quinta-feira, 11 de junho de 2009

Gravação de um programa de TV – Não pode apitar que está gravando (novamente!).

Olá pessoal.

Fui chamado pela mesma empresa de som que me contratou para o evento da UFPE, para operar o áudio da gravação de um programa musical de uma rede de TV local. Seria uma banda fixa que acompanharia diversos artistas da região. Nada muito complicado. Foram dois dias de gravação. Só o primeiro dia deu um pouco mais de trabalho porque foi a montagem de todo material e já haveria gravação começando às 19h. Montamos um sistema com alguns monitores de chão, mas notamos que seria muito mais interessante colocar todos de fones. Então, fizemos isso. Só o artista principal é quem usaria duas pequenas caixas de monitor e deixamos outra via com um monitor de chão para alguma emergência. Todo o resto da banda usaria fones mesmo.

Um pequeno palco (tablado) foi montado e todos (exceto o baixo, a guitarra e o artista principal) ficavam neste pequeno tablado. Na frente e numa das laterais deste palco ficavam mesas que seriam ocupadas por convidados e pelos próprios artistas com seus familiares. Quatro caixas (tipo LA) foram posicionadas (duas para a frente e duas para a lateral) para o serviço. Mais uma vez fui informado que o volume do som não poderia ser muito alto porque o áudio (canais separados) estava sendo gravado por um estúdio móvel (o mesmo que gravou o evento da Odebrecht). Este estúdio faria uma mixagem posteriormente e entregaria a mix para rede de TV. Antigamente este áudio era mixado na hora para esta TV pelo operador de áudio do evento (neste caso aqui, eu) e não se podia mexer ou arrumar mais nada.

De um tempo pra cá, esta rede de TV vem adotando esta filosofia de gravar o áudio em canais separados por um estúdio móvel e depois pegar este áudio mixado posteriormente em estúdio. Mas várias outras redes de TV locais daqui ainda usam o método da mixagem na hora saindo da mesa de som.

Não tenho muita coisa para falar deste evento. Nada que eu considere um caso curioso. A grande diferença deste evento em relação ao anterior que fiz na UFPE, era que aqui como era uma gravação para a TV, se houvesse algum problema com o vídeo ou com o áudio, a coisa era interrompida imediatamente para se ajustar os problemas e começava tudo de novo. E realmente aconteceram várias paradas durante os dois dias de gravação. Ou porque o baixo parou de funcionar, ou porque o cantor esqueceu a letra, ou porque a banda estava tocando muito rápido. Houve até pausa para retocar a maquiagem do artista que estava muito suado.

Outra grande diferença era que o som que era direcionado às pessoas que estavam nas mesas não tinha tanta importância. O importante era o vídeo, o áudio que estava sendo gravado e o som dos monitores dos músicos. Se o estúdio de gravação me pedisse para cortar a voz do cantor no som da frente porque estava interferindo na gravação, eu cortaria. Para quem não sabe, quando você vê uma cena na novela do pessoal dançando numa festa e conversando ao mesmo tempo, provavelmente não tem som nenhum de música no local. A galera está dançando SEM música! Um som alto de música não permitiria a gravação das vozes dos atores no local. Um verdadeiro faz-de-conta!

Em muitos filmes de ação, aonde não se consegue dominar os ruídos na hora da gravação da cena, o ator recoloca sua voz no estúdio posteriormente, ou seja, ele dubla ele mesmo! Muito som de ruído nos filmes também é colocado depois no estúdio. Até o simples barulho do abrir de uma cerveja num comercial é feito na pós-produção. Já fiz muito isso, e é muito legal você dar vida ao comercial.

Mas... Voltando ao evento...

Só Lula Queiroga trouxe a sua banda completa. Isso aconteceu no primeiro dia de gravação e foi aonde tive mais trabalho, pois precisei refazer toda monitoração porque tudo foi diferente nesta hora. A banda deste artista tinha até aparecido logo cedo para fazer o sound check, mas não puderam fazer por causa do tempo que estava estourado.

Alceu Valença trouxe seus dois escudeiros inseparáveis: Paulo Rafael na guitarra e Tovinho (meu irmão) nos teclados.

Mais alguns artistas trouxeram seus sanfoneiros, ou seus guitarristas, mas a base era sempre a mesma e os canais eram sempre os mesmos.

O pessoal da TV me pediu para enviar 3 sinais distintos para eles: uma mix completa, uma mix só com os instrumentos e outra mix só com as vozes. Sem problemas. E eles me enviaram a voz do diretor que estava no caminhão, que era para eu enviar para os monitores dos músicos no palco.

Ao todo foram 32 canais. Usei a mesa digital LS9 da Yamaha. Não é muito prática de se operar, principalmente quando não se usa o laptop como complemento (o meu estava pifado), mas como o evento não exigia muita agilidade, não tive problemas com isso.

Um abraço a todos.

2 comentários:

Thiaguinho Roadie PE disse...

Titio...
Cadê o seu Lap Top rapá???
Houve cameramens andando por dentro palco?
Pq existe um truque simples para a captação dos closes dos músicos ou instrumentos. O 1° take é feito todo de fora do palco, sem nenhum camera invadindo o cenário. O 2° take (da mesma música), é feito com os cameras dentro do espaço do palco, realizando todas aquelas tomadas malucas e legais, que são quando os músicos aparecem de lado, ou de cabeça pra baixo, ou uma tomada bem "dentro" do instrumento.
Vamos esperar para ver este programa e conferir mais uma aventura do Titio.

Abração aos leitores.

Titio disse...

Olá Thiaguinho. Meu HP velho de guerra, depois de muita poeira, maresia, chuva, etc, deu uma endoidada, e eu acabei comprando outro, mas ainda estou estabilizando o novo porque veio com o Windows Vista. Mas parece que o velhinho vai se salvar, e eu vou continuar com ele na estrada e deixar o VAIO em casa.
Um abraço.