quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Pela primeira vez, quase morei no FIG - O saldo foi bastante positivo.

Olá pessoal.
Vou começar agradecendo aos artistas com quem trabalhei no FIG 2022, e aos amigos que me indicaram para fazer vários desses trabalhos.
Operei o monitor de Forró na Caixa, Siba, Banda de Pau e Corda, Otto, Augusto Silva & Frevo Novo e Banda Eddie.
E operei o som do PA de Silvério Pessoa (50% - depois explico), Dois de Paus e Uma Dama, Geraldo Maia e Flaira Ferro.
Os amigos que estão sempre me indicando para os trabalhos: Adriano Duprat, Vini, Rogério Andrade, Mário Jorge, Jr Evangelista, Marcílio Moura.
Muito obrigado a todos.
Ao todo, foram 10 trabalhos no FIG (Festival de Inverno de Garanhuns).
Resolvi fazer um "resumão" dessa minha passada por Garanhuns, em vez de falar de cada um dos trabalhos.
Vou até comentar sobre todos, mas bem resumido.
E vou começar pelo começo, logicamente.
Colocarei vários vídeos dos shows para ilustrar esse texto.


Vamos lá...
Os únicos trabalhos que estavam marcados eram com a Banda de Pau e Corda no dia 23 no Palco Pop, com Geraldo Maia no dia 25 no Palco Estação, e se não me falha a memória, com Flaira Ferro no dia 30, também no Palco Pop.
Aí apareceu o convite para fazer Otto no Pop.
Só que não teria soundcheck, e por isso eu não aceitei o convite.
O horário seria muito cedo, e não tinha como o artista e a banda chegarem porque estavam fazendo um show em São Paulo no dia anterior.
Mas...
Liguei para o produtor de Otto, e perguntei se eu não poderia chegar nesse horário cedo do dia 23 para dar uma ajustada nos monitores, que já ajudaria na hora do show.
Eu iria no dia 22 para Garanhuns, dormiria na casa de um parente da minha ex-esposa, e iria cedinho para o palco.
Enrich Kelsen, produtor de Otto, que também é irmão do artista, me confirmou que eu poderia fazer isso, e eu marquei minha ida para Garanhuns no dia 22, às 10h da manhã.
O Palco Pop começaria no dia 22.
Nas minhas contas, eu iria passear nesse dia pela cidade, tomar um chocolate quente, beber um vinho... E dormiria cedo para acordar cedo no outro dia.
Quando eu avisei para meus colegas e amigos técnicos que eu iria chegar na cidade no dia 22, foram aparecendo os outros convites.
O primeiro foi para fazer o monitor da Forró na Caixa no dia 22 no Pop, sem passar o som também.
Como a formação da banda era bem mais simples que a de Otto, aceitei o convite.
Foi quando um amigo técnico (Vini) me pediu para ajudar ele nesse dia 22 no Pop, onde ele não iria poder ficar durante todo o show no PA de Silvério Pessoa, porque houve mudança no horário de outro palco onde ele tinha outro trabalho, e os horários se chocaram.
O combinado era ele passar o som de Silvério, e eu assumiria a mesa de PA durante o show, para ele poder ir para o outro palco.
Por isso que coloquei 50% lá em cima no texto. Porque toda a sonoridade do show foi ajustada por Vini, onde ele usa bastante plugins.
Ok, tudo combinado. Pelo menos eu achava que estava.
(Já tou notando que não vou conseguir resumir essa minha aventura em Garanhuns...)

Como eu já iria fazer Forró na Caixa, e o palco não estava muito fácil de se trabalhar, fui convidado para fazer também o monitor de Siba, onde todos iriam usar fones.
Ainda consegui passar o som de Siba, onde só o baterista resolveu não usar fone.
Quando acabou o show do Forró Na Caixa, corri para a house mix, para fazer o PA do show de Silvério Pessoa, pois Vini não conseguiu nem começar o show.
Ele me passou o pendrive das autorizações dos plugins que estavam na cena que ele fez no soundcheck, e correu para o outro palco.
Fiz o som do PA de Silvério, e corri para o palco para fazer o monitor de Siba.
Mesmo nessa correria, o resultado foi muito bom nos três shows.
O problema foi que o show de Siba, que não estava no meu roteiro, era o último da noite, e por causa disso fui dormir muito tarde.
Cheguei no meu alojamento perto das 4h da madrugada, e teria que acordar às 8h.
Com um grande detalhe... Nesse lugar onde fiquei não tinha chuveiro elétrico, e a água era como se tivesse saído de uma geladeira com o controle de resfriamento no máximo, e ainda sem abrir a porta durante dez dias.
Quase uma "tortura", seria um termo bom de usar nesse caso.
Banho dolorido tomado, segui para o Palco Pop novamente.
Só consegui escutar as caixas de monitor, onde escolhi duas para Otto, e dei uma ajustada no som do side, que achei que estava bem aquém do que eu queria. E foi só!!
Mas ainda foi vantagem eu ter feito isso, pois tive uma ideia de como estava o palco, e não iria começar o show de Otto às escuras.
Era uma PM5D no monitor, o que dificultava os ajustes, por não poder usar um iPad via wireless.
Tive a ajuda de Andreas, técnico de monitor da Banda Ave Sangria, que iria se apresentar no mesmo dia, e emprestei minha cena para ele começar o soundcheck com meus ajustes.
Na outra semana peguei uma cena de Andreas para começar o monitor de outra banda com quem trabalhei.
"Monitor comunitário"... (risos)
Nesse mesmo dia de Otto (23), eu fiz o monitor da Banda de Pau e Corda, onde deu para fazer o soundcheck, e todos usaram fones.
Conversei antes do show com o produtor de Otto e com a banda sobre as condições dos monitores, e a turma subiu no palco com uma raça absurda, fazendo um show memorável!
Ganhei até duas garrafas de vinho do produtor por causa disso. (Ainda vou receber)
Mas o mérito maior foi do artista e da banda dele. Só ajudei, pois sabia exatamente como estava funcionando as coisas nesse palco.
Mais uma vez, mesmo na correria, os dois shows foram ótimos!
Fui dormir com a alma leve e lavada...
Mas não tomei banho! Água gelada naquela hora, jamais! (risos)

Tortura só no outro dia pela manhã, mas o corpo já estava mais acostumado, e demorei muito mais tempo nas idas ao encontro da água pré-gelo.
Mas a agonia acabou aí, pois os outros dois shows que fiz aconteceram no Palco Estação, dentro de um teatro, com apenas um show por noite, passando o som tranquilamente, com o sistema de som quase perfeito.
Só um probleminha nos faders dos primeiros canais, que não me atrapalharam em nada. O resto tava perfeito!
Dia 24 operei o som do PA do projeto Dois de Paus e Uma Dama, com Renato Bandeira, Nena Queiroga e Bráulio Araújo, onde só tinha guitarra, violão, viola, dois baixos e três vozes.
Dois de Paus e Uma Dama - Palco Estação.

E no dia 25 operei o som de Geraldo Maia, que eram os mesmo músicos e instrumentos que acompanharam Nena Queiroga no dia anterior, com o acréscimo da bateria de Augusto Silva.
Não pensei duas vezes, e pedi para o colega da empresa de som ligar a bateria no final, deixando todos os outros instrumentos no lugar do show anterior, que já estariam com o som passado.
E deu muito certo!!!!! Nos dois shows!!!
Mais tranquilo, impossível!!!!
Ok... Para não dizer que foi 100%, desconectaram a viola sem me avisar no show Dois de Paus...
Fiquei puto, mas nada que atrapalhasse o resultado final.
Não tive tempo de comemorar porque voltamos para Recife um pouco depois do show de Geraldo Maia.
Ahhh!!!! Nesse dia 25, pela manhã, passei um minuto direto embaixo da água que eu já não considerava tão torturante. Ainda era, mas bem menos! (risos)
Fiz mais um trabalho no dia 26, mas não fez parte do FIG, foi em Recife, com Geraldo Maia e banda.
Voltei para Garanhuns no dia 29, para fazer o monitor de Augusto Silva & Frevo novo, no Palco Instrumental, que passou a ser chamado agora de Palco Instrumental Paulo Rafael.
Bela e justa homenagem.
Mas eu sempre achei que essas homenagens ficam muito mais dignas quando o homenageado está vivo.

Teve soundcheck nesse show de Augusto Silva, e tudo fica mais fácil quando isso acontece.
E o show foi muito tranquilo. Todos os músicos usaram fones na monitoração.
Eu tinha sido avisado que a mesa de monitor estava com uns probleminhas nas teclas "select", e usei muito meu iPad no serviço.
Perto do final do show, eu já estava bebendo um copinho de vinho.
Era copo mesmo, e de plástico! (triste)
Não dá pra levar uma taça de vidro para esses lugares.
Mas o que interessa é que foi perfeito o trabalho!
Como acabou cedo o show, ainda fui na Praça Principal, onde degustei um caldinho de dobradinha e um acarajé antes de dormir. Ahh! Teve ainda uma cocada de sobremesa.
Só para informar, dormi no mesmo lugar da primeira etapa do festival, mas o corpo já estava acostumado com a água gelada, e consegui tomar um banho antes de dormir, e outro quando acordei.
Nesse dia 30, eu tinha mais dois shows no Palco Pop.
Flaira Ferro, onde eu iria fazer o som do PA, e Banda Eddie, onde eu iria operar o som dos monitores.
À princípio, a produção de Flaira Ferro não iria levar técnico de monitor, mas eu consegui convencê-la que era muito importante esse técnico, e indiquei Andreas para o serviço, principalmente porque ele estava "por dentro" da situação daquele palco.
Iria ter soundcheck para Flaira, e com Eddie eu não teria esse "luxo".
A mesa de monitor já não era mais a PM5D, pois ela deu defeito no meio da semana.
Trocaram por uma M7CL.
Por causa disso, peguei a cena do monitor de Otto na PM5D onde eu tinha ajustado o side e os dois monitores da frente, e converti para uma cena de M7CL.
Como Andreas foi fazer o monitor de Flaira, passei minha cena convertida para ele começar o monitor dela, e depois que ele passou tudo, peguei essa cena dele e adaptei para o show de Eddie, onde eu não iria passar o som.
Monitor comunitário...

Deu muito certo esses "compartilhamentos" de cenas!!!!
Tanto para mim, quanto para Andreas.
Só precisei da primeira música para ajustar o monitor da Banda Eddie.
E adorei o resultado sonoro no PA do show de Flaira!!!!
Eu nunca tinha trabalhado para a artista.
Quando o show acabou, fui comemorar com todos no camarim.
Com meu vinho, logicamente. Mas ainda no copo de plástico!
Para ficar "menos ruim", usei o copo da água mineral, onde o plástico é mais "duro"
Aproveitei essa comemoração do dia, e comemorei (comigo mesmo) o saldo bastante positivo desses meus trabalhos no Festival.
Nunca tinha feito isso no FIG.
E já conversei com um Amigo técnico sobre a possibilidade de me alojar em Garanhuns no próximo ano durante todo o festival, aumentando as possibilidades de fazer mais trabalhos.
Não consegui ficar até o último show do Palco Pop, que depois de Flaira Ferro, virou Palco do Forró.
Estava cansado, e iríamos sair bem cedinho para Recife.

Fui andando para meu novo alojamento, um hotel perto do palco, conseguido por Sibely, produtora de Flaira.
E fui rindo.
Não mais pelos trabalhos que fiz lá no FIG, e sim porque eu tinha a certeza que iria tomar um banho quente para dormir (e outro quando acordasse!!!!).
Um abraço a todos.

2 comentários:

Tomaz - Recife/PE disse...

Boa, titio, texto massa! Parabéns pelos trabalhos bem feitos!

Titio disse...

Obrigado Tomaz (Furtado ou Luminário?).
A gente tenta sempre fazer bem feito, né?
Nem sempre se consegue, mas...
Tentar, a gente tenta.
Obrigado por participar do Blog.
Um abraço.