casa, tomei um banho e deitei. O relógio marcava 5h.
Acordei as 7h30 para me arrumar, pois tinha que chegar no Classic Hall às 8h30 para o segundo dia de APR.
Baile Perfumado.
Agora seria o dia do Heavy Metal.
Quando cheguei lá, já tinha energia no palco, e a mesa de monitor era a CL5.
Nem iria precisar mais usar a fita crepe!
Gosto muito da CL5 da Yamaha.
Só fazia tempo que eu não usava uma.
Mas ela é bem intuitiva, principalmente se a pessoa já conhece antiga, mas ainda funcional, M7CL.
Liguei meu iPad e fui organizar os monitores.
Neste dia também seriam 5 bandas no meu palco, e 6 no palco ao lado.
Fora estes dois palcos principais, tinha um palco bem menor montado ao lado do salão.
Foi mais relax o soundcheck neste dia em relação ao dia anterior no Baile.
Teve até um tempo sobrando que deu para eu ir tomar uma canja de galinha na padaria que fica na avenida.
Das cinco bandas, também só uma trouxe técnico de monitor.
E o técnico era bem "verdinho"...
Mas quem não foi verdinho um dia, né?
Classic Hall.
Tivemos que dar uma ajudinha para adiantar o serviço dele, mas estamos ali pra isso também.
A empresa de som era a Helisom de Natal, e Magrão era meu colega no palco.
O único contratempo que tive, foi que uma das caixas de subgraves deu problema depois do primeiro soundcheck.
Para não ficar pendendo o som, desligamos uma caixa do outro lado para compensar.
O combinado era consertar ou trocar a caixa com defeito depois, mas como ninguém sentiu falta de subgraves no palco, fizemos todo o evento com a caixa desligada.
Classic Hall.
Teve outro probleminha, mas foi com o sistema sem fio de uma das guitarra da banda Belga.
O guitarrista teve que tocar com fio mesmo.
Do mesmo jeito que fiz no dia anterior, neste dia do heavy metal eu também dei uma conferida nos microfones e monitores na hora da virada de palco.
Eu achei que no geral, foi tudo tranquilo.
Mas eu senti falta de "tempo de jogo".
Nada como a prática para aperfeiçoar o trabalho.
Estou fazendo poucos shows faz um bom tempo, muitas vezes por causa dos trabalhos com GM.
Rejeitei várias vezes trabalhos onde eu tinha que viajar no começo da semana, pois iria atrapalhar os meus trabalhos para a Chevrolet.
Rejeitei várias vezes trabalhos onde achei que o cachê não condizia com o trabalho. GM me dava a estabilidade para fazer isso.
Turnês? Era muito complicado fazer.
Ainda lembro, no ano passado, indo para Maceió de van para fazer o FITO, paramos na estrada para almoçar, e eu tive que ligar meu computador na internet na correria para começar a fazer os trabalhos para GM.
Uma agonia... Enquanto o pessoal almoçava, eu checava tempos de frases com um cronômetro, falava com o locutor e com a menina da agência de propaganda pelo Skype, enquanto fazia meu prato.
 





 
Já passei por várias agonias em eventos por causa destes trabalhos de edição de áudio.
Mas isso agora faz parte do passado.
E como falei no subtítulo lá em cima, eu tenho que retomar o caminho.
Muito mais livre agora para fazer isso, mas um pouco enferrujado.
A crise, que para alguns é apenas uma marolinha, tá deixando mais complicado este caminho, mas tem uma frase de uma música antiga de Oswaldo Montenegro que eu gosto muito:
"Eu hoje acordei tão só. Mais só do que eu merecia. Eu acho que será pra sempre. Mas sempre não é todo dia".
Próximos trabalhos fechados?
Um show de Alceu Valença em Porto de Galinhas (PE) no dia 14 deste mês e viajo dia 1 de junho para fazer o SESI Bonecos do Mundo em Goiânia e Belo Horizonte.
E já procurando outros, viu?
Ahhh! Quando me deitei para dormir no domingo, o relógio marcava 5h novamente!
Ou seja... Da sexta para o domingo, dormi 2h30min.
Dá para notar que o caminho não é tão suave, né?
Um abraço a todos.

2 comentários:

Henrique disse...

Muito bem titio , boa sorte que apareça mais trabalhos dignos da sua extenca experiência .......técnico verdinho kkkk estou no meio Tbm, só não posso parar de aprender...... Desde de que pessoas como vc não parem de relatar as situações do áudio !!!

Titio disse...

Obrigado Henrique.
Espero que as coisas melhorem...
Só assim terei assunto para falar aqui.
Obrigado por participar do Blog.
Um abraço.