quarta-feira, 24 de maio de 2023

Johnny Hooker no Armazém 14 - Tirando Jeri, foi tudo dentro do esperado para mim.

 

Olá pessoal.
O show de Johnny Hooker no Armazém 14 seria minha despedida dos shows, não sabia por quanto tempo, mas seria o último.
Seria mesmo? Não foi.
Explicação mais na frente.
Esse show aconteceu no sábado passado, dia 20.
Cheguei bem cedo ao local do show, para adiantar as ligações dos in-ears, e de tudo que eu pudesse adiantar.
Um Amigo técnico me alertou, por causa de experiências anteriores, que era muito provável eu encontrar problemas com os equipamentos da empresa de som.
Já fui preparado.
O sistema de in-ears foi alugado por fora.
O cantor e a maioria da banda usariam in-ears.
Menos riscos.
Caixas de monitor para o guitarrista, para a baterista, que usaria junto com o in-ear, e para o tecladista, que seria apenas para ser ligada se tivesse alguma bronca com o in-ear.
Essas caixas estavam falando até legal!
Menos um problema.
A baixista usaria apenas o in-ear, como Johnny Hooker.
Chequei o som do side e estava soando bem também.
Quando eu estava ligando o sistema de in-ears, todos com o mesmo ajuste de nível de entrada de sinal, me deparei com um sinal absurdamente alto numa das bases. 
Essa base estava, como falei, com o mesmo ajuste de nível de entrada, que deixei em -3dB.
Para testar, tirei os cabos da saída extra 3/4 do Slot 1 da mesa de som, e coloquei os cabos de envio para outra base dos in-ears, e vi que o mesmo sinal muito alto também apareceu na outra base.
Ou seja... O problema era na saída extra 3/4 da mesa.
Por que extra?

A mesa M7CL da Yamaha vem com 16 saídas físicas (analógicas) atrás dela.
Mas o proprietário pode expandir essas saídas, comprando placas de expansão (entradas/saídas), que são colocadas em 3 Slots, podendo fazer mais 12 saídas analógicas.
Nessa mesa do show, tinha duas placas de saídas extras instaladas.
Cada placa com 4 saídas. Foto abaixo.
O problema apareceu na saída 3/4 da primeira placa.
Como não achei nada nas configurações internas da mesa que poderiam estar causando o problema, resolvi escolher outras saídas da mesa para enviar os sinais para a base.
Escolhi duas saídas nativas da mesa, que já vem nela.
Ao fazer isso, resolvi meu problema, e os sinais chegaram com o mesmo nível das outras bases.
O problema realmente era na saída 3/4 da placa de expansão.
Tudo ligado e checado, só me restava esperar pela banda, que viria direto para passar o som e ficava no camarim aguardando a hora do show.
Antes de Johnny iria ter uma DJ, e depois teria outra banda, que não iria passar o som.
Massa!
Os nossos equipamentos não seriam desligados e/ou desmontados!
Menos outro risco!
Os riscos foram diminuindo. Notaram?
Acho que meu Amigo técnico vai errar no prognóstico que deu, pensei.
(Prognóstico: Ação que, se pautando em dados reais, indica o que poderá acontecer.)
A mesa M7CL da Yamaha já é famosa por problemas.
É uma mesa antiga muito boa, mas sem uma manutenção constante, esses problemas aparecem "com força"!
O mais famoso deles é o "fader maluco", onde esses faders assumem vida própria, subindo e descendo sem a gente tocar neles.
Ou seja...
Podem acabar com o trabalho do operador de áudio e/ou podem até acabar com o show, dependendo da quantidade de faders com essa "doença".
Dei uma testada rápida antes do soundcheck e notei o problema em apenas um fader.
Fiquei de olho nele, e se o problema continuasse, eu teria que escolher outro fader para controlar o canal do instrumento.
A banda chegou e começamos com o soundcheck.
Foi tudo seguindo normal.
Inclusive, o fader nem deu mais problemas...
Eita. Legal.



Usei uma cena do show anterior que eu fiz com Johnny Hooker, meses atrás aqui em Recife.
Essa cena era de outra mesa da Yamaha, a CL5, mas a gente tem um conversor de cena que ajuda bastante no trabalho.
Converti a cena da CL5 para a M7CL.
Nessa conversão, algumas coisas são perdidas, mas a maioria dos ajustes são convertidos.
E no show anterior, a baixista não usou in-ear, e também seria outro baterista nesse show.
Mas a formação da banda seria a mesma.
Só teve o acréscimo de 3 canais extras de instrumentos, em relação ao show que eu fiz anteriormente.
Para não prejudicar a cena da mesa, colocamos esses canais extras no final, depois de todos os canais.
Então todos os outros canais estariam com os ajustes do show anterior, incluindo o envio para os monitores dos músicos.
Mesmo sendo outro músico na bateria, ela pediu para deixar a mixagem que eu tinha feito para o baterista do show anterior no fone dela, e a gente ia ajustando as coisas.
Foi assim que eu fiz, e deu super certo.
Tava indo tudo bem, até que apareceu um ruído no meu ouvido enquanto ouvia as vias dos músicos, e fui tentar achar de onde vinha os estalos.
Não era um ruído contínuo, aparecia de vez em quando, mas se aparecia em todas as vias dos músicos, era algum canal que estava indo para todos.
Achamos!!!
É no canal da guitarra!
E depois de alguns testes, descobrimos que o problema era no amplificador, que estava dando estalos.
Como o som desse amplificador, que era microfonado, ia para todos os músicos, todos eles escutavam os estalos.
Já estávamos no final do soundcheck, e mostramos o problema para os técnicos da empresa.
Só que... Não tinha amplificador de reserva!
Só depois do show, o guitarrista me falou que tinham comunicado pra ele que o amplificador seria trocado. Ele me falou isso no camarim, depois do show! (Risos)
Na hora do show, quando anunciaram: --- E com vocês, JOHNNY HOOKER!!!
Cadê o som da guitarra?
O amplificador morreu!
Morreu mesmo. Nem som tinha mais!
Corre pra lá, corre pra cá, tenta ligar o amplificador, nada de sinal!
O problema não é nos pedais do guitarrista! Simplesmente o amplificador morreu!
E agora?
Não tem outro amplificador.
Vamos ter que usar em LINE (linha)!
Não tem outra solução.
Usa o canal do Violão 2, que não vamos ter hoje, falaram.
Não!! Vou usar o mesmo canal da guitarra, que já está endereçado para todos os músicos!
Despluguei o cabo do microfone que estava pegando o som do amplificador, liguei num DI (Direct Injection ou Direct Box), e liguei o cabo que saía dos pedais do guitarrista no DI.
Ok, agora é só eu ajustar o ganho, que a guitarra já está indo para todos.
Começamos o show assim!
Mas deu certo.
Durante o show, fazendo os ajustes normais de uma monitoração, notei que o reverb aumentava sozinho em algumas vias.
Lembrei do fader louco!!!
Mas não notei que esse fader da volta do efeito estava louco.
Selecionei o canal do efeito, e foi quando notei na tela da mesa, o botão (knob) da mandada para a via girando sozinho!
Vixe!!
Não lembro de já ter visto isso. O botão girar sozinho.
O normal é o fader mexer sozinho.
A mesa estava com alguns "probleminhas"...
Aprendi mais uma!!
Meu Amigo do prognóstico acertou.
Fora esses probleminhas do amplificador e da mesa, deu para chegar até o final do show com uma certa tranquilidade.
Alguns pedidos normais dos músicos durante o show.
Nenhuma microfonia, o que é muito importante.
Para ser sincero, já peguei vários equipamentos de som com muito mais problemas do que esses do  show de sábado!
Nenhum pedido do cantor durante todo o show...
Eu vou até perguntar a Júnior "Bokaum", produtor técnico, se Hooker falou algo pra ele sobre o monitor, pra saber onde acertei ou errei.
Mas no contexto geral, acho que foi tudo dentro do que eu imaginava.
Vídeo produzido por @golarrole. As imagens do vídeo foram feitas durante o evento.

Mas vamos para a parte que fugiu completamente do esperado... Pelo menos pra mim!
Mas não foi no show. Aconteceu dois dias depois!!!!
"PS2: Acabo de fechar o trabalho no Ceará. Terça-feira viajo para Jericoacoara.
Mudança profissional mais radical da minha vida. Depois conto a história."
Lembram desse PS2, no final da postagem anterior?
(P.S. = Post Scriptun, Pós Escrito. Indica algo que o autor julga necessário acrescentar a um texto após o seu encerramento.)
Uso muito o termo PS no final dos meus textos.
Usei esse PS seguido do número 2 no texto anterior, porque era minha segunda observação.
Pois é...
Não deu certo essa observação do texto anterior.
Estava tudo fechado naquele momento, porque recebi a ligação do contato do hotel confirmando, enquanto eu encerrava o texto. Por isso entrou como PS. O texto já estava finalizado.
Eu iria operar o som do hotel, principalmente nas festas que acontecem de quarta à domingo, das 16 às 22h.
Folga na segunda e terça.
Eu ia morar no hotel, num quarto ao lado do escritório, que fica atrás do hotel.
As festas acontecem numa cobertura, num telhado.
Pelo que eu vi em vídeos, a área é descoberta, então se chover não tem festa.
Mas acho que não deve chover lá durante muitos dias, né? (Risos)
Basicamente era operar o som para DJs, onde alguns utilizam percussão, violino, sax ou um violoncelo nas apresentações.
Não tem show com bandas, com bateria, baixo, guitarra, teclado, vocais etc...
Era isso que eu estava sabendo.
Eu já vinha acertando os detalhes com o hotel muitos dias atrás.
Acho até que mais de 30 dias.
Fui indicado para esse trabalho por Dérick, técnico aqui de Recife, que agora está morando em São Paulo, e que já fez esse trabalho no hotel em Jeri anteriormente.
O contato do hotel, depois de várias conversas anteriores, me ligou na sexta-feira pra me perguntar se eu poderia finalmente ir para lá na segunda-feira.
Falei que eu tinha um show no sábado (esse de Johnny), e que precisava tirar os pontos da extração de um dente na segunda-feira, e ele falou que ficaria então para a terça-feira essa minha ida.
Ok, falei pra ele. Tudo certo.
Na segunda, enquanto aguardava o atendimento na clínica odontológica, ele me manda mensagem no WhatsApp e pergunta se está tudo certo para minha ida no outro dia.
Falei que sim, que eu estava aguardando somente ele me passar a passagem com o horário.
Foi aí que veio a surpresa!
Ele perguntou se eu não sabia chegar lá, e se eu nunca tinha ido à praia famosa.
Ele queria que, teoricamente, eu "desse meu jeito" para chegar lá.
Respondi a mensagem falando que eu nunca tinha ido à Jericoacoara, mas não era esse o problema para mim, e sim arcar com as despesas pra chegar lá.
Fiquei de ligar para falar diretamente com ele, depois do atendimento para retirar os pontos.
Liguei.
Era isso mesmo que eu tinha entendido.
Era para eu arcar com meu deslocamento até o hotel em Jeri.
Não aceitei.
Falei que isso não era o normal.
E ele foi falar com o chefe dele sobre o assunto, dizendo que entrava em contato mais tarde.
Me ligou no final do dia e falou que realmente não daria para o hotel arcar com esse translado.
Ok então, falei.
Job cancelado!
Agradeci pelo contato, e encerramos a conversa.
Fui até comprar mais mantimentos, porque deixei tudo chegar no finalzinho prevendo essa viagem.
Não toquei no assunto do meu translado para o hotel nas conversas com o contato, mesmo eu achando estranho ele não falar nada sobre isso, porque pra mim é muito normal o contratante arcar com essa despesa. Nem passou pela minha cabeça atitude diferente.
Aprendi mais uma!!
Era até capaz de eu aceitar ir de ônibus, mas nem isso ele ofereceu.
E nem eu pensei em oferecer!
Eu pagar? Isso eu tinha certeza que não iria fazer, independente do meio de transporte.
Logo após nossa conversa sobre o cancelamento do trabalho, liguei para a produção de uma banda que tinha me convidado para um trabalho em junho, e eu tinha negado por causa da viagem para Jeri.
Consegui ainda pegar esse trabalho, e tinha outra data em junho com a mesma banda.
Ok, agendado os dois shows!
Também informei todos meus amigos do ramo que a viagem foi cancelada, pois todos eles estavam cientes dessa minha mudança de Estado.
"Estou na pista" novamente! Falei para todos.
Foto by @golarrole.
Um abraço a todos.

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