terça-feira, 28 de maio de 2024

Siba e a Fuloresta em João Pessoa e Olinda - Dois trabalhos bem parecidos, em (quase) todos os sentidos.

 
Olá pessoal.
Tem é trabalho para comentar (ainda bem!), e até pensei em pular alguns, mas quando vou lembrar, tem sempre um assunto interessante para falar.
Como nesse caso dos dois shows de Siba e a Fuloresta.
Já começa pelo fato de eu achar que a Fuloresta já existia, e Siba incorporou a "banda" ao seu show.
Errei feio!
Esse show foi concepção de Siba, e a Fuloresta foi criada para esse show específico!
Tirei essa dúvida conversando com o saxofonista da banda, João Minuto, que foi meu parceiro de quarto em João Pessoa.
Já tinha operado o som desse show muitos anos atrás, e se não me falha a memória, era a formação original da Fuloresta!
Isso já não é possível porque já teve músico que faleceu e suponho que outros devem ter uma idade que já não conseguem viver rodando na estrada.
Faz tempo que fiz esse meu primeiro trabalho com Siba e a Fuloresta, viu?
Nem sei direito se tinha sax nesse primeiro show que trabalhei...
De vez em quando opero o som do PA ou monitor dos shows atuais de Siba, quando meu amigo Adriano Duprat não pode fazer o serviço.
Foi o que aconteceu nesses dois shows de Siba e a Fuloresta, realizados em João Pessoa e Olinda, respectivamente.
Dia 26 de abril no Vila do Porto, e dia 27 no Casbah.
Nem estou querendo entrar muito nos detalhes técnicos, quero mostrar como foram bem parecidos os dois trabalhos.
Mas fica difícil mostrar essa semelhança sem tocar na parte técnica.
Mas vou tentar.
Pra começo de conversa, nos dois shows era apenas eu como técnico, e nos dois lugares só tinha uma mesa de som para fazer PA e monitor.
Foi uma X32 Compacta em João Pessoa, e um LS9 em Olinda.
Nem lembrava que existia essa versão compacta da X32.
Para minha sorte, consegui conectar meu iPad nas duas mesas!
Teria sido tudo bem mais complicado se eu não tivesse usado o iPad.
No Vila do Porto eu usei o roteador do técnico da casa, que já estava ligado na mesa.
E no Casbah em Olinda eu usei o meu roteador.
Os dois palcos eram bem pequenos, principalmente o do Casbah, que estava mais para tablado do que para palco.
Já dá para notar com esse início de texto como os dois trabalhos foram semelhantes, né?
Mas as semelhanças continuam.

Soundcheck - Vila do Porto - João Pessoa - PB. (Vídeo by Paula Caal)

Eu já tinha sido avisado que o equipamento em João Pessoa era bem simples, com poucos monitores, poucos pedestais, com poucas opções de microfones etc.
Por causa disso, já solicitei que os músicos levassem seus microfones e/ou monitores pessoais de fones, para amenizar os problemas.
E ajudou bastante essa atitude no resultado final.
Levei meu SM58 da Shure para a voz de Siba.
O músico da tuba e o do sax já andam com microfones próprios.
Siba e mais dois músicos levaram os monitores pessoais, dois com fio e um wireless.
E ainda conseguimos levar um SM58 e dois SM57.
Achei que só iria precisar de tudo isso em João Pessoa, mas...
Acabei usando tudo também em Olinda!!!!!!
Achei que seria uma empresa de som, e quando cheguei era outra.
Até o atendimento nos dois locais foi bem parecido.
Não tive problema algum, todos querendo fazer a "coisa" acontecer da melhor forma possível nos dois shows.
Como falei antes, os microfones que levamos ajudaram bastante, e os sistemas de fones idem!
Acho até que ajudaram mais que os microfones.
Nos dois shows, usei dois monitores para os metais, dois monitores no centro e um monitor para a percussão.
Os dois nos metais resolveram bem em João Pessoa, por ser um lugar fechado, e a reverberação ajudou na monitoração, mas em Olinda não foi a mesma coisa, e eu até coloquei mais um monitor só para a tuba.
Acabei não usando os dois monitores no centro nos dois shows!
Siba resolveu bem com seu fone.
E esses monitores no centro uso mais como reserva, caso aconteça algum problema com o fone de Siba.
Ainda pensei em colocar os dois do show em João Pessoa para fazer um front para as pessoas que estavam mais perto do palco, mas notei que as telas de proteção das caixas estavam bem danificadas e enferrujadas, e poderiam cortar as mão das pessoas coladas ao palco.
Resolvi não arriscar, e elas ficaram de enfeite durante todo o show, pois ninguém solicitou que eu colocasse algum sinal de áudio nelas.
Em Olinda eu já fui pensando em usar também essas caixas como front, mas nem espaço existia no palco-tablado. (Tablado-palco?)
Quanto menos caixas em cima, melhor!

Soundcheck - Casbah - Olinda - PE. (Vídeo by Paula Caal)

Nos dois shows teve bastante público, e eu tive que achar um lugar estratégico onde eu sofresse menos com o iPad para operar o som.
No Vila do Porto, o único lugar onde eu poderia ficar era dentro do bar!
A nossa produtora (Paula) conseguiu um lugarzinho lá dentro pra mim.
Foi minha salvação, porque não teria onde ficar ali dentro com um iPad na mão.
Era muita gente!!!!
Siba e a Fuloresta - Showtime - Vila do Porto - João Pessoa - PB.

Em Olinda a mesma coisa, só que não tinha um bar na frente do palco como em João Pessoa, e eu tive que ficar no limite da parte coberta do espaço, no meio da multidão!
Suei bem mais a camisa nesse show no Casbah!!!
Suei sem ser só no sentido figurado!!
Quase não conseguia segurar o iPad direito nas mãos.
E o suor escorria pela testa e caía nos óculos, dificultando ainda mais para enxergar.
Não consigo operar o som de um PA ao lado do palco.
Tenho até inveja de quem faz isso normalmente. (Risos)
Se tiver como, eu vou lá pra frente com o iPad e fico lá durante todo o show.
Foi assim nesses dois shows.
Em Olinda eu ainda precisei ir no palco resolver um probleminha, mas era tanta gente no local, que quando consegui chegar na mesa de som, o problema já tinha sido resolvido pelo técnico da empresa.
Foi difícil passar pelo meio do público, mesmo eu usando uma lanterna na cabeça para sinalizar que eu não estava ali como um ouvinte normal.
Ahhh, fui na mesa de som também porque existiam algumas caixas amplificadas para sonorizar a área externa do ambiente, e a caixa que estava bem perto do local onde eu estava com o iPad para operar o som parava e voltava a funcionar.
Fui falar com o técnico da empresa para ele dar uma olhada se era problema no cabo de força que alimentava a caixa ou se era algum sistema de proteção que estava desligando a caixa por super aquecimento.
Algumas caixas amplificadas possuem esse sistema de proteção.
Infelizmente era o sistema de proteção desligando a caixa.
Não estava aguentando o nível de sinal que eu estava enviando.
Tive que baixar o geral, e o pessoal que estava fora da área coberta ficou sem escutar direito o som.
Paciência...
Aqui foi vacilo meu, pois eu deveria ter enviado o sinal de áudio para essas caixas via auxiliar, onde eu poderia só enviar as vozes e os metais, sem a parte percussiva.
Usei o "matrix" para esse serviço, onde tudo que ia para o som do PA ia também para essas caixinhas...
Vacilo meu.
E olhe que geralmente em shows em palcos grandes, onde estou no PA, uso o auxiliar para fazer o front-fill.
E quando coloco a banda toda nesse front, coloco num nível com uns 10 dB a menos em relação as vozes.
Era pra eu ter feito coisa parecida em Olinda, mas agora não adianta chorar o vinho derramado.
Fica aqui a dica.
Muito melhor usar o auxiliar em POS-FADER para o front do que usar o matrix.
Opinião pessoal, ok?
Mesmo com esse problema nas caixas de apoio em Olinda, achei bem parecido o resultado final nos dois shows, onde eu estava sozinho para fazer PA e monitor, usando equipamentos mais simples do que o normal (incluindo o sistema de PA), com poucos monitores (e nem todos soando bem) e até com microfones não soando bem também.
Achei que mesmo assim, nos saímos muito bem!!!
Mais semelhanças... As duas mesas de som estavam legais, sem faders com defeito.
Mas em João Pessoa eu só tinha 16 canais disponíveis para ligar todos os instrumentos e vozes.
Por não ter bateria, baixo, guitarras e teclados, deu para ligar tudo.
A mesa de som em Olinda era de 32 canais. Uma das poucas diferenças entre os trabalhos, mas que não interferiu em nada, por causa dos poucos canais usados nesse show.
Em Olinda disponibilizaram mais microfones, mais pedestais, mais monitores...
Mas o palco era metade (ou até menos da metade) do que encontramos em João Pessoa!
A quantidade de material foi o ponto que saiu um pouco da reta chamada semelhança.
E para finalizar nas semelhanças entre os dois shows, eu não poderia deixar de falar do público!!!!!
Acho que foi o ponto mais parecido nos dois shows.
Duas cidades distintas e distantes, aparentando ser o mesmo público nos dois lugares.
Muita gente nos dois locais, e pelo que notei, todos sabendo o que iriam escutar!
No Vila do Porto, teve vários momentos do show em que o chão tremia com o público pulando (dançando?).
Eu até dei uma olhada para o teto pra conferir se o que eu estava sentindo nos pés não estava se propagando para o resto da estrutura.
Sei lá... Não conhecia aquele local, e a casa parecia ser de uma arquitetura antiga... (Risos)
Pelo vídeo abaixo vocês vão poder entender o que estou tentando transmitir por texto.
A garçonete estava mais animada que muitos ali dentro.
E olhe que a turma no salão estava bem animada, né?
Muito bommmmmmm!
Siba e a Fuloresta - Showtime - Vila do Porto - João Pessoa - PB.

No Casbah foi bem parecido, só não senti o chão tremendo. Mas a animação foi bem semelhante ao show anterior.
Não consegui parar para filmar partes do show, principalmente porque eu estava bem apertado com o iPad na mão no meio da multidão, e seria muito pior se eu tentasse pegar o celular para registrar alguma coisa.
Mas o público dançou e cantou durante todo show, muito parecido com o que aconteceu em João Pessoa no dia anterior.
Achei muito interessante essa semelhança com relação ao público.
Acredito que todos de Siba e a Fuloresta notaram isso também.
E vocês? Acharam ou não os trabalhos bem parecidos?
Para mim, foram idênticos!
Um abraço a todos.

PS: Aproveitando o assunto...
Vejo muitos amigos e colegas técnicos adquirindo microfones e até mesas de som, pois estamos encontrando na estrada muito material com defeito por falta de manutenção e muiiiiiiiiiiiiiitos microfones falsificados!

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