sexta-feira, 1 de julho de 2022

Operando o monitor da Academia da Berlinda na Casa da Rabeca - Tenho que repensar sobre minha tese.

Olá pessoal.
Notei agora que não escrevi nada sobre esse trabalho.
Mais uma vez, substituindo Adriano Duprat, fiz o monitor da banda Academia da Berlinda.
Acredito que, pela primeira vez, vou postar sobre um trabalho que aconteceu antes da postagem anterior.
Vou quebrar a cronologia dos fatos!
O trauma foi tão grande lá em Arcoverde, que o fato aconteceu depois desse show com a Academia, mas acabei postando antes sobre o trabalho em Arcoverde.
Mas não tem problema, né?
Vamos para o show da Academia da Berlinda, que aconteceu no dia 11 de junho, na Casa da Rabeca, que fica em Olinda.
Fiquei sabendo que seria uma LS9 da Yamaha no monitor, e que o equipamento seria de Elenildo.
Massa, pois sei que ele cuida muito bem dos equipamentos, e isso eu comprovei mais uma vez nesse show.
E sabia também que era Marcão que estaria lá pela empresa. Muito difícil algo dar errado.
Para agilizar meu trabalho, peguei a cena da PM5D que usei anteriormente com a Academia em Natal, e converti para LS9.
Só que o Yamaha Console File Converter não converte direto.
Temos que converter primeiro de PM para M7 ou CL/QL, para só depois converter para LS9, como mostra a foto abaixo.

Chatinho, né? Mas é o jeito.
Converti para M7, e depois peguei essa cena de M7 e converti para LS9.
Quase tudo fica igual. Nomes, ganhos, sends, 48v, compressores, gates...
A única coisa que tem que ajustar é o RACK com os efeitos e os equalizadores gráficos insertados nas vias.
Mas isso é o mínimo, pois já adiantamos bastante o serviço.
Passei minha nova cena de LS9 para a mesa, e chequei todas as vias de monitores, enquanto a banda não chegava.
Fumato estava fazendo o som do PA.
O soundcheck foi super tranquilo. 
A cena, mesmo convertida, funcionou bem para começar o trabalho, e tudo transcorreu normalmente.
Pelo que eu recordo, a banda checou os canais individuais, e só tocou UMA música!!!
Antes dessa música, notei uma pequena realimentação no palco, pedi para Fumato fechar o PA, e vi que não era no palco, e sim a volta do som do PA para o palco que estava causando a realimentação. 
Conversei com Fumato, ele ajustou o EQ do PA, e tudo ficou legal.
Era só conferir com a banda.
Passaram uma música, e disseram que estava tudo ok.
E é?
Tá... Vocês estão falando, então tá falado.
Nessa música, o percussionista Tom me pediu mais volume nas congas e também mais um pouco de bateria.
A caixa de som não aguentou, e tivemos que segurar o volume, para evitar a distorção.
Ele viu que não tinha jeito, e disse que estava tudo bem, mesmo sem achar que estava.
Foi o único contratempo que tive.
O baixista Yuri é o único que usa fones na banda.
E nem lembro dele me pedindo ajustes nessa via estéreo de fone...
Maravilha. Soundcheck encerrado.
Mas ainda estava com o problema da via da percussão na cabeça, enquanto salvava a cena na mesa e no meu pendrive.
Aí lembrei das caixas de reserva que tinham levado!!!!
Falei com Marcelo, que era o técnico da empresa que estava me dando assistência no palco, pegamos outra caixa (idêntica) e colocamos na percussão.

Logicamente o nível de som foi alterado por causa da adição da segunda caixa, ficando muito alto.
Enquanto eu tocava nas congas, ia ajustando no iPad o nível da via, para chegar num nível com muito mais presença quando tinha apenas uma caixa, mas ficando ainda confortável.
Baixei uns 3 dBs o máster da via.
O som das congas ficou num volume muito legal, e com isso eu sabia que provavelmente o resto chegaria bem também. E ainda eu fiquei com uma sobra, caso Tom solicitasse mais volume em alguma peça.
Primeira parte do trabalho finalizado.
Aí veio a parte mais cansativa... A espera pela hora do show!!!!!!
Não fazia sentido eu voltar para casa, para depois seguir novamente para Olinda.
E resolvi ir para casa de Ambrósio, um dos roadies da banda.
A espera foi longa, viu?
Deu tempo de tomar uma garrafa de vinho com Ambrósio, e ainda dormir!!
Eu estava com receio de não dar público, porque corria-se o risco de chuva forte, mas ela não caiu nessa noite, e o público foi grande.
Quando chegou nossa hora, fui para o palco arrumar as coisas.
Tudo ligado, chequei todos os canais e vias. Tudo certinho. 
Começou o show, e depois de alguns minutos... Mudei de profissão.
Me tornei um "cuidador" de mesa de som.
Só checando para ver se tinha algum sinal saturando (clipando) na mesa, olhando o nível do sinal no transmissor do in-ear do baixista, mas sempre olhando também para a banda no palco, para ver se alguém queria alguma coisa nos monitores.
Realmente não fiz mais nada durante o show.
Relaxei tanto, que nem lembro de ter ido ouvir como estava o fone de Yuri.
Tenho uma tese (errada!) que se o músico não fala nada, é porque está tudo bem.
Tenho que mudar esse jeito de trabalhar, principalmente quando todos na banda usam in-ears!
Sei também que cada músico tem um "jeito" pessoal de ouvir nos fones.
Nem todos gostam de colocar todos os instrumentos no fone, e o volume de cada instrumento geralmente varia entre os músicos.
Mas eu tenho que rever esses meus conceitos nos próximos trabalhos.
Até esse show, vou ter que me conformar com o pensamento de ter sido um cuidador de mesa de som, onde tudo saiu perfeito. O que é muito bom, não tenham dúvidas.
Mas no trabalho com Mariana Aydar, eu tive a certeza absoluta que tenho que mudar esse meu método de trabalho!
Ou seja... Rever minha tese.
Um abraço a todos.

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