quarta-feira, 30 de junho de 2010

Show de Silvério Pessoa em João Pessoa – Tecnologia ajudando, parte 1.

Olá Pessoal.

Já comprei dois quilos de asinhas de galinha para o jogo de sexta-feira. Já estamos vendo também como preparar o pernil de cordeiro para assar no forno.

Não adianta, só vou conseguir dar as caminhadas no Parque da Jaqueira depois desta copa do mundo.

Estou me sentindo muito pesado. O joelho operado voltou a doer. Estou me sentindo um Elano da vida! Sem ganhar o que ele ganha, infelizmente.

Nem fiquei na Praça do Arsenal para comemorar o excelente show. Já tinha viagem no outro dia para João Pessoa. Não tenho mais os 19 anos, aonde cheguei a fazer a extravagância de comer num café da manhã pão com ovo mexido acompanhado por um copo de vinho. Aquele vinho safadinho que vinha num garrafão de 5 litros, lembram? Pois já fiz isso uma vez.

Quando lembro disso, me arrepio.

Voltei para casa na van depois do show da Praça do Arsenal logo que os roldies desarmaram todo nosso equipamento.

A produção de Silvério me passou que seriam duas mesas analógicas em João Pessoa. Teríamos que anotar as regulagens das mesas de PA e monitor. Mas não foi preciso. Explico lá embaixo.

Quando subi no palco, notei que a mesa era uma digital da Yamaha, a M7CL.

Será que se enganaram com a mesa da frente também? Não. A da frente era exatamente a mesa que me passaram. A HL5000 da Hallen & Heath. A mesma que usei em Carpina. Espero que não tenha os mesmos defeitos... Pensei com meus botões.

Normando tinha feito o show de Silvério em Caruaru (que eu não pude ir). Mandei Ítalo (Bizasom) no meu lugar para fazer o PA. Por isso não falei nada deste show aqui no Blog, mas existiu viu? Acho que foi no dia 29 de maio, e eu estava fazendo Alceu Valença.

Só que a mesa que ele usou em Caruaru no monitor não era a M7CL. Quem tinha uma cena de monitor da M7CL com esta formação deste show era Rogério, do show do dia anterior na Praça do Arsenal. Não peguei esta cena com ele porque estava crente que seria uma mesa analógica no monitor.

Com esta cena do show anterior, tudo seria mais rápido no palco. Não tínhamos esta cena.

Mas... Nada está perdido! Rogério poderia mandar esta cena por email pra gente. Ligamos para ele. O problema é que ele estava no meio de um sound check (se eu não me engano, de Alceu Valença). Ele também não possui uma internet móvel. Levo a minha para todo canto do Brasil.

Normando falou então que deixasse pra lá, que ele faria do zero mesmo. O problema foi que o sound check estava muito atrasado. Fazer do zero levaria mais tempo. Estava programado a gente passar o som e deixar tudo armado porque seríamos a primeira atração da noite. Só que houve um atraso considerável no sound check da banda Quinteto Violado. Estávamos ficando com o tempo muito curto.

Quando finalmente acabou a passada de som do Quinteto Violado, fui para frente me organizar.

Neste meio tempo, Normando conseguiu receber a cena por email enviada por Rogério. Aí não tinha jeito (até tinha). O pessoal do som teria que religar tudo no palco seguindo nosso input list (relação em ordem crescente dos nossos canais e respectivos instrumentos). Ex: canal 01 = bumbo, canal 02 = caixa, canal 03 = esteira..., canal 16 = baixo, etc.

Qual o outro jeito que Normando poderia fazer para usar a nossa cena na mesa digital independente das ligações feitas pelo pessoal da empresa de som?

Os leigos podem pular esta explicação aqui.

Era só Normando mudar digitalmente as ligações dos canais na mesa. Ex: o nosso canal 02 da mesa que está controlando o que está entrando na entrada analógica 02 é para ser a caixa da bateria, mas o pessoal do som ligou esta caixa no canal 26. É só ir na mesa, no fader 02 que tem como input a entrada analógica 02 e mudar esta entrada para a 26. Agora o fader 02 da mesa está controlando o que está entrando na entrada analógica 26, ou seja, a caixa.

Então todas as regulagens do canal da caixa (equalização e envio do sinal para os monitores) continuariam funcionando perfeitamente para a cena, mesmo a caixa tendo sido ligada no canal 26.

Era só perguntar ao técnico da empresa de som onde estava ligado cada peça e mudar isso na mesa, sem mexer em nenhum cabo.

Agora... Para mim lá na frente com a mesa analógica não daria para fazer isso. A caixa iria chegar para mim no canal 26!

Para eu colocar esta caixa no fader 02 da minha mesa, só tirando o cabo que estava entrando no fundo da mesa no 26 e colocar no 02. O nome dado a estas ligações é PATCH. Eu teria que refazer o patch manualmente. Normando faria isso digitalmente.

Nem iria falar disso hoje aqui, mas veio na cabeça. E nem fiz isso lá. Poderia até ter agilizado mais o sound check, porque o pessoal teve que religar tudo do nosso jeito! Desligou os canais do Quinteto Violado e ligou novamente seguindo o nosso input list.

Vou por em prática isso em algum show.

Já vi que os leigos acharam ruim o texto de hoje, mas não foi uma coisa premeditada. Queria falar mais da cena enviada por email, tanto que o título foi pensado em cima disso, mas acabei entrando no assunto do patch digital, que não deixa de ser também a tecnologia ajudando.

Coloquei parte 1 no título aqui porque já pensei no texto do outro trabalho que fiz no outro dia com Alceu Valença que vai ser parte 2. É sobre cena de mesa digital também. E eu estarei falando como operador de monitor.

Não tenho mais o que falar sobre o show de João Pessoa. Passada a agonia de arrumar as coisas no palco, o resto foi tranquilo, principalmente porque começamos o show alguns minutos depois de encerrado o sound check.

O sistema de PA era bom. Line array AERO28 da DAS. Nem cheguei a tocar meu CD para ouvir. Fui logo passando o som.

A mesa estava embaixo de uma tenda, e esta tenda tinha o teto baixo, que bloqueava o som principalmente nas frequências mais altas.

De vez em quando ia para frente da mesa de som ouvir o PA sem a interferência da tenda. Foi a única coisa que eu poderia comentar aqui. O show está bem amarradinho. Todos já sabem o que fazer.

Tinha tanto som que baixei o volume.

A mesa analógica estava sem nenhum problema. Foi tudo normal.

O menino do cuscuz passou aqui na rua apitando com o tabuleiro na cabeça. Desci e comprei quatro.

Lembro da minha infância quando morava na Encruzilhada, e meu Pai comprava os cuscuzinhos redondos molhados de leite para o nosso café da manhã. Eu fritava um ovo para a gema ficar dura e colocava-o em cima do cuscuz amassado no prato.

É o que vou fazer agora.

Sempre me lembro do meu Pai. E muitas vezes por causa de coisas simples, como um cuscuz.

Te amo Pai. Sempre te amei, mesmo nunca te dizendo as palavras.

Um abraço a todos.

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