segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Alceu Valença em Ouricuri – E começar sem ser do zero também não mata!




Olá pessoal.
Plenamente recuperado da infecção que me deixou uma madrugada completa entre a cama e o banheiro na semana passada, resolvi escrever sobre os trabalhos.
Na semana passada fiz dois trabalhos com Alceu Valença. Depois falo sobre a infecção.
Vamos começar pelo show em Ouricuri, interior (bem distante) de Pernambuco, que aconteceu na quarta-feira, dia 28 de janeiro.
Fomos de avião até Petrolina, e de lá seguimos de ônibus para Ouricuri.
Já sabia qual seria a mesa de monitor.
Um Venue SC48 da Avid.
Já tinha uma cena de um show recente com esta formação simples da banda, onde temos apenas bateria, baixo, guitarra e teclados.
Também neste show não teria sanfona, metais e percussão.
Faz um bom tempo que não tem percussão nos shows que eu faço de Alceu Valença.
Chegamos na hora marcada no local do evento e começamos a armar nossas coisas.
Um pátio enorme!

Passei minha cena de um show anterior feito também numa SC48.
Lembrando que todas as cenas da Venue são lidas em qualquer mesa da Venue, independente do modelo (SC48, Mix Rack, Profile, S3L).
Comecei a colocar os monitores no lugar e senti um barulho estranho em alguns, como se algo estivesse solto dentro.
Escolhi os monitores “sem barulhos” e posicionei-os nos seus devidos lugares.
Não lembro o motivo, mas quando comecei a organizar o side e a via de Alceu com seu microfone, a banda chegou para passar o som.
Não tinha checado nenhuma outra via de monitor.
E a banda não ia ficar esperando para eu checar e alinhar via por via, não é mesmo?
Fazer o que nessas horas, quando nem rezar eu rezo?
Torci. E muito!
Decidi (e eu tinha escolha?) ir ajustando tudo durante o “soundcheck” (vou escrever agora assim esta palavra).
As vias de monitor estavam com a equalização das vias de monitor de um show anterior feito numa SC48 em setembro de 2014!
Começamos o soundcheck e as coisas foram se encaixando.
Ia ao lado dos músicos para ouvir como estavam soando os monitores.
(suando = suor).
Minha torcida deu certo.
Para muitos, a reza é quem resolve.
O soundcheck foi transcorrendo sem nenhum atropelo.
Não passo o som com Alceu como passo com outras bandas.
Nos shows de Alceu, como normalmente começo com uma cena anterior, onde todos os canais já estão equalizados e endereçados, o baterista (Cássio) começa a tocar, e vou colocando a bateria no side de acordo com os pedidos de Paulo Rafael e Tovinho.
Antes de fazer isso, já passei todos os 6 ou 8 canais de teclados para os monitores de Tovinho.
Com a bateria no side, começamos a colocar o baixo e os teclados.
Sem parar de tocar, Paulo Rafael confere a guitarra dele no side também, tocando junto com a banda.
Side ok?
Vamos passar então alguma música do show.
E eles começam a tocar músicas do roteiro, onde Tovinho canta.
Eu checo a voz de Alceu nos monitores dele e no side enquanto a banda toca.
E é nesta hora que a banda vai me pedindo os ajustes nos monitores.
Enquanto isso, Rogério vai fazendo o som da frente.
Tudo é muito rápido e objetivo.

Quando o monitor está ok, a banda pergunta se o técnico do PA precisa de alguma coisa.
Caso precise, o pedido é atendido. Caso contrário, o soundcheck acaba.
E acabou.
Seguimos para o hotel e deu tempo até para cochilar.
Quando retornamos, fui checar as coisas no palco.
O som não chegava na maioria das vias e o monitor da guitarra estava com a corneta (médios/agudos) parada.
As vias estavam desligadas por causa da banda anterior que usou um sistema próprio de fones.


Se eu começo sem checar isso? Já pensaram?
Mas é uma prática obrigatória checar tudo antes.
Ligaram as vias dos monitores e trocamos o monitor de Paulo Rafael.
O show começou e deu tudo certo.
Viram como começar sem ser do zero também não mata ninguém?
Tudo depende da necessidade.
Lógico que o risco de dar algo errado foi muito maior neste caso aqui do que quando passo tudo certinho, mas eu não tive outra escolha.


E a infecção?
A culpa foi minha!
Desobedeci a uma regra básica da estrada.
Não peça um bode assado num restaurante na beira da praia onde os frutos do mar dominam. A chance de dar errado é grande.
Pedi um peixe ao molho de camarão num restaurante de comida caseira em Petrolina, quando estávamos voltando pra casa na quinta-feira!
Deu errado.
Muito errado.
Não consegui dormir da quinta para a sexta com diarréia e vômito.
Sete horas de caminhadas entre a cama e o banheiro.
Passei toda a sexta-feira na água de coco e remédio para a flora intestinal.
No começo da noite tomei uma canja de galinha na padaria da esquina.
Espetacular a canja!
Viajei no sábado para fazer o show em Guarabira (PB).
Viajei com receio ainda. 
Mas não tive mais nada.


Já almocei bem no restaurante do hotel, com direito a purê e carne guisada.
Para confirmar mesmo que eu estava bem, quando cheguei ontem (domingo) do show na Paraíba, fui ao bar Gota Serena comer uns caranguejos ao coco com um amigo.
Ainda pedimos um camarão ao alho e óleo.
Para acompanhar os petiscos, vodka com suco de cajá.
Como estou escrevendo normalmente isso aqui na segunda, é sinal que estou zerado!!!
E o almoço vai ser carne de porco.
Estou normal de novo! 
Um abraço a todos.

Nenhum comentário: