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Baile Perfumado. |
Olá pessoal.
Não,
eu não desisti de escrever para o Blog.
Como
muitas vezes só escrevo para falar sobre os trabalhos que fiz, não tinha o que
escrever, pois desde o carnaval eu não fazia nada!
Isso
mesmo!
Meu
último trabalho foi em fevereiro!!!!
A
marolinha não chegou tão marolinha assim para mim...
Tudo
está meio estranho com esta crise que o país passa.
Noto
um certo desespero no mercado... E o áudio é um desses mercados.
Muita
gente baixando muito os preços para poder trabalhar. Nem vou entrar na parte
onde as pessoas nem emprego tem mais.
Um
destes reflexos da crise foi eu ter deixado de montar os áudios para a GM
(Chevrolet).
Já
falei disso anteriormente aqui no Blog, e não vou explicar novamente.
Com
este trabalho perdido, virei um "mortal" do show business, ou seja,
dependo agora exclusivamente de trabalhos em shows ou eventos.
E
estou vendo que não é nada fácil sobreviver só com isso aqui em Recife.
GM
me dava uma certa estabilidade, mas agora são águas passadas, e tenho que me
readaptar.
Já
passei por apertos piores, mas não tinha filho.
Era
só eu mesmo, comendo bolacha com goiabada no jantar.
Hoje,
tenho outras responsabilidades.
Mas
vamos em frente... (Só lembro de tu, Silvério Pessoa, quando escrevo esta frase).
Fiz
durante muitos anos o monitor do Abril Pro Rock (APR).
Lembro
que foi o primeiro grande evento onde fui chamado para trabalhar.
Fui
requisitado por Rogério e Normando (PA Áudio).
A
empresa infelizmente fechou.
Tive
meus motivos para deixar de fazer o evento, e um deles foi o medo das datas
atrapalharem meus trabalhos com GM.
Eu
tinha que estar sempre disponível para fazer GM, e tudo tinha que ser imediato.
Eu
não podia receber o pedido de gravação e edição do áudio de GM e simplesmente
falar que resolveria depois de seis horas ou no outro dia.
Eu
tinha um prazo (muito pequeno) para entregar o áudio, pois a mídia já estava
reservada e tinha prazo para este áudio chegar nos meios de comunicação (TV e
rádio).
Já
deixei de fazer muitos shows por causa de GM.
Agora
tenho que recuperar este caminho.
Por
isso avisei a todos os colegas e amigos do ramo que eu estava mais disponível
para shows e turnês.
E
por causa destes avisos, fui chamado novamente para fazer o APR.
E
por coincidência, quem me chamou foi Rogério e Normando.
Cada um estava este ano como diretor técnico do
festival.
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Baile Perfumado. |
Normando
respondia pela parte técnica na casa de shows Baile Perfumado e Rogério coordenava isso no Classic Hall.
Sexta-feira
seria no Baile Perfumado, e no sábado seria no Classic Hall.
Cheguei
na sexta-feira no horário combinado. 8h da manhã.
Iria
fazer o monitor do palco 2, mas lá fui avisado que iria fazer o monitor do
palco 1.
Subi
no palco para arrumar minhas coisas e falar com meus colegas de trabalho, que
seriam da empresa Luminário, de Recife.
Dido
e Mago seriam meus colegas de trabalho no palco.
A
mesa era uma M7CL.
Tudo
certinho, mas...
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Baile Perfumado. |
O
responsável pelo gerador só chegou depois das 11h, o que causou um atraso
considerável no trabalho.
Nem
pude ajustar os monitores direito, pois já tinha banda armando os equipamentos
para o soundcheck.
Mas
foi em cima desta cena de monitor que fiz as outras bandas também. Não tinha mais
tempo para começar do zero.
Coincidência
ou não, só tive problemas com realimentação no show desta banda que passou
primeiro.
E
achava que a causa das realimentações estava no palco mesmo. Depois de dar uma
procurada, sem sucesso, fui cortando as vias (fechando e abrindo), uma por uma e nada da realimentação
parar.
É muito mais rápido você checar nas vias do que ir checando canal por canal. Depois de achar a via, acha-se o canal que está realimentando.
Foi
aí que vi que muito provavelmente a causa vinha do som do PA.
Falei
pelo intercom para meu colega da equipe avisar ao técnico da banda sobre as
vias fechadas no palco, e depois de um tempinho as realimentações pararam.
Mas
não sei... Lembrei agora que teve um monitor na percussão que foi ligado
depois, e não sei se colocaram no mesmo lugar... Isso poderia ter mudado algo
na monitoração... Na dúvida, comento somente que não foi um show estável,
tranquilo.
Das
cinco bandas que iriam tocar neste palco, apenas uma trouxe técnico de monitor,
e nesta banda todos usaram in-ears.
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Baile Perfumado. |
Monitores
no palco ligados neste show, só o side, onde o técnico colocou apenas a voz da
cantora.
Enquanto
virávamos o palco para a banda seguinte, eu dava sempre uma conferida no som
dos microfones nos monitores. Principalmente os de voz. Neste intervalo, o
palco 2 funcionava.
Dei
ainda pequenos ajustes em alguns monitores (ou microfones) durante o decorrer
do evento.
Já
estava desacostumado em nomear os canais na mesa com fita crepe!
Mas
nada desesperador.
Usei
muito meu iPad com a mesa. Fora o alinhamento dos monitores, ficava no palco
ajustando os monitores ao lado dos músicos durante o soundcheck.
Mesmo
a conexão caindo uma vez, a diferença de estabilidade do Airport da Apple em
relação ao meu roteador antigo foi muito grande.
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Baile Perfumado. |
Durante
todo o evento, a conexão caiu apenas uma vez.
Ainda
levei meu roteador antigo de reserva, mas não levo mais não.
Minha
confiança pelo Airport se consolidou.
O
atraso no gerador causou um efeito dominó, e o último show começou e acabou
muito tarde.
Cheguei
em casa, tomei um banho e deitei. O relógio marcava 5h.
Acordei
as 7h30 para me arrumar, pois tinha que chegar no Classic Hall às 8h30 para o
segundo dia de APR.
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Baile Perfumado. |
Agora
seria o dia do Heavy Metal.
Quando
cheguei lá, já tinha energia no palco, e a mesa de monitor era a CL5.
Nem
iria precisar mais usar a fita crepe!
Gosto
muito da CL5 da Yamaha.
Só
fazia tempo que eu não usava uma.
Mas
ela é bem intuitiva, principalmente se a pessoa já conhece antiga, mas ainda
funcional, M7CL.
Liguei
meu iPad e fui organizar os monitores.
Neste
dia também seriam 5 bandas no meu palco, e 6 no palco ao lado.
Fora
estes dois palcos principais, tinha um palco bem menor montado ao lado do
salão.
Foi
mais relax o soundcheck neste dia em relação ao dia anterior no Baile.
Teve
até um tempo sobrando que deu para eu ir tomar uma canja de galinha na padaria
que fica na avenida.
Das
cinco bandas, também só uma trouxe técnico de monitor.
E
o técnico era bem "verdinho"...
Mas
quem não foi verdinho um dia, né?
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Classic Hall. |
Tivemos
que dar uma ajudinha para adiantar o serviço dele, mas estamos ali pra isso
também.
A
empresa de som era a Helisom de Natal, e Magrão era meu colega no palco.
O
único contratempo que tive, foi que uma das caixas de subgraves deu problema
depois do primeiro soundcheck.
Para
não ficar pendendo o som, desligamos uma caixa do outro lado para compensar.
O
combinado era consertar ou trocar a caixa com defeito depois, mas como ninguém
sentiu falta de subgraves no palco, fizemos todo o evento com a caixa
desligada.
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Classic Hall. |
Teve
outro probleminha, mas foi com o sistema sem fio de uma das guitarra da banda
Belga.
O
guitarrista teve que tocar com fio mesmo.
Do
mesmo jeito que fiz no dia anterior, neste dia do heavy metal eu também dei uma
conferida nos microfones e monitores na hora da virada de palco.
Eu
achei que no geral, foi tudo tranquilo.
Mas
eu senti falta de "tempo de jogo".
Nada
como a prática para aperfeiçoar o trabalho.
Estou
fazendo poucos shows faz um bom tempo, muitas vezes por causa dos trabalhos com
GM.
Rejeitei
várias vezes trabalhos onde eu tinha que viajar no começo da semana, pois iria
atrapalhar os meus trabalhos para a Chevrolet.
Rejeitei
várias vezes trabalhos onde achei que o cachê não condizia com o trabalho. GM
me dava a estabilidade para fazer isso.
Turnês?
Era muito complicado fazer.
Ainda
lembro, no ano passado, indo para Maceió de van para fazer o FITO, paramos na
estrada para almoçar, e eu tive que ligar meu computador na internet na
correria para começar a fazer os trabalhos para GM.
Uma
agonia... Enquanto o pessoal almoçava, eu checava tempos de frases com um
cronômetro, falava com o locutor e com a menina da agência de propaganda pelo Skype,
enquanto fazia meu prato.
Já
passei por várias agonias em eventos por causa destes trabalhos de edição de
áudio.
Mas
isso agora faz parte do passado.
E
como falei no subtítulo lá em cima, eu tenho que retomar o caminho.
Muito
mais livre agora para fazer isso, mas um pouco enferrujado.
A
crise, que para alguns é apenas uma marolinha, tá deixando mais complicado este
caminho, mas tem uma frase de uma música antiga de Oswaldo Montenegro que eu
gosto muito:
"Eu
hoje acordei tão só. Mais só do que eu merecia. Eu acho que será pra sempre.
Mas sempre não é todo dia".
Próximos
trabalhos fechados?
Um
show de Alceu Valença em Porto de Galinhas (PE) no dia 14 deste mês e viajo dia 1 de junho
para fazer o SESI Bonecos do Mundo em Goiânia e Belo Horizonte.
E
já procurando outros, viu?
Ahhh!
Quando me deitei para dormir no domingo, o relógio marcava 5h novamente!
Ou
seja... Da sexta para o domingo, dormi 2h30min.
Dá
para notar que o caminho não é tão suave, né?
Um
abraço a todos.
2 comentários:
Muito bem titio , boa sorte que apareça mais trabalhos dignos da sua extenca experiência .......técnico verdinho kkkk estou no meio Tbm, só não posso parar de aprender...... Desde de que pessoas como vc não parem de relatar as situações do áudio !!!
Obrigado Henrique.
Espero que as coisas melhorem...
Só assim terei assunto para falar aqui.
Obrigado por participar do Blog.
Um abraço.
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